A grande final estava para chegar e com ela, a pressão de ganhar o título mundial de patinação havia aumentado um pouco. Pra falar a verdade, muito mais do que eu esperava.
Naquele dia, Lilia me acordou mais cedo e segui minha rotina de ensaios com ela, pois ainda teria de encontrar com Yakov para ensaiar sobre quais técnicas eu usaria em minha performance.
A manhã passou rápido e antes que tivesse tempo para pensar em almoçar, Yakov me mandou uma mensagem para que eu o encontrasse no hotel onde estava. Aquilo já me deixou puto. Eu havia combinado com vovô de encontrá-lo, mas às vezes, as coisas pareciam fugir de meu alcance sem que eu pudesse fazer nada.
Após me despedir de Lilia, peguei um táxi para o hotel e coloquei meus fones para me distrair um pouco. Apesar de achar que tenho tudo para ganhar a final, já que aquele idiota do Victor não está participando, eu tinha receio que algo pudesse dar errado. Aquele babaca do JJ tinha uma certa vantagem por ter ganho outros circuitos, mas não permitirei que ele tire o meu mundial. Treino duro todos os dias com esse objetivo e não vai ser ele, ou aquele porco que vão tirar o meu primeiro lugar no pódio.
Puxei meu capuz para frente ao notar que estava me aproximando do hotel e acabei notando uma pessoa familiar parada, enquanto olhava para uma vitrine. Para minha sorte, o semáforo havia fechado e pude analisar melhor, só tendo mesmo a confirmação, quando o sinal abriu.
Otabek?
Não sabia dizer o porquê dele aparecer justamente quando eu estava precisando de alguém, só sei que fiz o que tinha que fazer: Gritei com o motorista. Não vou dizer que quase ocasionei um acidente com aquilo, mas quando ele parou o carro, joguei algumas notas e saí do carro.
Desde nosso último encontro, pude encontrar alguém em quem eu realmente pudesse confiar e talvez uma breve conversa com ele, pudesse me deixar um pouco mais calmo do que eu estava.
Olhei para onde até poucos segundos atrás ele estava, mas não estava mais ali. Olhei para os lados, ainda na esperança de vê-lo e acabei desistindo. Realmente foi um erro ter pulado daquele jeito do carro. O que eu tinha na cabeça? Pensei e coloquei uma música, enquanto caminhava em direção ao hotel.
Apesar de achar que tenho tudo para ser melhor do que Victor foi, eu gostaria que ele tivesse me escolhido. Não desmerecendo Yakov como meu técnico, mas realmente queria algo diferente e sei que só Victor poderia me ajudar com isso. No entanto, tudo que me restou agora foi apenas sua ágape, já que o porco conseguiu a atenção dele por completo.
Continuei seguindo, quando o inesperado aconteceu: Minhas fãs me acharam. Ao vê-las gritando e avançando em minha direção, não tive outra alternativa a não ser fugir. Não que eu não goste daquele assédio todo, mas às vezes elas me davam medo.
Entrei em um beco, despistando-as e respirei fundo. Ao olhar para aquele lugar estreito, me recordei quase que de imediato de Otabek. Soltei um suspiro e segui pela ruela, até que alguém me surpreendeu ao tapar minha boca.
— Ora, ora… o que temos aqui. — disse e me pressionou contra a parede com uma certa força. Soltei um gemido de dor e olhei para o homem que levantou o canivete em direção ao meu pescoço — Hum. Turista. — sorriu de canto e olhei para a ponta da lâmina com medo.
— Por favor… pode levar o que quiser, só não me machuque. — disse e senti a lâmina pontiaguda encostar em minha pele.
— Levarei sim, mas vendo você assim de pertinho... até me deu vontade de voltar às minhas raízes… — disse e deslizou a mão pela lateral de meu corpo.
— Por favor, não. — choraminguei.
Sem dúvida alguma, eu não deveria ter saído daquele carro e visto que não passava ninguém por ali, eu estava mais do que enrascado. Só queria que aquele pesadelo passasse.
Senti meu queixo ser apertado e ele aproximou o rosto do meu, falando de perto. Podia até sentir o cheiro de álcool que vinha de sua boca. Aquilo era nojento demais. Não havia palavras para descrever o quanto fiquei desesperado. Fechei os olhos e pensei que minha carreira estaria fim arruinada se ele me deixasse vivo.
— Acho melhor você ficar quietinho, ou vai ter esse rostinho lindo cortado. — disse e soltou um riso — Tá me entendendo? — apertou meu queixo.
Apenas assenti e senti as lágrimas escorrerem de meu rosto. Assim que ele me virou com a mesma violência da outra vez, senti seu corpo encostar no meu e chorei baixinho. Sua língua nojenta passou pelo meu pescoço e quando estava prestes a abrir minhas calças, senti suas mãos afrouxarem ao cair por cima de mim.
O afastei, dando alguns passos para trás e acabei esbarrando em alguém, o que fez meu coração falhar uma batida. E se fosse outro bandido? Me perguntei e virei rapidamente, tendo uma bela surpresa.
— Você está bem? — ele perguntou e olhei para o homem que ainda permanecia imóvel.
— E-Ele morreu?
— Não seja bobo. Eu vou ligar para a polícia.
— Não! Polícia não! — supliquei. — Não quero meu nome envolvido em um escândalo. Você sabe como aumentam. Eu… só quero sair daqui. — disse e o vi assentir.
Saímos dali rapidamente e olhei para meu celular, vendo algumas chamadas não recebidas de Yakov e Lilia. Havia algumas mensagens também.
— Vou levar você até o hotel.
Ao ouvir aquilo, parei de caminhar e pus minhas mãos sobre o rosto.
— Yuri? Você está bem? O que acont…
— Me leve daqui, tá bom? Não tô em condições de fazer nada agora.
— Mas…
— Por favor. — insisti e o vi ficar em silêncio.
— Está bem. Só que há um pequeno detalhe nisso, Yuri: Eu também preciso treinar. Cou competir daqui uns dias também. Esqueceu?
Abaixei a cabeça e logo senti sua mão sobre meu rosto. Levantei o rosto em direção ao seu e vi aqueles olhos negros puxados que eu achava tão intrigantes.
— Não quero te ver assim.
— O-Ota…
Ele respirou fundo e passou as mãos pelos fios até a nuca.
— Bom, quer saber? Danem-se tambem. Se eu tiver que treinar, será com você. — disse e me puxou pela mão.
Olhei surpreso, tentando esconder o quão feliz ele havia me deixado com aquelas palavras e o segui sem questioná-lo para onde estávamos indo.
Após meia hora de caminhada, olhei para o ginásio a nossa frente e depois para ele.
— Que lugar é esse?
— Pensei que conhecesse. Eles têm uma pista de patinação lá dentro.
— Não conhecia.
— Bom, agora conhece. — disse e continuou caminhando até a entrada do ginásio.
Apressei o passo para acompanhá-lo e logo entrei no tal ginásio, vendo que havia poucas pessoas no local. Aquilo me deixou aliviado. Tudo que precisava agora é de um pouco de privacidade e estar longe de cobranças. Desliguei meu celular e escolhi meus patins, seguindo com Otabek até um banco.
Assim que fiz menção de tirar as calças, Otabek arregalou os olhos e desviou o olhar no mesmo momento. Soltei um riso e calcei os patins, vendo-o ainda com o rosto virado.
— Eu estava com uma calça por baixo, bobo. — disse e me levantei, parando em sua frente — E mesmo se não tivesse, não há nada aqui que você não tenha também — sorri de canto e tirei a jaqueta, jogando em direção a ele.
Fui até a pista e quando entrei, o vi ainda sentado no banco, enquanto olhava para mim.
— O que faz aí parado?
— Eu já vou. Vá aquecendo. — respondeu e ergui uma sobrancelha — Tá bem. — disse e dei as primeiras voltas pela pista, mostrando para quem estava ali, que eu não era pouca coisa.
Claro que não demorou muito para que eu me tornasse o centro das atenções e no fim das contas, eu estava adorando. Olhei para Otabek e quando o vi me olhando, resolvi mostrar para ele todo meu potencial. Fui até o meio da pista e respirei fundo.
Comecei a fazer os primeiros passos de minha ágape e me concentrei nela, esquecendo tudo a minha volta. Patinar pra mim não significava apenas competir e ganhar medalhas, mas também era um meio de me libertar. Me sentia em paz sobre uma pista de gelo.
Após terminar o último passo, levei minha cabeça para trás, ofegando e fechei os olhos. Estava satisfeito com minha performance, mas ainda restava saber o que ele havia achado. Com toda certeza, deva estar de boca aberta. Minha técnica era perfeita.
Olhei para o banco onde Otabek estava e para minha surpresa, ele não estava lá. Olhei para os lados sem ver o menor indício de que estava lá e a única coisa que me passou pela cabeça, foi que ele havia me enganado. Meu peito apertou num misto de raiva com outra coisa que não sabia identificar e quando senti meu corpo ser abraçado por trás, meu coração novamente palpitou.
— Yuri, você estava… perfeito. — disse ao pé de meu ouvido e arrepiei com aquilo.
Me virei para ele, olhando para seu rosto e senti suas mãos tocaram gentilmente meu rosto. Corei com o gesto, sentindo seus lábios encostarem nos meus e retribuí. Abracei sua nuca, sentindo aquele beijo intensificar e meu corpo respondeu ligeiramente a cada toque. Jamais havia beijado alguém e aquilo estava muito bom. Otabek beijava muito bem.
Eu estava tão envolvido ao retribuir cada beijo que ele me dava, que só parei para pensar no que estava fazendo, quando sua boca sussurrou em meu ouvido, trazendo muito mais do que um arrepio:
— Sou louco por você. — disse e beijou minha orelha, causando um desconforto em minhas partes íntimas.
— Otab…
Ele me calou novamente com um beijo e me segurou no colo, me levando dali para algum lugar que pouco estava ligando. Aquilo estava bom demais para ser interrompido e como sempre ia até o fim, o meu único objetivo naquele momento era ver onde aquilo tudo iria dar.
Otabek começou tirando os patins dele e depois os meus, deixando-os de lado e parou em minha frente. Puxou tudo que vestia por cima de seu abdômen e olhei corado, sem saber o que fazer. Provavelmente isso ficou bem claro, pois tomou todas rédeas da situação em seguida.
Nos beijamos novamente e toquei em sua pele quente, apertando-a por onde segurava, enquanto sua boca beijava meu pescoço de um jeito gostoso. Gemi baixinho, quando ele tocou lá embaixo e mordi o lábio, pois não precisava muito esforço para que aquelas roupas saíssem de meu corpo.
Assim que me deixou praticamente nu, ele me olhou de um jeito que parecia que me devoraria inteiro. Tomou meus lábios com intensidade e prendi seus fios entre meus dedos os puxando com uma certa força.
Seus beijos se estenderam pelo meu corpo até a pélvis e quando ele encostou sua mão sobre minha intimidade, senti uma sensação única. Quando sua boca lambeu, então… Nossa! Eu pensei que iria explodir. Puxei seus cabelos um tanto forte e gemi alto, quando ele passou a lamber e chupar. Era muito bom e não queria que aquilo acabasse por nada.
Como já estava no meu limite, acabei sentindo algo vir e gemi novamente, liberando aquela sensação prazerosa. O vi engasgar um pouco e olhei preocupado. Ele limpou a boca com a costa da mão e disse aos risos que aquilo poderia mesmo acontecer. Senti um pouco de raiva, com aquela revelação, já que eu parecia que havia ficado com outra pessoa antes, mas eu não tinha do que reclamar.
— Yuri, eu quero muito você, mas não vou fazer nada que não queira. — disse ao se ajoelhar em minha frente.
Olhei um tanto receoso e o puxei com minhas pernas, prendendo novamente seus fios entre meus dedos.
— Eu quero! — disse seriamente. — E mesmo que eu não saiba de nada, vou me empenhar pra ser melhor do que o outro. — o empurrei para trás e subi por cima, beijando sua boca determinado.
Ele sorriu entre o beijo e logo voltou a tomar as rédeas, ficando por cima de mim. Passei as mãos por suas costas, arranhando de leve e ele voltou a se afastar. Ficou de joelhos, tirando suas calças e virei o rosto para o lado.
— Que foi? Não há nada aqui que você não tenha também.
Olhei para ele irritado e encaixei as pernas ao redor de seu corpo, trazendo-o de volta para mim. Novamente gemi com outra sensação. Sua língua percorria com destreza por onde passava e isso me fazia contorcer de prazer.
Após me deixar molhado, Otabek começou um outro processo um tanto doloroso para mim. Ao tentar me preparar para a próxima etapa, pedi a ele que fosse devagar, o que foi atendido de imediato. Ele tinha jeito para fazer aquilo e me peguei novamente com ciúmes por pensar que outras pessoas pudessem ter tido a chance de ficar com ele antes de mim. Mas o que eu estou pensando? Pensei e voltei a sentir dor
— Relaxe. Você está muito tenso.
— Estou tentando, tá bem? — fiz bico e ele apertou minha nádega de resposta com um sorriso debochado.
— Você fica bonitinho com esse biquinho.
— Vá a merda! — respondi emburrado e ele me puxou, desfazendo toda braveza com aqueles beijos maravilhosos.
Após muita paciência da parte dele, finalmente eu havia conseguido relaxar. Doeu. Não vou dizer que não, ou estaria mentindo, mas o que veio logo após, me fez esquecer de tudo. Aquilo era bom demais.
Arranhei suas costas, apertei seu bumbum. Nunca pensei que faria o que estava fazendo com ele, mas agora que havia provado, nunca mais queria ficar sem.
Ao ficar por cima, senti suas mãos passarem pelo meu corpo suado e gemi. Me apoiei em seu peito e rebolei, fazendo-o enlouquecer. Ele logo se ajeitou, segurando meus quadris e me conduziu de forma prazerosa, enquanto beijava minha boca. Sua barriga já estava melada novamente e quando ele deu um último gemido rouco, senti que ele havia chegado em seu limite.
Deitei sobre seu corpo e ouvi as batidas aceleradas de seu coração, ao mesmo tempo que seus dedos afagavam meus cabelos. Olhei para ele, tirando os fios grudados de seu rosto e selei seus lábios com um beijo calmo.
Ficamos ali por mais alguns minutos e voltamos para o hotel, onde ele me deixou com a promessa de nos vermos no dia da apresentação.
Saí do carro sem me despedir direito, mas quando olhei para trás e o vi olhar para mim através do vidro, voltei. Lhe dei outro beijo, sem me importar se alguém poderia ver e sorri. Dali, subi para enfrentar meu técnico que deveria estar uma fera comigo.
Não vou dizer que aquilo me custou caro, que custou sim. Fiquei boa parte dos dias ensaiando em silêncio, já que Yakov estava brabo demais para falar comigo após o sermão que ele me deu e não tive direito a sair.
Não vi Ota nesses dias, mas continuamos nos falando por mensagem e soube que ele também estava em concentração para a grande final. Estávamos todos ansiosos por isso e restava somente um dia para a competição. Eu estava mais do que preparado, eu iria ganhar a qualquer custo.
—
No dia seguinte, seguimos para o ginásio onde aconteceria a competição e assim que chegamos, passei a procurar Otabek como foi o combinado um dia antes. Lilia me puxou até um canto e me advertiu sobre uma nova tentativa de inconsequência e foi aí, que parei para pensar no que estava fazendo.
Eu precisava me concentrar mais do que nunca e qualquer distração poderia simplesmente arruinar minha apresentação. Segui seu conselho indo com ela até o técnico e discutimos sobre minha apresentação, estando sujeito a mudanças, conforme a apresentação dos outros.
Ao chegar minha vez, senti novamente aquela pressão em meu interior, mas havia muito mais do que os jurados. Havia mais que Yakov, Lilia, a platéia e até aquele maldito porco (sem falar no Victor) para impressionar. Eu tinha meu avô e aquele que me fez sentir o real sentido da ágape da qual me faltava. E lá estava ele a me observar, naquele exato momento. Eu mostraria ao mundo, agora, o que era o verdadeiro significado do amor.
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