Neji acordou, o sono ainda se agarrando a ele como um chiclete grudento, o mesmo que sua prima de seis anos havia posto em seu cabelo no dia anterior. Levantou-se, sentindo o frio da cama, a ausência. A mão puxou por reflexo o travesseiro ao lado, apertou-o contra o rosto, o perfume suave ainda estava na fronha e lhe tirava um sorriso involuntário e bobo.
Abriu os olhos, o quarto ainda estava escuro, mesmo que ele tivesse certeza de que havia se esquecido de fechar as cortinas. Sentou-se na cama, no criado mudo já estava um copo de água e o remédio que deveria tomar para o coração toda manhã.
Prendeu os cabelos longos no topo da cabeça sem muito capricho, apenas que não se molharem enquanto lavava o rosto. Ao sair do quarto, uma música suave o envolveu, um rimo gostoso com um idioma que ele não conhecia, mas a que já estava habituado a ouvir toda manhã. O barulho característico da cafeteira ligada abriu seu apetite, o aroma quente de pães frescos o guiou.
Parou no batente da cozinha. A voz incontida e alegre de Ten-Ten repetia a música que tocava no celular dela, apoiado de forma um tanto quanto imprudente acima do fogão. Ela cantava, desafinava, errava a letra e ria quando isso ocorria. Os cabelos castanhos estavam soltos, bagunçados, tinha certeza que ela ainda não os havia penteado. Gostava disso, poderia se oferecer para fazê-lo depois. Reconheceu a camiseta que ela vestia, a sua, a que tinha usado no dia anterior e deixado jogado aos pés da cama. Nela, ficava grande, indo até um pouco além do quadril, mas deixando as coxas nuas à mostra.
Diferente dele, ela parecia não ter sono algum, era talvez a melhor definição de "carpe diem" que ele já havia encontrado.
Ela se virou para colocar algo sobre a mesa e então o percebeu. Os olhos castanhos pareciam rir, sempre, e havia um feitiço neles, algo que deixava Neji tão apaixonado que ele não conseguia ser o primeiro a falar alguma coisa. O sorriso dela se abria enquanto ela se aproximava, os braços já erguidos para abraçá-lo, envolvendo sua nuca para se colocar um pouco nas pontas dos pés e beijá-lo.
— Bom dia! — ela desejava, com uma intensidade e uma alegria tão puras que ele a beijava de novo para só depois sussurrar de volta.
Ela o puxava para a mesa, ele se sentava e ria baixo quando ela ocupava seu colo e faziam o desjejum daquela forma. Suas mãos mexiam nos cabelos dela, era quase que irresistível, e ele se perdia na voz e na animação dela ao contar o que lhe tinha acontecido no dia anterior.
De vez em quando, era surpreendido com algum pedaço de fruta, que ela, simplesmente por querer, oferecia-lhe enquanto também comia. Não negava, nunca negava nada a Ten-Ten.
Ela terminava de comer antes, era agitada, e ele a segurava um pouco mais em seu colo só pelo prazer de tê-la perto. A cabeça dela repousava em seu ombro, raras eram as vezes que ela deixava seu cabelo preso, gostava dele solto para poder provocá-lo com um ou outro comentário infantil.
Ele suspirava, tinha vontade de permanecer daquele modo por horas, era sua definição clara e única de felicidade, aquela que fazia o seu coração, mesmo sob os medicamentos, acelerar e errar o ritmo. No começo, assustava-se, o coração já lhe tinha pregado tantas peças que qualquer mudança o deixava com medo de mais uma internação no hospital. Entretanto, com o tempo, já tinha notado, compreendido e aceitado que, por Ten-Ten, valia a pena sofrer de algumas arritmias.
Okuduğunuz için teşekkürler!
Ziyaretçilerimize Reklamlar göstererek Inkspired’ı ücretsiz tutabiliriz. Lütfen AdBlocker’ı beyaz listeye ekleyerek veya devre dışı bırakarak bizi destekleyin.
Bunu yaptıktan sonra, Inkspired’i normal şekilde kullanmaya devam etmek için lütfen web sitesini yeniden yükleyin..