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Jimin e Yoongi são aminimigos que vivem em pé de guerra, mas tentam viver com o máximo de harmonia que podem pelo bem de seu grupo de amigos. Eles só não esperavam que uma boa dose de desastre e um tiquinho de magia de Natal fosse ressignificar a relação deles para sempre.


Hayran Kurgu Gruplar/Şarkıcılar 13 yaşın altındaki çocuklar için değil.

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Capitulo Único

Escrito por: @Rahmuharara3 | @Rahmuharara | @Rahmuharara98

Notas Iniciais: Esse é o meu primeiro trabalho para o Projeto, Espero que gostem da historia.

Gostaria de agradecer a todas que me receberam tão bem e principalmente a @Mimi2320ls pela betagem maravilhosa e @xbusanjimin pela capa.


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Jimin e Yoongi nunca foram amigos. Para dizer a verdade, a palavra amigos, na opinião de Jimin, era muito forte para descrever seu relacionamento com Min Yoongi.

Eles já se conheciam há muito tempo, quase sete anos para ser bem exato. Tempo o suficiente para serem considerados mais que somente conhecidos, o que os levava para o próximo patamar, o de colegas. Porém, novamente o seu relacionamento não poderia se enquadrar nessa categoria, já que nem de longe eles tinham uma convivência “harmoniosa”. A implicância mútua que tinham poderia classificá-los como inimigos, mas, assim como a amizade, esse era um termo muito forte para ambos. Eles eram, para falta de uma palavra melhor, aminimigos.

Então qual foi a surpresa de Park Jimin ao acordar na manhã da véspera de Natal na cama de Min Yoongi, agarrado ao outro como um coala a uma árvore.

Ele teve um acordar suave, não soube ao certo o que o despertou, mas teve dificuldades de se mover para abrir os olhos. A cama era macia, rodeada de um calor confortável e aconchegante, seu cérebro sonolento pedia por mais uns momentos de sono, que Jimin estaria feliz em conceder. Então ele se aninhou mais a superfície macia e quentinha ao qual estava apoiado, braços o envolveram mais fortemente, e ele inspirou sentindo um cheiro reconfortante de amaciante e alguma coisa mais terrosa. Foi só quando ouviu um resmungo de uma voz rouca e forte que seu cérebro sonolento funcionou bem o suficiente para se dar conta. Ele não estava sozinho.

Quando abriu os olhos, quase caiu da cama em surpresa. Min Yoongi. Min fucking Yoongi, dormindo placidamente com o rosto amassado enterrado no travesseiro e os cabelos negros caindo sobre os olhos. Min Yoongi estava o abraçando enquanto dormia. Park estava abraçando Yoongi enquanto dormia.

Ele soltou um arquejo confuso e um tanto horrorizado. Que fez o outro resmungar e apertar ainda mais Jimin. Agora, encontrava-se com o rosto enterrado firmemente no peito do Min, e para sua mortificação sem meios de sair daquela situação sem acordar o outro.

Jimin não queria nem olhar para Yoongi depois de tudo aquilo, seu rosto esquentava de vergonha só de pensar que ainda há pouco estava quase que emaranhado com seu aminimigo, dormindo placidamente. Contudo, não tinha outras opções, o aperto do mais velho era firme em sua cintura, suas pernas estavam entrelaçadas e Jimin estava quase que completamente apoiado em cima do outro.

— Hum... é... Yoongi... — ele chama hesitante, mas seu tom baixo não fez efeito algum para despertá-lo. — Yoongi! — fala mais alto, inclinando sua cabeça para cima o máximo que pôde em sua posição para ficar mais próximo do ouvido do mais velho.

— Volte a dormir, Jimin — o Min murmura com sua voz arrastada de sono. O Park está quase o chamando novamente quando por fim, Yoongi também se dá conta. Ele abre um dos olhos para ver um muito corado e um tanto zangado Jimin o olhando de baixo, onde está aninhado em seu peito, pressionado por seus braços.

Agora os olhos felinos de Yoongi estão muito abertos, e seria cômico para o Park se toda a situação não fosse tão confusa. O Min o solta e desembaraça suas pernas quase que lentamente, como se Jimin fosse um animal selvagem e ele estivesse com medo de fazer movimentos bruscos e ser atacado.

Os dois se sentam o mais longe um do outro que podem na cama mediana de Yoongi, sem coragem para se encararem ou falar. Jimin sente a garganta seca e a irritante dor de cabeça despontando de suas têmporas, ele está de ressaca e não faz ideia de como veio parar na cama do Min. Tudo o que consegue lembrar é de comemorar o Natal adiantado com seus amigos antes que a maioria deles voltasse para suas cidades para comemorar com a família, ele mesmo sendo um deles, com passagens já compradas para embarcar em um trem para Busan na véspera de Natal.

Ele sabe que a comemoração havia sido na casa de Yoongi. Ele lembra de todos comerem juntos, e beberem soju, Jimin se recorda de cantar uma música muito brega e melosa com Jin hyung e Taehyung no karaokê, lembra de dançar uma música animada e fofa de girl group com Hobi hyung enquanto Kook cantava em uma voz estridente que provocou risos em todos, e de ter uma conversa bêbada e filosófica com Namjoon. O Park também relembra de Yoongi na festa, recorda dos insultos e provocações usuais que sempre trocam quando se encontram. Jimin o chamou de velhinho rabugento e Yoongi o perguntou se já tinha crescido o suficiente para lhe alcançar. Foi uma festa muito normal para todos. Então como os dois acabaram nessa situação?

Yoongi é o primeiro a dar voz às preocupações de ambos, falando com uma voz muito cautelosa enquanto remexe nas bordas da colcha de cama para não encarar Jimin.

— Nós não fizemos nada, não é? — Sexo, ele quer saber se fizeram sexo. Jimin também tem essa dúvida, mas se vê negando com a cabeça mesmo assim, não querendo que algo assim seja real.

— Não fizemos! — ele diz com firmeza. – Sem chances.

— Claro. Sem chances, ainda estamos vestidos... bem, meio vestidos. — Yoongi encara sua seminudez embaixo dos lençóis, estando somente de boxers, e Jimin não muito diferente, com adição apenas de uma camiseta que não pertence a si. Yoongi aperta a colcha sobre ele protetoramente para esconder seu torço, as orelhas vermelhas de embaraço, o Park espelha sua reação quase que inconscientemente, ansioso para se cobrir também. — E com toda certeza você sentiria se tivéssemos feito alguma coisa.

— Espera, você está presumindo que eu seria o botton? — Jimin esquece toda a sua timidez e joga as cobertas para o lado sentando na cama para encarar o Min.

— Bem, você realmente tem uma bela bunda, e eu não estou sentindo nada, então eu presumi que talvez, se nós tivéssemos feito, você sentiria. — Yoongi se remexe desconfortável na cama. Jimin está mortificado, Min Yoongi acabou de elogiar a sua bunda? Quer dizer, Jimin está bem ciente de seus predicados, mas é estranho e elogioso ouvir isso do Min. Ele poderia também fazer várias provocações com Yoongi ter prestado atenção em sua bunda, mas só de pensar em tal coisa nessa situação seu rosto esquenta.

— Você consegue se lembrar de como acabamos assim? — Yoongi balança a cabeça em negação.

— Talvez os garotos saibam alguma coisa.

— Não vai contar para eles, não é? — Jimin perguntou mortificado, seria o inferno, tantas provocações e insinuações que não teriam mais fim. Ao seu lado, Yoongi deve ter chegado à mesma conclusão, pois se sacudiu em um estremecimento.

— Jin e Kook não nos deixariam em paz, não que eu ache que Tae e Hobi sejam muito melhores com isso. Eu estava pensando em ligar para Namjoon e perguntar a ele o que aconteceu para eu acordar com uma ressaca tão horrível.

Era uma boa opção. Namjoon era um pouco mais fácil de se enganar, seu hyung não maliciaria sobre nada em relação a eles, e Yoongi não parecia querer mencionar Jimin em sua ligação, talvez esse fosse um modo seguro de saber o que aconteceu.

Porém, ao pensar nisso, Jimin chegou à conclusão de que talvez não quisesse saber o que houve, eles só deveriam seguir em frente, esquecer e fingir que nada aconteceu, não era nada demais, certo? Ele sempre foi muito tátil, sempre muito carinhoso com seus amigos, não era uma novidade dormir agarrado a alguém.

Só que, dessa vez, era. Ele dormiu agarrado a Min Yoongi e não sabia se poderia ignorar isso. No momento ele nem mesmo poderia olhar para o rosto do outro sem que o seu próprio, passasse por todas as tonalidades existentes de vermelho.

De qualquer forma, era melhor que fosse logo para casa. Talvez estando longe do Min por tempo suficiente, pudesse se acalmar e esquecer. Era isso, ele iria evitar Yoongi até não recordar que dormiu agarrado nele como uma preguiça.

Com essa determinação, Jimin levantou para procurar suas roupas. Ele ainda estava de meias e felizmente com sua cueca (e a camiseta que julgava ser de Yoongi), mas suas outras peças de roupa não estavam à vista no quarto. Então, ele seguiu sua busca pelo resto da casa.

— O que você está fazendo? — Yoongi perguntou, vindo em seu encalço.

— Procurando minhas roupas para ir embora. — Não houve resposta a mais do Min além de uma afirmativa.

Jimin encontrou seu celular embaixo da mesa de centro do mais velho e suas roupas emaranhadas a um par de jeans escuros e rasgados que poderia apostar ser de Yoongi. Suas bochechas esquentaram imediatamente com o lapso de pensamento que teve consigo e Yoongi tirando as roupas, 50% do seu cérebro estava totalmente mortificado e 50% muito curioso. Ele deu créditos à parcela mais sensata de seu cérebro e empurrou esse pensamento para longe, concentrando-se em vestir suas roupas.

Depois de amaldiçoar a sua escolha por calças tão apertadas e colocar seu suéter ao contrário duas vezes, Yoongi aparece com um copo de água e uma aspirina para ele, pelo que Jimin foi muito grato, pois sua onipresente ressaca estava moendo seu cérebro com uma dor de cabeça que não poderia ser descrita como nada, senão maléfica.

Ele interpretou o gesto de Yoongi como uma oferta de paz e pensou que aquela manhã não tinha sido tão ruim como insistia em dizer.

— Eu... Hm... Acho que é melhor ir agora, então... hum... não vamos contar isso pra ninguém, não é? — Sua voz sai tão hesitante e nervosa que Jimin sente vontade de se estapear, ele é um homem adulto e confiante que não tem que se envergonhar por passar a noite abraçado a um cara. Mas, ao contrário de suas palavras, seu rosto não pôde deixar de corar furiosamente ao olhar para Yoongi que, sabe lá o porquê, ainda está seminu.

Sem esperar que o Min expresse mais que uma concordância, Jimin sai porta afora antes que possa encarar ainda mais o peito largo e pálido de Yoongi. A lembrança deu impulso para que suas pernas descessem a escada o mais rápido que pudessem, na esperança da distância tirar todos os pensamentos estranhos que ele está tendo. Seus esforços são impedidos, porém, por uma porta emperrada.

Em primeiro momento, ele não percebe a totalidade do problema. O prédio de Yoongi não é um lugar muito novo e, por mais de uma vez, quando ele e os meninos vieram ao apartamento do Min, encontraram dificuldades de abrir a velha porta; só bastava um pouco de força e ela cederia.

Entretanto, nem com todo o esforço de Jimin a porta se moveu, foi então que ele percebeu. Neve, muita neve bem na base da entrada e se estendendo em brancura, quase um metro dela, que formou uma parede impedindo o Park de obter sua liberdade. Ele limpou o vidro embaçado com a manga de seu suéter e percebeu que a neve caía furiosamente lá fora.

O Park suspirou em indignação, encostando sua testa contra a porta, só para receber uma picada do metal e vidro muito gelados. Ele estava preso. Mesmo que pudesse passar, a nevasca estava muito forte lá fora, e, com seus jeans escuros e seu suéter de tricô creme, ele estava muito mais estiloso que quente, e nem em sonho um táxi ou ônibus passariam com aquele tempo.

Resignado, percebeu que sua única opção era voltar ao apartamento de Yoongi. Ele só precisava superar a estranheza, era só Yoongi afinal, só o irritante Min Yoongi, seu aminimigo de longa data. Jimin só precisava espantar todos aqueles pensamentos estranhos que de repente insistiam em reparar na aparência do mais velho e lembrar que o Min era terrivelmente irritante.

Antes que pudesse terminar de subir as escadas, o outro apareceu coberto por um enorme casaco fofo e um gorro sob os cabelos. Pronto para enfrentar a neve.

— Eu vi pela janela que estava nevando, então eu achei que você fosse precisar disso. — Yoongi estendeu para Jimin um outro casaco que ele não havia notado, grande e fofo com um capuz de pelúcia e um longo cachecol vermelho. Jimin os aceitou, mesmo que não fosse precisar deles agora.

— A porta está bloqueada, tem tipo um metro de neve lá fora e parece que não vai parar de nevar tão cedo, então eu... hum... pensei que poderia ficar na sua casa até passar.

— Oh, eu não achei que fosse tão ruim. — Yoongi olha por cima de seu ombro, seus olhos estão arregalados, e Jimin o acharia fofo se não tivesse tentando tão fortemente ignorar seus pensamentos traiçoeiros. — Talvez você só não tenha empurrado com força suficiente. — O Park revira os olhos para o outro, mas não tenta dissuadi-lo de lutar contra a porta, em parte por ter esperança que ele consiga e também porque é muito engraçado ver.

— Você não vai conseguir mover quase um metro de neve, Yoongi. — O mais velho bufa e sai de perto da porta. Ele está um pouco vermelho e ofegante pelo esforço e muito, muito frustrado. Jimin não resiste a rir do mais velho.

— Pensei que você quisesse desesperadamente ir para casa, a julgar por como saiu correndo. — Yoongi bufa irritado.

— Bem, eu quero mesmo. Podemos dizer que nenhum de nós está muito confortável em ficar no mesmo lugar, nunca ficamos antes, e depois dessa manhã... acho que seria ótimo ficarmos longe, mas agora não temos escolha.

Há um momento de silêncio um tanto desconfortável, em que nenhum dos dois sabe o que fazer. Yoongi se move de uma perna para outra e apoia a mão na nuca, sem olhar para Jimin. Ele está corado, e o Park prefere pensar que é pelo frio, e não porque o Min pode estar tendo os mesmos pensamentos intrusos e estranhos que ele. Talvez eles realmente tenham bebido muito na noite anterior.

Yoongi finalmente lidera o caminho de volta ao apartamento. Jimin não sabe o que fazer, está totalmente ciente da presença do Min. Ele demora mais do que o necessário para tirar os sapatos; Yoongi sumiu no espaço da cozinha, deixando-o sozinho. Quando adentra a sala, não sabe o que fazer e acaba por ficar em pé, debatendo se deveria ou não sentar, não querendo de alguma forma ser inconveniente no espaço do Min. Ele nunca esteve sozinho com o mais velho e não sabe seus hábitos, talvez o outro não goste de pessoas sentando sem serem convidadas ou algo assim. Talvez Jimin esteja pensando muito em tudo isso.

Por fim, decide que o melhor é sentar. Ele não vai poder ir a lugar nenhum por muito tempo, além disso está cansado. Sua ressaca ainda não desapareceu, ele sente sua cabeça um pouco pesada e parece que engoliu algo muito amargo.

Depois de um tempo, Yoongi ressurge da cozinha com duas canecas na mão. É café, quente e escuro e o mais novo poderia beijá-lo por isso — não de forma literal, uma voz interior grita em desespero quando ele pensa isso, e lógico, ele nunca diria isso em voz alta.

Eles bebem seus cafés sentados em pontos opostos do sofá de Yoongi em silêncio, um silêncio pesado que o Min tenta quebrar ao ligar a televisão. Mas as notícias não são boas e deixam Jimin ainda mais nervoso.

Aparentemente, na noite anterior, enquanto eles dormiam pacificamente, aconteceu a maior nevasca da história da Ásia. As ruas estavam intransitáveis, os voos e os trens estavam cancelados e a prefeitura recomendava que todos permanecessem em casa. Não havia previsão de quando a nevasca pararia e quando as ruas seriam limpas, ou seja, Jimin realmente não tinha como escapar.

Quando a cobertura sobre o tempo acaba e dá lugar a um programa de culinária, Yoongi desliga a televisão. O silêncio reina novamente. Nenhum deles achou que o Park teria que ficar por tanto tempo.

Era Natal. Jimin deveria estar indo para casa de seus pais, mas, em vez disso, estava preso com seu aminimigo depois de passarem por uma situação constrangedora. Não foi nada disso que ele pediu ao Papai Noel esse ano.

O momento de reflexão triste do Park, porém, é interrompido pelas vibrações do celular de Yoongi sobre a mesa. A foto de um Namjoon sorridente com covinhas amostras pisca na tela, eles se entreolham. Namjoon, que talvez saiba o que aconteceu com ambos ontem à noite, está tentando falar com Yoongi. A questão é, eles querem ouvir sobre o que aconteceu?

A chamada está quase se encaminhando para o último toque quando o Min, por fim, atende. Ele dá uma última olhada para Jimin, que está encolhido na ponta do sofá, antes de colocar a ligação no viva-voz e saldar Namjoon.

— Joonie-ah.

— Oh, hyung, bom dia para você também! Eu dormi bem, e você, como anda a ressaca? — Yoongi revira os olhos. O tom do seu amigo é condescendente e malicioso, cheio de diversão, e Jimin pode imaginar Namjoon sorrindo enquanto fala, com as covinhas aparecendo. É uma troca normal para os dois, Namjoon sempre precisa parecer indignado com a falta de trato social de Yoongi respondendo os comprimentos pelo mais velho, e Yoongi sempre revira os olhos para isso.

— A ressaca está uma merda, e acho que já tive emoção suficiente para o dia de hoje. — Ao lado do Min, Jimin se mexe, desconfortável no sofá.

— Você teve uma surpresa esta manhã, hyung? — Namjoon zomba, quase parece inocente.

Yoongi o ignora e só pergunta:

— O que aconteceu ontem?

— Muitas coisas aconteceram ontem, você sabe; quando os sete se juntam, o que não falta é história. — O tom brincalhão ainda está na voz de Namjoon, ele quer torturar Yoongi, fazê-lo falar em voz alta o que realmente quer saber, mas o Min não cede facilmente.

— Só faça um resumo. — Yoongi olha para Jimin, cujos braços se enrolaram protetoramente ao redor dos joelhos e dedos de suas pequenas mãos repletas de anéis de prata tamborilavam. Ele está nervoso.

— Do que você lembra, hyung? Ou melhor, o que você quer saber de verdade? — É terrível como Namjoon conhece Yoongi tão bem, Jimin pensa, ele sabe que o amigo não vai ceder tão facilmente e está pronto para seguir o irritando. O Min também parece perceber isso e olha para Jimin como se pedisse permissão para perguntar. O Park apenas acena com a cabeça e começa a mordiscar a unha do seu mindinho.

— Você sabe por que eu e Jimin dormimos na mesma cama? — Yoongi termina com um suspiro.

Há um momento de silêncio que quase parece uma eternidade; Jimin e Yoongi se entreolham, e então Namjoon ri, e o olhar que eles trocam agora é perplexo. De todas as pessoas que iriam rir deles, Namjoon seria a última opção, sempre empático e pacifista, mas ainda assim aí está.

A situação faz a cabeça de Jimin doer um pouco mais, o seu mundo parece ter resolvido virar do avesso. Não bastava a ressaca, o constrangimento, estar preso por uma nevasca horrível com a pessoa que mais gostaria de estar longe no momento e perder a ceia de Natal com a sua família, agora tinha o hyung que ele considerava mais sensato zombando dele.

— Ya, Kim Namjoon! — Yoongi o repreende a fim de que ele pare de rir e possa respondê-los.

— Desculpe, hyung — Namjoon diz, apesar de sua voz ainda conter alguns traços do riso. — É só que eu acho que dormir na mesma cama era uma das últimas coisas que você devia se preocupar. — Jimin gostaria que um buraco se abrisse no chão e o engolisse. Ele tem certeza que está mais vermelho do que o melhor de todos os tomates, Yoongi também não está muito melhor.

Namjoon felizmente interpreta o silêncio na linha como um incentivo para continuar a falar.

— Bem, vocês entraram em um desafio, Tae disse que Jimin tinha a maior resistência a álcool do nosso grupo, e Hobi disse que era você quem tinha, então logicamente vocês começaram a brigar e Jin lançou o desafio. Acontece que vocês dois são realmente resistentes. Vocês acabaram com todo o nosso estoque ontem à noite, mesmo assim não caíram, então vocês fizeram uma competição de dança, que obviamente Jimin ganhou, e uma de rap que você ganhou, depois resolveram ver quem conseguia rodar por mais tempo e acabaram os dois vomitando juntos na pia da cozinha. Ah, e não vamos esquecer da competição de piadas ruins, nem Jin hyung aguentou.

Jimin se sente menos mortificado do que imaginou que estaria. Ele já fez muitas coisas que poderiam ser consideradas bem mais estúpidas acompanhado de seus amigos e com uma boa dose de álcool correndo em seu sistema. A quem queria enganar, ele já havia feito besteiras assim até mesmo sóbrio.

— Você é um bêbado extremamente enérgico, devo dizer, acho que você estava realmente alegre ontem, hyung, ninguém nunca esperaria tanta energia vindo de você.

— É, eu sou uma caixinha de surpresas — resmungou Yoongi. — Mas toda essa história não diz nada sobre como fomos parar na cama.

— Ah, bem, vocês também são bêbados bem pegajosos. Depois de toda a competição, você e Jimin começaram a se elogiar, foi realmente muito engraçado e fofo. Acho que o Hobi fez um vídeo. Ele com toda certeza vai chantagear vocês. — Se Jimin estava com esperanças de passar por essa situação sem toda a troça dos amigos, agora suas expectativas tinham sido esmagadas. — Depois disso, todo mundo foi embora e eu fiquei responsável por cuidar dos alcoolizados, eu ia levar Jimin comigo, mas ele se recusou a ir e você se recusou a deixá-lo ir, disse que, agora que vocês eram amigos de copo, não poderiam mais se separar. Então, eu dei água para vocês e os levei para o seu quarto e fui embora.

Yoongi suspirou muito alto. Jimin ainda não conseguia encará-lo, então não pôde ver a coloração avermelhada de suas orelhas.

— Joon, e as roupas, por que diabos eu acordei sem roupa?

— Você que disse que não dormia com roupas, hyung, e depois disso começou a tirá-las. Jimin te imitou, mas você disse que ele poderia ficar com frio e vestiu a sua camiseta nele. Foi bem fofo e constrangedor, mas o que eu poderia fazer, não é mesmo? — Yoongi só murmura coisas inteligíveis, Namjoon ri e volta ao tom malicioso para dizer: — Então, vocês aproveitaram a noite, hyung?

Agora Jimin não conseguiu abafar a sua interjeição de choque.

Houve um momento de silêncio bem longo antes de Namjoon dizer:

— Jimin ainda está aí?

— Sim — Yoongi e Jimin dizem juntos. A voz do Min sai plana e quase tediosa, enquanto Jimin quase guincha ao responder. O Park nunca, nem no auge da sua pré-adolescência, quando era um garoto muito, muito tímido, lembra de ter corado tanto em um período tão curto de tempo.

— Acho que eu deveria desligar agora — Namjoon diz repentinamente tenso.

— Joonie — Yoongi chama, com um suspiro. — Estamos presos em casa por causa da nevasca, quando as estradas forem liberadas, você pode vir buscar o Jimin? — O Park olha para ele. Aparentemente não é somente ele que quer colocar distância entre ambos o mais rápido possível.

— Oh, eu não tinha pensado nisso. Vocês estão bem? Tem comida suficiente? Eu sei que o Kook e o Tae limparam seu armário ontem, hyung.

— Estamos bem, acho que temos o suficiente para um dia, mas me preocupa se isso demorar. Vocês são realmente como gafanhotos, não fazem nem dois dias que eu fiz compras e agora minha despensa está quase deserta. — Namjoon ri.

— Tudo bem, assim que o tempo melhorar, eu levo comida para você e resgato o Chim. Jimin... — Namjoon chama, e Jimin murmura para confirmar que está ouvindo. — Aguente firme, eu logo vou te salvar do hyung. Por favor, não o mate.

— Por que você acha que eu sou o mais propenso ao assassinato? — Jimin retruca.

Yoongi está rindo, mas seu sorriso se desfaz quando ouve a resposta de Namjoon.

— Não é isso, mas é que todos nós sabemos que em uma luta até a morte entre você e o hyung, você ganharia. — O Kim sabiamente desliga a ligação antes que Yoongi possa xingá-lo até a sétima geração. Jimin ri disso, mas logo o seu riso morre ao lembrar do conteúdo da ligação de Namjoon. Ele enterra o rosto na almofada mais próxima e solta um gemido frustrado.

— Eu não acredito que eu fiz isso!

— Não acho que foi tão ruim assim para você. Agora para mim? Eu perdi a minha pose de bandido mal com essa aposta.

— Você não tem fama de bandido mal, Yoongi, você tem fama de velho rabugento. — Jimin bufa.

— Quem tem o cabelo de senhora de meia idade aqui é você — Yoongi provoca. Ele está sorrindo, ele sempre está sorrindo quando resolve importunar Jimin, e isso sempre inflama ainda mais a raiva do Park e revela o seu lado mais infantil.

— Melhor do que ter a coluna de uma e andar por aí com a postura do corcunda de Notre-Dame.

— Agradeça a minha má postura, baixinho, se não fosse por ela, você não teria nem alcançado minha altura.

— Ei, eu estou na média asiática, está bem?!

— Falando assim, parece que você está falando de outra coisa. — Yoongi ri e enfurece ainda mais Jimin.

— Isso está acima da média, mas você nunca vai saber porque você nunca vai dormir comigo. — Jimin faz um bico emburrado, e Yoongi revira os olhos.

— Exceto que já dormi.

— Não fale assim, você sabe que não foi assim! Além disso, Namjoon disse que quem me convidou para sua cama e começou a tirar a roupa foi você. — Jimin aponta o seu dedo para Yoongi.

— Eu estava bêbado, nós estávamos bêbados. Falando assim, parece que eu sou um pervertido que tentou abusar de você, isso foi totalmente inocente.

— Isso foi inocente, estávamos bêbados, isso nunca aconteceria se estivéssemos pensando normalmente, então vamos esquecer isso!

— Nós podemos esquecer, mas os idiotas nunca vão, eles têm um vídeo, lembra?! — Yoongi pontua.

Jimin se sente miserável. Ele já pode imaginar toda a situação, as insinuações e as brincadeiras maliciosas, e não consegue conter um gemido frustrado.

— Talvez não seja tão ruim assim — o Min tenta consolá-lo. O Park o encara com as sobrancelhas levantadas num olhar que quer dizer “Claro que vai ser ruim”, que é prontamente ignorado. — Só Namjoon sabe que dormimos juntos, os outros só nos viram fazendo apostas e sendo bêbados.

— Você não lembra? Namjoon disse que você me elogiou e me tratou bem. Eles nunca vão deixar essa passar. — Yoongi joga a sua cabeça sobre o encosto do sofá em desistência. — Inclusive, se eu não estivesse com tanta vergonha alheia por nós dois, eu gostaria de ver esse evento raríssimo que foi Min Yoongi me elogiando. — O Min apenas bufa em resposta.

Eles voltam ao silêncio, dessa vez não tão desconfortável. Toda a tensão entre eles parece ter sido descontada na briga infantil que tiveram, então, só ficam ali sentados por muito tempo. Yoongi, com os olhos fechados, quase parecendo que dormiu, e Jimin, observando os flocos de neve que se acumularam no vidro da porta que leva à varanda.

— Deveríamos fazer uma trégua — Yoongi diz de repente, com a voz rouca e quase muito baixa para ouvir, mas que assusta Jimin, que está muito concentrado olhando a neve cair. — Quer dizer, não podemos ficar assim. Quando não estamos brigando, estamos sendo estranhos um com o outro, e não sabemos por quanto tempo vamos ficar presos aqui.

Uma trégua... parece boa, considerando toda a situação. Jimin não tem esperança que eles possam mantê-la por muito tempo, e Yoongi parece que pensa o mesmo, a julgar pelo seu olhar vacilante, mas é bem melhor aceitar.

— Tudo bem. — Ele estende a mão ao Min. — Trégua.

— Trégua. — Yoongi aperta sua mão e repete.

Eles passam por outro momento de silêncio sem saber o que fazer a seguir, antes de Yoongi perguntar:

— Você não quer tomar um banho ou algo assim?

— Com você? Nunca — Jimin provoca em uma brincadeira.

— Vai sonhando, Park Jimin — Yoongi devolve, e eles riem.

O clima agora parece mais leve, assim como uma trégua tem que ser. Jimin pensa que talvez isso possa não ser tão ruim.

— Então me dê uma toalha, hyung.

[...]

Depois de tomar banho (em um momento diferente de Yoongi) e vestir roupas limpas (emprestadas pelo Min), ele quase se sentia melhor de sua ressaca. Sua cabeça não doía mais e ele estava fazendo um bom trabalho em não pensar sobre as condições que havia acordado, e exceto por seu estômago revirado, tudo parecia estar indo muito bem. Ele só precisava de bastante água.

Sua mãe havia ligado há alguns minutos antes para perguntar se ele estava bem e protegido da nevasca. Ela passou longas horas lamuriando-se por Jimin perder a ceia de Natal em família, mas ele entendia, também estava triste. Esse era o primeiro Natal que não poderia passar com a família e manter a tradição dos Park.

— Por que você não tem decoração de Natal? — A falta do espírito natalino na casa de Yoongi era bem visível. Era quase como se em todo resto do mundo fosse Natal, menos no apartamento do Min.

— Eu não gosto. Aqueles enfeites todos são muito bregas. — Jimin levanta as sobrancelhas até quase sumirem na raiz de seus cabelos, ele realmente não sabe por que está tão incrédulo, lógico que alguém engessado emocionalmente como Yoongi não iria apreciar a beleza do Natal. — Além disso, eu tenho um visco. — Ele aponta um dedo para o corredor que leva para o quarto, onde um raminho de visco está pendurado. — Taehyung o colocou lá ontem com a mesma desculpa de trazer um pouco de “espírito natalino”.

— Você é o próprio Grinch.

— Eu, na verdade, concordo em muitas coisas com ele. — Yoongi não olha para Jimin enquanto fala, quase não se move do sofá onde está jogado, como se não tivesse energia no corpo; talvez pela ressaca, talvez pelo mesmo motivo que Jimin está tentando não olhar muito para o outro. — Quer dizer, Natal é o feriado mais capitalista de todos. É tudo sobre presentes e se empanturrar de comida, e toda a propaganda de felicidade e bondade. Todos podem ser uns merdas tristes durante todo o ano, porém, no Natal, de repente são caridosos e felizes.

— Todo mundo gosta de ganhar presentes e de comer coisas gostosas. — Jimin faz um bico malcriado, ele percebe a razão nas coisas que Yoongi diz, mas não pode deixar de ver o Natal como mais que isso. — O Natal sempre foi mágico ‘pra mim, não consigo o ver puramente por essa sua visão cínica.

— Não é cínica, é realista.

— Ah, qual é, hyung? Vai me dizer que nunca teve um Natal feliz? — O Min finalmente se mexe no sofá para encarar Jimin.

— Claro que já. Eu já fui uma criança iludida que acreditava no Papai Noel. Além disso, eu gosto de passar um tempo com a minha família no feriado, nós só não somos uma família que liga tanto para essas coisas.

— O que vocês fazem então?

— Quando nós nos reunimos para comemorar, só costumamos pedir comida, porque minha mãe diz que Natal também é uma desculpa para escravizar as mulheres na cozinha. Também assistimos filmes ruins de Natal, para zombar, sem toda aquela coisa de decorações e presentes ruins. — Ele sorri nostálgico.

— É o que vocês fariam esse ano?

— Meus pais estão em um tipo de resort em Jeju como uma segunda lua de mel ou algo assim, e o meu irmão vai para a festa de Natal da família da namorada. Eu ia seguir a tradição Min e pedir comida e assistir filmes. — Jimin senta-se melhor na poltrona para olhar Yoongi, mas não parece muito chateado com o fato de não ver a família no Natal. Talvez o outro realmente não se importe com o feriado, e isso entristece um pouco Jimin, ele gostaria que o Min pudesse ter um pouco da experiência da magia do Natal.

— No Natal, eu sempre fico com a minha família. Eu, meu irmão e a vovó Park decoramos a casa; minha omma faz Japchae, Bulgogi e Kimchi, e meu pai traz um bolo de Natal da nossa padaria favorita. Depois trocamos presentes e saímos para ver as luzes. — Jimin se empolga ao falar de tudo que ele e sua família fazem, seus olhos repletos de uma nostalgia amorosa que faz seu rosto quase brilhar. Ele se assemelha a uma criança inocente e radiante falando das coisas que ama.

— Parece divertido — Yoongi diz, e sua voz soa sincera para o Park, que sorri para o homem esparramado no sofá. Yoongi pode ser uma versão do Grinch, mas não está tentando acabar com o Natal de ninguém. — Me dá até vontade de fazer o mesmo — o Min confessa.

— Nós deveríamos. — Jimin se levanta empolgado. — Quer dizer, poderíamos tentar deixar esse lugar mais natalino e fazer um jantar, e podemos até mesmo assistir filmes de Natal!

— Não temos enfeites de Natal. — Yoongi senta para olhar para Jimin. — E no meu armário tem, no máximo, macarrão instantâneo, não poderíamos fazer um banquete.

— Você é tão pessimista, hyung, eu aposto que conseguiríamos fazer um Natal muito bom com o que temos, você só precisa encontrar o seu espírito natalino.

— Na realidade, acho que ele morreu há muito tempo, Jiminie.

O sorriso do Park é radiante e até um pouco selvagem quando responde:

— Então vamos ressuscitá-lo.

[...]

Depois de uma pesquisa no Google com o título “decoração de Natal improvisada” e uma quase caça ao tesouro no apartamento de Yoongi, eles conseguiram deixar o lugar minimamente mais natalino.

Eles haviam montado uma árvore organizando os livros de Yoongi uns sobre os outros de forma a formar uma pirâmide. Era basicamente em tons escuros, dado ao gosto de Yoongi por romances policiais e terror, com suas capas cheias de representações gráficas de sangue e sombras. Também não parecia ser muito estável, contudo, depois que Jimin acrescentou a estrela no topo (que, na verdade, era um dos troféus de basquete do Min), Jimin pôde ver que ela tinha personalidade.

Yoongi também tinha algumas velas perfumadas, elas não eram todas com a mesma fragrância, mas tiveram sorte que o cheiro delas combinado não foi desagradável. Com as luzes da sala apagadas, o ambiente quase parecia realmente mais festivo.

Foi tudo improvisado e, para quem tinha poucos recursos, eles tinham feito até um trabalho muito bom.

Jimin fez questão de que arrumassem tudo ao som de uma playlist de músicas natalinas e ficou surpreso quando Yoongi até mesmo cantou algumas músicas com ele. Quando o Park o provocou sobre isso, o Min apenas deu de ombros e rolou os olhos, dizendo:

— Eu sou um produtor, Jiminie, tenho de entender sobre quase todos os tipos de música. Até as que eu considero clichês irritantes. — Tudo que Jimin se fixou na frase foi o apelido que Yoongi deu a ele.

Quando “All I Want For Christmas Is You” da Mariah Carey começou a tocar, ele conseguiu desarmar o Min de uma vez por todas com sua performance. Aquela canção era um clássico que ele julgava que não havia uma alma viva nesse planeta que não tivesse ouvido. Jimin brincou e dançou fazendo caras e bocas e fez Yoongi gargalhar mostrando o seu sorriso de gengivas rosadas à mostra e dentes pequenos.

Era uma visão que o Park nunca tinha experimentado. Ele já tinha visto Yoongi sorrir, eles conviviam há muito tempo, mas nunca esse sorriso do Min foi dedicado a si, a algo que ele fez. Jimin sentiu que gostaria de que pudesse recebê-los mais vezes.

Yoongi era o melhor cozinheiro entre eles, então ficou responsável pelo jantar deles.

A dispensa estava realmente quase vazia, então o Min fez macarrão instantâneo com salsicha e Kimchi que acharam na geladeira de Yoongi. O prato inusitado foi acompanhado por vinho que, de alguma forma, passou despercebido pela aposta deles (ou talvez, em uma opção mais provável, um dos meninos teria escondido dos dois). Porém, por conta dos acontecimentos da noite anterior, ambos concordaram em não passar de duas taças naquela noite.

Eles realmente montaram uma mesa, usando a melhor louça do Min. Àquela altura, a playlist de músicas natalinas de Jimin já havia acabado e foi substituída por uma trilha de piano suave. A comida, apesar de muito simples, estava muito boa, o Park pensou que nunca na vida tinha comido macarrão instantâneo mais gostoso. A conversa fluiu bem, eles terminaram a comida e se mudaram para o sofá com a desculpa de ir assistir os filmes de Natal, mas, em vez disso, continuaram a falar sobre seus gostos; lembraram-se das melhores pérolas dos seus amigos, riram até ficarem ofegantes e beberam do vinho que eles juraram só beber duas taças.

Jimin tinha consciência que a maioria dessas coisas nem eram assim tão engraçadas e que eles não deveriam estar bebendo depois da noite de ontem, mas a embriaguez o ajudava a não pensar muito sobre essa situação, sobre estar tão perto de Yoongi e gostar da sensação.

— Sabe, agora estamos presos por quase vinte e quatro horas juntos e não brigamos nem um terço do que eu achava que brigaríamos. — Jimin sorri, e Yoongi o espelha. — Você até que é legal quando não está sendo um velhinho rabugento.

— E você é até aceitável quando não está sendo um pirralho metido — Yoongi diz com uma falsa expressão de seriedade.

— Ei, eu não sou um pirralho, o Kook é que é, eu só sou mais novo do que você dois anos, sabe. — Yoongi sorri e dá um gole em sua taça.

— Não é questão de idade, é atitude. — Jimin faz bico. Ele sabe que no momento parece infantil, mas não pode evitar.

— Você sabe, grande parte da minha inimizade com você é porque me chama de criança.

— Eu não posso evitar quando você parece tão fofo e faz biquinhos como esse. — A resposta de Yoongi, na verdade, pega Jimin de surpresa; ele achou que o mais velho o chamaria de irritante ou algo do gênero, e não de fofo.

— Você me acha fofo? — O Park agora tinha uma expressão quase cômica no rosto, os olhos arregalados em surpresa e as bochechas em chamas.

— Sim, Jiminie. Na verdade, essa foi a primeira coisa que eu pensei quando te vi pela primeira vez. Você estava com esse gorro muito fofo e parecia muito inocente com suas bochechas rosadas e olhos grandes caídos.

— Isso era para ser supostamente um elogio? — diz em resposta ao Min, que somente solta uma risada. — Eu te achei legal, sabe. Com toda aquela atitude de garoto mal e roupas pretas — Jimin fala, achando muito mais interessante encarar suas mãos sobre a almofada em seu colo do que os olhos de Yoongi que ele sabia com toda certeza que estavam em si —, mas então você foi todo frio comigo e me chamou de criança... Eu não gostei, hyung.

— Desculpe, eu não sou muito bom com pessoas, como você já sabe.

— Sim, agora eu sei. Eu demorei um pouco para aceitar que você não se abriria 'pra mim como para os outros. Que você não queria ser meu amigo. Eu entendo, eu fui o último a se juntar ao grupo, eu sou um adicional que você teve que aguentar pelos seus amigos, o pirralho irritante. — Jimin sente um toque suave em sua mão.

— Eu sempre te considerei meu amigo, Jiminie. — Com um certo esforço, Jimin encara Yoongi, o outro parece sincero. E triste. — Por que você acha que não?

— É que nós sempre brigamos. Você sempre me provoca, e nunca fomos muito próximos como os outros. Você me trata diferente dos meninos. Jin é seu hyung, Hobi e Nam são seus melhores amigos, parceiros de crime, Jungkook é o seu maknae, e Tae é seu carinha. Você os mima e os deixam fazer tudo o que querem com você. E eu... bem, você só gosta muito de me irritar. — O mais velho sorri de forma triste.

— Você tem razão, você não é como os outros ‘pra mim.

Jimin sente um bolo se formar em sua garganta e as lágrimas se acumulando em seus olhos prestes a se derramarem. Ele sempre soube que o Min não gostava dele, não deveria estar tão surpreso e magoado. O Park tenta soltar a sua mão do aperto suave do Min, mas o mais velho não o deixa ir, ele entrelaça os seus dedos e ergue o rosto de Jimin para que se olhem.

Jimin quer desviar o olhar, não deixar Yoongi ver suas lágrimas e seu orgulho ferido, mas, mesmo assim, não pode deixar de encarar aqueles olhos felinos que parecem tão acolhedores.

— Você é diferente deles, Jiminie, porque o que eu sinto por você é diferente.

— Oh! — é o máximo que o Park pode articular, suas bochechas estão vermelhas agora e repentinamente o olhar de Yoongi é muito intenso para ele manter. O seu cérebro grita dizendo que ele só pode ter entendido errado. Min Yoongi gosta dele? Isso não seria possível! Mas seu coração insiste em acelerar com a declaração.

— Eu te assustei? — O tom de Yoongi é preocupado. Jimin ainda não consegue falar, então só balança a cabeça em afirmação. O Min tenta se afastar dele imediatamente, mas Jimin o agarra pela bainha da camiseta.

— Não, hyung, você me assustou sim, mas foi só... bem, eu não esperava. — Yoongi relaxa um pouco depois das palavras e Jimin solta sua roupa.

— Tudo bem — Yoongi diz, soltando o ar pelos lábios. — Eu não deveria ter dito isso. Só esqueça, Jimin. — O Min se levanta do sofá e começa a recolher as taças e a garrafa na mesa de centro; sem olhar para o Park outra vez, se dirige a cozinha.

Jimin fica ali sentado no sofá sem saber o que fazer. Ele se sente estupido e confuso. Quer fazer alguma coisa, se mexer, mas ainda não entrou em consenso com sua mente em conflito.

Havia muitas perguntas. Yoongi gostava dele? Desde quando ele virou esse clichê de protagonista de dorama? Tímido, gaguejante, que não consegue nem falar com a pessoa que gosta sem corar em ao menos sete tons diferentes de vermelho? Jimin é adorável, sexy e tem talento para flertar descaradamente com qualquer um. Por que ele se tornava essa bagunça com Yoongi?

E a maior das perguntas... Ele gostava de Yoongi?

Seu coração agitava ao pensar. Antes desse dia, ele nunca pensou sobre isso, sempre dando como certa a relação de conflito amigável com o Min, mas não poderia negar que algo tinha mudado. Ele percebeu mais coisas nesse dia estranho do que gostaria de admitir.

Ele gostava da companhia de Yoongi, era surpreendentemente fácil conversar com o outro quando ambos não estavam tentando se provocar. Ele admitia até mesmo que gostava das provocações deles, era fácil, familiar. Jimin, de alguma forma, sempre estava muito ciente da presença dele em uma sala e, ao ter que estar sozinho no mesmo lugar que Yoongi, se deu conta do quão forte a presença do Min era para si. Agora mesmo, Jimin poderia ouvir os sons que Yoongi estava fazendo na cozinha enquanto, no sofá, o coração de Jimin acelerava no peito.

Sua pele chia com uma eletricidade que ele só poderia associar a sua ansiedade. A mente cheia, com pensamentos demais, e tudo no seu corpo chamando... dizendo coisas que ele não queria ouvir antes, que ele não queria ver.

Quando se deu conta, já estava em pé no meio da cozinha encarando as costas de Yoongi. Ele ainda não o tinha percebido, concentrado em lavar a louça do jantar, a cabeça baixa e as mãos cobertas de espuma.

— Yoongi — ele chama com uma voz quase hesitante.

O Min gira para virar para ele, confuso, e Jimin se aproxima, ficando perto do outro, tão perto que seus peitos quase se tocam e ele pode sentir a respiração quente do mais velho. Olhando em seus olhos felinos, ele espera transmitir tudo o que sente antes de encostar seus lábios e o beijar.

É quase um selar. Somente uma confirmação tão breve que, por um momento, Yoongi chega a pensar que não aconteceu; para Jimin, queima em seus lábios com um calor e frio que se espalha por seu peito. Quente de afeto e frio de expectativa.

— Isso é um milagre de Natal? — o Min pergunta. Ele parece adorável com os olhos bem abertos e um bico amável nos lábios.

Jimin ri, ele gargalha e encosta a sua cabeça no ombro de Yoongi. Ele pode sentir as mãos do outro em sua cintura, elas estão molhadas, mas nenhum dos dois dá importância a isso; o toque é gelado, mas reconfortante e o sentimento dos dois é como uma onda de luz e calor sobre ambos.

Não demora muito para que Jimin supere sua risada e esteja novamente com os lábios colados nos de Yoongi. Agora não é fugaz, é longo profundo e de tirar o fôlego, cheio de todos os sentimentos que o Min reprimiu e o Park não viu.

— Quer dizer que você é desses garotos, Yoongi? — Jimin provoca. — Desses que irritam a pessoa que gosta, que puxam as tranças das garotinhas para chamar atenção e essas coisas.

— Eu não pude evitar com você. — Yoongi pressiona mais um beijo em seus lábios, sorrindo. — Você fica realmente adorável quando está furioso. — O mais novo o acerta no ombro com tapinhas falsos. — Jimin… — o Min sussurra nos lábios do outro, em um beijo que são mais sorrisos do que ósculo. — Você é tudo o que eu queria de Natal.

— Você é terrivelmente clichê, Min Yoongi. E muito fofo.

Eles acabam finalmente assistindo filmes de Natal, mas não é surpresa que nenhum dos dois prestou atenção em qualquer que seja o enredo do filme se desenrolando na tela, iluminados pela luz difusa da TV e das velas de fragrâncias diferentes de Yoongi. Olhando para a árvore de Natal improvisada, Jimin pensa que eles estão cercados pela magia do Natal.

Assim ficam até adormecer: deitados muito próximos para poder caber no sofá de Yoongi, membros entrelaçados sob um cobertor amarelo.

É assim que Namjoon os acha na manhã seguinte, quando nenhum deles percebeu que a nevasca cedeu, muito imersos em sua bolha para perceber qualquer coisa ao redor. Nem mesmo acordaram com a presença de Namjoon.

— Acho que ninguém precisa ser resgatado aqui — o Kim diz, antes de deixar as compras ao lado da porta e os deixar sozinhos novamente.

Depois daquele Natal, ao qual Jimin julgou primariamente que se trataria de um desastre, ele teria que encontrar outro título para enquadrar Yoongi, mas esse, para felicidade de ambos, foi bem mais fácil de definir.

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Notas Finais: Espero que tenham gostado (◍ • ᴗ • ◍)♡

27 Aralık 2021 00:24 0 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
3
Son

Yazarla tanışın

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