oak Rodrigo Carvalho

Duas pessoas se abrigam em uma cabana. Elas conversam sobre alguns aspectos de sua realidade. A magia que há, é questionada como é e,sua essência é demonstrada. Um aprende algo e o outro expõem a grandiosidade de seu conhecimento.


Kısa Hikaye Sadece 18 yaş üstü için.

#conjuração #mistério #shounen #magia-de-sangue #magia #feitiçaria #conto #fantasia
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O que é a Palavra?


Dois homens entram em uma cabana bem rustica fugindo de uma enorme nevasca que os cercava. Os dois vestem roupas bem diferentes; um deles, o que tem cabelo escuro e um rosto jovial, está cobertos com pesadas roupas feitas de peles, o outro, de cabelo castanho avermelhado e rosto mais maduro, veste um túnica escura com elementos em dourado por todos os lados.


- Você não vai nem se esforçar para controlar essa tempestade, mesmo?

- Eu? Você quem deveria fazer isso..

- Olha, se a gente não estivesse correndo risco de vida aqui, eu até entenderia você falar isso..

- E estamos correndo risco de vida?

- Claro que sim! Foi sorte a gente achar essa cabana aqui, íamos congelar lá fora!

- Você dá muita atenção para coisas pequenas..

- Você que não dá atenção pras coisas importantes! Nós!


O rapaz das roupas pesadas baixa seu capuz de peles enquanto arruma os tocos de madeira na lareira e reclama com o mais velho que por sua vez senta-se em uma das cadeiras velhas e estica seus pés sobre a outra.


- Olha, Kaz, você precisa parar de pensar como um garotinho...

- Como assim? Olha só você! Nem pra se prestar a acender o fogo!

- Viu, bem assim... todo desesperado. Você lembra o que somos?

- Desesp... claro que lembro! Somos conjuradores!

- Então.. haja como um. O que um conjurador faz quando está ameaçado por algo?

- Bom.. ele conjura? rs

- Hahaha viu? Já tá fazendo graça. Acho que já pode tratar de resolver a situação como um de nós, usando a Palavra.


O recém denominado Kaz olha pra o mais velho com um olhar incomodado, uma das sobrancelhas levantadas e a outra pressionada para baixo. Ele respira fundo. Vira-se para as madeiras e respira fundo.


- Você tá se sentindo pressionado ou algo do tipo? Por que se tiver.. relaxa, eu não estou aqui como o seu professor. Me veja... como alguém que não ta nem um pouco preocupado com morrer congelado e só quer ficar aqui sentado.


O rapaz olha para o lado sutilmente encarando o outro por um instante e logo volta-se para o que estava fazendo. Se ajoelha a frente dos tocos de madeira e fica com o corpo ereto. Ele move seus braços, mãos e dedes numa espécie de dança enquanto recita algumas palavras num idioma indecifrável apenas pelo som. Dentro de sua mente, fala consigo mesmo; surja a minha frente, chama, labareda, o fogo que eu desejo e necessito. Os círculos mágicos sobrepostos surgem, um sobre o outro e logo desaparecem. O fogo surge e abraça a madeira em um instante. As chamas são fartas e abocanham todo o espaço referente a lareira tornando o ambiente praticamente escuro num lugar claro, tomado por tons vermelhos e laranjas,


- Ai, viu só? Não foi difícil.

- Não, mas.. não tem o que comer aqui, logo não vou ter mais energia para criar mais nada.

- Eu te falei que deveria se alimentar bem antes de sairmos, o clima aqui é instável.

- É fácil pra você falar, parece que é um buraco sem fundo, nunca vi alguém comer tanto e não ter nem gases!

- Do que você tá falando, garoto? Eu mal como, a diferença é que minha dieta é equilibrada. Você sabe muito bem que precisamos nos manter saudáveis para conseguirmos extrair da comida a energia natural, num é?

- Olha, Mordred.. agora que você falou..por que é que vocês chamam de palavra?

- Vocês, quem? Nós. Quantas vezes vou ter que falar pra você aceitar que agora faz parte de tudo isso?

- Ah.. acho que é.. a força do hábito, você sabe.. você foi lá, me tirou de casa.. enganou meus pais..

- Opa opa, garoto, não vem com essa. Você sabe que não os enganei, as convenções de Ygard e de Ventouzza não permitem que façamos mais isso.

- Podem não permitir, mas não muda o fato de você ter mentido pra eles.


Agora é a vez de Mordred encarar o garoto. O rosto retesado pode demonstrar alguma irritação, mas Kaz sabe que aquilo não é necessariamente verdade. Aquela é a expressão de seu professor preparando uma resposta que vai deixa-lo bem incomodado.


- Ofereci a sua mãe e pai um contrato. Você vai estudar na melhor das academias do mundo, ter o melhor ensino, acesso aos melhores equipamentos, cuidados médicos que apenas os líderes de sua sociedade tem, receberá ajuda de custo mensalmente num valor que não faz sentido para eles, e você acha que eu os enganei? Não. No máximo, os comprei. E você, Kazemyr, concordou, afinal, está aqui comigo. Ou eu estou errado?


Kaz respirou fundo e olhou para o lado desviando da encarada e das palavras do professor. Retirou as luvas pesadas feitas de pele e catou em seu bolso uma foto. A última foto que tirou com seus pais - tirou um dia antes de partir, mesmo não gostando de foto, foi ele mesmo que procurou os dois para tirar.


- Não, num ta errado. Mas.. é que ainda é estranho.

- Bom, na minha época a gente sequestrava as pessoas.. então é pelo menos, menos cagado, eu diria.

- É, realmente é menos cagado.

- E você vai ter uma poupança bem cheia depois que terminar seus estudos.

- Mas o dinheiro vai servir pra que?

- Bom, ai é com você

- Hm.. o mundo real vai perder tanto o... sabor assim?

- Vai, mas não é ruim, você vai aprender a aprecia-lo de outra forma.

- Vou mesmo?

- Bem, tudo terá um ar diferente, mas o carinho por todos vai durar até nenhuma memória sua perdurar entre eles..

- Ah.. é, tem isso também..

- Não é tão ruim, quando vi a primeira lâmpada ser ligada eu realmente achei que fosse magia.

- Você é idiota rs

- Espere chegar na sua vez moleque..


Os dois se olharam com sorrisos contidos nos rostos. A sala já estava bem aquecida e Kaz retirava o casado pesado, mostrando uma camiseta de uma banda que gostava e a mochila escura que sempre carregava com suas coisas.


- Então.. você quer saber sobre a isso se chamar Palavra?

- Bom, se você não quiser falar porque vai fazer parte de alguma aula e coisa assim.. eu entendo

- Na verdade não, a gente não costuma ensinar isso. Só vamos falando até que vocês passem a falar também, simples assim.

- Mas que ótimos professores vocês são..

- Osh.. você tem a maior biblioteca da existência humana, o que custa ir até lá e pegar uns livros pra ler?

- Bem.. tem muitos livros?

- Você pode ler mais de um ao mesmo tempo usando a magia, moleque, para de ser fresco..

- Ok ok, me conta, aqui não tem li..


Mordred sem cerimônias atravessa sua mão através de círculos mágicos e retira um livro com glifos não compreendidos por Kazemyr, que olha para aquilo com um misto de indignação e admiração.


- O que foi? Magias de Transposição..

- Você fala como se fosse fácil..

- E deveria não ser?

- Pra mim não é.

- Por que você não pratica, não se alimenta bem e não pega um livro pra ler..

- Ah.. tá bom, tá bom.. Me fala logo o que é a palavra.


O professor levanta-se e encara o aluno. Seus olhos brilham em poder vivo, seu corpo começa a levitar enquanto ele ainda segura o livro em sua mão. A sala começa a tremer, mas logo todo o ambiente da casa faz o mesmo. Kaz não sabe se observa Mordred ou segura-se em alguma coisa. Há círculos mágicos por todos os lados mas o homem parece não fazer um único movimento ou dizer uma única palavra.


- Porra.. Mordred, não precisa derrubar a casa pra me mostrar as coisa! Aqui dentro ta pior que a tempestade lá fora!


A reclamação, quase suplicante do rapaz, retira um sorriso do rosto do homem envolto de poder.


- Isto é a Palavra. É a manifestação metafísica da energia da vida que cada ser nesse mundo e em qualquer outro possui. Dimensões e universos são todos feitos do mesmo princípio e em tudo há essa energia. A palavra é o que nos permite retirar um pouquinho dessa profusão energética e usar.

- Tá tá.. então para de tentar me matar e me deixa pensar por um instante pra fazer outras perguntas!


A manifestação diminuiu lentamente até acabar. Mordred agora está parado de braços cruzados, com o mesmo livro flutuando a sua frente. Ele observa o rapaz se recompondo e pensando em algo para falar, enquanto se escora numa parede da sala.


- Assim fica melhor?

- Claro que fica! Que desnecessário da tua parte fazer isso..

- Uma demonstração prática do uso da Palavra é importante..

- Importante pra quem? Tu num tem pra quem se exibir aqui não, só tem eu.. e eu quase morri!

- Olha lá.. o desespero outra vez, num caiu uma poeirinha em você..

- Me matar do coração! E não caiu porque tava tudo voando pra todos os lados!

- Você é exagerado garoto..

- Você é louco!

- .. você não vai perguntar mais?


Os olhos semi cerrados de Kaz fitam a figura de seu professor, em especial seu sorriso malicioso. Aquilo com certeza era uma punição por ele não estudar tanto quanto deveria. Maldito Mordred, ele pensa, não podia ser como um professor normal e só puni-lo dando notas baixos ou fazendo piadinha na frente da classe toda?


- Vou perguntar sim, Mordred.

- Então pergunte, estou pronto para responder.

- De onde ela veio? A palavra.. de onde veio?

- Quando as forças inexoráveis criaram a existência, impregnaram nela sua vida. Essa vida é essa energia. Os primeiros seres criados, as entidades que alguns chamam de deuses, foram os primeiros a usa-la. Perceberam que podiam extraí-la de seus receptáculos pedindo. Você sabe aquelas palavras que diz na sua mente no final da construção dos círculos mágicos? Então, aquilo. A palavra.

- Olha, eu sei que conjuradores tem os egos inflados e tals, mas você tá indo bem longe dentro disso...

- Nunca falei que somos como esses seres. Apenas que fazemos da mesma forma. Eles retiravam quantidades absurdas dessa energia de tudo. Deles mesmos e de tudo a sua volta.

- Então.. somos semi deuses?

- Eu não sei o que passa na tua cabeça, garoto, mas.. não. Não somos. Somos homens que aprenderam a fazer o mesmo e só isso.


O rapaz aponta para Mordred preparando seu argumento final. O professor apenas espera a ação de seu aluno com um sorriso desafiador no rosto.


- Mas você não faz gestos ou fala palavras quando acessa essa energia, a Palavra, isso quer dizer que você atingiu o nível dos deuses?!

- Ah.. Kaz, eu achei mesmo que você não ia fazer essa pergunta idiota.

- Mas..

- Olha, isso quer dizer que eu estudei muito e conseguir dobrar as leis naturais do uso da palavra. Não que eu me tornei alguma coisa diferente. Eu só sei mais do que você, porque tive tempo, vontade e incentivo. Claro que nem todos chegam a esse nível, mas isso não importa. Uma vez que você seja capaz de fazer os três passos para acessar a palavra com velocidade, você ainda pode ser tão habilidoso quanto alguém que, como, eu não usa mas os três e, resumiu todos apenas num único pensamento.

- Isso é injusto..

- Como poderia ser injusto eu ter estudado por 239 anos e você, que aprende comigo a 11 meses, não termos o mesmo nível de conhecimento?

- Não é isso..

- O que é então?

- São tantas coisas, as 8 linhas mágicas - que eu nem sei porque se chama magia, se na verdade é a Palavra - as questões das transformações físicas que a.. magia pode nos proporcionar, os glifos, os sinais de mão e dedos, até a expressão corporal..

- Não fale sobre a aliment..

- Ter que comer como vocês querem..

- Qual o problema em entender que o corpo humano retira a magia - se chama magia porque os mortais chamam assim e a gente, bem.. a gente achou que soava legal - do alimento, mas em baixas quantidades. E para melhorar essa extração e torna-la melhor todos nós precisamos nos alimentas de forma saudável. Você quer cansar depois de fazer uma simples conjuração?

- Não..mas se isso acontecer você já me ensinou o que fazer.

- Tá, sim, ensinei, mas não é sobre isso que eu falo.

- Ué, mas não é só ir lá e enfiar a mão no outro cara?

- Não, Kaz, não é. Apesar disso, o que você falou tá correto. Num combate um contra um, você pode aproveitar o fator físico e atacar o seu adversário que geralmente está muito ocupado se concentrando na sua magia. Vai pega-lo de guarda baixa.

- Então!

- Mas não é isso, garoto. A alimentação torna seu corpo saudável e a extração da magia mais fácil. É o primeiro passo para você conseguir compreender melhor o uso da palavra.

- Comer bem.. vai me ajudar a não precisar fazer toda essa dancinha pra acender uma fogueira?

- Olha, é pouco mais complexo que isso, mas sim. É o começo do processo de evolução e aprendizado.


Emburrado Kaz se levanta e estende a mão apontado para uma das paredes.


- O que foi?

- Pode tirar a gente daqui? Eu to com fome e queria tentar comer direito.

- Sério?

- Bom, eu também to com frio, já que você apagou a fogueira que eu fiz e, destruiu minhas roupas com seu showzinho.

- Ah.. bem, claro, então..


Um circulo mágico aparece a frente de Mordred e longo um portal com o formato de uma porta bem trabalhada e entalhada surge.


- Precisa ser tão bonito?

- Não questione um artista..

- Você não é um artista..

- Você quer ficar aqui?

- Sua arte é linda..


FIM



02 Ocak 2021 08:28 0 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
0
Son

Yazarla tanışın

Rodrigo Carvalho Gosto de escrever, ** *** ******* ***, por enquanto é só isso.

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