silva-pacheco1589114879 Silva Pacheco

Antes da chegada dos homens do Mar, os Homens da Terra adoravam aos Primevos. Tupã, emissário do Sol Criador e manifestador do poder Primevo, desapareceu entre as estrelas lamentando a maldade dos Homens da Terra e mais ainda as abominações dos Homens do Mar. Desde então, os demais Primevos caminham em busca da sobrevivência enquanto tentam manter seu Mbá (Propósito) na Criação. Mas, em 1949, o roubo de uma certa urna funerária e o assassinato de um gentil padre despertaram a atenção deles...


Fantastik Epik 13 yaşın altındaki çocuklar için değil.

#histórico #aventura #mistério #inkspiredstory #mitologiabrasileira
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Prólogo


Março de 1949


Isabela levou a mão ao ombro direito, cerrando dolorosamente os lábios. Recobrando-se, aproximou a máquina de escrever sobre a mesa diante de si. Pôs-se, então, a datilografar:

Caro professor Strauss:
Escrevo estas linhas a fim de concluir meu relato sobre a experiência na Caverna das Amendoeiras. Considerando suas constantes advertências acerca do que considera ser excessiva credulidade minha, ressalto, com veemência, que as letras a seguir são a tradução mais direta que pude expressar de tudo que eu mesma ví e ouvi.

A mulher pegou o cigarro parisiense sobre a mesa. Levou-o aos lábios e tragou saborosamente. Prosseguiu:

Os desdobramentos daquele inusitado trabalho de campo me trouxeram, para minha surpresa, da selva matogressense à São Paulo. Imagino que o senhor acompanhou, pelos jornais e pelo rádio, a catástrofe que se abateu sobre esta metrópole onde viveu e lecionou. Adianto-lhe, por esta razão, que, com exceção de escoriações já medicadas, estou bem.

Ela relaxou na cadeira, suspirando como antes quando levou, de novo, a mão ao dolorido ombro direito. Tragou mais uma vez o cigarro e levantou em seguida, lançando sobre o corpo nu e tatuado o hobby de seda que estava pendurado do lado da cadeira. Amarrando a vestimenta, caminhou na direção da varanda do requintado quarto do hotel.


A paisagem ainda era desoladora. Carros quebrados, bondes batidos, postes caídos e quarteirões inteiros sem energia elétrica, até onde sua vista alcançava.


A maior cidade dos homens agonizava debaixo de lama, lixo e água. Isabela deu outra tragada no cigarro, buscando alivio para o ombro e palavras convincentes para o que havia de relatar.



O flash da máquina fotográfica, lançado sobre o corpo do padre, iluminou a igreja.


- Parece ter havido luta – relatava o perito, voltando-se ao senhor de bigode de morsa e casacão bege parado do seu lado – há marcas de tiros no teto. O assassino trespassou a vítima com objeto perfurante que parece ser uma lança, mas nenhum tiro o atingiu. As senhoras que vieram rezar ficaram chocadas ao chegarem e verem a cena. Não há suspeitos: as demais pessoas interrogadas só tinham elogios ao pároco, e não mencionaram nenhum desafeto.


- ‘Porca miséria’! – exclamou o velho, metendo a mão por baixo do chapéu para coçar a própria cabeça – E os documentos dele?


- Mão há nada na casa paroquial sobre o tal padre. Documentos pessoais, fotos de família, nada.


- O assassino pode ter levado?


- Não há marcas de arrombamento, nem de que as gavetas foram mexidas. Também não foi levado nada de valor.


- Então o padre não tem documentos, nem nada que o identifique?


- Bem, ele é famoso no bairro...todos gostam do Padre Honório.


- Ok, mas...nada sobre ele em forma de documentos?


- Não, senhor.


- ‘Porca miséria!’


- O que faremos, Inspetor?


Gulliver, o velho de casaca, olhou em volta enquanto coçava, de novo, a cabeça. Depois, estalou o dedo, chamando o homem que tirava fotos do local do crime.


- Recolha tudo. Por hora, lacre o local e voltemos para a Inspetoria.


Os policiais terminaram o serviço e entraram na viatura, depois de isolar os portões da igreja com uma fita zebrada. Do outro lado da rua, abrigado debaixo de uma marquise, um homem ao lado de um vaso de barro observou-os partir. O chapéu de palha com abas largas impediria visão de seu rosto, mas as chamas do cachimbo que acendeu revelaram o semblante tenso de seu rosto.



O interminável cheiro do lixo acordou Francisco. Ele abriu lentamente os olhos, tentando entender que chão sujo e que paredes descascadas eram aquelas. Levantou-se, recostando o ombro numa das paredes daquele beco escuro. E tapou a vista diante das luzes de neon do outro lado da rua.


O ronco no estômago interrompeu suas tentativas de lembrança. Uma lufada do vento noturno, que soprou pelo beco, o fez perceber também que estava sem camisa por baixo do imundo paletó branco que vestia. Apalpando o próprio peito, sentiu a cicatriz que he cortava o lado esquerdo.


O estômago roncou de novo.


– O que aconteceu comigo? - perguntou-se ele.


22 Ekim 2020 22:13 2 Rapor Yerleştirmek Hikayeyi takip edin
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Sonraki bölümü okuyun Parte 1: Segredos sob o Céu

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Isís Marchetti Isís Marchetti
Olá, Silva! Tudo bem com você? Faço parte do Sistema de Verificação e venho lhe parabenizar pela Verificação da sua história. Confesso que a principio eu fiquei bem perdida e precisei pesquisar sobre a mitologia indígena. Depois de alguns pontos esclarecidos, a história começou a tomar forma e me prendeu totalmente. Bom, a coesão e a estrutura do seu texto estão ótimas. A sinopse está simples, mas bem atrativa e ela já deixa a premissa do que está por vir no ar. A narrativa está surpreendente, confesso que eu fiquei bem empolgada com a ideia que você trouxe no primeiro capítulo de um dialogo muito informal, achei bem bacana e de alguma forma acabou me lembrando sobre como eram as formas despojadas e menos formal com a qual se falava naquela época. Quanto aos personagens, como eu disse eu não conhecia nada sobre o assunto até me deparar com sua história e ter que pesquisar, mas confesso que eu fiquei curiosa sobre a história que cada um carrega consigo e a tristeza que vem carregados com cada um deles. Quanto à gramática, tem alguns apontamentos que gostaria de te mostrar em: “ Os bichos se escolheram” em vez de “se encolheram, “dona Gestrudez” em vez de “dona Gertrudez” em alguns momentos da palavra você se refere a ela como “Gertrudes” o ideal seria escolher uma única forma, “eprgunta” em vez de “pergunta” entre outros que acredito que todos eles tenham sido erros de digitação, muitas vezes causados por digitar rápido mesmo. E um outro errinho que é falta de acentuação em “— Que?” em vez de “Quê?”, “cópo” em vez de “copo” sugiro que você de uma revisadinha para poder melhorar mais ainda a qualidade do texto, não que esses apontamentos de alguma forma interfira a interpretação, longe disso. É só uma dica para arrumar e atrair mais leitores ainda. No geral é uma ótima ideia que você tem aqui e acredito que pessoas, diferentes de mim, e que já conhecem sobre o que se trata de verdade, iram gostar muito do seu trabalho. Abraços.
February 18, 2021, 11:48

  • Silva Pacheco Silva Pacheco
    Ah, obrigado. Realmente, sabemos pouco sobre oas mitos indígenas, e o próprio temro indígena é problemático. Mas, como os mitos (de quaisquer culturas) são flexíveis, eu acabo por utilizá-los enquanto metáforas de outras questões: aí não posso dizer para não dar spoiler rsrs. Vou tentar rever estas questões da digitação. February 18, 2021, 18:48
~

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