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[SeHo] [KaiSoo] [ChanBaek] [XiuChen] [2° TEMPORADA DE "PERFECT PARTNERS"] Só existe uma coisa pior do que um adolescente com tendências a arrumar muita confusão por onde quer que passe... É ter dois adolescentes debaixo de seu teto com tendências a todo tipo de plano maquiavélico. SeHun e SuHo estão crescidinhos, mas quem foi que disse que KyungSoo e Jongin estão à salvo dos planos infalíveis de suas crias? Muito pelo contrário... Esses parceiros perfeitos já provaram a que vieram, e vão dar uma canseira nesse casal, provando que nasceram para agitar... Juntos.


Фанфикшн Группы / Singers 18+.

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What could go wrong?


Caminhando pelos corredores extensos, ela arrumava os cabelos desalinhados. As mãos inquietas, vez ou outra se agitavam enquanto ela buscava se acalmar. Na cabeça, o discurso todo ensaiado... Não havia falhas. Era uma garota bonita, popular e desejada na escola.


Nem mesmo o medo da rejeição era capaz de desestimular uma mente tão convicta quanto a sua. Ela não era a primeira a tentar aquele feito, e certamente não seria a última, mas tinha plena certeza de que seria bem sucedida. Quem rejeitaria SunHee, afinal?


Munida dessa confiança, ela caminhou confiante até o pátio, onde os adolescentes daquela escola desfrutavam de seu pequeno intervalo, rindo, conversando e comendo suas respectivas refeições.


Ela sabia bem onde ele estava, até por que aquele local isolado no fundo do local fora reivindicado por ele há tempos. Como sempre, a figura imponente estava displicentemente sentada na última mesa, de pernas cruzadas, naquela sua postura única de realeza que muitos almejam ter. Os cabelos negros estavam penteados num belo topete, e o rosto alvo estava mergulhado naquele caderno verde, aparentemente surrado pelo tempo, que ele parecia carregar pra todos os lados. O uniforme, composto de um paletó cinza escuro e calça social lhe caíam tão bem, que pareciam ter sido projetados especialmente para que o garoto os vestisse.


As sobrancelhas grossas estavam arqueadas, enquanto ele prosseguia em sua leitura, e o jovem vez ou outra umedecia os lábios róseos, em sua distração aparentemente fria e calculada.


SuHo era irresistível.


O garoto era o sonho de consumo de qualquer garota por aquelas bandas e SunHee não era diferente. A aura irredutível dele afastava todos, mas ela ultrapassaria aquela barreira invisível e ele seria seu. Ela estava mais que certa disso.


Ao aproximar-se, no entanto, a coragem pareceu baixar um pouquinho. Seus olhares se cruzaram e a expressão facial fechada do rapaz deixou-a inquieta.


Porém, aquele não era o momento de amarelar. Ela checou se a farda e sua saia estavam aprumadas e ajeitou uma vez mais os cabelos, e de dentro de sua bolsa tirou um pequeno espelho rosa, checando se a maquiagem estava impecável como sempre. Ao constatar que sim, estava tão linda como sempre, sentiu-se mais segura para se aproximar.


Porém, antes que o tivesse feito, sentiu uma presença atrás de si e virando-se, deu de cara com a última pessoa que almejava ver por ali.


SeHun.


O garoto a observava com um sorriso de lado, misto de escárnio e cautela. Eles eram da mesma turma e o loiro também era uma figura famosa no Colégio. Os cabelos estavam arrumados num topete, com a gravata ligeiramente afrouxada, só com a camisa branca dobrada na altura dos cotovelos. Ele tinha ambas as mãos nos bolsos da calça social. Os olhos sempre tão penetrantes estavam semicerrados, pareciam analisar a garota. O perfume característico e amadeirado era como uma espécie de aura a envolvê-lo, enquanto lentamente ele a esquadrinhava com aqueles olhos felinos. De cima a baixo ela foi avaliada e em seguida o rapaz iniciou seu diálogo:


- SanHee...


Ela revirou os olhos. SeHun nunca lembrava o nome de ninguém. Para a garota era um ultraje, já que ela era tão popular naquelas bandas.


- SunHee...


Ele cruzou os braços.


- Que seja... O que você faz por aqui, entre os meros mortais?


O sorriso debochado dele era mais atraente do que a garota gostaria de admitir.


- O que quer dizer? Eu estudo aqui tanto quanto você.


SeHun seguiu o olhar dela enquanto ela falava, e avistou o objeto da atenção da garota.


- Está certa de que quer mesmo fazer isso? - apontou com o dedo para o rapaz sentado ali não tão distante e a garota corou de pronto.


- Não sei do que está falando... - ela desconversou, envergonhada.


- Pois eu... - sussurrou em seu ouvido, já que encontrava-se perto o suficiente para fazê-lo - Acho que você sabe bem o que acontece quando alguém como você é humilhada. Reputação é uma vida para construir e um minuto para destruir.


A forma atônita com a qual ela arregalou os olhos divertiu o maior, que suspirou, antes de afastar-se a passos pesados. Antes de deixar o pátio, porém, seu olhar cruzou com o do garoto sentado mais a frente. SunHee achou estranha a carranca de SeHun para si, uma vez que ele sempre lhe jogara charme e a tratava bem em sala. No pequeno vislumbre que ela teve do olhar um tanto desapontado de SeHun, ela poderia jurar que o alvo sorriu bem de leve, como se achasse a careta do outro divertida.



***

Nem mesmo a teoria da relatividade parecia entreter tanto a mente de SeHun quanto a visão diante de si. Seria mentira dizer que ele decidiu sentar naquela parte da biblioteca apenas pela tarefa atrasada que tinha de terminar na extensa apostila. O local dava para o pátio e era justamente por isso que ali estava. A garota cuja face chorosa SuHo observava sem parecer nem ao menos abalado, gesticulava histérica, batendo o pé...


- Divertindo-se com o show? – uma voz soou divertida bem próxima de seus ouvidos, e SeHun virou-se, dando de cara com um sorridente BaekHyun.


O menor jogou a apostila que trazia em mãos encima da mesa, sentando-se de frente para ele, e com a mão no queixo, prosseguiu:

- Nem negue, você é mal demais pra estar só aqui estudando como quem não quer nada.


SeHun riu debochado.


- E você, víbora venenosa... O que faz aqui? Estudando é que não está. Se bem que estou vendo uma formação suspeita de nuvens lá fora... Será que estamos para testemunhar um raro evento da natureza?


- Ha Ha! Boa piada. – retorquiu o menor, bufando.


- Sério, você pisar na biblioteca já é motivo para evocar uma boa chuva, não, uma tempestade...


O loiro jogou os cabelos que estavam atrapalhando a visão para trás, antes de dizer:

- Não desvie do assunto...


- E você está fazendo o mesmo...


Ambos trocaram um sorriso desafiador, e Baek foi o primeiro a se render.


- Estou evitando o Yoda.


SeHun riu baixinho.


- E o que foi que o senhor aprontou?


Baek pôs a mão no coração, parecendo ofendido.


- Por que deveria ser eu a fazer algo?


SeHun desviou o olhar da apostila que fingia ler e olhou para fora, onde podia ter a visão de SuHo com a mão levantada, provavelmente para evitar que a garota dissesse mais alguma coisa para si. O sorriso involuntário adornou os lábios finos. Mal sabia por que estava achando tudo aquilo tão interessante. Não era exatamente um garoto mal, e até mesmo se sentia mal ao rejeitar alguma confissão. Contudo, tinha que admitir que observar as lágrimas da garota estava lhe causando extrema satisfação.


Ela era uma menina mesquinha e fútil, mas isso nem era o problema. Todo mundo tem o direito de ser como lhe convier, mas ultimamente aquilo vinha lhe perturbando... Não só com ela, mas com qualquer uma que se aproximasse. Não que ele imaginasse que o melhor amigo fosse mesmo render-se a companhias tão insípidas e vazias, mas lhe causava um arrepio estranho só de imaginar o menor ao redor daquelas pessoas. Primeiro por que elas não mereciam sequer respirar o mesmo ar que Junmyeon, em sua concepção. E segundo, por que o maior acreditava que o amigo merecia muito mais... Alegrias sem fim.


- Por que o ChanYeol é um santo... Coitado dele por ser seu amigo.


Baek esboçou um bico, cruzando os braços de forma infantil, emburrado.


- Não interessa... Ele é um vacilão. Estou de mal.


- Bem maduro, Byun... – SeHun revirou os olhos, sorrindo.


O menor arqueou as sobrancelhas.


- Quase tão maduro quanto espiar a vida alheia de longe...


Ambos trocaram um olhar de ódio, ao que Kris chegou, dando um tapa na nuca de cada um.


- Parem de brigar logo cedo... estou com dor de cabeça.


O maior deu um grande bocejo, sentado-se bem largado em uma das cadeiras de madeira, e repousando os pés sobre a mesa. Cruzou os braços atrás da nuca calmamente, enquanto se recostava e fechava os olhos.


- E você, o que faz aqui, animal? – Baek massageou a nuca.


- O de sempre, meu caro... Vim puxar um ronco. Vocês é que são a novidade aqui na biblioteca. – o loiro tornou, arrumando seu topete loiro.


Os olhos de SeHun captaram quando Junmyeon deixou a menina sozinha, pois foi quando o sinal pra próxima aula tocou.


- Vocês precisam acordar... – Baek murmurou, não alto o suficiente para que SeHun, que observava Junmyeon entrar nos corredores, ouvisse.


- O que? – SeHun falou, apanhando seus materiais.


Kris e Baek trocaram um olhar significativo.


- Vocês todos... – Kris falou, sem que SeHun ao menos prestasse atenção.



***

O alvo ajeitou a armação sobre o nariz, concentrado em finalizar aquele capítulo em particular antes de chegar a hora de ir buscar os filhos na escola. Era o terceiro volume daquela saga e a criatividade estava fluindo bem até que a mensagem em seu celular o despertou de seus devaneios.


“Queria estar contigo”


Foi inevitável não sorrir diante daquela pequena demonstração de carinho.


Apanhou seu celular, digitando rapidamente sua resposta:

“Faltam apenas mais algumas horas”


Um emoji de carinha triste foi enviado para si.


O sorriso de coração adornou os lábios de KyungSoo, enquanto levava a xícara de café até os lábios.


“O que vai querer para o jantar, jagya?” – escreveu, voltando-se a seu romance.


A resposta veio em segundos.


“Você todinho *moon face emoji*”


O escritor afastou a cadeira, rindo da mensagem do marido. Era sempre assim. Desde que decidiram juntar suas duas famílias, todos os dias eram repletos de alegria e também amor. Kim Do KyungSoo era um escritor de romances policiais muito famoso, e há nove anos era casado com o advogado Kim Do Jongin. As circunstâncias que os levaram a conhecer-se foram os filhos da dupla.


Junmyeon e SeHun estudavam na mesma escola, e compartilhavam de um problema em comum. Ambos possuíam um pai solteiro e vontade zero de adquirir uma nova mãe. Jongin e KyungSoo tiveram diversas experiências esclarecedoras, em relação á aceitação dos filhos, e após desenvolverem uma forte amizade, na qual ambos se apoiaram e se conheceram no mais profundo estado de solidão, ambos foram capazes de encontrar o amor novamente. Após vencerem muitas adversidades, que incluíam amigos, emprego e família aceitando a relação dos dois, obtiveram o aval dos filhos para viverem seu amor e constituir uma linda família juntos.


“Vou me servir numa bandeja para você, pode ser?”


Tomou mais um gole da bebida quente e amarga e sorriu para a resposta do moreno. Era uma foto do advogado todo engravatado com os lábios presos entre os dentes, olhando sedutoramente na direção da câmera, com legenda “promete?”


KyungSoo consultou o relógio de pulso, vendo que a hora de passar no mercado e buscar seus meninos havia chegado. Digitou a mensagem apanhando seu casaco e mandou ao eterno namorado:


“Trabalhe duro, que quando chegar em casa, haverá uma bela surpresa para você. Até mais tarde, jagiya!”


Pegou as chaves do carro e deixou a bela casa, indo em direção à garagem e entrando no carro, enquanto dizia para si mesmo:


- Talvez eu deva passar no sex shop primeiro...


Jongin não perdia por esperar.



***

- Hey Junnie... – SeHun entrou na sala, assim que a professora e demais colegas começaram a sair.


- Fala, magrelo... – SuHo passou a arrumar seus materiais dentro da mochila.


- Fez alguém chorar? – SeHun sorriu, sentando em uma das carteiras.


O alvo empinou o nariz, afrouxando a gravata perfeitamente alinhada e soltando um suspiro antes de prosseguir:


- Você me conhece... É Minha missão na vida. E quanto a você?


SeHun deu de ombros.


- Ainda não, mas são só onze e meia...


Ambos compartilharam uma risada divertida. Aquela estranha sensação de SeHun se dissipando aos poucos.


- Qual o problema de BaekHyun? – SuHo questionou, assim que SeHun saiu na frente, de dentro da classe.


- Por que pergunta? – o maior caminhava lado a lado com o amigo.


Junmyeon coçou a nuca.


- ChanYeol estava muito estranho hoje. Me perguntou se eu sabia o motivo da zanga daquela pequena víbora e ficou de bico pelos cantos a manhã toda.


- Eu sei lá... Eles que se resolvam. Contudo, conhecendo a falta de intelectualidade do Yoda, Baek uma hora ou outra vai gritar todas as frustrações na cara dele. ChanYeol é lento demais...


- Quem é lento demais? – Chen ajeitou os óculos, surgindo por trás dos amigos e apoiando-se nos ombros de Junmyeon.


- Você! Quanto tempo leva para arrumar as suas coisas? Deu tempo de eu ir até a sala do Junnie e voltar e você não havia terminado. – SeHun reclamou.


Chen mostrou a língua, e avistaram Kris saindo de sua turma, acompanhado de Baek, ambos numa conversa animada.


- Fala, galáxia! – Junmyeon falou, fazendo um toque de mãos com o maior.


- Pára de falar essas coisas que não são meu estilo? Obrigado...


Os cinco seguiram pelo corredor, até que perto dos portões da escola avistaram ChanYeol esperando por eles.


SeHun levantou a mão, para cumprimentar o grandão, mas ele tinha uma feição preocupada. Baek estancou onde estava, incapaz de esboçar outra reação. Kris viu como ele estava branco, enquanto fitava o maior.


- Baek? Está tudo bem? – JongDae segurou os ombros do amigo.


De longe, ChanYeol caminhava decidido até onde os amigos estavam.


- E-eu... Preciso ir. – o menor desvencilhou-se de Chen e correu na direção oposta.


Junmyeon e Kris trocaram um olhar significativo. Algo ali estava muito suspeito.


- Gente! O que é que eu fiz? – ChanYeol chegou, ofegante pela pequena corrida. Não fazia ideia de por que o melhor amigo estar o evitando daquele jeito... será que seria por...


- Não sei, mas está muito suspeito mesmo. – SeHun observou o amigo correndo.


- Não acho que tenha sido você a fazer algo, Chan... – Kris falou.


Nesse momento, a buzina de KyungSoo chamou a atenção dos garotos. Dentro do carro, o escritor acenava animado.


- O Appa chegou... – SeHun disse, sorrindo de volta.


- Nos vemos no parquinho mais tarde para resolver isso... – SuHo ditou. Todos concordaram com um aceno, e os dois adolescentes dirigiram-se ao carro.


Ao se sentarem em seus respectivos lugares, com Chen, que pegava carona na frente, KyungSoo começou:


- Por que Baek saiu correndo daquele jeito? Quase o atropelo...


Os meninos trocaram um olhar.


- Não sabemos senhor Kim... – Chen desconversou.


- Sei... O que os pestinhas aprontaram hoje, hein... – semicerrou os olhos para os filhos no banco de trás. Junmyeon escrevia naquele seu velho caderninho, enquanto SeHun olhava pela janela, aproveitando a brisa que batia suavemente nos cabelos loiros.


- Nada demais, Appa. Junnie fez outra menina chorar... – SeHun disse, num tom um tanto ressentido.


O escritor olhou para seu filho, vendo a forma neutra com a qual ele prosseguia fitando o material escolar, pouco se importando com a queixa do amigo.

- Do jeito que fala, até parece que estava interessado nela, SeHun... – Chen acusou.


Não escapou a KyungSoo, a rapidez com a qual os olhos de Junmyeon se desviaram para o rosto do amigo, tentando captar algo em suas feições. SeHun sequer desviara os olhos da rua.


Uma risadinha se desprendeu dos lábios do pai. Seus meninos eram ciumentos mesmo.

- E quanto a você, Appa? Como vai o livro? – SuHo questionou, quando teve certeza da indiferença de SeHun.


- Escrevi uma boa parte, depois fui ao sex shop e ao mercado...


Os olhos de Chen se arregalaram, enquanto ele olhava para o pai de seus amigos.


KyungSoo deu de ombros, rindo baixinho. Os filhos não estavam nada surpresos. Era bem normal escutarem esse tipo de comentário, principalmente de Jongin.

- Aliás, vamos sair pra jantar, vocês estejam em casa antes da meia noite, entenderam?


Ambos assentiram. Os pais saíam pra namorar pelo menos duas vezes por semana, eram nesses dias que os filhos geralmente chamavam os amigos para dormirem em casa.


- Vão a algum lugar? – o alvo parou em frente á casa de Chen, vendo a mãe do mesmo a regar algumas plantas no jardim. Ela lhe cumprimentou com um aceno e um sorriso.


- Vamos ao parque mais tarde, mas voltaremos antes de anoitecer... – SeHun apertou a mão de Chen, assim como SuHo.


- Até mais, JongDae... Mande lembranças a seus pais. – KyungSoo sorriu para a senhora Kim.


- Até, senhor Do.


Seguiram caminho.



***

SeHun pegou a sacola preta de plástico do banco de trás, e avistou duas algemas dentro delas. Trocou um olhar com SuHo, que revirou os olhos, entediado. A verdade é que mesmo na casa dos dezessete anos, ambos não tinham muito interesse em saber sobre intimidades relacionadas a sexo.


- Algemas, Appa? Sério? – Junmyeon entrou na casa, colocando os legumes na bancada.


KyungSoo tomou a sacola das mãos de SeHun, sorrindo ao dizer:


- Cuidem de suas vidas, que da minha cuido eu...


Os dois garotos largaram as mochilas no chão, deitando nos sofás da forma mais preguiçosa possível.


KyungSoo foi até a sala e disse, com ambas as mãos nos quadris.


- Os dois mocinhos tem três segundos para recolher as mochilas do chão e subirem voando para seus quartos e se trocarem para o almoço.


Os murmúrios dos garotos foram ouvidos, enquanto resmungavam que estavam cansados e com preguiça.


O escritor fechou os olhos e começou sua contagem:

- Um!


Os dois levantaram-se num rompante, recolhendo as mochilas do chão e correndo escada acima aos tropeços, enquanto ele abaixava aquela colher de pau.


Era o menor quem punha ordem na casa, uma vez que Jongin mimava os meninos. O advogado tinha coração mole, e concedia todo e qualquer capricho dos meninos. Felizmente, quando conheceu KyungSoo, descobriu que com o menor não tinha conversa e se os meninos quisessem algumas regalias, teriam que fazer por merecer, demonstrando bom comportamento e notas exemplares na escola. Desta forma, as longas idas à sala da diretoria ao longo dos anos foram cessando aos poucos, afinal, não havia mais necessidade de tentarem chamar atenção dos pais. Eles as tinham, além de limites, uma das coisas necessárias para a formação de caráter das crianças.


Mas, não se enganem, isso não queria dizer que os meninos não aprontassem esporadicamente. Essa dupla nunca levou desaforo pra casa, e vez ou outra, KyungSoo ainda tinha que passar a mão na colher de pau, para corrigi-los.


Tratou de terminar os preparativos para o almoço, ansioso por aquela noite poder realizar uma de suas fantasias com o marido.


Após um dia cansativo, com cursos de inglês de SeHun e desenho de SuHo, ambos voltaram para casa, bem em tempo de ver o pai se arrumando todo para seu encontro com Jongin. O escritor passava aquele perfume inconfundível que o maior adorava, e penteava os cabelos num desarranjado planejado.


- Vocês não se cansam não? – SuHo deixou a tela que trazia em mãos encima da cama do pai. SeHun pulou na cama, e completou:

- Parecem coelhos...


Os adolescentes passaram a rir, enquanto Kyung ajeitava a camisa preta, claramente ignorando-os.


- Vocês não sabem o que é bom na vida... – o menor escarneceu.


No mesmo instante, a campainha tocou.


Ambos desceram correndo as escadas, para darem de cara com Baek à porta.


- Oi... – ele estava com a palma da mão levantada, vestindo um dos moletons de ChanYeol, que iam até quase os joelhos.


SeHun e Junmyeon trocaram um olhar.


- Têm um tempinho para conversar?


***


Kris empurrava Chen no balanço, enquanto ChanYeol permanecia em seu balanço, inconsolável. O rosto apoiado nas correntes de metal.


- Por que acham que os meninos não vão poder vir? – Chen disse, olhando para o lado.


ChanYeol suspirou, triste.


- Devem estar com o Baek, certeza... – Kris falou, parando um pouco para colocar uma goma de mascar na boca.


ChanYeol levantou a cabeça, esperançoso.


- Devemos ir até lá?


Kris revirou os olhos, empurrando Chen mais forte.


- Ahhhhh! Devagar, animal! – JongDae se agarrou ás correntes do brinquedo e Kris riu, divertido.


- Claro que não, Spock coreano. Se ele foi até eles, é por que não quer a nossa presença. O SuHo é a pessoa mais sensata da nossa idade, com certeza vai ajudar ele...


Kris era bem mais maduro do que parecia, na opinião de ChanYeol. O orelhudo não era de admitir, mas sentia-se muito abençoado por ter ele como amigo, ainda mais depois de tudo que havia feito consigo. De um intimidador, Kris tornara-se um bom amigo... Cuidava de todos e mesmo sendo mal encarado, era atencioso e perceptivo. E sendo perceptivo como era, tratou de externar seus sentimentos de uma vez.


- O que está rolando, Chan? Qual é o lance entre você e o Baek? Por que estão agindo tão estranho?


ChanYeol percebeu o olhar de Chen sobre si. A preocupação de Kris era compartilhada.


- Prometem que não vão zoar? – o maior baixou os olhos, envergonhado. Os tênis sendo arrastados na terra.


- Claro... – Chen disse.


- Não. – Kris deu de ombros.


ChanYeol lançou um olhar apático ao amigo.


- Desembucha, caramba! – o maior entre eles sibilou.



***


- Pornô? – SeHun fitou Baek em completo espanto.


SuHo massageava as têmporas, enquanto Baek abraçava joker, a iguana de pelúcia que SeHun carregava desde a tenra idade pra cima e pra baixo.


- Fala mais alto, imbecil! Deus não te ouviu ainda! – Baek vociferou.


Junmyeon caminhou até a cama de SeHun, onde os dois amigos estavam sentados e olhou Baek nos olhos antes de prosseguir:

- Deixa eu ver se entendi direito... ChanYeol te pegou vendo um filme pornô?


O loiro assentiu, cobrindo os olhos com os antebraços.

- Ai que vergonha!!!


SeHun estava rindo baixinho, mas SuHo repreendeu-o com um olhar sério.


- Mas, Baek... Essas coisas são ahmm, normais na nossa idade... os hormônios estão aflorando. – tentou amenizar a situação.


- Mas, como ele te pegou fazendo isso? – SeHun quis saber.


- Ele vive lá em casa... Chegou e a porta estava aberta. Minha mãe nem me gritou... Nem avisou que ele estava ali... Ah, que ódio.


SeHun e SuHo se entreolharam. Nunca tinham feito algo semelhante, porém sabiam que algo estava faltando nessa história.


- E o que tem? – SeHun disse, acariciando os cabelos do amigo.


- Não era o tipo... – ele olhou em volta, incerto – Convencional de pornô.


Os olhos caramelo recaíram para o tecido da cama, enquanto Junmyeon aos poucos se dava conta da real situação.


- E que pornô é convencional, BaekHyun? – SeHun disse, impaciente.


Baek levantou e pôs-se a caminhar de um lado a outro, atiçando a curiosidade dos amigos, mesmo a contra gosto.


- Desembucha! – SeHun jogou o travesseiro no amigo.


- Era um pornô gay, ‘tá!?


Os dois ficaram mudos, enquanto Baek cobria os olhos com as costas das mãos. Lágrimas se formando nos cantos dos olhos.


Um silêncio desconfortável se seguiu, até que SuHo limpou a garganta, e proferiu:

- E daí? Todo mundo tem o direito de assistir o que quiser... Veja meus pais, estão pouco se lixando para a opinião alheia... ChanYeol não tem nada com... – foi interrompido por Baek, que gritou, irritado:


- Eu estava me masturbando! Enquanto assistia um pornô gay!


SeHun tapou a boca com a mão, incapaz de mascarar a surpresa, não por ser um pornô gay em questão, mas por imaginar o quão vergonhosa seria a cena se acontecesse consigo. Olhou de esguelha para o melhor amigo, compadecendo-se dele.

Junmyeon ficou calado, apenas absorvendo... A cabeça movendo-se lentamente em concordância.


- E o que ele disse? – o alvo inquiriu, por fim.


Baek soluçou, sentando-se ao lado de SeHun e descansando a cabeça nos ombros largos do amigo.


- Não dei tempo pra ele dizer nada, me enfiei dentro do meu banheiro e gritei para que saísse dali. Ele insistiu um tempo e depois foi embora. – fungou, sendo amparado pelo maior.


- Olha... É uma situação estranha e tal, mas não acho que ChanYeol esteja chateado contigo... – SeHun disse.


- Como podem ter tanta certeza? – o menor quis saber.


- Bem – Junmyeon completou – Por que ele esteve te procurando o dia todo... Está preocupado com você e se culpando, como se estivesse errado.


Baek levantou o olhar, parecendo um pouco melhor.


- Você tem certeza?


- Ele é seu melhor amigo... Vivem grudados, parecem a mesma pessoa. A última coisa que ele faria é julgar você. Vai por mim, devia dar um tempo para você, e depois ir falar com ele... Ele está bem mal, achando que fez algo pra te magoar. – Junmyeon pousou a mão no ombro alheio.


Baek sorriu aos pouquinhos, decidido a mandar uma mensagem ao amigo. Enquanto ele digitava em seu smartphone, os dois amigos trocavam um olhar intenso.


***

- Não me zoem, por favor... – ChanYeol pedia pela décima vez, mas Kris estava irredutível. Ele ia zoar sim, e não tinha conversa.


- Fala, Chan... Ele está brincando, não vai te zoar não... – Chen já estava no limite da curiosidade.


ChanYeol meneou a cabeça negativamente.


- Enquanto Yifan não retirar o que disse, não conto nada!


Kris deu de ombros.


- Beleza, vai, certeza que é só frescura dos dois mesmo.


ChanYeol estava pronto para contar a situação constrangedora, mas seu celular apitou, sinalizando a mensagem do amigo. Nos olhos do grandão acendeu-se um brilho de alegria e alívio.


- É ele! – levantou o celular no alto, teatralmente, rindo bem alto.


- Ei, o que ia dizer? – Kris largou o amigo e saiu atrás de ChanYeol que corria para fora do parque.


- Ele quer falar comigo... Obrigado chingus, até amanhã! – ChanYeol correu afobado para longe, deixando JongDae e Kris falando sozinhos.


- Esse miserável... – Kris gritou, sentando ao lado de Chen, no balanço que segundos atrás o amigo estava sentado.


Ambos se entreolharam.


- Pelo menos esses dois idiotas se acertaram... São melhores amigos. – Chen coçou o queixo.


Kris observou a forma como as folhas balançavam ao vento, incerto.


- Será que é só isso mesmo? – sussurrou para si.


- O que disse, chingu? – Chen perguntou.


- Nada, tampinha... Vamos jogar vídeo game na minha casa... – levantou, vendo o amigo fazer o mesmo.


- Ok, vamos então.


Nada tirava da cabeça de Kris que ali tinha algo a mais.




***

Mesmo após a saída de Baek, os dois permaneceram sentados no chão do quarto tentando digerir o que haviam acabado de ouvir. Há tanto tempo Baek e ChanYeol eram melhores amigos... O que se passava pela mente dos adolescentes era: Será que ChanYeol sabia que Baek gostava de pornôs gays? Baek era gay? O que seria da amizade dos dois?


SuHo e SeHun se entreolharam. Eram mais ligados ainda que os amigos, como verdadeiros irmãos, mas... Será que sabiam mesmo tudo um do outro? O que se passava na cabeça alheia?


- Não ficou curioso? – SeHun resolveu quebrar o silêncio, após limpar a garganta.


SuHo o fitou distraído. Seus pensamentos haviam migrado para longe dali.


- Curioso com o que, magrelo?


- Com o que Baek disse...


O menor dera um soquinho no ombro do amigo.


- Mas, é claro que sim... Mas, não é da nossa conta o que vai acontecer agora.


Ambos tinham o mesmo pensamento não sonorizado em mente. Ficaram a fitar o rosto alheio, num desconforto que nunca havia estado presente entre ambos. Estavam curiosos... Curiosos demais.


- Hein, como será que é, hein Junnie? – SeHun desviou o olhar enquanto falava.


Junmyeon sabia do que o amigo falava, mas se fez de desentendido.


- Como será que é o que?


- Ah... Você sabe... o filme.


Ambos engoliram em seco. Não eram tão ingênuos de nunca terem visto um filme daqueles, mas não um filme que fosse entre homens.


- V-você quer v-ver? – SuHo fitou o amigo, vendo-o corar ao extremo.


- S-será que devemos? – o maior disse, vendo o amigo também corado.


SuHo pôs-se de pé, tentando parecer relaxado. Na verdade, seria hipocrisia dizer que tais pensamentos nunca lhes haviam passado pela cabeça.



- O que de mais poderia acontecer... Certo?



***

Jongin olhava para o painel do elevador com impaciência. Estava ansioso por ver seu amor, e também mal podia esperar para ver a surpresa que o outro havia preparado.


Abriu a porta do quarto de hotel, e observou o espaço todo escuro. Colocou a maleta encima do estofado preto da suíte, olhando para todos os lados ansioso. O advogado era um homem feliz em vários aspectos, afinal tinha uma família linda, um esposo amoroso e sempre disposto a realizar suas fantasias.


Retirou a gravata, desalinhando um pouco os cabelos cor chocolate. Desabotoou alguns botões da camisa, após tirar o paletó que vestia. Caminhou até a cozinha, e estancou na soleira, ao ter diante de si uma visão irresistível.


KyungSoo estava completamente nu, encima da mesa, segurando duas algemas prateadas, sentado numa espécie de grande bandeja, com o dedo indicador agitando-se, num convite.


- Hyung... – Jongin não conseguiu dizer mais nada, ao ver seu amado naquela pose sedutora. Engoliu em seco, aproximando-se aos poucos, querendo guardar aquela cena na memória para o resto da vida.


- Você está com fome, Nini? – o alvo perguntou inocentemente.


- Faminto! – o moreno mordia os lábios. Os olhos correndo por toda a nudez do marido, demorando-se nas partes mais rígidas de seu corpo.


- Então venha me devorar...


Não precisou dizer mais nada. Jongin logo estava entre as pernas do eterno namorado, beijando seus lábios com vontade e volúpia, enquanto o menor livrava-se de suas roupas.


- E... As crianças...? – o moreno disse, entre uma mordida no ombro e outra.


KyungSoo sugou o lábio inferior do outro, antes de sussurrar:


- Relaxe, eles são dois anjinhos... O que poderiam aprontar?



O que o casal não sabia, naquele momento ardente de paixão, era que não muito longe dali, dois jovens estavam prestes a descobrirem várias coisas sobre si mesmos... Coisas que mudariam suas vidas para sempre.

22 августа 2019 г. 2:35 0 Отчет Добавить Подписаться
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