Todos nós temos um tipo de pessoa que nos chama mais a atenção, diante de mil pessoas, uma, vai nos chamar a atenção, pois faz exatamente o nosso tipo. E sabe qual é o me tipo de cara? É aquele que parece que está na condicional, pagando horas pra justiça, com tatuagens parecida que foram feitas na cadeia, são esses que me chamam a atenção quando eu estou em algum lugar, e para a minha alegria, ou total tristeza, eu encontrei um cara com todos esses requisitos, ele só não pagava horas para a justiça, pelo menos era isso o que eu pensava.
Estava em casa dormindo, quando meu celular começou a tocar, olhei no visor e ainda era 5 horas da manhã, bocejei, passei as mãos em meus olhos e atendi.
Gabriela: Oi - falei com voz sonolenta.
Daniel: Quando eu te ligar, você tem que atender na hora! - gritou.
Gabriela: Você está me ligando a essa hora, só pra encher a minha paciência? Porque se for, eu estou desligando! - falei nervosa.
Daniel: Não, me desculpa - eu podia ouvir a respiração funda dele. - Posso ir agora na sua casa pra te ver?
Gabriela: Vai ficar de boa ou vai causar? - eu sabia qual era a resposta, os momentos de calmaria eram poucos.
Daniel: Vou ficar de boa! - disse em tom mais calmo.
Gabriela: Ok, então pode! - desliguei o celular e fui para a sala esperar ele chegar, comecei a ouvir o som da moto dele parando em frente minha casa, abri a porta da sala e peguei o controle do portão e apertei, esperei ele entrar e apertei de novo. Dei passagem para ele entrar em casa, e ele nem olhou em meu rosto, passou direto e foi para a cozinha. - Eu estou bem, muito obrigada! - respirei fundo e guardei o controle, fui para o meu quarto e me deitei bem no canto da cama, para deixar espaço pra ele se deitar, não demorou muito para que eu sentisse ele se deitando ao meu lado e me abraçando.
Daniel: Me desculpa, eu tava nervoso! - deu um beijo em minha nuca e meu corpo todo se arrepiou, me virou para ele fazendo com que eu ficasse de frente pra ele.
Gabriela: Mas eu não tenho culpa poxa! - fiz bico, e ele deu um selinho em meus lábios.
Daniel: Eu sei que não, me desculpa, tá? - concordei com a cabeça, e ele acariciou o meu rosto.
Gabriela: Eu estava com saudades de você! - sorri, dei outro selinho nele e passei a mão por seu abdômen, até chegar sobre seu pênis. Ele me olhou e respirou fundo.
Daniel: Ele também estava com saudades de você! - deu uma risada maliciosa e ficou me encarando.
Gabriela: Uma pena você ter me procurado só agora - pisquei pra ele. - Já falei pra você que não sou qualquer uma.
Daniel: Não começa Gabriela, as coisas não são simples como você pensa. - revirou os olhos e já me afastou dele. - Tem muita coisa que está rolando, e você não tem a menor noção.
Gabriela: E por que você estava tão nervoso? Aconteceu alguma coisa? - me sentei na cama e fiquei olhando pra ele, não esboçou reação alguma, apenas deu uma revirada de olhos como se minha pergunta tivesse sido extremamente idiota.
Daniel: Não é da sua conta, você não precisa saber - disse em um tom super seco, que me chateou profundamente, me deitei novamente sem dizer nenhuma palavra, fiquei de costas para ele e me cobri. - Volta aqui! - passou a mão por minha cintura, tentando me puxar para ele, mas me manti firme e não voltei.
Gabriela: Eu estou cansada e preciso dormir! - falei baixinho, estava com um nó imenso na garganta e uma lágrima acabou rolando em meu rosto, por mais que eu o amasse com todas as minhas forças, a forma como ele me tratava, estava me matando aos poucos.
Daniel: Por favor, vem aqui ficar comigo! - fez carinho em meu ombro. - Me desculpa, eu não falei por mal.
Gabriela: Não, eu não te desculpo. Eu estou cansada de ser tratada tão mal por você, eu não preciso ficar suportando isso. - falei em um tom mais alto, sem olhar para ele. - Agora por favor, me deixar dormir em paz! - o silêncio reinou no quarto, e foi melhor assim, não demorou muito para que eu estivesse sonolenta, quase dormindo, até que ouvi o celular dele tocando e fiquei em silêncio, fingindo que estava dormindo, mas na verdade estava ouvindo tudo.
Daniel: Eu já te falei pra não me ligar quando eu estiver com a Gabriela! - estava falando alto e parecia que estava ficando nervoso. - Ela não pode saber de nada do que está rolando, eu não quero envolver ela nisso! - deu um grito muito alto, e acabei me assustando, olhei pra ele e ele se assustou. - Ela acordou, tenho que desligar! - desligou o mesmo, e ficou me olhando assustado. - Você ouviu alguma coisa? - concordei com a cabeça e não disse nada. - Tudo? - concordei novamente.
Gabriela: Você está me traindo? É isso mesmo? Eu não acredito que me entreguei pra você, que confiei em você! - me sentei na cama e passei as mãos em meu rosto. - Pega tudo o que for seu e vai embora da minha casa! - apontei para a porta. - Agora! - gritei e ele se levantou.
Daniel: Não é isso meu amor, eu jamais faria isso com você! - se sentou do meu lado, e tentou me abraçar.
Gabriela: Vai embora daqui, agora! - gritei novamente. - Eu não quero mais saber de você.
Daniel: É isso mesmo que você quer? - segurou meu rosto com muita força, e concordei com a cabeça. - Beleza então Gabriela! - falou alto e deu um murro com muita força na porta do meu quarto, eu podia ver a raiva em seus olhos, era como se ele fosse um bixo, como se ele fosse me atacar.
Gabriela: Some daqui! - gritei, ele se aproximou novamente, me segurou com força pelos dois braços e foi me levantando da cama, o medo percorria por todo o meu corpo.
Daniel: Nenhuma mulher grita comigo, tá ouvindo Gabriela? - gritou me olhando nos olhos. - Ninguém grita comigo! - começou a apertar os meus braços com mais força, e eu comecei a chorar de desespero, estava realmente com medo do que ele poderia fazer comigo. - Eu sou o chefe, sou eu quem mando em tudo, sou eu quem grito, sou eu quem dou as ordens, você entendeu? - estava paralisada olhando pra ele. - Você entendeu Gabriela? - gritou, e eu concordei com a cabeça.
Gabriela: Vai embora daqui - já estava até soluçando de tanto chorar, ele me jogou com força sobre a cama.
Daniel: Eu só vou ir embora quando eu quiser, eu! - me deixou jogada na cama e saiu do meu quarto, procurei pelo meu celular e já estava quase amanhecendo, me levantei da cama, passei as mãos em meus braços e eles estavam doloridos, fui para o banheiro do me quarto e tomei um banho rápido, me enxuguei e voltei para o quarto, vesti um calça jeans e uma camiseta, estava terminando de calçar o tênis quando ele entrou novamente no quarto. - Onde você pensa que vai? - me olhou furioso.
Gabriela: Não é da sua conta - pisquei pra ele, e terminei de calçar, coloquei meu celular no bolso e sai do quarto, fui para a cozinha e comecei a fazer um misto quente, meu estômago estava doendo, não sabia se era de fome, ou de tanto nervoso. Terminei de fazer e comecei a comer, estava olhando pro celular e resolvi ligar para minha melhor amiga.
+ início da ligação +
Gabriela: Amiga, estou isso pra sua casa - minha voz estava saindo fraca, enquanto ele se sentava na minha frente e ficava me encarando.
Mariana: Aconteceu alguma coisa Gabi? - perguntou preocupada.
Gabriela: Quando chegar em sua casa eu te conto, é o mesmo motivo de sempre! - olhei pra ele, e dei uma mordida no meu misto.
Mariana: Tá bom amiga, vem com cuidado!
Gabriela: Ok, até daqui a pouco, te amo!
Mariana: Até, te amo!
+ fim da ligação +
Terminei de comer o meu misto e me levantei, fui até a sala e peguei as chaves do meu carro, dentro dele havia um controle da garagem também, para facilitar minha vida. Destravei ele e entrei no mesmo, apertei o botão do controle e abri o portão da garagem a moto do Daniel estava atrás do meu carro, abri o vidro e olhei pra ele.
Gabriela: Se você não tirar, eu vou passar por cima!
Daniel: Pra onde você tá indo? - se aproximou do vidro do carro, e me segurou pelo rosto.
Gabriela: Pra qualquer lugar que você não esteja presente! - pisquei pra ele, liguei o carro e comecei a acelerar. - Se eu fosse você, eu tirava sua moto. - deixei o carro andar um pouco e ele foi correndo até a moto.
Daniel: Você tá louca caralho? - gritou, e tirou a moto da frente do carro, sai com o carro da garagem e fiquei esperando ele sair com a moto, apertei o botão e fechei a garagem. - A noite eu volto aqui pra gente conversar!
Gabriela: Você não vai me encontrar aqui! - mandei beijo pra ele, e arranquei com o carro.
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