Escrito por: @yoonie001
Notas iniciais: Bem-vindos à minha história "O Lobisomem e o Filho do Caçador"! Queria agradecer à minha beta, Maria @flowerzmyg/ @flowerzmyg, e à minha capista, Julia @Nutella_KPOP_/@Nutella_KPOP_ pelo trabalho incrível! Sem mais demoras, vamos ao capítulo!
~~~~
Coreia do Sul, 1947
A neve mal começara a cair e a madrugada já se tornava gélida a cada segundo, porém os corpos ansiosos apenas sentiam euforia. Os pedaços de madeira incendiados iluminavam as faces sedentas de sangue, que exibiam um sorriso horripilante, enquanto o ser humano se encontrava de joelhos, com a cabeça pendente e as mãos amarradas por um tecido firme.
— Contemplem — ordenou um homem, o responsável pela captura das criaturas da lua, dirigindo-se à multidão, com armas ensanguentadas presas na cintura —, o monstro, que está agora nas nossas mãos! — A voz maldosa e cansada pelo trabalho recente ecoava nos tímpanos sensíveis de Yoongi, que se encontrava escondido por detrás de uns arbustos.
O corpo nu e trêmulo da vítima reluzia à luz do astro e das tochas no local, e as dores excruciantes provocadas pelas feridas no seu rosto desfigurado tornavam-se intoleráveis a cada minuto que passava. O seu destino já estava traçado, e o prisioneiro bem o sabia, mas, com toda a coragem que reunia nas suas células, ele enfrentava o bando de cidadãos de cabeça erguida e visão turva.
— Este homem ludibriou-nos, arranhando-se, tornando-se irreconhecível para que não possamos perceber quem ele é — continuou o caçador, contornando o corpo débil de outrem, olhando-o com desprezo e asco antes de inquirir. — O que devemos fazer a esta criatura que atormenta e mata os nossos entes queridos?
Vários gritos pronunciados pelos mais revoltados foram ouvidos, e Yoongi conseguiu distinguir coisas cruéis como “queimem-no!” ou “matem-no!”, engolindo em seco ao sentir o entusiasmo de todas aquelas palavras bárbaras. Atrás do homem ensanguentado, os lacaios do caçador preparavam o local para o castigo da criatura, formando um laço na corda áspera e pendurando-a no tronco forte da árvore centenária.
O rapaz assistia a toda a cena, numa colina afastada, protegendo-se dos olhares perigosos e inquisidores da população esfomeada por morte. Mais um da sua matilha havia sido descoberto e julgado, perdendo-se para sempre, o que impelia no rapaz uma sensação de desconforto, como se uma parte de si tivesse ardido.
Já se havia tornado hábito, uma vez por mês, aquele ritual aterrador realizar-se, exatamente no mesmo sítio: debaixo da figueira com mais de quatrocentos anos. Normalmente, era o único local onde os caçadores conseguiam capturar as criaturas, atraindo-as com técnicas diferenciadas, pelas quais ninguém estava à espera e, após isso, esperavam pela multidão enraivecida para acabarem o espetáculo macabro.
Após organizarem o cenário de enforcamento, os homens aproximaram-se do corpo e, atormentando-o rudemente, obrigaram o homem debilitado a levantar-se e dirigir-se à sua morte. Eles não se importavam, mas, no final de contas, também ele era um ser humano, tal como eles.
Com as pernas enfraquecidas e tremendo como uma vara verde, o mais velho não se deixou intimidar, caminhando com a réstia de força que tinha. Pousou os pés em cima de um balde de madeira e os lacaios enrolaram a corda à volta do pescoço ferido do homem, que procurou olhares amigos na multidão, em vão. Levantou o seu pescoço, olhando em direção às estrelas, e agradeceu à lua cheia por tudo o que lhe tinha dado, uma última vez.
Com a sua visão excecional, Yoongi captou as figuras da sua mãe e irmã misturadas no grupo. As duas mulheres encontravam-se imóveis como se nada sentissem, nem o gelo a entranhar-se nas suas roupas finas e deterioradas as fazia moverem-se. Era obrigatório que os habitantes da aldeia assistissem ao castigo da criatura, não importava a que horas fosse ou se isso estragasse o pouco tempo de sono que tinham para aproveitar.
O balde foi atirado para longe e o moreno pôde sentir os ossos do outro partirem-se com a força da corda, atirando-o para a escuridão eterna. Os aldeões gritaram em júbilo, celebrando o erradicar de mais um “monstro”, e a sua pelagem longa eriçou-se com a cena. Era só um humano condenado pela maldição da lua, como é que eles conseguiam testemunhar o assassinato e sentirem felicidade?
Estava longe do acontecimento, no entanto, após aplaudirem a cena mórbida, todos os olhares se viraram em sua direção. Tentara fugir, porém, as suas patas pareciam deslizar na relva escorregadia e tudo aconteceu muito rápido: mãos agarravam o seu pelo denso e húmido pelo orvalho da manhã, puxando-o em direção ao corpo pendurado na árvore, já sem vida e movimento, enquanto ele uivava e sentia o coração retumbar na sua caixa torácica.
Sempre soube que chegaria a sua vez, mas nunca pensara que seria tão cedo, afinal, fora capaz de esconder o seu segredo de forma eficiente durante anos. E, assim como fizeram com o seu companheiro, amarraram o seu pescoço e deixaram que o seu corpo transformado caísse, mergulhando nas trevas, enquanto uma voz feminina gritava o seu nome.
Yoongi acordou sobressaltado, com gotas de suor a encharcar as suas vestes e o seu coração batendo num frenesim comparado ao dos camponeses na noite enregelada. Sentia a sua garganta arranhada, como se tudo tivesse sido real, até os seus gritos por socorro. O sonho — ou pesadelo, como lhe preferia chamar — repetia-se na sua cabeça praticamente todas as noites, assombrando o seu consciente outrora são e pacífico.
Coçou os olhos, sentindo a cabeça pesada pela falta de descanso, e, pelas fissuras da persiana desgastada, o homem constatou que já era de madrugada, tal como no final do seu sonho. Espreguiçou o corpo cansado e mole e bocejou, pousando os pés no soalho frio, não demorando a encaminhar-se para a casa de banho para se preparar para mais um dia.
Despiu-se por completo ao ver as suas roupas lavadas, deixadas pela mãe, em cima da tampa da sanita, e entrou no chuveiro, tentando regular a temperatura da água, sem sucesso. O banho gelado fez com que acordasse por completo, enquanto a transpiração escorria pelo cano abaixo e o rapaz sentia o stress fluir para fora do seu corpo.
Após o banho matinal, embrulhou-se na toalha verde que usara desde criança e que tinha o seu nome bordado a letras escuras, presente feito pela sua mãe antes de ele nascer — a sua irmã também tinha uma igual, mas na cor branca com letras lilases. Não demorou a vestir a indumentária, visto que tinha de se apressar para o trabalho na fábrica de automóveis, caso contrário, o patrão iria descontar algumas moedas de ouro do seu já reles salário.
Encaminhou-se para a cozinha, a madeira do chão rangia a cada passo que dava, e a sua entrada no cómodo não foi surpresa para ninguém. A sua irmã, de apenas oito anos, levantou a cabeça em curiosidade pelo barulho, os totós no topo na sua cabeça, cada um em seu lado, abanando com o movimento. Por outro lado, a sua mãe continuou serena, sem precisar de se virar para tomar conhecimento de quem irrompia o espaço.
O homem caminhou até à pequena, que sorriu quando percebeu o irmão ir na sua direção, e depositou um leve selar na sua bochecha, sussurrando “Bom dia!” enquanto afagava os seus cabelos loiros e recebendo um abraço da mesma. Deixou a pequena a acabar o desenho que pintava com os seus curtos lápis e dirigiu-se até à sua progenitora, que parecia cozinhar algo delicioso.
O cheiro de canela e maçã pairava no cómodo, como se o outono tivesse invadido a casa, e Yoongi percebeu as cascas da fruta dentro do balde destinado aos animais que a família criava. Olhou de relance para o fogão, conseguindo ver uma panela com sopa a cozinhar, e, no tacho onde as papas de aveia costumavam ser feitas, algo borbulhava, sinal de que o pequeno-almoço estava quase pronto.
— Bom dia, mãe. — Assim como fizera com a sua irmã, o rapaz abraçou a mãe, depositando um beijo suave nas bochechas pálidas da mulher. Conseguiu sentir a pele da outra muito quente e arqueou as sobrancelhas em dúvida.
— Bom dia, Gi. — Sempre doce e aveludada, nesta manhã, a voz da sua progenitora parecia exausta e rouca, como se na noite anterior tivesse bradado aos céus — ou fosse ela a gritar no final do seu pesadelo.
— Não me parece que esteja muito bem... — A senhora encolheu os ombros, continuando a descascar a batata e, percebendo que algo não estava bem, o filho mais velho colocou a palma da mão na testa da progenitora. — Mãe, você está ardendo em febre! A que horas chegou ontem da casa dos Park?
— Não sei, talvez meia-noite? — Não perdeu tempo e, após depositar a batata cortada em pedaços miúdos no caldo a ferver, alcançou uma pequena cenoura e repetiu o processo com aquele vegetal. O homem sentou-se, coçando as têmporas, impaciente.
— Não deveria apanhar frio. — A sua mãe sempre se prejudicava para fazer o melhor que podia pela família mais rica da cidade, inclusive desvalorizar a sua própria saúde. Não era a primeira vez que esta situação ocorria, e Yoongi começava a irritar-se com as ações da mais velha. — Não está em condições de trabalhar, deixe-me ajudá-la hoje.
Percebeu que foi uma péssima ideia quando a mulher parou o seu trabalho e o olhou, por cima do ombro, lhe lançando um olhar gélido, fazendo a sua pele arrepiar-se. — Está louco? Isso está completamente fora de questão, Min Yoongi! — E, como se nada se passasse, acabou de descascar a cenoura e deitou-a para dentro da panela.
— Quantas vezes eu vou ter de insistir para que a senhora me deixe trabalhar? — questionou, fitando as costas da pobre mulher, que tremia em frio enquanto deslizava a colher de pau na sopa alaranjada. Mais uma vez teriam aquela discussão. — Eu percebo que a família Park seja rica, mas só o seu salário não é suficiente, e eu poderia ajudar, mais do que naquele trabalhinho insignificante!
— E quantas vezes eu vou ter de lhe dizer que você não terá o mesmo destino do seu pai?! — replicou, rispidamente, antes de uma lágrima cair no caldo que cozinhava, ao lume. A senhora secou rapidamente o rosto antes de fitar o filho. — Ele foi embora, Gi, e eu não quero que lhe aconteça o mesmo.
As palavras pareceram surtir efeito, visto que um silêncio pairou sobre a sala e apenas se ouvia o lápis vermelho que Yuna utilizava para colorir uma tulipa raspar no papel encardido. Suspirando pesadamente, o primogénito levantou-se e chocou o seu corpo contra o da mãe, num afeto carinhoso, como um pedido de desculpas por se ter exaltado.
Sohui abraçou o filho de volta, sentindo o calor do corpo do rapaz. Nenhum dos dois gostava de falar daquela forma, mas Yoongi sentia-se impotente perante a situação familiar, e a mais velha desejava proteger o filho. Claro que, momentos após, sentiram os pequenos bracinhos da menina intrometerem-se no meio dos dois, e a mais nova foi puxada para a união de família.
Depois de alguns segundos sem qualquer palavra, Yoongi assegurou: — Eu prometo que nada irá correr mal, mãe. — O rapaz fechou as pálpebras, tentando esconder os olhos lacrimejantes. — Eu arranjarei um emprego o mais rápido possível, a senhora sabe que a Yuna precisa de coisas para a escolinha. — A pequena bateu palminhas, contente pelo seu nome ser finalmente mencionado na conversa.
Desde que testemunhara o incidente na madrugada do último ano, a mais nova, poucas palavras dizia, expressando-se apenas por gestos ou pinturas. Apesar disso, era uma criança doce e sociável, rodeando-se de amiguinhos na escola local e encantando as mulheres educadoras.
— E vai se meter na boca do lobo para a sua irmã ter mais meia dúzia de lápis e folhas? — indagou a mulher, olhando de relance para a pequena, que também a observava, sentindo o coração angustiado devido a toda a situação. — Não quero que saia magoado ou que acabem por descobrir quem você é, filho, e aquele emprego na fábrica é seguro.
— A senhora sabe que não há outra opção. Essas famílias pagam muito mais que aquele homem avarento — queixou-se Yoongi, referindo-se ao seu atual empregador. Pousou a criança, que segurava no colo, no chão e viu-a correr até à mesa, anunciando para a mãe: — E hoje irá descansar, eu farei o seu trabalho. Não precisa de se preocupar com os Park.
O filho da senhora Min demorou cerca de meia hora para chegar à parte rica da vila, onde a família morava. Para si, as casas eram consideradas casarões e pensou que os relvados verdejantes, onde brincavam crianças da idade da sua irmã, deveriam ser bem tratados por jardineiros experientes, como o seu pai era, quando ainda vivia no povoamento.
O seu progenitor também costumava trabalhar para os Park, recebendo elogios constantes pelo seu esforço primoroso, e sempre disse ao mais velho dos filhos que adoraria que um dia trabalhassem juntos. No entanto, isso não foi possível, e Yoongi decidiu esquecer o assunto e seguir para o seu trabalho.
Fincou os seus pés no chão, mirando a enormidade da casa dos Park, que não era difícil de distinguir no meio de todas as outras. Como caçador, Park Hanseok recebia bons pagamentos e podia financiar o tipo de vida que a mulher gostava — para além de que possuía apenas um filho, o que reduzia as despesas da família.
A porta da casa brilhava ao sol e Yoongi podia jurar que os pequenos detalhes em dourado que refletiam no material escuro se assemelhavam a ouro puro. No entanto, antes que perdesse mais tempo com coisas irrelevantes, decidiu avançar e pisar os degraus de madeira do alpendre, desferindo três pancadas na porta. A voz da sua mãe ecoava na sua cabeça, a frase “Não se esqueça de ser educado e tratá-los por senhor e senhora!” repetindo-se vezes e vezes sem conta.
— Oh, Sohui, achei que nun... — Uma voz afeminada veio ao seu encontro e a porta abriu-se de rompante, calando-se imediatamente ao ver o corpo do rapaz desconhecido. A mais velha arqueou as sobrancelhas, questionando mentalmente quem era o homem na entrada de sua casa, e, quando este não respondeu, indagou: — Posso ajudar, senhor?
Yoongi já tinha visto a mulher várias vezes antes, quando saía do seu emprego e regressava a casa: o seu nome era Park Minseok e era a patroa da sua mãe. A senhora desfilava pela vila com os seus vestidos de marca, feitos à mão, e o seu colar de pérolas característico, que contrastava com os seus lábios pintados de um carmesim forte, assim como a sua maquilhagem impecável.
Sem querer prolongar o silêncio entre os dois, o filho de Sohui apresentou-se: — Eu sou Min Yoongi, Min... senhora Park. A minha mãe está doente, então eu vim substituí-la, se tudo estiver bem da sua parte — explicou o mais novo, curvando-se em respeito pela mulher superior à sua frente, castigando-se mentalmente por quase pronunciar o primeiro nome da patroa.
A de cabelos loiros olhou-o de cima a baixo, observando as suas roupas gastas e velhas, porém, antes que Yoongi tentasse adivinhar o que pensava, a patroa da sua mãe expressou-se: — Claro, claro. Pode entrar. — O rapaz expirou, em alívio, como se tivesse passado em algum teste, e seguiu a indicação da outra.
Nunca tinha invadido a mansão, mas tudo naquele lugar exclamava riqueza. O cheiro das divisões assemelhava-se a charutos — talvez fosse, o seu pai sempre lhe contara que pessoas ricas não fumavam cigarros, mas sim os canudos característicos — e as várias jarras nutridas de orquídeas brancas, as flores mais caras da época, eram dispersas por todos os cómodos amplos.
— Hum-hum. — A mulher, percebendo que o rapaz se distraíra, aclarou a voz, captando a atenção do mais novo. Este desculpou-se imediatamente e prestou atenção no que a patroa da sua mãe dizia. — Acredito que a sua mãe já lhe tenha explicado o que fazer, certo? — Yoongi parecia perdido com estas palavras, afinal, não deveria ser a chefe a comandar?
— Não, senhora, peço desculpa. — Curvou-se perante a figura superior a si, que afirmou que não havia problema.
A mais velha apressou-se a indicar quais as suas tarefas diárias e mostrou-lhe onde se encontravam os produtos de limpeza, desejando-lhe um bom trabalho antes de desaparecer num dos imensos cómodos da casa.
Já se havia passado meio dia de trabalho e, após uma pausa para o almoço, o primogénito da família Min continuava as suas limpezas. Durante a manhã, tinha limpo o primeiro andar da casa, que consistia nos cinco quartos e em várias casas de banho, e fora bem-recebido pelo resto da equipa que trabalhava para a rica família quando entrara na cozinha para comer.
Agora, concentrava-se em limpar o andar de baixo, mais concretamente a sala de visitas, logo ao lado do escritório — zona que lhe fora dito para não limpar. Durante a sua refeição, ouvira a porta principal ser aberta, e vozes masculinas invadiram a casa, as quais se ocultaram quando os dois homens se fecharam no cómodo à prova de som. O moreno pensou que seriam os dois ocupantes da casa, por isso, ignorou e continuou a sua conversa com a simpática cozinheira.
O pano leve foi novamente pulverizado com produto para pó e, desta vez, Yoongi dirigiu-se aos quadros pendurados na parede. Todos eles eram fotos dos habitantes da casa e, num dos retratos, reconheceu a matriarca da família — mesmo a preto e branco, era notável o batom vermelho decorando os lábios cheios e delicados.
Ao seu lado, sentado numa poltrona que parecia extremamente confortável, encontrava-se o dono da casa, numa pose rígida e séria. Era o seu marido, Park Hanseok, o famoso caçador, e olhar para uma foto sua intimidava o mais novo: os olhos felinos e assustadores eram a marca pessoal do mesmo, como se quisesse mostrar eficiência e bom trabalho apenas com a sua postura. Yoongi desviou o olhar, incomodado.
Já do lado direito do patriarca, encontrava-se um rapaz, que aparentava ser da idade de Yoongi, com os olhos curiosos e bondosos, envergando um fato escuro que lhe assentava na perfeição. O criado presumiu que fosse o filho de ambos e sorriu, afinal, apesar de tudo, pareciam ser uma família unida, e continuou o seu trabalho.
Enquanto se ocupava com o resto das molduras com retratos dos três membros do clã, vozes exaltadas vindas do escritório captaram a sua atenção. O rapaz parou imediatamente o seu trabalho, demasiado distraído pela conversa para prosseguir com as limpezas intensivas, e apurou a audição.
— Sabe que eu desejo grandes coisas de você, não me desiluda agora! — Uma voz forte e grave ecoou nos seus tímpanos e uma palmada foi desferida contra um objeto de madeira, o que Yoongi assumiu ser uma secretária.
— Não pode esperar que continue a trabalhar consigo depois de ver o que você lhes faz, certo? — A outra voz masculina, também desconhecida, parecia estar revoltada. — É desumano, eles são pessoas, têm famílias e trabalhos honestos!
— Você não sabe o que diz, e não se atreva a falar comigo assim!
A partir daí, o tom da discussão foi aumentando, até Yoongi distinguir apenas uma amálgama de frases raivosas e exclamações revoltadas. Porém, quando finalmente se fez silêncio, conseguiu ouvir passos pesados dirigirem-se a si e, antes que pudesse ser apanhado, voltou às suas tarefas, vendo a porta abrir-se de rompante.
De lá de dentro, saiu um rapaz novo, alguns centímetros mais baixos do que Yoongi, com uma expressão furiosa — o criado reconheceu-o como sendo o primogénito da família. O último não pareceu notar a sua presença, visto que nem bom dia dissera, mas o jovem não pareceu se importar, visto que a figura imponente do patrão de sua mãe saiu do escritório e tomou-lhe a atenção.
— Quem é você? — questionou o homem, com a sua voz possante, olhando para Yoongi de cima a baixo, como se o avaliasse. O mais novo imediatamente endireitou a sua postura, não só por ser o homem que pagava o ordenado à sua progenitora, mas também por ser quem poderia acabar com a sua vida em poucos minutos.
— Min Yoongi, senhor. Vim substituir a minha mãe, ela não se encontrava bem-disposta esta manhã. — Curvou-se perante o mais velho, mostrando-lhe respeito, e voltou a pronunciar-se: — A senhora Park já me indicou o que fazer.
Hanseok lhe lançou mais um olhar, deixando o rapaz nervoso, e em segundos voltou para dentro da divisão, fechando a porta violentamente. Yoongi expirou, sentindo os seus músculos relaxarem, como se tivesse cometido uma ilegalidade e o comandante das forças armadas nem sequer reparasse no seu crime.
“Talvez não devia ter feito tantas promessas à minha mãe”, pensou, voltando ao trabalho e tentando distrair-se.
~~~~
Notas finais: O que acharam? Críticas são muito bem vindas! :))))
Okuduğunuz için teşekkürler!
Ziyaretçilerimize Reklamlar göstererek Inkspired’ı ücretsiz tutabiliriz. Lütfen AdBlocker’ı beyaz listeye ekleyerek veya devre dışı bırakarak bizi destekleyin.
Bunu yaptıktan sonra, Inkspired’i normal şekilde kullanmaya devam etmek için lütfen web sitesini yeniden yükleyin..