outra sobre pedidos Hikayeyi takip edin

—Você é... Meu melhor amigo... Desde crianças... E, eu, sabe, as coisas estão diferentes, ultimamente, então, você... Quer namorar comigo?

Os insetos zumbiram. Diziam que Shino havia se enrolado demais. Ele ficou mais triste ainda, como planejava falara, de verdade? Assim, nada daria certo!

—Não? –perguntou. Outro zumbido, estavam atrasados. Shino seguiu do refeitório para a sala de aula.

Estava começando a se dar bem com as crianças, só... Eram meio invasivas, chamando Kiba – sempre que ele aparecia por lá – de seu amigo "especial", e Shino não sabia como se esconder depois disso. Quem achava graça era o Inuzuka, maldito!

—Ensaiamos depois. –os insetos voaram de volta pra ele.

E... Shino não sabia ainda, mas não teria a chance de ensaiar.

Perto do fim da aula, ele ouviu aquelas palavras que, de um jeito ou outro, alegravam seu dia.

—Ei, Sensei, olha lá, é seu amigo especial! –Kori se esganiçou e ele olhou para onde ela apontava, pela janela. E então, olhando as crianças, teve uma idéia.

Demorou alguns minutos, até sair e encontrar com o melhor amigo.

—Kiba! O que faz por aqui? –aproximaram-se, e Shino percebeu que Kiba estava aéreo, mais do que de costume.

—Estava aqui perto. –Shino segurou seus ombros, fazendo-o dar as costas para a janela da Academia, na sala onde ele lecionava, e teve alguns milésimos de segundos pra perceber o quanto tudo estava errado: Kiba nem estava rindo! Shino estava nervoso o suficiente, e ele já tinha dado o sinal.

—E... Tá tudo bem? –perguntou automaticamente. As crianças estavam quase prontas! Mas não deveriam, não depois da conversa que se seguia.

—Ah... Sabe, Hana vai casar. Levou o namorado pra conhecer nossa mãe, e agora ela está mais irritada do que o costume, reclamando que "eu não vou ter netos!" e que "você não vai dar continuidade ao nosso legado?!"—os dois teriam rido da imitação tosca do Inuzuka, da voz da própria mãe, mas ambos estavam tensos. –então... Vim ver meu melhor amigo.

Nesse exato momento, as crianças estavam prontas. Cada uma segurava uma placa, e Shino sabia que teria sido – brega – fofo, pois com todas as letras que estavam formadas nas placas, estava escrito "Namora comigo?", e Kiba se dava muito melhor que ele com crianças, e apesar de não admitir, ele até gostava delas. Porém, Shino prestou atenção ás palavras do outro. Casar. Filhos.

Fez outro sinal, mandou que as crianças voltassem a seus lugares. Kiba voltou a falar.

—Você bem que podia vir dormir lá em casa! Já tem séculos que não fazemos isso!

Tortura psicológica é uma palavra muito pesada?

—Tem certeza?

—É, você também não está muito bem...-

—Estou sim. –Shino foi ignorado, Kiba sequer parou de falar. Conheciam-se bem demais.

—...e seria legal ficarmos juntos, de novo!

Shino revirou os olhos, mas por causa dos óculos, Kiba não viu.

—Ok.

—Ok?

—Sim. Vou liberar as crianças e te encontro na Tsume.

Qual a pior parte? Ficar sozinho com Kiba depois de (mais) um pedido de namoro frustrado, ou isso mais o fato de Kiba ainda morar com a mãe? Quer dizer, fala sério, eles já tinham mais de vinte. Mas Shino não tocou no assunto outra vez. Isso por que Kiba sorriu, aquele sorriso lindo, tão doce e verdadeiro, que até desanuviou a mente do outro.

—Até mais tarde! –Kiba disse, antes de sair.

***

—Não, sem bebidas. Por favor! –Shino reclamava, aos sussurros. Tudo o que ele não queria era ficar bêbado e falar o que não devia para Kiba, mas a discussão não continuou, já que Tsume apareceu no quarto.

—Shino! Quer comer alguma coisa? Um doce? Faz tanto tempo que não vem aqui!

Kiba curvou os lábios, fazendo birra, e tocou o braço da mãe.

—Eu quero!

—Você não quer me dar netos, como sua irmã, então também não vou te dar doces! –Kiba revirou os olhos. Tsume rosnou. Shino interferiu.

—Eh, quero sim. –ela voltou a sorrir: para Shino.

—Já volto.

Ela saiu. Os dois sentaram na cama. Kiba soltou um muxoxo, cruzando os braços.

—Tá tão ruim assim?

—Por isso quero beber.

—NADA DE BEBIDAS! –Tsume gritou, mesmo de fora do quarto. Kiba pegou o celular, e Shino também, quando o sentiu vibrar.

K: pfvr, n vms exagerar

S: mlhr n

K: snif snif

Shino o encarou. Kiba voltara com o pequeno bico nos lábios.

S: td bm! Pg ai

E foi aqui que a bagunça começou.

Não exagerar... Há! Que engraçado.

***

oq tão fzd ai?

Era Naruto, falando com Shino. Ele e Kiba já estavam tão bêbados!

S: bebendo. Vou falar. HOJE. AGORA.

N: vcs tão bêbados, n faça isso

Vai com calma

Pode ser diferente de como foi cmg e sas

S: vou s! eu

A mensagem foi enviada pela metade. Kiba tomou-lhe o celular.

—Tô tentando falar com você, inseto! –reclamou. Shino não estava falando muito (menos que o normal), era melhor manter a boca fechada, não sabia o que poderia escapar. Ele ficava sincero demais, tinha certeza de que estragaria tudo. –minha mãe vai me enlouquecer!

—E por que... Não acha uma namorada? –Shino falou, baixo, e corando imediatamente. Haviam borboletas em seu estômago! Isso, ou os insetos estavam tão nervosos quanto o hospedeiro. Kiba o encarou, Shino se sentiu com quatro olhos.

—Cara... Tudo isso é por eu ser gay.

Shino tomou alguns segundos para digerir a informação, com calma. Naruto estava, realmente, certo?! Inconscientemente, o Aburame sorria. Era uma incógnita a menos!

—Como nunca percebeu? Pare de rir! –quando prestou atenção, viu o quanto Kiba estava corado, mal se via as marcas do Clã.

—Não estava rindo, eu sorri!

—E por que?!

—Quer namorar comigo?

O pedido foi puro impulso.

Os dois se calaram.

Shino queria tanto se esconder! Não sabia onde! Kiba não parava de encarar ele, mas não dizia nada!

Ele abriu a boca.

Shino já sentia o grandíssimo não chegando...

Mas foi ainda pior.

Ele levantou, querendo se poupar da vergonha, e em direção a porta, mas, por dois segundos, ele não se sujou – isso porque Kiba vomitou.

***

N: onde tão agr?!

S: hospital. Kiba exagerou.

Ta tomando glicose, acho

N: ah...

S: ele vomitou quando fiz o pedido

N: KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

S: NARUTO!

N: ATÉ SASUKE TA MORRENDFO DS RIRR KKKKKKKKKKKKKK

S: n fala mais cmg, vc salvou sas sem me chamar dnv, foi td mundo menos eu

d

n

v

N: CARA E VOCÊ AINDA TÁ BEBADO KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

Ora, como se Shino quisesse ser lembrado!

Mas outra notificação o fez sair do chat com Naruto, o maldito, e ver a nova mensagem. Por qual motivo Kiba estava chamando ele, se Shino estava sentado na porta da UTI movimentada?

K: cara to MT mal

to no hospital

n sei onde ta minha carteira

vem me buscar?

TIVE UM SONHO LOUCO, A HANA IA SE CASAR

Shino revirou os olhos, pela segunda vez naquele curto espaço de tempo. Mas agora estava curioso: o quanto Kiba lembrava?

S: são três da manhã

q sonho foi esse?

K: pfv, só vem

n lmbro, sei nem mais onde eu to

Guardando o celular, Shino se dirigiu até Kiba, pra preencher os papéis e o deixar em casa, salvando seu príncipe no alazão – cachorro – branco. Realmente não queria que Kiba lembrasse do pedido mal feito, queria uma surpresa! Pelo menos... Não dava pra ser tão ruim... Menos pior, talvez...

***

K: cara, n vem

to em casa

S: eu q te levei, animal kkk ta mal ainda?

K: NUNCA MAIS eu bebo

inseto!

Shino mal acordava e já era esse o tipo de mensagem que recebia. Que amor. Belo sábado: acompanhado de uma bela dor de cabeça! E ele estava sozinho, em sua casa, porque tinha certeza de que não agüentaria dormir com Kiba. E o outro ainda estava falando.

K: n ia dormir aq?

S: é

K: ainda vai vir?

S: vou só tomar banho, hrm

K: vem que eu dou

Agora foi demais, Shino jogou o celular pra longe. Mais mensagens chegando. O que ele devia fazer?

Como fugir?!

Ele queria fugir?

K: eu quero namorar com você

ESPERA errei

Quer namorar comigo?

Tomou coragem. Precisava responder.

S: essa fala é minha

To indo aí

K: quero nem ver o que a dona Tsume vai dizer... KKKKK