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Park Jimin nunca teve a oportunidade de se abrir para seu hyung, por isso ele decide que escrever uma carta contando a história dos dois é a melhor maneira de colocar para fora todos aqueles sentimentos que guardou durante anos, mesmo que Min Yoongi nunca possa lê-la.


Hayran Kurgu Gruplar/Şarkıcılar Sadece 18 yaş üstü için.

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Querido garoto que conheci em um clube.

Escrito por: @agustcandyy


Notas iniciais: olaa, vim entregar minha nenenzinha de fic, sério eu gosto muito desse plot então espero que vocês gostem também.

Boa leitura <3


~~

Conhecemo-nos nas férias de verão, em meados de julho, o calor era tanto que nós (minha família e eu) visitávamos o clube da cidade quase todos os dias, portanto naquele sábado não foi diferente. Estava eufórico para me refrescar e brincar a tarde toda; observar as construções correndo pelo vidro do carro enquanto estávamos a caminho do local servia para ansiar a diversão e todo o sorvete que poderia ser consumido por uma criança de sete anos, isso justifica os pulinhos no banco quando finalmente a grande placa — sim, aquela que mais tarde seria alvo de um dos seus atos de rebeldia — com o nome do clube apareceu.

Havia uma boa quantidade de outros carros no estacionamento, aparentemente o estabelecimento estava mais cheio do que o normal, e isso foi confirmado quando entramos. As pessoas estavam espalhadas pelo lugar, aproveitando os dias quentes e as férias para encontrarem-se com os amigos e relaxarem sentadas nas cadeiras de praia ou usufruindo das várias atividades disponíveis ali.

Nunca tive facilidade para me relacionar quando criança, por esse motivo, quem ficava comigo era o Jin hyung, meu irmão mais velho. Era legal passar o dia com ele, mas já estava cansado disso, queria ser independente e fazer amigos sozinho. Apesar da timidez, adorava conhecer pessoas novas e trocar experiências, mesmo que a pouca idade não tenha me permitido vivenciar muitas delas.

Foi quando te vi pela primeira vez. Havíamos chegado há algum tempo, eu olhava ao redor decidindo onde iria primeiro, e você estava lá, dentro de uma das piscinas em uma sunguinha vermelha muito fofa, brincando com outro menino. Como o esperado, o receio chegou, e não tive coragem para me aproximar e perguntar se poderia me juntar na brincadeira. Coincidentemente (ou como gosto de pensar, milagrosamente) seus olhos se cruzaram com os meus. Não percebi na hora, mas eles eram lindos, hyung, escuros e brilhantes — desde aquela época, nunca foi fácil saber o que se passava por detrás deles. Você me chamou, apresentou-se como Min Yoongi, e o garoto que estava junto como Min Jungkook, seu irmão mais novo, ele era fofo, tinha dentinhos de coelho, os olhos grandes e o cabelo escuro como o seu. Fui convidado para ficar com vocês e eu, muito envergonhado, aceitei.

A tarde fora bem agitada, fizemos todas as coisas que nossas pequenas cabecinhas tinham a capacidade de inventar, e acho que acabamos com o estoque de picolé, só pela cara que o atendente fazia toda vez que íamos buscar mais um. No fim, deitados debaixo de uma árvore, já trocados e bem alimentados, nós tentávamos dar forma às estrelas enquanto não chegava a hora de ir embora. Muitos dos visitantes já tinham ido para suas casas, tornando o local mais vazio e tranquilo.

Prometemos de dedinho que nos veríamos de novo, e claro que isso aconteceu, depois de dois dias, o que para mim parecia uma eternidade, eu consegui reconhecer sua cabeleira preta e a sunguinha vermelha na mesma piscina de antes. Quase te derrubei quando corri e pulei em suas costas. Você apenas olhou para mim e sorriu, parecia ser tão sincero que eu não consegui conter meu próprio sorriso. Naquele dia, eu levei meu livro favorito, queria te ver interpretar os personagens com aquele biquinho adorável — contar histórias era seu talento especial, e eu adorava escutá-las.

Sua imaginação sempre foi fantástica, falar com você era como enxergar uma parte da vida que antes estava obscura, era simplesmente fascinante te ouvir discutir sobre qualquer assunto. Minha vontade era pegar tudo aquilo e guardar em uma caixinha para nunca esquecer, era precioso demais o jeito que você enxergava o mundo, mesmo sendo apenas uma criança.

Nas próximas idas ao clube, eu não ficava mais ansioso pelo sorvete ou pela piscina, mas sim, por querer te ver. Nós líamos juntos, brincávamos, comíamos e teve aquela vez que fomos achados dormindo numa espreguiçadeira, tamanha era a exaustão pelo dia agitado. Quanto mais o tempo passava, mais eu me apegava a você, queria estar perto a todo momento, era como se me sentisse mais seguro quando te tinha ao meu lado.

Esse foi o início da nossa amizade, e com tanta proximidade, nossos pais ficaram amigos também. Começamos a nos ver por fora... Foi aos poucos, mas, quando percebi, nossas famílias estavam jantando juntas todas as sextas, criando assim o dia Park&Min que virou uma tradição. Noites regadas a vinho por parte dos adultos, e suco de uva para nós; eles conversavam e riam muito enquanto brincávamos juntos, seu pai sempre bebia mais do que o necessário, deixando tudo mais engraçado. Eu gostava muito de correr com você e o Jungkook pela casa, vez ou outra quebrando algo por acidente, o que rendia muitos sermões e algumas lágrimas da minha parte, mas você vinha correndo secá-las, tentando me animar, e logo voltávamos a correr.

Esses encontros continuaram acontecendo até depois de crescermos, e foi em um deles que as coisas começaram a mudar.

Nós já não éramos mais crianças — eu tinha dezesseis; e você, dezessete anos. Estávamos sentados em volta da mesa, prontos para comer; você, como sempre, ao meu lado. Antes mesmo de nos servirmos, Jin hyung disse que precisava contar algo para todos. Obviamente ficamos muito curiosos com isso tão repentinamente, mas tudo se esclareceu assim que um envelope branco, perfeitamente endereçado e provavelmente contendo o sonho de qualquer jovem formado no ensino médio, surgiu nas mãos dele.

Eu parei de ouvir o mundo ao meu redor quando compreendi aquela situação. Foi como se tudo tivesse desabado de uma vez sobre mim, parece dramático, eu sei disso, mas não consegui evitar. Óbvio que fiquei feliz por ele, quer dizer, passar na faculdade é uma coisa incrível, ainda mais se for uma das melhores do país, e conseguir isso depois de tanto esforço, era realmente de se orgulhar — mas ele iria embora, iria para capital, faria amigos lá, esqueceria de mim, e eu ficaria sozinho.

Ele sempre esteve ali para mim, aconselhava-me, ajudava-me em tudo o que eu precisava, fazia-me companhia. Além de irmão, era meu melhor amigo. Quem iria me confortar agora? Quem me contaria piadas horríveis, mas que me faziam rir mesmo assim? Eu não tinha com quem passar o almoço na escola mais. Pode parecer egoísta, afinal era o sonho dele, porém eu ficaria sem ninguém, não tinha amigos além dele.

Todos esses pensamentos juntos faziam minha cabeça latejar e o ar já começava a faltar. Quando vi, estava correndo porta afora com os olhos molhados e o peito doendo. Não escutei os chamados pelo meu nome e nem dei atenção para a mão do meu irmão que tentou me segurar pelo braço, eu só precisava sair correndo dali o mais rápido possível. A sensação era tão ruim que me deixava cego — eu não via o caminho, não sabia para onde estava correndo, só sentia que precisava continuar.

Não me lembro se fui muito longe ou não, só sei que parei assim que dois braços me agarraram pela cintura me impedindo de ir adiante. Você estava ofegante e com o rosto todo vermelho implorando para que eu parasse de correr. Agarrei-me a você e chorei até sentir meus olhos pesados.

Em determinado momento, quando eu ainda soluçava, você me puxou para sentarmos na calçada, suas mãos passeavam pelos meus fios tentando de alguma forma me trazer calma, e bem, funcionou.

O vento frio chocava-se contra a minha pele e me fazia tremer, xinguei-me mentalmente por ter esquecido o casaco em casa, tamanha era a adrenalina, parecendo perceber isso, você tirou um dos seus agasalhos e me entregou.

Ficamos em silêncio por algum tempo, então sua voz soou bem baixinha me perguntando o que havia acontecido, e eu contei, coloquei para fora aquele turbilhão de pensamentos que rondaram a minha cabeça minutos antes. Foi um alívio; meu peito estava leve, eu sentia que poderia respirar de novo.

Depois que parei de falar, suas mãos foram uma para cada lado do meu rosto, levando-me a olhar nos seus olhos, prometendo-me que dali em diante você estaria do meu lado sempre, que eu poderia te contar tudo o que me afligisse, mesmo que fosse uma coisa muito boba. Disse que eu nunca estaria sozinho, porque tinha você agora. Algumas lágrimas ousaram escapar de meus olhos, mas rapidamente seus dedos acariciaram minha bochecha secando-as.

Ali, sentados na guia da calçada mal iluminada, percebi, enquanto te olhava, o quanto você era bonito, hyung. Os fios pretos cobrindo os olhos afiados que eu gostava tanto, a pele alva com algumas pintinhas espalhadas, o nariz de botão que me dava vontade de morder e os lábios finos levemente avermelhados... Era perfeito, Yoon, totalmente. Foi um pensamento estranho para o momento, mas ele se apossou de mim e não pude evitar que ele voltasse toda vez que te via.

Agarrei seu corpo com força, murmurando vários “obrigados”, não querendo sair dali nunca mais.

Lembra da placa que eu disse antes que seria alvo de um dos seus atos de rebeldia? Bem, você decidiu que precisava consolidar aquela promessa, e nada melhor do que vandalizar algo, não é? Como o clube era relativamente próximo à sua casa — onde havia sido o jantar daquela noite — e a minha corrida fez nós nos aproximarmos ainda mais, a placa foi o local escolhido para tal ato, nós íamos para lá sempre, então seria perfeito, pois nos lembraríamos disso toda vez que olhássemos para ela.

Eu estava com medo de algum guarda passar por lá e nos pegar, afinal, estávamos bem na frente do portão de entrada e costumava ter muitos deles ali, mas você só ria de mim, dizendo para relaxar, pois, aparentemente, estava tudo sob controle.

“Suji para sempre.

– Min Yoongi e Park Jimin”

Foi isso o que passou a marcar a grande estrutura de madeira. Mesmo que fossem pequenas letras em um cantinho, escritas com um pedaço de pedra achada na rua, aquelas palavras marcaram minha vida e nunca passaram despercebidas por meus olhos, eu sempre dava um jeito de lê-las quando passávamos por ali, cumprindo sua finalidade de lembrar-me das promessas feitas naquela noite fria de outono, mas que faziam meu coração aquecer.

Fomos recebidos por muitas perguntas quando chegamos na sua casa, os adultos estavam preocupados com o nosso sumiço, e claro, com razão, pela forma que saímos por aí à noite e o tempo que demoramos para voltar. Depois de respondermos todas elas e escutarmos alguns sermões, nós (meus pais, eu e o Jin hyung) fomos embora e eu despedi-me de você com um beijo na bochecha que deixou ambos corados. Não consegui parar de sorrir durante o caminho todo, estava tão externo a tudo que não percebi os olhares diferentes que a mamãe lançava em minha direção.

Obviamente, ela não foi a única que percebeu algo diferente. Subi as escadas de casa correndo em direção ao meu quarto sendo seguido. Quando me joguei na cama, Jin hyung entrou junto e se escorou no batente na porta. Seu rosto estava avermelhado e os olhos meio inchados; ele havia chorado? O quão egoísta minha reação tinha sido ao ponto de fazê-lo chorar? Sentei-me imediatamente na cama, preocupado, e dei duas batidas no colchão, pedindo para ele se aproximar. Quando o fez, joguei-me em seus braços abraçando-o apertado e pedindo desculpa por tudo aquele exagero. Ele repetia que não tinha problema, que me entendia, sendo o mais compreensivo do mundo, o melhor irmão do mundo.

Passamos praticamente a noite toda conversando. Eu não quis contar o que tinha acontecido horas antes por querer guardar aquilo só para nós, mas falamos sobre a faculdade, sobre a mudança e o quanto ele estava assustado e animado ao mesmo tempo. Nós rimos, choramos; eu pedi desculpa novamente e ele quase me bateu por repetir aquelas palavras. Foi muito bom ouvi-lo dizer que nada mudaria; apesar da distância, ele estaria comigo e eu poderia ligar quantas vezes eu quisesse para conversarmos.

Dormimos juntos, como quando éramos crianças. Acordei no dia seguinte sentindo meu peito leve como uma pluma, só por saber que, além de nada mudar entre nós, agora eu tinha você também.

Nós ficamos mais grudados do que já éramos, principalmente depois que o Jin hyung foi embora. Eu fiquei mal, claro, mas você estava lá comigo, e isso suavizou as coisas, deixando tudo mais fácil de lidar. Eu não estava sozinho, nunca estive, e sei que, se dependesse de você, nunca iria ficar.

Começamos a sair sempre juntos. Íamos a parques, assistíamos filmes no cinema ou em casa mesmo, você sempre inventava algo diferente para fazermos; eu topava qualquer ideia, só para te ver sorrir e passar mais tempo com você. Era muito bom estar com você, sentir sua presença ao meu lado como havia me prometido meses atrás.

Acho que não tinha percebido ainda por ser algo tão fraco que eu pensava ser apenas por conta da nossa forte aproximação, mas, desde aquela noite em que eu te vi de outra maneira, eu sentia que tinha algo diferente, mesmo não querendo acreditar. Toda vez que eu te via era como se tivesse engolido um saco de gelo inteirinho, cada toque fazia todos os pelos do meu corpo se arrepiarem; quando estávamos juntos, eu esquecia de tudo; te ver sorrir para mim era o melhor momento do meu dia, eu amava aquele sorriso aberto e verdadeiro que você só mostrava quando estava muito feliz. Cada conselho seu era guardado a sete chaves na memória para não esquecer nunca. O meu eu de dezesseis — quase dezessete — anos não entendia o que estava acontecendo, porém, ao mesmo tempo que era assustador, era tão bom.

Meu coração acelerava toda vez que você chegava perto, minhas mãos suavam, eu me sentia vivo ao seu lado; era capaz de qualquer coisa se você estivesse comigo. Era um sentimento incrível que me dilacerava de dentro para fora e me fazia querer gritar.

Então, deitado na grama verde daquele parque repleto de árvores de todos os tipos, observando seu rosto ser iluminado pela luz do Sol, que já estava se pondo, eu senti vontade de me aproximar mais, tocar seu rosto, sentir o gosto dos seus lábios — ali, desfrutando a brisa fresca da primavera, com muitas outras pessoas ao nosso redor, enquanto você falava sobre algo que eu não faço a mínima ideia do que era, eu senti vontade de te beijar, de te sentir. Isso me fez ter um mal súbito. Meu coração parou por alguns instantes; minha respiração se tornou afobada, desesperada, no mesmo momento você parou o que estava dizendo, perguntou-me se eu estava bem e eu apenas me levantei e saí correndo, deixando-lhe para trás confuso e preocupado.

Entrei em casa feito um furacão, indo direto para o meu quarto. Senti meu celular vibrar muitas vezes no bolso, mas eu precisava entender o que estava acontecendo comigo, por que estava sentindo tudo aquilo, então fui até meu notebook, sabendo exatamente para quem ligar.

Depois que meu irmão foi embora, nós nos falávamos quase todos os dias por ligação de vídeo, mas nunca tocamos em assuntos desse tipo, por isso me surpreendi quando revelei do que se tratava e ele apenas disse um “Ah, é só isso? Pelo jeito que você estava desesperado achei que fosse algo grave”. Como assim não era grave?! Olhei indignado para a câmera e ele apenas riu da minha cara. Inacreditável, não acha, hyung?

Ele me pediu detalhes do que estava acontecendo, e eu contei tudo o que estava sentindo, ouvindo risadinhas de sua parte, o que me deixava cada vez mais bravo. Aconselhou-me como sempre, fazendo piadinhas sobre minha lerdeza vez ou outra, disse-me que era algo normal e que estava demorando demais para perceber, tanto eu, como você, e que até ele já tinha ligado os pontos de tanto eu falar “O Yoongi hyung isso”, “O Yoongi hyung aquilo” com um sorriso bobo estampado no rosto.

Bem, ele estava certo. Se eu tivesse percebido antes, talvez estivéssemos juntos há muito tempo, mas eu era apenas um adolescente que não entendia o que estava sentindo, não tinha como me culpar por aquilo.

Desliguei a chamada, cansado de ouvir piadas ao meu respeito, puxei o celular do bolso e me surpreendi com as vinte e cinco mensagens que você havia me mandado todo preocupado. Enviei a pior desculpa possível, “Foi só uma dor de barriga, hyung, está tudo bem. Me desculpe ter saído daquele jeito”. Sua resposta chegou na hora, ameaçando vir pedalando até em casa a fim de provar para si mesmo que eu estava realmente bem. Sorri bobo para o aparelho e fui tomar banho, pensando no que faria a respeito dos meus sentimentos.

Eu tinha duas opções: contar ou esconder, como o Jin hyung havia dito; eu demorei demais para perceber que algo estava diferente. O receio de não ser correspondido tomou conta de mim por alguns segundos, até ele perceber minha expressão pensativa e tirar essa ideia da minha cabeça. Segundo meu irmão, ninguém faz o que você fazia por mim apenas de boa vontade; que, antes de ir embora, ele conseguia perceber os olhares diferentes direcionados a mim, como você sorria muito mais comigo do que com qualquer outra pessoa e o tanto que você tentava cuidar de mim em silêncio. Ouvir isso me deixou bem mais calmo e depois de pensar sobre, decidi que eu iria contar.

Montei um discurso mentalmente, arquitetei um plano que parecia ser perfeito — nada poderia dar errado —, e, mesmo que meus sentimentos fossem rejeitados, o que eu esperava que não acontecesse, estaria tudo bem, porque colocaria para fora algo que estava me sufocando e tirando minhas noites de sono.

Então eu te chamei para sair, de verdade; um jantar num restaurante. Eu planejava gastar minhas economias de um ano e meio para um vídeo game, mas isso era bem mais importante. O nervosismo marcou presença antes mesmo de você aceitar, o que como o esperado, aconteceu. Estava feito, eu abriria meu coração pela primeira vez no próximo sábado à noite.

Passei todos os dias ensaiando minhas falas milhares de vezes. Só pensar que o dia estava se aproximando fazia meu corpo tremer e milhares de pensamentos ruins de que algo daria errado rondarem minha cabeça, esses que eu rapidamente me esforçava para afastar. Não te vi em nenhuma vez naquela semana, com medo de estragar tudo assim que eu colocasse os olhos em você, e eu me arrependo tanto por isso.

Enfim, no sábado — lembro-me como se fosse ontem —, observava minha imagem no espelho, dando uma última checada na roupa: uma blusa polo vermelha, calça jeans preta com suspensórios da mesma cor e um par de all star de cano alto branco; não havia passado muita maquiagem, apenas uma sombra nos olhos para dar um ar de profundidade, e nada mais. Mandei a última mensagem para Jin hyung, despedi-me dos meus pais e saí.

O clima estava fresco, o céu livre de nuvens e bem estrelado, como você gostava, tudo perfeito. Minhas mãos suavam dentro do bolso da calça e meu estomago revirava-se em ansiedade; em pouco tempo você saberia de tudo, não teria mais filtros entre nós, eu estava preparado para isso. Tremendo de nervosismo? Sim, mas pronto para te deixar a par de todas as coisas que rondavam meus pensamentos.

Atravessei a porta de madeira do estabelecimento e sentei-me na mesa reservada, as pessoas a minha volta não davam a mínima para a vida alheia, todos concentrados em seus pratos de comida e taças de vinho, tendo companhia ou não. Avisei que havia chegado e, em poucos minutos, você atravessou a mesma porta que eu e se sentou à minha frente. Você estava simplesmente deslumbrante, a calça azul rasgada contrastava perfeitamente com a camisa social preta; nos pés, coturnos também pretos, o rosto livre de qualquer maquiagem, tendo apenas os fios pretos de seu cabelo sobre os olhos... Perfeito, como sempre.

Apesar da minha ansiedade, o jantar fluiu muito bem, nós conversamos muito e sobre tudo, não podíamos beber vinho por conta da idade, mas nossas taças de suco estavam sempre sendo reabastecidas pelo garçom. Você estava sorrindo muito mais o que o normal, e eu estava amando isso, eu sentia as batidas no meu peito dispararem por te ver tão solto e rindo tanto.

Estava tudo muito bom, mas o momento que eu aguardei a semana toda havia finalmente chegado. Olhei em volta, reparando que algumas pessoas já haviam ido embora e que novos clientes tomaram as mesas, a música ambiente me deixava mais calmo, então eu tomei coragem para começar.

Assim que chamei seu nome, seus olhos se direcionaram para os meus brilhando como as estrelas que vi mais cedo, pareciam esperançosos, mas era difícil saber. No mesmo momento, toda aquela determinação escapou pela sola do meu sapato, deixando-me sem saber como continuar, esquecendo de tudo aquilo que ensaiei durante horas, então eu apenas respirei fundo e me concentrei em você, pronto para começar novamente.

As palavras sairiam da minha boca se, naquele momento, um estrondo não tivesse me assustado. Olhei para você, seus olhos não estavam mais em mim, e sim encarando algo atrás de mim com uma expressão de horror no rosto. Usei a visão periférica para checar se havia algo de errado e todos os outros clientes me encaravam da mesma forma; eu não estava entendo nada, o que me deixava mais desesperado. Então, eu senti, uma pressão atrás da cabeça, algo gelado fazia força contra meu couro cabeludo, e uma voz grossa cortou o silêncio, “Todo mundo ajoelha e passa tudo o que tem, senão, os miolos do garoto aqui vão para o espaço”.

Não conseguia processar a situação. O que estava acontecendo? Por que agora? Isso é um pesadelo? Eram perguntas que eu fazia para mim mesmo enquanto encarava seu rosto, vi seus olhos marejarem e eu me lembro de murmurar que estava tudo bem e te ver assentir. Todos estavam sem reação, só faziam o que o cara mandava, você aparentava não estar diferente, e como eu queria que isso fosse verdade, eu desejava com todas as minhas forças que tudo o que passava pela sua cabeça fosse obedecer ao que ele mandava. Já deveria saber que era exatamente o contrário disso.

Lembro-me apenas de borrões, o homem se distraiu por alguns segundos, tempo suficiente para você se levantar e afastar aquela arma da minha cabeça.

Um único som foi capaz de tirar tudo de mim, levar embora minha força, minha paz, minha luz, um único movimento e eu senti tudo escapar entre meus dedos — eu perdi na noite em que eu deveria ganhar.

Pergunto-me até hoje se a culpa é minha, afinal, e se eu tivesse escolhido esconder? Você ainda estaria aqui? Eu ainda poderia sentir seu cheiro? Sua presença? Abraçar-te? Eu poderia ver seu sorriso brilhar em minha direção?

Naquele momento, o mundo parecia estar em câmera lenta, ajoelhei-me diante de seu corpo, sentindo o sangue quente em minhas mãos, não queria acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. Eu chorava desesperado olhando toda a situação, fazendo o máximo para estancar o ferimento, nem ligava mais para o que acontecia no resto do mundo, eu precisava dar um jeito de te salvar, você não podia ir embora daquele jeito, não podia ir sem saber que eu era, que eu sou apaixonado por você.

Senti um toque frio no meu rosto, suas mãos me guiaram até que eu pudesse te olhar nos olhos, e você disse as piores palavras que eu poderia escutar no momento:

“Jimin-ah, eu te amo.”

E então sorriu, o sorriso mais lindo e brilhante que eu já vi.

Doeu como se algo estivesse dilacerando meu corpo todo, como se algum órgão muito importante tivesse sido arrancado de mim, mas muito pior. O arrependimento por não ter dado mais atenção aos meus sentimentos e não ter percebido aquilo antes, o arrependimento de não ter passado aquela semana inteira ao seu lado, aproveitando cada momento como se fosse o último, e realmente era.

Mas agora você estava indo embora e levando uma parte de mim. Eu conseguia ver sua chama se apagando enquanto te olhava; senti-me impotente, culpado, bravo com você e comigo. Por que fez aquilo, hyung? Aquela arma estava apontada para a minha cabeça, não para a sua, era para ser eu, não você.

Sempre que eu pensava nisso, aquela frase voltava a se repetir.

“Jimin-ah, eu te amo.”

Até que me dei conta que faria o mesmo por você.

Foi embora sem me dar a chance de dizer.

Eu também te amei; te amo, e sempre amarei, Min Yoongi.


~~


Notas finais: e... é isso... kkkkkkk, quero agradecer pela betagem feita pela @2minym, a capa (que ficou perfeita meu deus eu amei) feita pela @je0n e ao projeto pela oportunidade <3

até a próxima!

30 Ağustos 2021 18:19 1 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
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Son

Yazarla tanışın

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Yorum yap

İleti!
giiviiana Lima giiviiana Lima
Nossa... Isso não se faz, minha gente. Que doooorrrr esse final.
August 30, 2021, 23:40
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