Você é Minha Liberdade Подписаться

    - Eu não irei me casar! – digo convicto de minhas palavras.

    - Quantas vezes precisamos dizer que você não possui escolhas? Nem você nem nós? – meu pai diz exaltado.

    - Eu sou muito grato a vocês por me criarem e me ensinarem o certo e o errado. Eu os amo pelo fato de serem meus pais e me darem todo o amor que eu necessitava. – tento controlar a raiva e a irritação que contem em minha voz. – Mas me obrigar a se casar com alguém que eu não amo, que nunca vi na minha vida e que eu não faço ideia de como é, não é algo que vocês tem o direito de fazer.

    Olho para minha mãe que continua com a cabeça baixa dês do inicio da conversa e depois para meu pai sentado ao seu lado com uma expressão rígida e triste. Eu sabia muito bem que eles não queriam me forçar a ter um casamento arranjado:

    Nós já explicamos a você Jongin. O contrato já foi feito há muito tempo, a família Do nos ajudou no momento da crise a reerguer nossa empresa e transforma-la no sucesso e no império que ela se tornou.  E em troca você se casaria com o filho deles. – explicou meu pai com a voz mais calma.

    Eu já sabia sobre o contrato, já tivemos essa conversa inúmeras vezes. Sabia o quão exaustivo e difícil essa conversa estava sendo para meus pais, mas eu não podia aceitar ter o meu futuro traçado dessa forma, como um negócio, uma venda, uma dívida.

    Quando eu tinha três anos, a empresa da minha família estava tendo umas complicações, nada estava indo bem e dívidas foram se acumulando. Sem saída minha família aceitou a ajuda da família Do, mas para isso teriam que me casar com o filho deles que era um ômega considerado um desgosto para a família Do, já que ele seria o herdeiro de toda a fortuna. O nosso casamento teria que ocorrer quando eu completasse dezessete anos e o Do, dezesseis já que nossos aniversários eram próximos, tudo já havia sido decidido:

    - Por que estamos tendo essa conversa de novo? – pergunto cansado de tanto discutir.

    - Sabe que falta apenas um mês para seu aniversário de dezessete anos. Já faz três meses que a família Do começou os preparativos do casamento. E esse mês que falta será os encontros familiares. – abaixo a cabeça e ouço um suspiro vindo de meu pai. – Eu acho que você já sabe muito bem sobre tudo isso, não sei por que precisamos explica-lo tudo novamente. Já está tudo feito Jongin. Não há mais volta, nós sentimos muito.

    - NÃO VOCÊS NÃO SENTEM. – uso a minha voz de alfa por conta da raiva e assisto arrependido minha mãe se encolher na cadeira e meu pai me repreender com o olhar.

    - Sim nós sentimos. – ergo minha cabeça em total surpresa por ter escutado a voz da minha progenitora, encontrando seus olhos maternos marejados. Geralmente em nossas conversas sobre o casamento o único que se dirigia a mim era meu pai, em quanto minha mãe ficava apenas sentada com a cabeça baixa. – Você não tem noção do quanto sentimos. – sua voz doce soa baixa e quebradiça e eu sei o quanto ela está tentando me passar sua sinceridade. – Nós nunca queríamos te envolver em algum negócio.  Sabíamos que no mundo dos negócios é muito normal os pais fazerem casamentos arranjados para unir empresas, mas esse nunca foi o pensamento meu ou o do seu pai. Queríamos que escolhesse o melhor para você e que traçasse seu próprio destino. Mas foi algo necessário e realmente sentimos muito por fazê-lo pagar o erro que cometemos. Não sabe como eu e seu pai não queríamos que você se cassasse com aquele ômega.        

    "Com aquele ômega?” – repito mentalmente a última frase percebendo o desgosto e o lamento na voz de minha mãe. Era a primeira vez que o ômega era ditado no meio da conversa, geralmente meus pais tentavam evitar o máximo dizer qualquer coisa que era relacionado a ele, o que me deixava mais frustrado pelo fato de não ter nenhuma ideia de como seria a pessoa que eu iria me casar:

    - O que quer dizer com aquele ômega? – repito com o mesmo desgosto que minha mãe havia dito, deixando transparecer a minha curiosidade.

    - O que eu quis dizer é que...

    - Sooyoung! – meu pai a corta com um tom repreendedor, o que me deixa ainda mais curioso e intrigado.

    - Donghyun ele precisa saber. Será melhor que ele saiba antes da reunião familiar na semana que vem.

    - Do que vocês estão falando? O que eu preciso saber? O que esse ômega tem? – pergunto exaltado me levantado.

- Nós não queríamos que você se casasse com ele Jongin, por que aquele ômega além de ser odiado e humilhado pela própria família, ele é mudo.+