Ismália estava trancada no próprio quarto. Estaria ouvindo música no volume máximo, se seu ciborgue pessoal não tivesse interceptado o sinal de qualquer serviço tecnológico que tentasse acessar. Desconfiava que deveriam haver 10 minutos desde que aquele robô - ou seria aquela robô? O design era definitivamente feminino, mas não via a necessidade de perder tempo discutindo o gênero de um objeto - estava batendo na sua porta insistentemente.
Ismália não gostava de robôs. Eram inconvenientes. Recusava-se a ter algum, mas Driano, seu tio, fizera questão de “presentear-lhe” com aquela coisa quando a mãe de Ismália foi apreendida pela Justiça. Para fazer-lhe companhia, enquanto a situação não se estabilizasse.
‘Lógico, tio, porque tudo que eu quero agora é de companhia.’ Pensou, ironicamente.
Ainda nem dera um nome à robô ainda, queria evitar afeiçoar-se. Desconfiava que, por ainda ser uma paciente em observação, aquela robô deveria filmar imagens e mandá-las diretamente ao seu psiquiatra ou ao seu tio. Tentaria, de todas as formas, camuflar suas frustrações. Quem sabe assim não a liberariam.
Conseguiria acabar com aquele tormento e reprogramar a robô para executar suas funções de forma silenciosa e distante - se não fosse aquele maldito diagnóstico que a julgava “inabilitada” e “emocionalmente instável”.
‘Estável… Como se estabilidade existisse.’
Pelo o que a robô falava, o Parlamento estava a convocando para um interrogatório. No mínimo, deveriam desconfiar de que a filha da rainha estava envolvida com seus desvirtuamentos e fingindo estar doente para escapar de qualquer suspeita ou punição. ‘Como se eu me importasse.’
“Ismália. Ismália, por favor, abra a porta. É contra as minhas regras invadir a sua privacidade, não posso arrombar a porta a não ser que esteja em risco. Por favor, venha, é importante.”
Ismália. Como tinha a ousadia de chamá-la apenas pelo nome? Todas se direcionavam a ela como senhorita Umbrana, ou até mesmo como princesa Ismália - embora o termo fosse arcaico.
A tela em sua parede ligou sozinha. “Ismália.” A imagem de um avatar virtual apareceu. Era uma garota de cabelo longo e rosa, com um arco de flores ao redor da cabeça e vestida em um simples e longo vestido branco. Seus olhos eram de cor âmbar.
‘O que ela tinha dito sobre não invadir a minha privacidade, mesmo?’
O avatar que a robô havia projetado em sua tela olhou em direção à Ismália de forma expressiva. “É preciso que você venha.”
Ismália ergueu a sobrancelha. Queria barganhar. Questionar a efetividade de seu tratamento. Que robô enfermeiro no mundo deixaria o paciente ser questionado sem as devidas condições? Impuseram isso? Qual era a necessidade? O que havia acontecido?
Mas como sempre, apesar de querer falar o mundo, não falou nada. Uma bola imaginária parecia estar em sua garganta, e as palavras não escapavam.
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