Parecia apenas mais uma noite fácil de trabalho para Denise. A agência de babás havia entrado em contato para fornecer o endereço e os contatos da casa onde ela cuidaria de dois garotos de 6 anos. Portanto, era só criar uma distração para as crianças e depois deitar no sofá, esperando que as 8 horas de trabalho passassem. No máximo, ela teria que preparar algo para os garotos comerem.
Quando chegou à casa, a mãe mostrou apenas uma criança, o que era estranho, já que a agência tinha dito que eram gêmeos. Apesar disso, ela decidiu não questionar, talvez fosse um engano da atendente que lhe passou o trabalho. Denise ouviu as enfadonhas recomendações da mãe da criança e, quando ela finalmente saiu, a babá sorriu aliviada, afinal, agora poderia relaxar.
O garoto, chamado Pedro, brincava feliz em um cercadinho cheio de brinquedos. A babá o deixou por alguns minutos na sala enquanto dava uma olhada em toda a casa. Ela sempre fazia isso quando era contratada para trabalhar em casas tão bonitas quanto aquela.
Enquanto caminhava por um corredor com paredes amarelas, ela reparava nos quadros com fotos de família que estavam pendurados ali. A primeira foto era do casal no dia do casamento. A segunda era do bebê Pedro, mas infelizmente o fotógrafo não era muito bom. Em vez de centralizar o bebê no meio da foto, ele o deixou no canto esquerdo com um espaço vazio bem grande na parte direita. Estranhamente, as outras fotos de Pedro eram assim também.
Enquanto verificava o quarto do casal e admirava a bela cama gigantesca que eles tinham, ouviu um choro. Ela voltou correndo pelo corredor para ver como o bebê estava, mas ele ainda estava brincando alegremente com uma girafa de pelúcia. Ela deu de ombros e voltou para o quarto. No entanto, mais uma vez ouviu um choro. Ela olhou para trás e viu que Pedro ainda estava brincando de maneira alegre. Gradualmente, ela percebeu que o choro vinha do quarto no final do corredor.
Caminhou até lá para verificar do que se tratava aquele barulho. Entrou e viu um quarto infantil bem decorado e colorido. Olhou ao redor e não viu nada de diferente. Quando se preparava para ir embora, ouviu uma voz infantil.
— Moça, estou com fome. — Disse alguém atrás da babá.
Denise olhou assustada e viu o pequeno Pedro parado atrás dela. Como ele poderia ter saído do cercadinho sozinho?
Ela ignorou esse fato, pegou Pedro no colo e o levou até a cozinha. Estranhamente, o garoto estava com a pele gelada. Colocou-o na cadeira de refeição e foi pegar um pedaço de bolo de fubá para alimentá-lo, conforme as orientações da mãe do menino.
Enquanto pegava o alimento no armário, ouviu um barulho de algo sendo arremessado lá na sala. Olhou para trás e viu Pedro sentado na cadeira, olhando para ela com uma expressão séria demais para uma criança.
Levou o bolo até ele e começou a ouvir novamente um barulho vindo da sala. Era como se alguém estivesse batendo algum objeto de plástico contra o piso.
— Come aí, bebê. A tia vai ver uma coisa.
Quando chegou à sala, encontrou Pedro no cercadinho batendo um carrinho de plástico no chão. Mas se o garoto estava ali, quem era o outro menino que comia bolo na cozinha?
A babá sorriu nervosamente e depois se lembrou de que a atendente tinha dito que se tratavam de gêmeos. Suspirou aliviada, mas estranhou o fato de a mãe nem mencionar o outro garoto enquanto dava suas orientações.
— Ei, Pedrinho, como se chama seu irmãozinho? Sua mamãe maluca nem falou dele. — Indagou ela.
— Eu não tenho irmãozinho. — Respondeu o garoto com uma sinceridade que só uma criança era capaz de ter. Denise engoliu em seco.
— A tia está falando sério, Pedro. Como se chama o seu irmão? — Perguntou ela novamente, com uma voz mais séria. O garoto a olhou com uma expressão de quem não estava entendendo nada.
farelos. Ela correu para a sala e viu um quadro em que a mãe de Pedro o segurava em um dos braços, enquanto o outro braço estava vazio. Seu coração disparou e, quando ela se virou, o outro garoto a observava com olhos arregalados. Enquanto isso, Pedrinho gargalhava no cercadinho.
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