A vida era uma festa para NarutoUzumaki. Sempre se divertindo e gastando o dinheiro recebido pelo trabalho “árduo” na empresa de seu pai. Desde sempre, tendo tudo o que desejava. Era só querer, que tinha em mãos. E isso valia para tudo e todos, até mesmo pessoas. Se Naruto desejava ficar com alguém, ele simplesmente conseguia tal proeza.De acordo com a “Raposa”, não havia uma única pessoa queoodiasse. A sinceridade extrema podia irritar qualquer um, porém, cativava os mais difíceis com seu jeito de ser.Homens, mulheres... o gênero nunca foi relevante para ele. Se alguém o atraía, ele atraía de volta.
De modo geral, a prioridade era o físico. Cultivou o amor apenas uma vez, por uma garota chamada SakuraHarunoque lhe deu um pé na bunda. Não que ela o odiasse, mas não queria, de jeito nenhum, aceitar o pedido de namoro estapafúrdio de Naruto, no dia em que este a levou para lanchar e ele se ajoelhou, gritando o pedido na frente de todos. Não quando ela gostava de outro, e não quando teve vontade de enfiar a própria cabeça no chão, tamanho constrangimento passado.Naruto resolveu não insistir, afinal, o que poderia ser feito quando se está apaixonado? Depois da desilusão amorosa, Naruto mergulhou de cabeça naquela vida badalada, cuja própria mãe,KushinaUzumaki, chegava a chamá-lo de libertino. Ele, entretanto, sabia não ter tempo a perder.
A vida era curta, então por que não aproveitar?
E como quem escolhe um restaurante noiFood, Naruto estava jogado no sofá numa sexta-feira à noite escolhendo um cara noTinder. Já tinha ficado com mulheres nas últimas três vezes, então decidiu variar.
— Não, muito gordo... também não, que sobrancelhas enormes...que maquiagem estranha é essa no seu rosto, garoto? — Narutobloqueou a tela do celular, deixando-o no chão.O loiro buscava pelo homem perfeito, mas sua visão de perfeição acabava sendo exigente demais. Por algum motivo, ele apenas agia desta forma com homens, sabendo da natureza selvagem deles por igualmente ser um. Com mulheres, Naruto tratava literalmente todas como princesas, sendo elas delicadas ou brutas.
NarutoUzumaki, 24
Sobre Naruto
“Gosto de todas as mulheres. Para mim, todas são lindas. Seja você negra, asiática, branca, morena, ruiva, loira, colorida... pode vir sem medo, eu vou te tratar como a única garota no mundo ;)
Agora, homens... eu preciso de um homem alto e forte, que não seja ciumento, a menos quando eu queira. Um cavalheiro, nada de brutamontes. Romântico, mas ainda assim, firme.
Estou pedindo demais?”
Seu melhor amigo,ShikamaruNara, ao ver essa descrição só faltou perder o ar de tanto rir. Naruto batia o pé dizendo não ser gay, e sim, bi. O Nara até concordava, mas não mudava a imagem do amigo ser mais atraído por homens e aindadiziaisso ser resultado do fora que levou de Sakura há 7 anos. Naruto enraivecido não falou com o moreno pelo resto do dia, ponderando entre aceitar a verdade ou negar até a morte.
Derrotado e necessitado por algo para fazer durante o final de semana, Naruto não via outra saída a não ser mandar mensagem para oex, Sai. Ele foi o mais próximo de um namoro sério, porém o cinismo nas palavrasde Saideixava o loiro irritado, principalmente quando queria que ele concordasse consigo em algo que ele certamente não concordava. Naruto até hoje não sabe como ficaram juntos por quase 1 ano. E ali estava, ligando para a primeira pessoa que lhe veio em mente.
— Alô, Naruto? — Ouviu a voz que ainda causava arrepios ecoar pelo outro lado da linha.
— Oi, Sai! Você tá fazendo alguma coisa? Se não estiver, quer sair comigo hoje? Tipo, agora. — Naruto mordeu o lábio. — Eu te busco!
— Estou trabalhando, Naruto. Por que você sempre me liga quando não tem nada para fazer?
— Não fale assim! Eu senti sua falta!
— Claro, sente tanto minha falta que todo final de semana lota seu Instagram de fotos das festinhas que vai. — Sai respirou fundo.
— Desculpa! — Naruto franziu as sobrancelhas e fez bico. — Eu não ligo para qualquer um, você sabe disso...
— Em compensação, me liga quando não tem mais opções. Ou estou errado?
Sai tinha razão. Geralmente, Naruto o procurava quando não tinha nada para fazer, mas queria se divertir a qualquer custo. Apesar do moreno com descendência coreana não acreditar, ele nutria um carinho especial pelo mesmo, pois realmente se apaixonoupor Sai. E sabiaque Saitambém se apaixonou por ele. Mais uma vez derrotado, estava prestes a desligar quando ouviu mais um suspiro do outro lado.
— Para onde vai me levar desta vez, Naruto?
—Você não vai se arrepender, eu juro!—OUzumakiexclamou dando um pulo do sofá.—Em uma hora eu estou aí, então se apresse!
Naruto tinha a mania de desligar as ligações quando julgava ter terminado o assunto, raramente se despedindo.Sai não se chateava com ele desligando na sua cara, já estava acostumado.Era um costume também servir de reserva paraele, mas não comose Saitambém não se divertisse com o loirinho. Aproveitava cada segundo ao seu ladofazendo o que quisesse,e deleitava-se quando via orosto angelical, com aqueles olhos azuis molhados, sempre pedindo por mais e mais.
Se Saiera sádico? Não, não era. Elenunca mentiu para Naruto, afinal.Se Saisó queria sexo, ele dizia com todas as palavras.
Deixou o notebook de lado para tomar um banho e se arrumar. Provavelmente Naruto o levaria em alguma festa estranha, típica de seu padrão de divertimento. Sai não apreciava pessoas amontoadas ou músicas em um volume estridente, isso era totalmente algo doUzumakimaluco. Sério, como alguém conseguia ficar tão empolgado com uma festa tão fútil? Mas,Saijá estava há meses sem transar, eleprecisava.
E Naruto eufórico, tomou o melhor e mais rápido banho de sua vida. Passou o creme hidratante com essência de flor-de-cerejeira, oforte perfume masculino—era o mesmo há 3 anos—, vestiu a calça moletom cinza escuro e logo após uma camisa preta estampada por desenhos tribais. O tênis Vans preto e as meias brancas completavam o visual defilhinho do papai,como Saicostumava chamá-lo. Porém, Naruto preferia quando seuexo chamava apenas depapai.
Faltando 20 minutos para o horário combinado, ele desceu à garagem do condomínio, buscando com os olhos suaBugattiVeyronde duas cores, laranja na parte inferior e preto na superior. Ele tinha usual sorriso de orelha a orelha quando a animação lhe preenchia. Naquele caso, ele estava, sim, animado.De cima à baixo.
A casa do arquiteto paisagista se localizava no subúrbio da cidade, onde existiam carros populares e famílias de classe média. A vizinhança tradicional sabia muito bem sobre Naruto, afinal, não era comum um garoto ariano dirigindo um carro milionário aparecer quase todos os dias lá. Sai pouco se importava com a falação dos vizinhos fofoqueiros e invejosos.
Exatamente às 8 horas da noite, Naruto havia subido osdegrauzinhosda casa do ex. Às 8 horas e 1 minuto, ele bateu à porta. Mais 15 segundos depois, foi atendido pelo rapaz trajando calça jeans azul escura e blusa gola-tartaruga preta. O tênis estiloAllStar indicava bem a diferença entre aqueles mundos.
—E então?—Sai cruzou os braços.
—Você tá muito bem.—Naruto conteve a excitação mordendo o lábio singela e lentamente.
— Pare de me olharque nemum pacóvio, Naruto. Vamos sair ou não?
—Você se importaria caso eu ficasse?—Ele se aproximou, como um predador hipnotizando a presa antes do abate.
Sai tremulou diante ao pedido. Querendo ou não,sentia falta da companhia reluzente em seu dia a dia. O término, entretanto, acabou sendo a melhor decisão para os dois. Difícil deles se entenderem. A saída mais transigente escolhida no final, sempre foi a cama oude Sai, ou de Naruto. Um relacionamento saudável não poderia sustentar-se naquelas condições.
—Não sei.—Sai relaxou os músculos.—Não é uma boa ideia você ficar aqui.
—Você não me quer?—Naruto sabia o explorar o ponto fracode Sai. Com “querer”, ele referia-se ao carnal, ao desejo da carne. O moreno não resistia quando tocado nesse ponto.
—Não é isso.—Sai respirou fundo.—Se fizermos algo aqui, todas as lembranças virão à tona e brigaremos novamente. Igual à última vez.
—Tudo bem, podemos ficar só deitamos na sua cama vendo alguma coisa. O que me diz?
—Não somos mais um casal, Naruto.—Ele estava começando a se irritar.—Sei que a única coisa que você deseja é sexo. Não me venha com essa de “assistir filme”.
—Vai me dizer que também não quer?—OUzumakientrou na casa, fechando em seguida a porta atrás de si. Perigosamente, tocou com ambas as mãos a cintura do outro, aspirando a fragrância do perfume fresco borrifado no pescoço alvo.
—Não quero mais, perdi a vontade.—Sai empurrou Naruto, sem brutalidade.—Pode ir procurar outra pessoa para ser seu estepe.
—Ei, o que deu em você?—Naruto preferiu manter distância.
—As pessoas têm problemas. Não é todo mundo que tem uma vida como a sua.
—Aconteceu alguma coisa?—Talvez fosse difícil de acreditar, mas Sai continuava sendo alguém na vida dele, e ele se preocupava com algo além dos “encontros casuais”.
—Problemas no trabalho.—De fato,Sainão era de falar sobre si mesmo. Naruto precisava lê-lo atentamente para decifrar as expressões por pouco inexpressivas.
—Você... conheceu outra pessoa?—O loiro tentou permanecer neutro, sem transparecer a hesitação pela resposta.
—Sim.—Ele foi se sentar no sofá da sala. Isso significava que Naruto poderia segui-lo.
Apesar de não deverem nada mais um ao outro, o sentimento desagradável assolava oUzumakinaquele momento. Não deveria se sentir assim. Com certeza, não era ciúmes, inveja ou tristeza, porém era tão estranho ouvir o ex-namorado contar ter se apaixonado por outra pessoa. E provavelmente o ouviria desabafar.
—E... então?—Naruto acomodou-se ao lado dele.—Como tá sendo?
—É uma colega de trabalho.—Sai cruzou as pernas.—Eu gosto dela, é uma pessoa muito agradável.
—E qual o problema?
—Você não se toca mesmo, não é?—Ele tocou a têmpora.—Eu gosto dela. Estou pensando em chamá-la para sair, ou vir aqui. Nem seiporquêaceitei seu convite. Nossos casos são apenas por uma noite, depois cada um para sua casa. Você querer fazer um programa de casal é muito estranho, Naruto. Eu já estou planejando fazer isso com outra pessoa.
—Entendo.—Naruto comprimiu os lábios. E ele entendia de verdade. A paixão, sempre a paixão cruzava seu caminho de forma indireta. No fundo, ele estava triste. Nãopor Saiestar apaixonado, e sim por ele mesmo não estar.—Eu não sabia que se sentia assim. Nesse caso é melhor pararmos com isso de uma vez por todas. Desejo tudo de bom pra você, Sai.
—Obrigado.—Sai abriu um dos sorrisos mais belos que Naruto já viu na vida. Ao contrário dos falsos que exibia para a maioria das pessoas, aquele era diferente. Era sincero e espontâneo.
A noite de Naruto acabou se tornando muito diferente da planejada. Ele não foi para nenhuma festa, não ficou com ninguém e sequer teve a companhiade Sai. Teve apenas a própria companhia no quarto espaçoso e vazio. Deitado na cama, ele passava os canais na televisão. Rodeado de conforto e o ar condicionado em 18 graus, Naruto, enrolado no edredom macio, tinha os olhos pesados de sono. A vista doía por causa da luz, mas se recusava a desligar a telona de 48 polegadas. Precisava, pelo menos, ouvir o apresentador do jornal noturno lhe dando “boa noite”.
Em seus últimos resquícios de consciência antes de cair num sono profundo, Naruto viu vários flashes rodarem sua mente como uma vinheta. Pequenos sonhos instantâneos que tinha quando fechava os olhos morrendo de sono. Em um deles, ele se via apaixonado por alguém sem rosto. Quem sabe não fosse a personificação do desejo mais profundo de seu coração?
Antes de cair num sono profundo, Naruto desejou alguém para amar incondicionalmente.
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