lucie Luciane Alves

Para Ellen, aquele acampamento deveria ficar apenas em sua memória. Mas como esquecer algo tão marcante para uma garota como seu primeiro amor? O beijo de Jay ainda a atormentava todas as noites de tempestade. Ainda podia sentir seu abraço quente envolvendo-a completamente. Mesmo assim, dez anos depois, ela havia começado de novo. Não sabia mais do paradeiro do garoto nem nada sobre ele. Mas e se seus caminhos se cruzassem? Mesmo ela, prestes a se casar com outro, poderia ignorar seu coração quando reencontrasse seu amor novamente?


Romantizm Genç Yetişkin Romantizmi 13 yaşın altındaki çocuklar için değil.

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okuma zamanı
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Capítulo 1

Um estrondo faz Ellen sobressaltar de susto. A claridade que precedeu o trovão apenas piorava seu medo de tempestades. Ela olha para o garoto adormecido ao seu lado. O cabelo em sua testa grudado pelo suor e as bochechas levemente coradas. A garota se perguntava se faltava muito para amanhecer. Não sabia por quanto tempo poderia manter aquela fogueira acesa e se seu companheiro conseguiria suportar a febre terrível que o acometia.

— Que droga... — ela resmunga, mexendo na fogueira com o penúltimo graveto que tinha.

No fundo, ela sabia que não podia fazer mais nada. Depois que a lenha acabasse, só poderia se deitar e esperar pelo que pudesse acontecer. E foi o que ela fez. Assim que pôs o último graveto sobre o fogo, se recostou no garoto febril e ficou em silêncio. O corpo de Jay estava queimando, mas ela sabia que ele devia estar com frio, por isso o abraçou, buscando aquecer-se também.

Mesmo contra a vontade, acabou dormindo. O barulho de galhos se quebrando a acordou. Poderiam ser lobos ou qualquer outro animal da floresta e ela achou que seria o fim para os dois. Sua surpresa e alívio não podiam ser maiores ao ouvir a voz dos tutores chamando por eles. Estavam a salvo agora.

Os guardas florestais levaram Jay de volta ao acampamento. A senhora Anna havia ajudado a garota a andar e lhe dado uma garrafinha de água para beber. O senhor Oliver havia apenas suspirado aliviado e ajeitado os óculos enquanto murmurava “graças a Deus” mais vezes do que Ellen podia contar. A garota sabia que estavam em apuros por terem ido tão longe do acampamento, apenas não queria pensar nisso agora. Sua preocupação estava toda voltada para Jay e a febre que nunca baixava. Não pode deixar de protestar quando foi afastada do quarto do garoto e apenas parou de espernear quando seus pais chegaram. O pai a abraçou, preocupado, sua mãe apenas a olhou com sinal de reprovação estampado no rosto. Teria sérios problemas quando voltasse para casa.

Após descansar um pouco, estava na hora de ir. Ela se dirigia ao sedã preto dos pais quando uma voz a fez se virar. Jay vinha na direção dela. Seus pais vinham atrás o chamando e dizendo que ele deveria voltar e ficar de repouso mais um pouco na enfermaria.

— Jay... — Ellen já estava indo na direção dele mesmo sem perceber.

O garoto não disse nada, apenas a abraçou tão forte que o ar fugiu momentaneamente dos pulmões dela.

— Obrigado. — ele disse, antes de segurar seu rosto com ambas as mãos e colar os lábios nos dela.

Ellen ouviu sons de indignação e nem precisava olhar para saber que sua mãe estava de boca aberta com a cena.

Quando Jay se afastou sorrindo para ela, a garota não sabia como reagir, até sentir seu braço sendo puxado e logo estava sendo colocada no banco de trás do carro por uma mãe irada.

— Quem aquele moleque pensa que é... — ela ouvia a voz da mãe, mas parecia longe demais para Ellen. — Primeiro fazendo minha filha se perder na mata e agora isso... Nunca mais você vai voltar para esse acampamento, Ellen. Está me entendendo? Nunca mais.

— Judith... — o pai de Ellen se pronunciou, mas foi cortado por um gesto de mão.

Ellen não estava prestando atenção. Ela sabia que não iria mais voltar. Realmente sabia disso. Mas não queria se importar agora. Seus olhos apenas acompanhavam o garoto que estava voltando para a cabana da enfermaria, afastando a mãe que tentava o amparar com o braço. A lembrança dos lábios macios dele sobre os dela apenas a fazendo sorrir.

***

Ellen acordou na manhã seguinte com o som do despertador próximo à cabeceira. Tapou o rosto com o travesseiro e se debateu levemente na cama. A lembrança daquele sonho ainda a atormentava todas as noites de tempestades. Podia lembrar-se claramente do frio que sentiu naquela noite, depois que a fogueira havia se apagado. Ou como havia se agarrado ao corpo de Jay, em busca de um pouco de calor para continuar dormindo. Sua mãe surtando e a enviando para a Europa logo após o incidente no acampamento. E o beijo. O beijo de Jay ainda fazendo seu estômago se revirar e suas bochechas queimarem mesmo depois de tanto tempo.

— Dez anos, Ellen. — ela diz para si mesma, desligando o despertador. — Já fazem dez anos. Está na hora de esquecer isso tudo.

Empurrando as cobertas para o lado, ela levantou-se da cama, seguindo direto para o banheiro. Hoje seria seu primeiro dia como curadora de arte estagiária no Museu de Arte Renascentista. Não podia em hipótese alguma, se atrasar no seu primeiro dia.

O banho quente foi ótimo para renovar suas forças. Só faltava uma xícara de café forte para esquecer toda essa história de acampamento. Não podia mais pensar nisso. Tinha uma vida nova agora, um novo emprego e um noivo que voltaria da França em menos de um mês. Não havia espaço para sentimentos antigos. Muito menos pelo Jay. Aquele garoto inconsequente que adorava meter os dois em problemas. Aquele garoto que não tinha medo de nada, muito menos de beijar uma garota na frente dos pais. Teria que esquecer isso. Precisava esquecer.

Seu celular vibra em cima da mesa da cozinha quando ela estava preparando o café. Uma mensagem de Carly. Ela havia conseguido os ingressos para o show. Sua amiga estava prestes a completar 25 anos, mas a animação dela ainda parecia de uma adolescente. Ainda mais com essa nova banda estourada chamada Blackstar. Era uma banda de rock alternativo formada por cinco integrantes, todos rapazes entre 20 e 27 anos. Todos lindos, obviamente. E Carly estava surtando com a ideia de eles fazerem um show em San Francisco e ela não poder ir. Mas claro que a filha de um pai bem reconhecido no mundo dos negócios, mimada pra caramba, conseguiria ingressos Vip logo quando o show foi anunciado. Isso foi há quase dois meses. E agora ela mandava milhares de mensagens me lembrando que o show seria no próximo fim de semana. Os assuntos, variavam sobre a empolgação dela, as roupas novas que ela iria usar, a minha roupa que deveria ser arrasadora também e o quanto Ellen devia estar animada também.

Claro que estava animada, mas responder mensagens diárias sobre moda não era muito animador para Ellen. Carly era uma loira linda do tipo modelo capa de revista. Sem falar pelo fato que ela era antenada em moda e todas as novas tendências de estilo. Qualquer roupa nela ficaria ótima. Mesmo assim, se Ellen não desse um like definitivo em um determinado look, Carly não parava de perguntar se aquele estava bom. Ellen gostava de saber que sua opinião era tão respeitada pela melhor amiga, mas agora não teria tempo para decidir entre uma saia de couro ou um vestidinho mais confortável. Carly entenderia.

Após o café, ela escovou os dentes e vestiu seu vestido cinza escuro tubinho, seus sapatos pretos de salto e arrumou seu cabelo em um coque perfeitamente alinhado. Optou por brincos de pérolas e uma maquiagem básica, realçando apenas seus olhos verde acinzentados. Estava com uma aparência bastante profissional, mesmo com apenas 23 anos.

Chegar ao museu foi rápido, já que seu apartamento ficava a apenas quinze minutos dali. Ela estacionou seu SUV na área reservada aos funcionários e andou em passos decididos até o estabelecimento.

— Olá, você deve ser a srta. Denvers? — uma senhora de meia-idade veio recebê-la tão logo ela entrou. — Eu sou Margareth Alvaréz. Proprietária do museu.

Ellen sabia quem a senhora Alvaréz era. A mulher era uma obcecada por arte do período Renascentista e decidira criar aquele museu apenas para sua coleção particular. Cada obra ali custava milhões de dólares e eram tratados como filhos para Margareth. Ellen não podia crer que começaria sua vida em meio à arte justamente em um museu tão respeitado.

— Sou sim. Estou muito encantada em conhecê-la pessoalmente, sra. Alvaréz. — Ellen apertou a mão estendida da mulher.

— Obrigada. Me chame de Margareth, por favor. Sei que temos muito o que conversar sobre seu trabalho aqui, mas gostaria que começássemos imediatamente.

— Claro.

— Como você sabe, estamos organizando uma nova exposição. Então temos muito o que fazer. Uma nova coleção de quadros e esculturas chegou ontem ao museu e eu preciso que sejam catalogadas e organizadas até o fim da semana...

Ellen ouvia cada palavra atentamente. A senhora... Margareth era uma mulher de altura mediana, com traços bem definidos de sua descendência mexicana. Era bonita, simpática e viúva de um bilionário. Ela sabia que devia fazer o seu melhor para agradar sua chefe. E era o que ela faria.

— Estamos entendidos, srta. Denvers? — Margareth pergunta, juntando as mãos à frente do corpo.

— Sim, senhora. Vou colocar tudo em ordem o mais breve possível.

— Excelente. Vou inspecionar seu trabalho, obviamente. Cada anotação que fizer, envie os arquivos diretamente para mim. Se tudo estiver ok, pode vir trabalhar amanhã, se não estiver... foi um prazer conhecê-la.

— Entendido, sra. Alvaréz.

A mulher se retira com um aceno de cabeça. Ellen solta o ar que nem havia percebido que estava prendendo. Apesar da simpatia, profissionalismo era a marca registrada de todos ali, afinal entrava e saía dinheiro demais no museu. Erros não seriam permitidos.

— Conheceu nossa chefe?

Ellen se vira e encontra um rapaz loiro parado próximo à porta. Ele a estudava sobre os óculos de armação preta com um sorriso divertido.

— Sim.

— Ela passa uma aura meio assustadora, às vezes. Você se acostuma. — ele se aproxima e estende a mão para ela. — Cory Alvaréz, ao seu dispor.

— Alvaréz...? — ela aperta a mão dele, se disfarçar a expressão confusa.

— Sim, sou filho dela. Adotado, antes que você diga que não reparou na semelhança. — ele sorri abertamente.

— Ah...

— Eu faço de tudo um pouco aqui e hoje sou seu supervisor. Qualquer coisa que tiver dúvida, ou não conseguir encontrar, pode pedir pra mim.

— Ok.

— Mãos à obra, então?

— Sim. — ela diz, retribuindo o sorriso dele com determinação.

02 Mayıs 2023 01:30 11 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
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Yazarla tanışın

Luciane Alves Apenas alguém que encontra nos livros o conforto que a realidade não oferece.

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İleti!
Samuel Araújo Palmeira Samuel Araújo Palmeira
Muito bom!
March 22, 2024, 19:44
Bella Oliveira Bella Oliveira
Legal.
September 24, 2023, 15:31

Joakim Henriques Joakim Henriques
Vai ser legal acompanhar essa história interessante
August 30, 2023, 23:48

Bianca Maadorch Bianca Maadorch
Mano, que fofo curti muito o cap um.... (Ps: sou eu, a Franky, aquela do projeto Critics)
August 26, 2023, 19:10

  • Luciane Alves Luciane Alves
    Ah sim kkkkkk eu aqui fritando os miolos tentando lembrar de alguma Bianca. Mas fico feliz que gostou do capítulo ^^ August 26, 2023, 20:22
Luiz Carlo's Luiz Carlo's
Que bela história, cheia de suspense, amizades e descontração... Parabéns 👏🏾 👏🏾 👏🏾
July 03, 2023, 09:09

  • Luciane Alves Luciane Alves
    Obrigada, fico muito feliz que esteja gostando ^^ July 03, 2023, 22:50
Daniel Trindade Daniel Trindade
Saudações! Faço parte da Embaixada Brasileira do Inkspired. Estou aqui para lhe parabenizar pela Verificação de sua história. Espero que ela seja prestigiada por muitos leitores aqui em nossa comunidade. Sucesso e felicidade em sua arte! ♡
May 07, 2023, 12:45

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