Prometo nunca mais dar ouvido para os problemas ou reclamações alheias sobre a vida. Prometo não responder tão rápido no whatsapp e muito menos me desculpar por estar dormindo ou ocupada e não poder ter respondido. Porque quando sou eu que estou enlouquecendo ninguém tem tempo para me ouvir reclamar de como estou, ninguém me trata como prioridade em nada e ninguém se importa em me ajudar nas crises. No final, eu sou a Drama Queen, infantil, imatura. Então que todos se fodam agora!

Minha cabeça é tão confusa, tão complicada e complexa. Acho que a cabeça de todos nós são exatamente assim, um emaranhado de pensamentos confusos e destrutivos. Eu não sou de plástico. Eu também sinto quando as coisas doem, eu também vivo com as mentes maldosas gritando, gritando e gritando em meu subconsciente, assim como você. Drama? Não, sentimentos! Desculpe se eu apenas tenho um corpo de Barbie e que de brinde não tenha vindo uma estúpida cabeça de vento. I'm alive!

"Ah, mas você tem um rosto tão bonito!" Do que adianta isso se vocês querem apenas dar uma chance para quem tem o rosto, corpo e cabelo bonito, que saiba se arrumar igual as gringas, só que com as roupas da Shein, se querem beijar a própria argamassa em pessoa de tanta maquiagem? Agora consigo compreender porque meu coração esfriou tanto quando o assunto é relacionamento. Eu não sou nada daquilo que pessoas vazias procuram, e fico imensamente feliz por isso.

Saudades de quando meus segredos não eram capazes de destruir minha vida. Talvez eu esteja vivendo perigosamente em uma sinuca de bico, e sinto que talvez não consiga parar. Estes segredos são iguais a drogas. Estou tão viciada e louca nesta merda toda.

— Daqui há três dias vamos nos mudar para a Capital. — você falou com voz rouca e trêmula. E naquele momento senti tudo á minha volta rodopiar e meu estômago embrulhar. Eu pensava que vocês iriam apenas buscar tratamento para o pequenino, mas que logo estariam de volta... — Vamos ficar na casa da irmã mais velha da mamãe, só até conseguirmos vender a casa. — você me abraçou com força. E naquele momento apenas fechei os olhos com máximo de força e segurei o choro. Era por uma causa maior.

Não nos importamos quando pingos grossos começaram a cair do céu, continuamos abraçadas e em completo silêncio, mas quando você finalmente resolver falar o motivo de estarmos alí as 3h da manhã, foi a vez do meu mundo desabar como um castelo de areia que foi invadido pela água salgada do mar. — Meu irmão está muito doente e ele vai acabar morrendo se não formos atrás de um tratamento adequado. — disse entre soluços. Naquele momento te abracei o mais forte que pude e tentei ser forte.....

Minha mente estava a milhão, pensei em mil coisas para tentar te confortar enquanto você chorava intensamente em meus braços, mas no final, me rendi ao silêncio da madrugada que nos rodeava. Eu entendia a sua dor, sabia que nenhuma palavra de conforto seria capaz de te acalmar ou fazer a preocupação simplesmente desaparecer. Sabia que você precisava apenas precisava saber que tinha alguém que genuinamente se importava com você e com sua família. Eu queria que você se sentisse acolhida.

A medida em que ia me aproximando de você, meu coração batia cada vez mais rápido, eu sabia que nosso encontro não acabaria bem, e quando você envolveu seus finos braços em volta do meu corpo, eu tive a certeza. O seu mundo estava desmoronando em meus ombros e diferente das outras vezes, você não queria recuar, não queria fingir estar tudo bem. E antes que você pudesse me falar qualquer coisa, o trovão grunhiu e os raios iluminaram o céu cinzento, anunciando a chegada da chuva.

Meus pés me guiaram pelas ruas escuras e gélidas em uma madrugada de sábado tempestuosa, até finalmente encontrar você. Sua camisola rosada, coberta de porquinhos gordos e fofos não combinavam nenhum pouco com seus olhos inchados de tanto chorar. Você estava sentada no balanço que ficava no quintal de sua memorável casa amarela e simples, o mesmo balanço que costumávamos brincar quando éramos pequenas, só que daquela vez, não era a alegria e as gargalhadas infantis que dominavam o ambiente.