Hoje eu acordei com o coração apertado. Um pouco desmotivada também; o que não é nada comum, já que tenho lutado, com muita energia e força de vontade, todos os minutos da minha vida, principalmente depois que meu filho Pedro nasceu e, dois meses depois, fui abandonada por seu pai.
Muitos dizem que eu sou um exemplo de pessoa porque passo por tanta coisa difícil e não deixo a peteca cair, sempre com um sorriso no rosto.
Mas esse sorriso me abandona às vezes, sabe? Como me abandonou hoje.
Me peguei pensando em como a minha vida é difícil, pois sou sozinha no mundo e preciso cuidar de uma criança especial (Pedro tem quatro anos e sofre com uma doença séria, degenerativa, que o fez perder todos os movimentos de seu corpinho e a fala). Além de tudo isso, trabalhar duro para poder proporcioná-lo o mínimo de conforto possível. Sou a única pessoa que pode fazer isso por ele.
Por que, meu Deus, tenho que passar por tanto sofrimento?
Todos os dias, acordo bem cedinho e deixo Pedro aos cuidados de uma vizinha querida, nosso anjo da guarda. Não sei o que seria de mim sem a sua ajuda.
Como eu poderia passar seis horas por dia, longe do meu menino, que precisa de tantos cuidados, carinho e atenção especial, se não fosse a ajuda da querida Rosa? Ela não me pede nada em troca e só nos dá amor. Isso é raro, muito raro, hoje em dia. Devo tudo a ela! Tudo!
Trabalho há treze anos no Projac, como auxiliar de serviços gerais. O Projac é conhecido pelos brasileiros como a fábrica dos sonhos, pois é lá que são produzidas as melhores novelas do Brasil, transmitidas também em vários países.
Realmente é um mundo aquele lugar, e dos sonhos, sim! A gente tem a sensação de estar do lado de dentro da telinha, acompanhando de perto o que os brasileiros assistem todos os dias, no conforto de seus lares.
Eu acredito que essa dorzinha no coração que me deu hoje e que me fez refletir e lamentar um pouco a minha vida é por conta das coisas maravilhosas que vejo enquanto limpo uma prateleira aqui, varro um corredor ali... e que estão tão, mas tão longe da minha realidade.
Lá dentro, temos a sensação de que todas as pessoas são felizes, que não têm problemas e são realizadas. Sempre vejo aquelas mulheres lindas, bem cuidadas, bem vestidas, maquiadas e sorridentes, como se a vida fosse um verdadeiro mar de rosas.
Por que eu não posso ter tudo isso também? Por quê?
O que eu fiz para não merecer as mesmas coisas que essas mulheres desfrutam na vida?
Bem, o que me resta é continuar orando a Deus e pedir para que ele tire esses pensamentos da minha cabeça. Não quero sofrer porque não me levará a lugar nenhum. Eu quero continuar com a mesma força que eu tive durante toda a minha vida, para continuar lutando pelo meu filho, que é a pessoa mais importante para mim no mundo.
Eu preciso ser feliz, seja como for, do jeito que Deus quer que eu seja, pois tenho Pedro, uma criança maravilhosa que precisa de todo o meu amor.
Que o Senhor me ilumine nessa jornada!
Fátima Soares.
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