juanpablo Juan Diskay

Como uma árvore sadia, João produzia seus frutos com simplicidade e inocência, deixando sua marca em todos os lugares que trabalhou, sem aprofundar suas raízes. Em uma sorte inesperada do desconhecido destino, encontrou em duas moças estrangeiras, que foram extraídas da segurança da família, e se envolvendo profundamente, descobrindo um improvável sentimento do seu grosseiro estilo de vida. Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com as personagens, como suas atitudes e nomes, terá sido mera coincidência. Os lugares, alguns imaginários e outros não, foram inspirados no progresso da história. Plágio é crime.


Эротика 18+.

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RAÍZES SOLTAS

O calor escaldante e uma umidade a quase 100%, eram alguns dos desconfortos para quase três mil trabalhadores que montavam uma superestrutura de aço e concreto nos extremos da maior floresta tropical do mundo. A própria floresta era o principal fator da elevada umidade. Banhos de suor desidrata os operários durante o dia. Chuvas circunstanciais diárias tornavam o clima ainda mais abafado, com sensações térmicas bem acima da temperatura atuante. João se hidratava com litros de água potável, controlando uma turma de cerca de seiscentos homens, trezentos por turno, dois por dia. Homem alto, forte, ainda jovial nos seus trinta e oito anos de idade, de uma aparência simpática, sempre era chamado para estas obras nos confins do mundo. Tinha um carisma de controlar seus subordinados de forma serena e profissional. Tímido por natureza, trabalhou a maior parte de sua vida em obras de grande porte, se apartando por longos períodos de sua casa. Sem a oportunidade estudar muito, aprendeu a profissão seguindo caminhos como muitos trabalhadores que atuam neste segmento da indústria da construção. Ganhou respeito e promoções pelo próprio mérito, tendo muita facilidade de assimilar as pré-condicionais conceituais, interpretando projetos e visualizando precisamente a sua execução. Não importava com os detalhes de acabamentos finais. O forte dele era mesmo a infraestrutura bruta. Quinto filho de uma família de oito, saiu de casa ainda aos dezesseis anos, que trabalhava até então na lavoura fadigante e instável de seus pais, no norte de Minas, uma região que recebia naturalmente as intempéries da caatinga do nordeste do país. Era um período de fartura e dez de dificuldades.

— Porque meus pais gostam tanto daquele lugar? Pensava ele, dos seus progenitores que nasceram o foram criados ali, assim como seus ancestrais. Não se sabe qual foi o primeiro, mas se sabe que estão ali, na sêca, a mais de duzentos anos, o limite das lembranças e histórias familiares. Ainda vivem com os pais dois dos irmãos. A primogênita, que já esbarrava nos seus cinquenta anos, azarada por não achar um interessado na sua beleza peculiar. Acredita-se ser pura até hoje. E um rapaz da prole intermediária. Jagunço como o pai. Os outros, como ele, procuraram outros caminhos para quebrar o sofrimento da vida e seus recursos limitados naquela região. Se importava, mas também tinha suas responsabilidades pessoais. Nunca casou, mas tinha um filho, de dezesseis anos, concebido numa relação instantânea dele com uma moça desembaraçada, vizinha de seus pais. A visita dele na região tem dois objetivos. Uma é o apoio incondicional aos pais. O outro é verificar as condições do filho, ainda na proteção da mãe solitária, cobrando a educação e saúde do rapaz. Nunca soube o que é amar além da afeição aos pais e ao seu filho. Quando visitava a mãe de seu filho, se tornava marido e amante dela. Opção dela também, que tinha uma afeição muito grande por ele, e abandonada pela sua família devido a sua atitude inexperiente e nefasta, aos olhos dos tradicionais. Mas João é um homem muito bom e bonito. Difícil abandoná-lo ou traí-lo.

Encerrando suas quatorze, quinze horas diárias de trabalho, retornava ao seu alojamento, que lhe privilegiava uma acomodação solitária, com um banheiro separado, diferente da maioria que se espremiam com três, quatro ou até cinco pessoas no mesmo dormitório e sanitários coletivos.

Pessoas estas que nunca se viram e quando a obra encerrar, talvez nunca mais se verão. A incompetente e pouca seletiva escolha destes trabalhadores, eram teoricamente a única chance de encher o quadro prometido contratualmente e uma oportunidade para os profissionais terem algum trabalho que lhe trouxessem algum tipo de conforto, sendo vários deles com família formada a milhares de quilômetros dali. Era uma heterogênea mistura de sotaques e tradições, com cada um defendendo suas manias e formas de viver, até criando grupos de conterrâneos. Eram de tudo quanto é raça. Alguns tinham origens duvidosas, com experiências informais em garimpos clandestinos na região. Mas a política da empresa era mantê-los, e descartar os indisciplinados.

Este grande volume de pessoas acabou por surgir uma pequena comunidade independente, com comércios, farmácias, restaurantes, bares e pouca infraestrutura básica para uma pequena civilização. Os ares ainda eram de provisórios. Um pequeno hotel foi montado fora do acampamento da empresa, onde atendia visitantes e aventureiros em busca e espera de uma oportunidade de trabalho, e também moças desconhecidas se fartando dos suados salários dos trabalhadores, com muita bebida e breves ocasiões íntimas.

João tinham seus colaboradores disciplinados em sua rédea gerencial. Sabia o nome de todos e de suas origens. Eles evitavam confusões, pois a rigidez das atitudes dele, de certa forma, amedrontava os insubordinados. João não era assediador, e bastava um olhar para dizer milhões de palavras. De poucas expressões, ouvia-se sua voz diariamente, apenas nos diálogos diários de segurança e análises preliminares dos trabalhos. Após as orações, eram apenas alguns resmungos e conversas reservadas com algum profissional que não estava executando suas tarefas corretamente.

No mais, João era um ser humano de bom caráter, pacífico, interceptor de paz e de boas e raras conversas.

Após quase um ano de trabalho incessante, sem tirar sequer um dia de descanso, a não ser uma única viagem de visita de poucos dias que fez a família a meses, João solicitou ao engenheiro um descanso no próximo final de semana, inteirando sábado e o domingo, prontamente autorizado pelo amigo de longa data e de trabalho.

Sábado de manhã, ele, como de costume, colocou o uniforme de trabalho e se conduziu para a área de reunião dos pré-trabalhos, que estava vazia, e ele apreensivo, foi até o escritório do engenheiro chefe.

— O que aconteceu que já liberaram o pessoal para os serviços? Perguntou ele, com um semblante de preocupação.

— Hoje é sábado, João!

— E o que é que tem?

— Meu amigo! Você mesmo me pediu uma folga neste final de semana!

João, com o rosto torcido e coçando a cabeça, soltou um raríssimo sorriso mostrando seus preservados e bem cuidados dentes.

— É verdade! Me desculpe! Disse, sem graça.

— Bom descanso e bom final de semana!

— Obrigado! Se retirando da sala, permitindo um sorriso engraçado do engenheiro.

Dois minutos depois, retornou um pouco ansioso, com o olhar e gestos introvertidos de sempre, se dirigindo ao engenheiro.

— Me desculpe! O que se faz aqui, neste lugar, quando estamos de folga?

O engenheiro riu muito da dúvida daquele homenzarrão, todo desconcertado com a pergunta.

— Sinceramente, não sei! Mas deve ter alguma coisa lá na comunidade! Recomendo ir lá! Se não, pega uma espingarda, e adentra na floresta e vai caçar alguma coisa! Pode ir pescar lá em baixo no rio também! Disse, continuando rindo. – Mas cuidado amigo! Tem muita gente perigosa na região!

João resmungou algo incompreensível, e se retirou novamente. Estacionou a camionete em frente ao um bar, que naquele horário, um pouco para as oito da manhã, já tinha uma máquina tocando músicas e algumas mesas ocupadas com clientes, bebendo e conversando.

— Bom dia, senhor! Tem um café? Perguntou João ao balconista.

— Sim! Temos sim!

— Por favor!

Um copo americano foi entregue a ele junto com uma garrafa térmica.

— Temos salgados e se quiser, posso pedir para preparar um pão quente para o senhor, com queijo e mortadela!

— O pão, por favor! Disse ele golando o café, e correndo os olhos no ambiente confuso.

Percebeu que em uma mesa, estavam quatro de seus subordinados, tomando umas cervejas e comendo algo. Os movimentos das mãos, sinalizaram um cumprimento formal.

Terminando seu desjejum, aproximou da mesa onde estavam os funcionários, se confraternizando.

— Bom dia, chefia! Está procurando por alguém?

— Não! Tirei uma folga hoje! Estou procurando alguma coisa interessante para fazer!

— Porque não senta aqui com a gente! Estamos de folga também! Aqui o que se tem para fazer de melhor mesmo é sentar com os amigos e beber umas e ficar olhando o movimento da rua!

— Talvez eu não seria uma boa companhia! Disse João.

— “Que” isso, mestre! A sua presença é muito bem-vinda aqui! Pode perguntar todo mundo na vila! Todos gostam e respeitam muito o senhor! Será uma honra o senhor sentar aqui com a gente! Disse um deles.

— Desde que horas estão aqui?

— Desde as seis horas! Gaguejou outro, estranhando a pergunta do chefe deles.

— Seis horas.......! Exclamou João correndo os olhos em meia dúzia de garrafas encostadas na parede e mais uma sobre a mesa.

— Sim! Seis da manhã!

— A quase duas horas vocês estão aqui e tomaram só sete cervejas! Se eu estivesse aqui junto, já teríamos tomado o triplo disto! Por isso não sou boa companhia! Bebo muito mais que todos vocês!

Todos riram muito com a brincadeira, pensando que o chefe iria repreende-los.

Descontraídos, começaram a contar vários casos de obras e suas vidas.

— Vamos pôr esta mesa lá fora, está muito quente aqui! Pediu João, atendido rapidamente por todos.

A manhã passava tranquila, diferente para João, que já apresentava alguns sintomas de embriagues, observando os companheiros da mesa, que não conseguiam sequer falar uma palavra simples, sem enrolar a língua. Um deles tentou ir ao banheiro e acabou se espatifando no meio da rua. Deixaram-no lá por alguns minutos e depois João levantou e buscou o bêbado, colocando-o na cadeira, pois não haveria mais a indigência de leva-lo ao banheiro, pois suas necessidades fisiológicas transbordaram na sua roupa. Um amigo conseguiu levantar e levou o abatido pelo álcool embora. Ainda era meio dia.

Os outros reduziram as doses e o consumo, deixando João quase sozinho naquele desafio de acabar de encher o segundo engradado, que, ainda bem, já estava com poucas células vazias.

Um silêncio dominou a mesa, com os presentes apenas correndo os olhos no intenso movimento da rua. O calor. O calor era insuportável. Difícil ver alguém com alguma roupa seca. O cheiro insuportável de transpiração era carregado pela brisa quase imperceptível.

João, em um movimento rápido, pulou da mesa, gritando.

— Esperem aqui! Já volto! A conta hoje é minha! Andando apressado, descendo a rua.

O que ficaram na mesa, observaram-no aproximar de duas moças, e conversando algo com elas.

— Posso ajudar? Arriscava entender o idioma delas, que carregavam várias sacolas com providências caseiras.

— No! Gracias!

— Por favor.... Insistiu ele, segurando uma sacola pesada de cada uma delas.

Indiferente as silhuetas atraentes das duas, a intenção realmente era ajudá-las, ao perceber que estavam com dificuldade para carregar todas aquelas sacolas.

Chegaram à porta da humilde casa, aguardou abrir e entrou brevemente deixando as sacolas no chão de que poderia ser uma sala.

— Muchas gracias! Disse a que parecia ser a mais velha.

Ele fez um sinal, tentando identificar a origem daquelas mulheres.

— Venezuela! Somos de Venezuela! Imigrantes!

Ele fez um sinal de positivo e se retirou, olhando algumas vezes para trás. Percebeu uma delas observando-o, através de uma janela.

Retornou e sentou à mesa.

— O senhor é um cavalheiro! Gente raríssima neste fim de mundo! Disse um dos bêbados.

— Só fui ajudar! Muitas sacolas!

— Nós vimos! Aliás, todos viram!

— Será que todos também ficam sabendo quando eu peido?

— Provavelmente! Disse um deles, quase caindo da cadeira de tanto rir.

— São manicures! Disse o dono do bar, parado na porta.

— Que bom! Então têm algo para fazer!

— Interessa na história?

— Fica ao seu bel prazer! Disse João, fingindo desinteresse.

— Chegaram aqui há alguns meses, acompanhada de um senhor, um brasileiro, que dizia ser elas a sua mulher e sua filha! A obra já tinha começado! Ficou por meses tentando um trabalho! Dormiu um dia aqui e no outro sumiu! Nunca mais foi visto! Deixou as duas, a cerca de um mês atrás. O dono do casebre queria expulsá-las de lá, pois não teriam como pagar. Intercedi por elas, e consegui entender as suas habilidades! Em duas semanas conseguiram pagar as despesas do aluguel. Trabalham todos os dias, muito. Quem rodeou, logo foi expulso pela a mãe, a morena mais velha. A filha dela deve ter uns dezesseis anos. Mulher valente e corajosa! Me falou que juntará dinheiro para ir embora daqui o mais rápido possível! Incrivelmente, parece que vai conseguir, diferente de muitas mulheres aqui! Todas as meninas do hotel são clientes delas. Dinheiro certo ali!

— E você? Como chegou aqui? Perguntou João.

— Sou itinerante! Soube da obra e corri para cá montar meu bar!

— Tem família?

— Tenho! Minha mulher me ajuda aqui, na cozinha! Meus dois filhos estão em Brasília na casa da minha irmã! Uma moça e um rapaz! Estão estudando e trabalhando! Graças a Deus!

— Você é uma boa pessoa! Disse João.

— Você também é! Ninguém aqui faria o que fez! Foi simples! Mas marcante!

João correu os olhos nas suas unhas deformadas das mãos, e lembrou das unhas encravadas nos pés, com as dores que já estava acostumado.

Seu Chico, dono do bar, olhou para ele, e entendeu as pretensões.

— Sorte das duas! Pensou.

— Traz mais uma! A penúltima! Disse ele, ficando solitário na mesa, com a saída dos últimos bêbados.

Seu Chico trouxe algo para ele comer , que ainda olhava de longe a casa onde as duas estrangeiras estavam.

Acordou às quatro da manhã de domingo. Não lembrava de quando saiu do Bar e nem de como chegou ali. Estava ainda com a roupa do dia anterior.

Tomou um banho e trocou a roupa. Não esqueceu das Venezuelanas. Procurou sua carteira com documentos e dinheiro e não achou.

Entrou na camionete, e pensou como dirigiu até ali.

Seis da manhã, em ponto, o bar abriu. Primeiro a entrar, João ouviu do Seu Chico.

— Bom dia! Já esperava pelo senhor!

— Bom dia! Por acaso não achou minha carteira por aí?

— Achar, não achei! Tirei do seu bolso!

— Como assim?

— Veio dois rapazes aqui e o seguraram para te levar! O senhor apagou na mesa! Tirei sua carteira sem eles verem!

— Quem me levou?

— Não sei! Devem ser da obra e te conhecem! Por segurança tomei esta atitude! Disse Seu Chico, entregando a carteira intacta.

João nem conferiu. Pediu o pão quente, se servindo do café.

— Paguei a conta ontem?

— Ainda não!

Terminando o café, João pagou as pendências, e verificando que realmente não mexeram na sua carteira. Despediu e na rua, verificou que estranhamente tinha poucos transeuntes. A pé se dirigiu quase automaticamente à casa das estrangeiras. Bateu à porta algumas vezes, e depois de alguns minutos, ouviu a tranca destravar e a suposta mãe, a mulher morena, apareceu mostrando apenas a cabeça, exclamando algo incompreensível.

Ele mostrou as mãos e os pés, querendo que elas tratassem.

Ela olhou estranhamente para ele e depois para as grandes mãos dele, fez um sinal de esperar, fechando a porta. Entendeu que acabara de acordá-la. Ainda eram sete da manhã.

Retornou ao bar e perguntou onde era a padaria. Seu Chico informou, sorrindo pela atitude daquele grande homem.

Depois de uns trinta minutos, Seu Chico o viu passando, descendo a rua, ainda a pé, com algumas compras na mão. Olhou e viu que ainda a camionete estava estacionada na frente do bar. Sorriu novamente, balançando a cabeça positivamente.

João bateu novamente à porta, foi rapidamente atendido sendo convidado a entrar. Observou a nítida escassez de algum mínimo conforto. Um sofá velho simulava uma sala, à frente de uma tv média, incorporado aos eletrodomésticos, também ruins, de uma cozinha improvisada, sendo que nitidamente usava um fogão provisório de tijolos no chão, com as marcas negras da fumaça esticadas na parede sem reboco. De onde estava, se podia ver duas passagens como portas, fechadas com cortinas com estampas floridas improvisadas, imaginando ele ser um banheiro e um quarto. As compras do dia anterior, ainda estavam no chão, dentro das sacolas.

Colocou as compras sobre uma mesa, tirando as coisas da sacola, informando que era uma cortesia, para um café da manhã.

A mulher, emocionada, informou que não tinha o café pronto ou para fazer.

Novamente, ele levantou, pediu com gestos para aguardar, e foi ao Seu João e comprou o restante do café na garrafa, pediu três copos emprestados, e retornou.

A mocinha já estava acordada, sentada à mesa quando retornou. A cumprimentou, hipnotizado com a beleza dela, apesar do sofrimento aparente.

Sentou à mesa, que ligeiramente foi forrada com um pano liso, limpo. João distribuiu as ofertas do desjejum, e as serviu.

A mãe não conseguia esconder as lágrimas que deslizavam no seu delicado rosto, segurando firme as mãos da filha.

Saborearam o café. João levantou, ajudando a arrumação e guardando as sobras na geladeira. Percebeu que ela não funcionava. Correu os olhos tentando identificar o defeito e logo entendeu, pois, o pino estava desplugado da tomada. Ele conectou e logo a mãe, o puxou da tomada novamente.

— No! No! Energia! Não pago! Sem dinheiro! Por favor!

Ele olhou para ela, segurando o cabo do pino da geladeira e o colocou novamente, já impedindo ela de desligar.

— Eu pago! Pode deixar! Eu pago!

A mulher apavorada, olhava a geladeira acionar, e retornou para uma bacia de plástico, improvisada como pia, para lavar os vasilhames.

João apreciou para aquilo tudo e sentiu que ficaria muito tempo por ali. Olhou o fogão com a válvula pendurada, sem um botijão. Olhou para o fogão improvisado. Correu os olhos, viu várias velas espalhadas em alguns suportes e sobre os deploráveis móveis.

— É! A coisa aqui está feia! Sussurrou.

Olhou sua carteira e viu que tinha pouco dinheiro ali.

Perguntou quanto ficaria os serviços das unhas. Sendo informado, ele pediu para que elas aguardassem ele ir buscar mais dinheiro.

Ele passou no Seu Chico, e coincidentemente, encontrou com o proprietário da casa.

— Opa! É um prazer! Qual é a sua Graça?

— É José Francisco! Pode me chamar de Zezinho!

— Meu é João!

— Sim! Eu sei! Não porque Chico me falou! Os “peões “ falam muito do senhor! Gente muito boa!

— Obrigado! Uma pergunta! O senhor desligou a luz das venezuelanas?

— Não! É só acionar! Elas não têm lâmpadas! Para não gastar! Estão com pouco dinheiro!

— Seu Zezinho! Com a testemunha do Seu Chico, gostaria de assumir as despesas delas, por enquanto. A situação naquela casa é terrível! Não vai me custar muito ajudá-las agora, por momento! Não quero que pensem mal das minhas intenções! Eu vou proporcionar uma condição melhor para elas!

— Não é diferente do que já me falaram! O senhor fazendo isto, será interpretado como um anjo nas vidas delas! Tenho dó, também! Seu Chico até queria também ajudá-las, mas com o trabalho delas, conseguiram inicialmente arcar com as despesas, sem sacrificar o Chico e a mim! Sou comerciante, e vivo dos meus aluguéis que são poucos e baratos, mas é o suficiente para eu e minha velha viver! Estou honrado em conhecer o senhor!

— Os senhores são muitos corteses e gentis! Não deixarei que fique alguma pendência com os senhores! Obrigado por confiar em mim, sabendo que posso contar com os senhores! E podem contar comigo também! Se me dão licença, vou ali arrumar a vida de duas pessoas! Disse João, apertando as mãos dos dois senhores, e se retirando.

Foi até o seu alojamento e buscou mais dinheiro para as despesas de lâmpadas e gás que compraria.

Depois de algumas horas, parou a camionete na porta da casa, descarregou as mercadorias e colocou as lâmpadas e o fogão para funcionar.

— Eu, João! Disse ele, informando seu nome.

— Raquel, eu! Ammy, mãe! Minha! Disse a moça.

— Raquel e Ammy!

— Você não João! Você anjo!

Ele olhou, com um pequeno sorriso, sentando em uma cadeira, mergulhando sua mão em uma água morna preparada por elas. Se movimentavam, tentando agradá-lo o máximo possível, e olhando às vezes para ele, sempre sorrindo.

Durante a semana, João providenciou melhorias, alinhando com as folgas de seus subordinados, terminaram o reboco, azulejaram o banheiro, instalaram as portas, providenciaram uma cozinha. Tudo acertado com o Sr. Zezinho, que posteriormente seria descontado no aluguel e até uma valorização do imóvel. Ammy e Raquel não conseguiam conter suas emoções sabendo das providências que João tomou para que elas tivessem mais conforto. Ele as presenteou com uma cama nova completa, um armário para guardar as roupas e armários para cozinha. Uma sala, com novos sofás e uma televisão mais nova. Pediu a esposa do “Seu” Chico levasse elas a uma loja de roupas intimas para mulheres, além de algumas outras vestimentas. No outro final de semana, tudo naquela casa estava completamente mudado.

Quando ele teve a oportunidade de visitá-las, podia se ver a transformação nas feições daquelas duas mulheres. Um inevitável abraço, afetuoso, foi dado a ele, como se fosse uma forma de agradecer aquilo tudo. João jamais esperava uma reação tão carinhosa partindo das duas. Na verdade, ele não ligava muito para isto ou tinha algum interesse pessoal por elas. Ele tomava sempre estas atitudes, ajudando desconhecidos com necessidades. O seu chefe sabia desta índole caridosa dele, nunca impedia se João, em algum momento, precisasse de um tempo para supervisionar suas caridosas ações.

Passaram alguns dias, e em um outro final de semana, João tirou novamente uma folga no domingo, se prontificando a almoçar com Ammy e Raquel.

Recebido com o carinho de sempre, foi informado que as duas, na parte da tarde, teriam um compromisso com duas clientes. João após almoçar, se preparava para se retirar, impedido pois apenas Ammy iria, e Raquel ficaria com ele, fazendo companhia.

Após arrumarem as louças do almoço, Ammy saiu para os seus compromissos naquela tarde, e João, assistindo uma programação local de um canal aberto da Guiana Francesa, se distraía sentado na sala, alheio as movimentações da Raquel. Ela, um pouco mais tarde, sentou ao lado dele, assistindo tv com ele. Logo aconchegou no ombro dele. João estranhou a aproximação, sendo que na verdade nem saberia como reagir, pois, isto era bem incomum para ele. Gostando do aconchego, ele se ajeitou, permitindo que ela deitasse com a cabeça na sua perna. Assim ele intuiu que ela emitia um perfume suave e delicioso de alguma colônia, usava um vestido curto, expondo boa parte de suas coxas. Sem ainda pensar em alguma perversidade, correu os olhos naquela pequena pessoa e sentiu as mãos delas acariciando suas pernas por cima da calça. Ele, sem controle, levou suas mãos acariciando os cabelos dela. João, na sua inocência característica, não entendeu que havia uma malícia por parte da moça, que avançava muito mais do que simples carinhos em pernas ou cabelos.

Movimentou lentamente, virou o rosto e ficou olhando-o fixamente, transformando aquele homem forte e grande, em um minúsculo ser, paralisado, sem entender um mínimo daquela comunicação corporal.

Desligando de tudo e de todos, João observava o singelo ritual que a menina mulher se propunha, levantando o corpo lentamente e aproximando de frente bem perto dele, e com as suas pequenas e macias mãos, o segurou o rosto surrado daquele homem, que emitia sinais de que foi envenenado e abatido por aquela sedução silenciosa, sem conseguir dizer uma palavra, até mesmo pela curiosidade humana e masculina, ou saciando sua privação íntima de meses.

Ela olhou nos olhos dele, e ligou suavemente os lábios, em beijos carinhosos e suaves, ela desfrutando com os olhos fechados, João assustado ainda com os olhos abertos. A língua macia dela deslizou nos lábios dele e um beijo sereno e exaltado aconteceu, fazendo os dois se entregarem em abraços e carícias.

Ele desajeitado tentava tocá-la com cuidado, pois não queria lhe causar algum desconforto.

Com uma experiência de uma mulher madura, se ajeitou tirando a camisa e depois suas botas e ficando de pé, tirou o vestido, expondo seu corpo nu, bicolorido como um sorvete de dois sabores. Uma pele branca contrastava com o bronzeamento natural dos braços, parte das pernas e na área do pescoço. Marcas estas resultantes de suas caminhadas ao tempo, sem se importar com alguma hidratação ou proteção. João ficou entorpecido ao ver aquela pequena moça mulher, completamente nua à sua frente, desinibida, apresentando um par de seios brancos e firmes, com dimensões um pouco acima do equilíbrio anatômico, com seus discos aréolos escuros e duas pequenas saliências dos mamilos, já emitindo sinais de excitação. As curvas da cintura apertavam suavemente no quadril, mostrando a base superior de suas grossas coxas, que juntas, formavam o “v” de sua vulva cabeluda, com pêlos negros úmidos e desuniformes, e abaixo podia ver a parte superior dos grandes lábios. A beleza da juventude era explícita naquele corpo.

Tentando desordenadamente esconder a sua ereção, ele recuou ao vê-la aproximando e subindo serpenteando o corpo sobre o colo dele, ofertando sua vagina sedenta para uma deliciosa cunilíngua.

João, desacostumado com este tipo de ato, sentiu o cheiro do desejo exalando daquela gruta quente, e lembrando um filme pornô visto a muito anos, apertou sua boca naquela carne arroxeada escura, lambendo como um novato no sexo, provocando delírios na Raquel, que rebolava o quadril, segurando-o na cabeça, esfregando aquela pequena mata de pêlos pubianos, gemendo e dando pequenos soluços, sentindo já, muito prazer. Os carinhos atrapalhados daquele homem, e de certa forma inexperiente, proporcionavam ainda mais sensações de delícias nela. A voracidade de vários minutos fez com que ela parasse, pois, o orgasmo já anunciava a sua chegada.

Desceu do pescoço dele, e o ajudou a tirar sua calça e sua peça íntima, expondo um membro proporcional ao seu tamanho, fazendo Raquel até suspirar fundo, tomando um fôlego. Ela segurou o membro grande e duro, lambeu a glande e salivou a mão, iniciando uma masturbação, untando aquele músculo rijo, pouco se atrevendo a colocar todo na sua pequena boca. João não conseguia fechar os olhos, tentando gravar todos os movimentos daquela pequena sedutora.

Os corpos nus, transpirando de calor e desejos, ela o deitou no sofá, e com a mesma habilidade inicial, subiu sobre ele, esfregando seus seios no peito dele, e ele, inerte, acompanhava seus movimentos. Ela o beijou, e sobre ele, segurou o membro duro entre as suas pernas, o espremeu nas suas coxas, e o conduziu para a fenda da entrada da gruta que já não mais aguentava de tanto desejo. Deslizou seu corpo para baixo, engolindo deliciosamente com sua vagina molhada e quente o grande pênis duro. Gemeu alto com a sensação da exploração, rasgando a cavidade úmida pouco usada. João sentiu um prazer indescritível com aquela penetração. Segurou ela pela cintura, acompanhando os movimentos de subir e descer, de entrar e sair. Seus corpos já estavam melados de suor. O cheiro de sexo dominava o ambiente. Raquel gemia, contorcia e rebolava incessantemente sobre a virilha de João. Ele apertava os seios e ela balbuciava palavras incompreensíveis, pulando cada vez mais forte sobre ele. Tudo se extinguiu ao redor deles. João tomou uma iniciativa, a colocou de joelhos no sofá, e posicionou-a de quatro, e segurando o corpo frágil pela cintura, aproximou sua glande na entrada da vagina, e a penetrou novamente, bem devagar. A diferença física proporcionava ao João uma preocupação de não a desconfortar. Ela recebia as estocadas, gemendo alto, dizendo frases em espanhol incompreensíveis, ofegando fundo, movimentando seu quadril, entregue aos comandos, agora afoitos, de João. Cada vez que penetrava nela, corpo singelo balançava sem controle. Calor quase insuportável, untava os corpos com muito suor, misturando ao cheiro do sexo intenso. João enfiava cada vez mais rápido naquela moça. Ela se alto manipulava, esfregando seus dedos impetuosos no clitóris. As mãos de João, às vezes acariciavam os seios firmes e tesos, chegando aos cabelos soltos espalhados nas costas dela. Raquel estagnou o corpo e em um grito abafado com sua própria mão, gozou alto e profundamente, com João a segurando para não desabar no sofá e mantendo seu mastro duro dentro dela, fazendo pequenos movimentos de penetração. Ela, extasiada, mesmo com força de sua bela juventude, desabou aguardando a vez dele, que continuou com a sua copulação.

Com as mãos escorregadias, ele a virou de frente, e subiu sobre, pincelando e penetrando seu grande membro novamente. Quase abatida, ela pendurou no pescoço, sentindo a tora deslizando e ocupando quase toda sua cavidade vaginal. João sentiu a aproximação de seu ápice, penetrou mais forte, sem se importar com o desconforto da parceira, segurando ela pelas nádegas, a jogou no sofá, tirando seu mastro da vagina fadigada, e projetou todo seu vigor na barriga e nos seios dela. Parecia interminável o gozo. Ela, ofegando, admirava aquele homem forte, sinalizando ser o primeiro daquele porte, projetando seu sêmem sobre o corpo dela, e arquejando também, olhava aquela menina moça, que de inocência, não tinha nada.

— Hombre maravilhoso! Exclamou, levantando, pegando seu inútil vestido, se dirigindo ao banheiro.

Ele, observando aquela moça nua desaparecendo no ambiente, atinou para a sua realidade, vestindo sua roupa, e aproximou da porta do banheiro, cruzando seu olhar com o dela, recebendo um sinal de silêncio, concordado por ele. Fechou a porta atrás dele, saiu da casa, satisfeito, porém atordoado com o que acabou de acontecer. De certa forma precisava descarregar seus sentimentos apertando seus testículos. Mas um pouco preocupado, se de alguma forma Raquel contasse para Ammy o que aconteceu e como ela reagiria. Talvez pensaria que ele abusou da liberdade proporcionada, apesar de ter sido plenamente consensual.

Retraído, ficou vários dias sem vê-las. A sua atitude poderia dar asas a falsos comentários. Mas todos sabiam de sua ocupação e dedicação ao trabalho. Seu amigo de obras, o engenheiro responsável o chamou na sua sala, ato incomum e repreendido pelo João, entendendo que reuniões assassinavam o tempo para realizar as implementações executivas.

— Pois não, chefe? Perguntou João ao chegar na sala, com o semblante sério de sempre.

— Eu fiquei sabendo que suas namoradas fazem serviços de manicure e pedicuro!

— Não são minhas namoradas!

— Perdão! Suas amigas!

— Nem minhas amigas!

— Muito bem! Esquece! Acontece que “minha namorada” e sua filha estão precisando dos serviços delas! Tem como informá-las?

— Hoje ainda?

— Hoje já não deve dar tempo! Pode ser amanhã de manhã!

— Eu aviso!

— Obrigado!

— Por nada! Uma coisa….

— O que? Perguntou o engenheiro.

— O senhor trouxe sua família para cá?

— Não!

— Entendi! Até mais!

— Até!

João foi até a casa das duas naquela tarde e informou sobre o serviço do dia seguinte. Retornou rápido pois já estava na hora de troca de turnos e não poderia ficar mais. Reparou o olhar terno de Raquel, e nas atitudes de Ammy compreendendo o que aconteceu entre os dois continuava um segredo.

No dia seguinte, foi informado que duas mulheres o aguardavam na entrada do alojamento. Buscou-as e as acompanhou até a casa do engenheiro chefe. Pediu a “namorada” dele para informar quando acabasse, retornando aos seus afazeres na obra.

No início da tarde, ele recebeu a informação que Ammy e Raquel já estavam disponíveis para irem embora. Levou-as até a casa, sendo convidado para entrar. Um pouco preocupado com suas responsabilidades, entrou um pouco, para acatar o insistente pedido delas. Percebeu que logo depois que almoçaram, Raquel juntou suas coisas e saiu para atender uma cliente. Ele e Ammy ficaram sozinhos. Sentados um de frente ao outro, ela fez entender que estava sentindo muito calor e que tomaria um banho rápido, para tentar refrescar. Ele, com sua indiferença de sempre, ficou aguardando-a terminar sua refrescante ducha. Correu seu olhar no ambiente onde fez amor com Raquel. Naturalmente, sentiu uma pequena ereção lembrando do corpo e das atitudes provocantes da pequena menina mulher. João suava de gotejar. Enrolada em uma toalha, Ammy percebendo o desconforto do ambiente insalubre que abatia João, o convidou, também, a tomar um banho. Recuando inicialmente, aceitou o convite, ainda preocupado com suas obrigações.

Entregou uma toalha a ele, e ele, com a timidez peculiar, entrou no banheiro, agora confortável e bem-acabado. Tirando toda a sua roupa, entrou debaixo daquela abundante água morna, ficando ali, saboreando aquele conforto temporário, deslizando suas mãos, retirando os excessos do fluído aquoso destilado pelos seus poros. Vários minutos se passaram sem perceber, saboreando aquele achegado momento, assustou quando viu Ammy, parada na porta, o observando, ainda envolta da toalha.

João, paralisado, fitava-a, sem conseguir obter resposta corporal. A viu afastando para o quarto e jogando a toalha na porta do banheiro. Ele ficou com milhares de coisas na cabeça, imaginando a grande oportunidade ofertada.

Sem a introversão de sempre, saiu nu da ducha, deslizou rapidamente a toalha no corpo e, pausadamente foi abrindo a porta do quarto até ver Ammy, nua deitada na cama, olhando-o com sedução. Ela correu os olhos rapidamente, admirando aquele grande homem, nu, corpo um corpo atlético, com o semblante de seriedade, como uma ereção intermediária, para quase completa, e escaneando aquela mulher com o corpo exposto, mostrando os seios firmes, com pequenas aréolas negras como os pêlos pubianos que cobriam sua saliente vulva, escondendo parcialmente o objeto de desejo dele.

— Será que elas combinaram? Pensou, avançando sobre ela, abraçando aquele corpo frágil de uma mulher bonita e bem cuidada, colando os lábios em um beijo ousado e estalante.

Se entregaram rapidamente, com as mãos trocando carícias, ela sentindo os grandes dedos esfregando e entrando na sua vagina molhada e querendo ser saciada. Ele sentia a mão macia dela, iniciando uma masturbação, completando a ereção. Ali também deixaram de se importar com o mundo alheio. O ambiente abafado anulava instantaneamente os banhos a pouco tomados. A transpiração já escorria nos corpos entregues ao coito com características de transbordo de uma paixão incontida. Ele desceu e beijou, lambeu e labuzou a vagina sedenta, esfregando seu rosto entre as pernas semiabertas dela, que segurava, gemendo, a cabeça dele, para continuar até onde aguentasse, aquelas carícias. Com sinais de pouca experiência sexual, ela compartilhava os mesmos movimentos afoitos dele, que sentia o cheiro deliciosos daquela gruta, agora bem cuidada, querendo devorá-la ali mesmo com sua língua. Deslizava as mãos nas coxas e nos seios, apertando os mamilos rígidos, provocando sensações misteriosas naquela mulher. O corpo liso e quase perfeito, faziam os olhos de João admirarem, até então cobertas, as partes íntimas. O deleite estava maravilhoso. O tempo era escasso. Ela, com seu instinto feminino, desceu e segurou o mastro grosso e grande, rígido como uma rocha, executando uma masturbação, puxou o prepúcio para baixo, colocou a glande arregaçada dentro de sua boca, deslizando desvairadamente sua língua na cabeça, ouvindo os gemidos graves do seu amante. A boca tentava engolir o avantajado membro, mas mantendo apenas as carícias com a felação na cabeça avermelhada, untando com saliva todo o corpo rijo e carnoso. Com entusiasmo de um adolescente impaciente, ele segurou os cabelos negros e lisos dela, puxando-a para um beijo, apertando os seios desnudos, deixando-a ainda mais entregue ao prazer. A ansiedade tomou conta da relação. A admissão dela era temporária e o tempo dele também escasso. A aconchegou na cama, e, abrindo suas pernas, encostou na entrada, pincelando a glande, olhando-a, que estava com os olhos cerrados, esperando a entrada daquele grande e rígido instrumento do prazer. A dilatação dos pequenos lábios informava que aquela gruta já estava sendo invadida por um desconhecido. As paredes internas carnudas o receberam, deslizando sem interferências devido a grande umidade, acompanhada pelo movimento do quadril de seu amante, enterrando quase tudo dentro dela. Um gemido longo transmitia a aprovação daquela exploração. Ofegantes, os amantes entraram em um transe sexual, absorvendo o máximo daquele ato delicioso, com seguidas socadas na vagina sedenta, com súplicas de querer mais e mais aquela copulação. O membro duro deslizava para dentro e saia trazendo o creme leitoso remexido da umidade elevada do azo daquela mulher. Gemidos misturavam com estalos de beijos e apertos corporais, exigindo muito dos dois. Longos e indeterminados minutos se passaram, e eles, naquela mesma posição, esperavam um do outro, quem alcançaria primeiro o ápice da relação. Em um movimento delicado, João girou o corpo dela, ancorando o púbis dela com dois travesseiros, deitando ela de bruços, empinando a perfeita bunda. Abriu as pernas dela entrou naquele meio, e novamente a penetrou, agora por trás. Ammy gemeu alto com a penetração. Ofegava forte cada vez que sentia a penetração. Espremeu o lençol, sentindo que seu orgasmo anunciava acontecer. João com as mãos apoiadas na cama, olhava para baixo, vendo seu membro desaparecer e ressurgir naquela fenda. Cada socada de seu cacete duro, balançava toda a cama, gerando o ranger da madeira. Ammy gritou, esticando os membros, apertando os panos, com a feição de um sofrimento gostoso, o orgasmo encheu seu corpo de arrepios e contrações. Contorcia seu quadril, sentindo o peso do corpo do João sobre sua bunda, contraindo os músculos de sua vagina gostosamente molhada e quente, preenchida quase toda com o pênis do João, e ele a observava o prazer daquela morena de pele branca sentia. Iniciou novamente as penetrações, ouvindo dela gritinhos de prazer, gaguejando algumas palavras, e aumentando os movimentos de embrenhar seu membro rijo na gruta encharcada, acelerou e de repente estagnou, projetando vários jorros de seu amor no cólo do útero de Ammy, ficando alguns minutos ali, enchendo a cavidade vaginal dela, volume este, que expeliu nas laterais dos pequenos lábios, entre as coxas dela.

Corpos ensopados de suor, deslizavam em um abraço carinhoso, com beijos e gemidos de satisfação e aprovação. João levantou e retornando ao banheiro, observou a presença de Raquel na sala, que sorriu para ele, com os olhos ternos de amor.

Um banho mais rápido, vestiu suas roupas surradas, verificou que eram quatro da tarde ainda. Retornou ao quarto e parado na porta olhou para Ammy com paixão, sem se arrepender do que acabou de acontecer. Ela, emocionada, olhou-o também com um sorriso de uma felicidade plena, e em silêncio, e ele se retirou, indo trabalhar.

Passou o resto da semana pensando muito nas duas. Depois de intermináveis horas de espera, domingo de manhã foi ao bar do “seu” Chico, tomou seu café, e em silêncio desceu a rua até a casa onde elas moravam. Bateu à porta, e depois de várias tentativas, forçou a maçaneta e percebeu que estava aberta.

Um silêncio imperava o ambiente. Ele aguardou alguns segundos, tentando identificar algum movimento. Caminhou até o banheiro e não reparou que ele estava limpo e sem nada. Nenhuma, toalha, nenhum sabonete, nenhum produto de higiene pessoal. Nada. Com passos bem leves, aproximou da porta do quarto, encostando o ouvido na madeira. O silêncio era absoluto. Girou a maçaneta e correu seu olhar no ambiente abafado. Nada também. Entrou, investigou e abriu o armário de roupas e estava completamente vazio, a não ser alguns papéis.

Foi até a cozinha e abrindo a geladeira, tinha apenas um recipiente de água, improvisado numa garrafa de refrigerante.

Sentou no sofá e ficou com o pensamento a esmo, cogitando o que teria acontecido. Depois de alguns minutos, entendeu que haviam realizado o projeto delas, que seria ir embora daquele lugar longínquo. Sua ingenuidade também motivou a atitude delas, quando deixava caridosas colaborações, insignificantes partes de seu afortunado salário, para que não passassem alguma dificuldade no dia a dia. Enquanto cuidava e as protegia, alimentava financeiramente a viagem de partida. Porém poderia também estar errado na sua conclusão.

Perguntou o “seu” Chico se havia visto elas. A resposta negativa o aterrorizou.

— Sinceramente, seu João, deixei de acompanhá-las quando o senhor tomou a iniciativa de ajudá-las! Aconteceu alguma coisa?

— Não! Só não estão em casa! Fiquei um pouco preocupado!

Procurando “seu” Zezinho, o proprietário da casa, recebeu a mesma resposta. Os dois foram até a casa e “seu” Zezinho também percebeu que provavelmente elas teriam ido embora.

João, desolado, pensou para onde teriam ido.

— Será que o antigo senhor retornou para buscá-las? Pensou nisto e em várias outras possibilidades.

Retornou ao bar, pediu uma cerveja e ficou refletindo e até que “seu” Chico o viu saindo apressado, indo em direção ao comércio.

— Senhor, por favor! Disse João, interrompendo um senhor que deveria ser o despachante dos raros ônibus que passam por ali.

— Pois não?

— É o senhor que controla as viagens de ônibus aqui, por assim dizer?

— Sim! O que posso ajudar?

— Por algum acaso, não viu uma mulher morena com uma moça branquinha, meia loira, embarcando aqui?

— Sim! As duas venezuelanas! Embarcaram sim!

— Sim! Sim! Para onde? Perguntou João, eufórico.

— Deixe me ver! Disse o atendente, remexendo alguns papéis.

— Guardo todos os registros de todos os passageiros que saem daqui! Explicou o senhor, lendo um livro com centenas de nomes.

Apreensivo, observava o movimento sem pressa do senhor, foleando em câmera lenta as páginas. João quase voou no pescoço dele.

— Aqui está! Compraram as passagens a dez dias! Ammy e Raquel Rodríguez! Viajaram na sexta à noite para Manaus! Já devem ter chegado lá! São 27 horas de viagem! Saíram daqui sexta às 19:00 horas e provavelmente chegaram lá por volta das nove ou dez da noite de ontem!

— Tem como o senhor verificar?

— Posso verificar sim! Se o senhor passar aqui mais tarde, lhe informo!

— Obrigado pela sua gentileza!

— Por nada, filho! Estou à disposição!

João saiu da presença daquele senhor, e retornou ao bar. Informou ao “seu” Chico o ocorrido. Também avisou ao “seu” Zezinho.

Informado da confirmação da chegada do ônibus à Manaus, ficou pensando no que fazer. Não podia largar o serviço para tal atitude. Contratou um rapaz que procurava emprego ali na construção e o orientou a ir para Manaus no próximo ônibus (que era duas vezes por semana), para tentar localizá-las.

Cerca de dez dias depois o rapaz retornou, informando que elas sim estiveram lá.

— Pegaram uma embarcação, descendo o Rio Amazonas!

— Então? Para onde foram?

— As embarcações não tem uma rota certa. Podem ter ficado em algum lugar no caminho, ou mesmo ido para Macapá, ou até mesmo para Belém!

— Eis seu dinheiro! Obrigado! Disse João, desolado.

Passaram quase dois anos, até que a etapa da superestrutura da obra ficasse concluída. João encerrava suas atividades, se preparando para uma nova obra, já anunciada, no nordeste do país. Não deixou de lembrar um dia sequer das duas mulheres que um dia fizeram parte de um momento muito especial na vida dele.

Prevendo permanecer em descanso cerca de dois meses, retornou a sua terra natal, ficando com seus pais. Fez várias buscas tentando achar as duas. Nos restos de papéis que ficaram na casa, quando ele descobriu que elas haviam ido embora. Em vários recortes, tinha um nome de uma cidade na Venezuela, chamada Las Claritas. Em uma viagem cansativa de quase três dias, chegou nesta pequena cidade, provavelmente formada por causa de um grande garimpo nas mediações. Muitos estrangeiros aventureiros e com características construtivas irregulares, com casas amontoadas uma sobre as outras, e olhares desconfiados dos locais, observando aquele homem com características físicas explicitamente diferente de todos.

O sobrenome Rodríguez era quase comum na cidade. Haviam também várias mulheres com o nome de Ammy e Raquel. Com uma expertise quase inexistente nele, percebeu que a beleza das duas, ali, naquele local, seria um fator crucial de destaque. Após quase dois dias de procura, cidade pequena, conseguiu uma provável informação do paradeiro delas.

Elas não nasceram ali, mas passaram alguns dias em uma pousada, com um senhor, um brasileiro, que dizia ser o marido e pai. Na pousada confirmaram a presença delas a dois anos atrás, e uma passagem rápida há alguns meses. As duas, uma senhora e um senhor, idosos, e uma criança de colo. Mostrou as fotos e João, numa alegria incontida, deixou escapar uma lágrima de felicidade ao ver que realmente eram as duas.

— Sabe para onde foram? Perguntou em espanhol.

— Ouvi dizer, em uma das conversas, procurando transporte para Santa Marta, na Colômbia.

— Gracias! João agradeceu, saindo do estabelecimento, procurando um lugar onde poderia ter um mapa da América Latina.

Facilmente achando, identificou uma cidade chamada Santa Marta, no litoral Norte da Colômbia, cerca de 2500 quilômetros de distância dali. Aproximadamente 25 dias de viagem de carro.

Continuando com sua esperteza peculiar, retornou para o Brasil em três dias de viagem até Manaus. Pegou um avião até Cartagena das Índias, e depois de cinco dias que saiu de Las Claritas, desembarcou em Santa Marta.

Cidade povoada, cerca de quinhentos mil habitantes, viu que seria quase impossível achar alguém ali. Depois de se acomodar, foi primeiro aos bairros na periferia da cidade, procurando em salões de beleza, se alguém as conhecia. Três dias cansativos se passaram, e, desanimado percebeu sua busca inútil das pessoas que provavelmente havia amado algum dia. Concordando com o destino e a falta de informações precisas, resolveu ficar mais algumas horas ali, descansando um pouco para depois retornar para casa. Caminhando à noite no centro da orla marítima da cidade, pouco se importando com a história daqueles monumentos, parou em um pequeno bar, observando os turistas que caminhavam nas redondezas, viajando, desanimado, na vã luta de encontrar as duas.

Comprando algumas ofertas de ambulantes, observou, uma silhueta, que saía e entrava em um restaurante, semelhante a Raquel. Pensando estar obcecado pelas moças, continuou sua degustação. Novamente viu a moça apressada, servindo os clientes na calçada. Pagou suas despesas no bar, e caminhou até próximo ao restaurante.

— Não é possível, Meu Deus! Sussurrou João, eufórico, reconhecendo Raquel, agora com os cabelos pintados de preto, amarrados como um “rabo de cavalo”, andando frenética, sempre sorrindo para os clientes.

Quis ir lá e anunciá-lo. Recuou, pois atrapalharia o trabalho dela. Tentou ver se Ammy também estava lá. Perguntou ao garçom do local onde estava sentado e ele informou que o restaurante ficava aberto diariamente até às 22:00 horas, aproximadamente.

Olhou no relógio e viu que teria que ficar mais duas horas esperando. Depois de intermináveis minutos, ele acompanhou a saída da pequena menina moça, caminhando em direção ao porto da cidade. Cerca de 40 minutos de caminhada, a viu entrar em uma pequena casa, uma em dezenas de outras, construídas corretamente e um belo acabamento externo. Aproximou da porta, e depois de alguns minutos, batimento cardíaco triplicado, mãos trêmulas, e uma transpiração estranha naquele lugar de clima agradável e aconchegante.

A mão fechada, tocou algumas vezes com a dobra dos dedos na porta decorada.

Aguardou alguns segundos, como se fossem o acúmulo das horas de sua desesperada e esperançosa busca.

Uma senhora idosa atendeu, acordando-o daquele sonho.

— Sin señor?

— Buenas noches!

— Buenas!

— ¡Por favor! ¡Me gustaría hablar con Raquel o Ammy!

— Si! Claro! ¡Por favor entre! ¡Y tu español es horrible!

Como se estivesse andando em um terreno sem gravidade, adentrou na casa, com um ambiente aconchegante e bem decorado, uma casa pequena mas muito bem arrumada. Ouviu a voz familiar de Ammy, respondendo o chamado da senhora.

Raquel apareceu afoita e olhando-o, caiu sentada no sofá, com os olhos arregalados, como se estivesse visto um fantasma. Ammy olhou para a “filha” sentada e levantou os olhos, fitou no olhar de João, que brilhava de emoção ao ver as duas novamente e bem. Ela caiu de joelhos, chorando com muita emoção. Acolhida pela senhora e pelo o senhor presentes ali na sala, Ammy soluçou o nome do João, clamando a Deus a presença divina dele.

— Qué está passando, mujer? Gritou a senhora, assustada com a reação das duas.

Passado o momento da surpresa, João abraçando as duas, que choravam copiosamente, apresentou-o aos seus pais, e explicando quem era aquele bom homem. Depois de muito tempo de conversas e alguns esclarecimentos, eles se planejavam contar toda a história da fuga infausta daquele lugar, quase esquecido por Deus. Elas se apresentaram novamente, mas como irmãs, que eram, e não mãe e filha como se sugeriam.

Ammy levantou, pediu para aguardar um pouco, e trouxe uma criança sonolenta no colo, apresentando-a como Luís, Luisito, de um ano e quatro meses.

João, instantaneamente, reconheceu na semelhança de suas características faciais, o maravilhoso fruto daquela tarde quente de entregas e paixão. Ammy sorriu com satisfação, apresentando Luís ao seu pai. João emocionado, muito emocionado, entendeu que sua vida e a vida delas mudariam radicalmente a partir daquele momento, e feliz por ser pai novamente, depois de dezoito anos e que sua persistência e busca não foram em vão. Agradeceu silenciosamente a Deus pela oportunidade e sorte.

18 марта 2020 г. 15:26 0 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Juan Diskay Imagino os segredos e desejos mais íntimos de um ser e alimento-os com histórias picantes.

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