Julho costuma presentear os olhos curitibanos com dias em o sol brilha majestoso até se pôr, acarinhando os galhos secos das árvores que florescerão quando a primavera regressar, tomando conta dos pássaros que gorjeiam e se regozijam da plenitude porque foram abençoados com o alimento que os nutre e permite que possam ser felizes sem a necessidade de ostentarem nada, das abelhas que beijam as flores com tanta ternura, aquecendo a relva, os pequenos dentes-de-leão que crescem e assopram desejos que se perdem no vento e também aos corações que necessitam dessa maravilhosa energia para saírem da cama e irem à luta.
As noites são mais frias e quando a neblina não encobre a lua e as estrelas, é possível perder-se nos mais diversos encantos que o sétimo mês do ano proporciona para aqueles que desejam encontra-los. As crianças desenham nos vidros embaçados do chuveiro, os corações apaixonados se confessam da mesma forma, deixando subentendido o bem querer numa inicial traçada com as pontas dos dedos trêmulos.
O primeiro semestre já se despediu. O segundo está em andamento, a ser escrito. Julho faz um convite à esperança, sendo o sol de quem busca uma motivação para tirar de dentro da gaveta todas as metas idealizadas lá no início. A primeira metade pode não ter sido favorável por inúmeras razões, talhando a modéstia, apontando noutra direção.
Julho é um dos meses mais bonitos do ano. Nos dias nublados a alma se recolhe para encontrar abrigo numa leitura que agregue. Nos ensolarados, momento de fechar os olhos e abrir os braços, deixar o coração falar, os raios de sol te acarinharem e te mostrarem as belezas que o inverno possui.
Anda, vai. Se você quiser, eu seguro na sua mão.
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