lara-one Lara One

Scully recebe um caso e precisa viajar. Mulder não consegue ficar longe e se torna mais estranho do que o normal. Acaba descobrindo que o caso de Scully é um Arquivo X.


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S01#09 - I DROVE ALL NIGHT


INTRODUÇÃO AO EPISÓDIO:

Fade in.

FBI - Gabinete do Diretor Assistente - 8:13 A.M.

Skinner conversa com Scully quando Mulder entra arrumando a gravata. Skinner pára de falar, e os dois olham em direção a porta.

MULDER: - Já sei... Mas é que tive reunião de condomínio. Meus vizinhos querem me expulsar daquele prédio. Dizem que nos últimos dias ando fazendo "barulho" demais.

Mulder senta-se.

SKINNER: - Está tudo acertado então, agente Scully?

SCULLY: - Perfeitamente senhor. Estou indo para Ohio agora.

Scully levanta e sai. Mulder faz um movimento com intenção de segui-la mas Skinner o impede.

SKINNER: - Você fica!

MULDER: - Mas por quê?

Mulder faz a sua tradicional cara de "cachorrinho pidão".

SKINNER: - Agente Mulder, isso não vai funcionar comigo! A agente Scully está indo para Ohio fazer uma autópsia. A polícia de Lancaster solicitou ajuda do Bureau e eu decidi que seria por bem mandar a minha melhor agente, já que esta é a especialidade dela.

MULDER: - E onde eu entro nessa história?

SKINNER: - Você não entra! Estão me cobrando o seu relatório que deveria ter sido entregue na semana passada!

MULDER: - Não acredito que vai me deixar fora do caso por causa de uma burocracia!?!?!?!?!!!

SKINNER: - E tem mais, Mulder! A sua sala está um chiqueiro! Já que a temporada de paranormalidade está em baixa, quem sabe você aproveita para dar uma de faxineiro e coloca todos aqueles arquivos em dia?

Mulder olha indignado.

MULDER: - De todos os cargos que eu tive no FBI, esse com certeza é o mais ultrajante!

Mulder sai indignado e bate a porta.

VINHETA DE ABERTURA: A VERDADE ESTÁ LÁ FORA


BLOCO 1:

Sala dos Arquivos X - Porão do FBI - 8:32 A.M.

Skinner entra. Mulder está sentado em sua cadeira atirando lápis no teto. Skinner olha pra ele.

SKINNER: - Vou descontar isso do seu salário! Está danificando propriedade do Governo!

MULDER: - (INDIGNADO) O que foi que eu fiz pra você?! Só por que me atrasei 'alguns' minutos devo ficar de castigo a semana toda?!! Skinner, isso é cruel!

SKINNER: - Mulder, um conselho de amigo... Primeiro o dever, depois a diversão!

MULDER: - Mas quem está falando em diversão?!! Por acaso o meu dever é ficar aqui como um palhaço sem nada pra fazer?!

SKINNER: - Mulder, seus serviços em Ohio não eram necessários. Como eu iria justificar despesas inúteis?

MULDER: - Então tá! Agora dá licença que eu preciso recolher o lixo e tirar o pó!

Skinner sai.


2:05 P.M.

O teto está cheio de lápis.

MULDER: - (AO TELEFONE) Chegou bem Scully? ... Sabe, eu já posso até casar, sei fazer todo o serviço da casa direitinho! O que está acontecendo por aí? Com certeza você não está tirando o pó!

SCULLY (OFF): - Vou começar a autópsia daqui a minutos. É o corpo de uma senhora que foi encontrada morta em sua casa. Tudo indica suicídio, mas a polícia desconfia que tenha sido assassinato.

MULDER: - Aposto que o que vai fazer é menos nojento do que o que eu estou fazendo aqui.

SCULLY (OFF): - Mulder, você não está atirando lápis no teto.... está?

MULDER: - Ora Scully, parece que não me conhece...

SCULLY (OFF): - Mulder eu preciso desligar.

MULDER: - Tudo bem... eu ainda tenho que lavar as roupas do Skinner mesmo!

SCULLY (OFF): - A gente se fala mais tarde, volto daqui a dois dias...

MULDER: - (PÂNICO) Dois dias??!!!! Vou passar mais dois dias fazendo faxina?

SCULLY (OFF): - Tchau Mulder! Mande um beijo para o gato! E diga ao peixe que eu estou com saudades.

MULDER: - Espera aí... Onde você está hospedada?

SCULLY (OFF): - Motel Buffay, Mulder. É "limpinho e a vizinhança é segura".

Scully desliga. Mulder pega o paletó e sai da sala.


Supermercados "Gilligan" Ltda. - 3:57 P.M.

[Som: Roy Orbison – I drove all night]

Mulder sai carregando vários pacotes. Está com uma cara totalmente entediada. Enquanto caminha até o carro 'belisca' algumas batatinhas.


Apartamento de Mulder - Alexandria - 4:44 P.M.

Mulder assiste TV. Canal de compras. Olha seriamente para o número do telefone. Mas chega a conclusão de que nunca usaria aquelas facas. Muda de canal... Novela latina. Muda outra vez... Geraldo. Muda mais uma vez... Canal do tempo. Já está prestes a atirar o controle na tela, quando resolve fazer uma última tentativa: notícias.

TV (OFF): - Aqui em Ohio um crime está intrigando as autoridades. Roberta Smith, uma dona de casa de 50 anos foi encontrada morta no chão de sua cozinha com um tiro na cabeça. Ainda restam dúvidas se foi assassinato ou suicídio. As informações que temos é de que a polícia local já conta com o auxílio do FBI. Courtney Weathers para o jornal da tarde.

Mulder desliga a TV. Pega uma revista. Liga o computador. Dá comida para o peixe e faz um café. Toma um gole e cospe na pia. Resolve sair do apartamento.


Sede dos Pistoleiros Solitários - 5:32 P.M.

Mulder e os Pistoleiros sentados. Nenhum assunto. Mulder quebra o silêncio.

MULDER: - Alguma novidade?

LANGLY: - Depende. No campo ufológico, tecnológico, conspiracional ou amoroso?

FROHIKE: - Mulder, não deveria estar trabalhando?

MULDER: - Não. Estava investigando um caso de ácaros invasores e poeira cósmica assassina.

BYERS: - Ãhn?

LANGLY: - (CANTANDO DEBOCHADO) Oh, Susanne, não chores por mim... Eu tô no mundo da lua tocando meu bandolim.

Byers sai cabisbaixo da sala. Mulder ri.

FROHIKE: - Onde está a adorável agente Scully?

MULDER: - Em Ohio, violando cadáveres. E eu estou aqui, com vocês, violando a minha saúde mental. Nem sei o que estou fazendo aqui! Alguém quer jogar basquete?


Ginásio do FBI - 6:01 P.M.

Mulder, vestindo uma calça de moletom e uma camiseta sem mangas, tenta sem sucesso arremessar uma bola na cesta. Skinner aproxima-se.

SKINNER: - Me diz uma coisa. Se fosse diretor assistente do FBI, o que faria com um agente como você?

MULDER: - Mandaria ele diretamente para Ohio agora.

SKINNER: - Mulder, durante muitos anos vi você andar por aí, com a cabeça na lua, querendo fazer uma excursão pelo espaço com homenzinhos verdes. Agora, me decepciona saber que tudo que você quer é uma passagem para Ohio.

MULDER: - Verdes não. São cinzas... Vai tio, me deixa ir. Por favor! Me tira do castigo!

SKINNER: - Mulder, não acha que vai começar a dar motivo de desconfiança... Você sabe pra quem.

MULDER: - Estou tentando ser racional. Mas hoje não tá dando.

SKINNER: - Mulder, você nunca foi racional. Sai daqui, por favor! Vá embora!


Apartamento de Mulder - 7:11 P.M.

Mulder sai do banho, enrolado numa toalha. Atira-se na cama. Levanta. Veste um pijama listradinho. Atira-se novamente. Vira-se de lado. Vira-se de costas. Vira-se de bruços. Faz aquela "cara de pânico". Vira-se. Abraça o travesseiro. Fecha os olhos. Cheira-o. Fica assim por alguns minutos. Suspira. Levanta-se. Vai trocar de roupa. Procura as chaves do carro pela casa inteira. Encontra dentro do armário do banheiro.

MULDER: - Acho que a minha cabeça está em Ohio!


Estrada Interestadual - 7:59 P.M.

[Som: Roy Orbison – I drove all night]

Mulder dirige o carro. Pega o celular. Seleciona o nome Scully. Desiste. Lembranças de Scully bêbada surgem em sua cabeça. Ele ri.

MULDER: - Não acredito que eu tô fazendo isso... definitivamente é estranho até pra mim... Mulder, você vai viajar a noite toda, chegar lá às cinco da manhã, levar uma bronca da Scully, levar uma bronca do Skinner... Ah, mas já fazem dez minutos que estou na estrada. Não vale a pena voltar.


Motel Buffay – Ohio - 5:34 A.M.

Mulder sai da recepção. Vai até o quarto de Scully. Entra pela janela furtivamente. Scully está dormindo. Ele caminha silenciosamente até a cama, com um ar de moleque. Tira a roupa, ficando apenas de cuecas. Ela dorme de lado. Ele enfia-se debaixo do lençol. Agarra-se nela. Scully grita e mete uma cotovelada no olho dele. Estica o braço até a cômoda em busca da arma.

MULDER: - (GRITA EM PÂNICO) Scully, sou eu! O Mulder! Não atira!

Scully acende o abajur. Olha pra Mulder, que está em pé, ao lado da cama com a mão sobre o olho.

SCULLY: - Mulder??????

MULDER: - Pra que essa violência? Eu vim em paz... e amor.

SCULLY: - (INDIGNADA) Mulder, eu podia ter dado um tiro em você, seu imbecil!

Mulder faz carinha de pidão.

MULDER: - Scully, dirigi nove horas, sem parar, só pra ficar com você e levo um soco no olho?

SCULLY: - Pois agradeça! Ia levar um tiro. E bem que merecia.

MULDER: - Que ingratidão!

SCULLY: - Mulder, deveria estar em Washington, cuidando dos Arquivos X e fazendo o que deveria fazer...

Mulder continua com fisionomia de pidão.

SCULLY: - Mulder, tenho que estar de pé daqui à duas horas, estou cansada, a comida daqui é péssima, esse caso é um porre...

Ele continua com fisionomia de pidão.

SCULLY: - ... Você tem que estar daqui a três horas no bureau, não deve ter feito o relatório, o Skinner vai enlouquecer, e...

Mulder está quieto. Assustado e com a mão no olho.

SCULLY: - ... Mulder, você está bem?

MULDER: - Posso falar agora?

SCULLY: - Claro.

MULDER: - (GEMENDO) Ai!

Scully levanta-se. Vai até ele.

SCULLY: - Deixa eu ver isso.

MULDER: - (ASSUSTADO) Não!

SCULLY: - Mulder, fica quieto!

Scully puxa a mão dele que estava sobre o olho.

SCULLY: - Ah, Mulder... Isso tá feio.

MULDER: - Tá é dolorido. Por que me agrediu, Scully? Eu vim em missão de paz...

SCULLY: - Não agredi você, Mulder. Agredi alguém que estava me agarrando dentro do quarto. Que brincadeira de mau gosto...

Mulder olha pra ela.

MULDER: - Ai.

SCULLY: - Mulder...

MULDER: - Vou embora. Perdi a noite de sono, desesperado...

SCULLY: - Mulder...

MULDER: - Cala a boca, Scully. Agora quem vai falar sou eu! Vim de Washington, como um maluco, não parei nem pra ir no banheiro, só pra ficar com você! E olha o que recebo! Pancadas!

Mulder levanta-se e aponta para o olho são.

MULDER: - Scully, acerta esse também. Além de fazer concorrência com os Irmãos Metralha, vale pra eu aprender a ficar no meu canto!

Scully segura um sorriso.

SCULLY: - Mulder, deixa eu cuidar de...

Mulder recua.

MULDER: - Sai de perto de mim, Scully. Você é perigosa!

Mulder abre a porta.

SCULLY: - Vai voltar pra Washington?

MULDER: - (EMBURRADO) Vou.

SCULLY: - (SEGURA O RISO) De cuecas?

MULDER: - (DISFARÇA) Qual o problema?

SCULLY: - Mas ficou a noite toda sem dormir...

MULDER: - E daí? Quem se importa?

SCULLY: - Eu me importo.

MULDER: - ... (BEIÇO)

SCULLY: - Mulder, tire algumas horas de sono.

MULDER: - Não quero dormir. Não viajei todo esse tempo pra dormir.

SCULLY: - (RINDO) Viajou pra quê?

MULDER: - (EMBURRADO) Pra levar um soco! Eu não podia dormir porque sentia falta do teu toque. Agora posso voltar tranqüilo.

SCULLY: - Mulder, deixa de ser infantil e fecha essa porta!

MULDER: - Não!

SCULLY: - Mulder!

MULDER: - Não!

SCULLY: - Mulder (CERRA OS PUNHOS) não me teste! Deixa de ser uma criança birrenta e fecha essa porta!

MULDER: - Se fechar a porta, eu ganho o quê?

SCULLY: - ... O que veio realmente buscar.

Mulder fecha a porta, empolgado.

MULDER: - Começou a ficar interessante...

Mulder aproxima-se dela. A empurra com força pra cima da cama.

MULDER: - Fica pelo soco que eu levei...

SCULLY: - Mulder, está perdendo tempo. Só temos uma hora e meia...

Mulder pula em cima da cama. A cama quebra. Scully começa a rir.

MULDER: - Scully, confessa: Eu não sou o cara mais azarado que você já viu?


BLOCO 2:

Residência de Roberta Smith - 8:15 A.M.

Mulder e Scully entram na casa, pela porta dos fundos.

SCULLY: - A autópsia indicou suicídio, Mulder. Pelo ângulo da bala. Estou esperando os resultados do exame toxicológico. A senhora Smith não foi assassinada, embora as pessoas não acreditem que tenha se suicidado. Possuía um histórico de sanidade mental perfeita, membro ativa da igreja local, não estava em dificuldades financeiras...

MULDER: - Morava sozinha aqui?

SCULLY: - Era viúva, Mulder. Tem um filho que mora há alguns quilômetros daqui.

MULDER: - Interrogaram o rapaz?

SCULLY: - Ele não estava em condições de responder nada. E agora nem vai ser preciso. Ela, certamente se matou.

Mulder começa a bisbilhotar a cozinha.

SCULLY: - Mulder, acho que à tarde já estaremos em Washington. Caso encerrado.

Mulder olha pro chão da cozinha. O sangue da senhora Smith ainda está ali. Mulder abaixa-se. Olha pro sangue. Percebe que a alguns centímetros de distância, há outra mancha no chão. Mulder vai até lá. Abaixa-se.

MULDER: - Scully, olha isso aqui.

Scully aproxima-se. Abaixa-se.

SCULLY: - Parece tinta.

MULDER: - Scully, isso não te lembra um rosto?

SCULLY: - Rosto? Mulder, por favor! Você não dormiu a noite toda, está acordado há horas! É normal que esteja vendo coisas onde não existem...

MULDER: - Scully, isso é um rosto.

Close do piso da cozinha. Numa das cerâmicas, percebe-se um rosto desfigurado.


8:33 A.M.

Um homem está retirando a cerâmica do chão. Barulheira ensurdecedora. Scully entra na cozinha.

SCULLY: - Mulder, isso que está fazendo é crime! Está danificando propriedade particular, sem autorização...

MULDER: - Scully, estou fazendo faxina. É o meu serviço.

SCULLY: - Mulder, é melhor voltar pra Washington. Não devia estar aqui, essa investigação não é sua...

O filho da senhora Smith entra.

ETHAN: - O que está acontecendo aqui? O que pensam que estão fazendo?

MULDER: - Somos do FBI.

ETHAN: - Pouco me importa quem são. Não tem o direito de destruir a casa da minha mãe. Tenho compradores que virão aqui amanhã!

MULDER: - Estamos investigando.

ETHAN: - Estão é destruindo a casa!

Scully põe a mão no rosto.

SCULLY: - Mulder, é melhor...

ETHAN: - Vou dar queixa disso!

Ethan olha para o chão.

ETHAN: - Ah, então é isso! ... Não é sangue. É uma mancha.

Mulder aproxima-se dele.

MULDER: - Sei que não é sangue. Quero saber o que é.

ETHAN: - Apareceu há algum tempo. Já apareceu em outros locais, mas sempre na cozinha. Às vezes são vários, às vezes um. Sempre diferentes. Percebe que é um rosto?

Scully olha para Ethan. Olha pra Mulder. Suspira.

SCULLY: - Isso não é um rosto.

MULDER: - Estou mandando para o FBI. Vamos ter um resultado em 24 horas. Se foi feito por mãos humanas, vamos descobrir.

Ethan sai.

SCULLY: - O que quis dizer com "feito por mãos humanas”? Mulder, não está sugerindo que isso seja obra de algum espírito zombeteiro...

MULDER: - Boa teoria, Scully.

SCULLY: - Mulder, por favor! Você está atrapalhando as investigações! Não foi designado para esse caso, a polícia vai descobrir isso, o Skinner...

O celular de Scully toca.

SCULLY: - Scully.

SKINNER (OFF): - (BRAVO) Me passe o Mulder.

SCULLY: - ... Senhor...

SKINNER (OFF): - Agente Scully, diga que ele vai se entender comigo! Não adianta desligar o celular. A polícia de Lancaster já entrou com uma reclamação contra ele... Passe o Mulder, por favor.

Scully entrega o celular.

SCULLY: - Mulder... É o Skinner.

MULDER: - (ATENDE) Mulder.

SKINNER (OFF): - Tem duas horas pra chegar aqui. Pegue um avião. Vou descontar do seu salário!

MULDER: - É um Arquivo X! Não pode me designar pra...

SKINNER (OFF): - (FURIOSO) Duas horas. Me entendeu?

Skinner desliga.

SCULLY: - Mulder...

MULDER: - ... Eu sei o que vai dizer. Então poupe comentários.

O delegado entra.

DELEGADO: - Não deviam estar fazendo isso. Agente Scully, sua atitude me surpreendeu. Tenho boas indicações do bureau a seu respeito...

MULDER: - Ela não tem nada a ver com isso. Eu vim até aqui e resolvi dar uma olhada. Fico perplexo em perceber a incapacidade de vocês diante desse caso!

DELEGADO: - Não tem o direito...

MULDER: - Todas as provas indicam suicídio. Essa mulher se matou porque alguma coisa estava a perturbando!

DELEGADO: - (RINDO) O chão da cozinha?

Scully segura um riso. Mulder olha pra ela.

MULDER: - Pode rir, Scully. Mas sempre eu estou certo. E sabe disso.


FBI - Washington D.C. - Gabinete do diretor assistente - 2:18 P.M.

Mulder entra. Skinner levanta-se.

SKINNER: - Juro por Deus que não sei mais o que faço com você! Está fora de controle, agente Mulder. Não percebe que põe em risco sua carreira? O que adianta eu ficar limpando sua barra, se você está se afundando cada vez mais?

MULDER: - Admito, não deveria ter me intrometido. Mas é um Arquivo X!

SKINNER: - Não deveria ter ido pra Ohio atrás da Scully. Mulder, se eu soubesse não teria me intrometido. Se soubesse que ia ficar idiota de um dia para o outro...

MULDER: - Idiota? Estou tentando trabalhar! Não sou eu o idiota por aqui, que fica promovendo agentes a caçadores de ácaros alienígenas!

SKINNER: - Mulder, se não parar de pensar com seus hormônios, vai ter problemas por aqui, está me entendendo? Tente controlar a sua compulsão! Pensei que já haviam resolvido esse dilema entre vocês dois!

MULDER: - Dilema? Eu não tinha dilema nenhum...

SKINNER: - Saia já daqui!

MULDER: - É um arquivo X! E é um daqueles imperdíveis, que eu estou procurando há muito tempo, já tenho relatos de casos semelhantes e...

SKINNER: - Mulder, eu não quero saber... O que houve com seu olho? Por que está roxo?

MULDER: - Um fantasma me agrediu! Tá vendo? Tá vendo como esse caso é importante? Manifestações, Skinner. Manifestações físicas incontroláveis. É um poltergeist...

SKINNER: - A única manifestação física incontrolável por aqui vem de você, não de um poltergeist!

MULDER: - ... Tá certo. Eu vou me comportar. Vou parar de agir como um adolescente que está fascinado com a primeira namorada.

SKINNER: - Espero sinceramente, Mulder. Você não tem mais idade pra colocar impulsos sexuais na frente do trabalho! Controle-se.

MULDER: - ... Você tem razão. É que há tanto tempo não sinto algo assim por uma pessoa que... é difícil ficar longe dela. Pra dizer a verdade, nem sei se já senti isso antes.

SKINNER: - Mulder, entendo perfeitamente o que quer me dizer. Mas peço que coloque a razão aqui dentro do bureau. Deixe os sentimentos para os finais de semana... Agora pegue suas coisas. Antes de ter um agente por aqui, parado, jogando lápis no teto da sala, prefiro que volte pra Ohio. Pra investigar o caso. Fui claro? I-n-v-e-s-t-i-g-a-r! O c-a-s-o! Não outros fenômenos físicos.

MULDER: - (SORRI) Obrigado, "tio", por me tirar do castigo.


Motel Buffay – Ohio - 5:05 P.M.

Mulder entra em seu quarto. Atira-se na cama. Pega o celular. Seleciona Scully.

SCULLY (OFF): - Scully.

MULDER: - Sou eu.

SCULLY (OFF): - Onde está?

MULDER: - Em Ohio, do lado do seu quarto. O Skinner me liberou da faxina. Vou dormir um pouco. Me acorde quando a resposta do exame toxicológico chegar.

SCULLY (OFF): - ... (INTRIGADA) Alugou um quarto?

MULDER: - Aluguei um quarto de solteiro. Só pra mim.

SCULLY (OFF): - ... Mulder, se está pensando que vou dizer alguma coisa...

MULDER: - Não estou pensando nada. Boa noite, parceira. Vou dormir.

Mulder desliga o celular. Seleciona o modo silencioso. Tira o telefone do gancho. Afofa o travesseiro. Deita-se. Fecha os olhos.


Motel Buffay - 8:19

Scully bate na porta do quarto de Mulder insistentemente, com o celular na outra mão, tentando ligar pra ele. Mulder abre a porta com cara de sono.

MULDER: - O que foi?

SCULLY: - Chegaram os resultados, "parceiro".

MULDER: - E o que foi?

SCULLY: - Não há nada nos exames. Foi suicídio.

MULDER: - Eu não, disse, "parceira"? Eu sempre estou certo.

SCULLY: - ...

MULDER: - Pegue suas coisas, Scully. Vamos voltar pra aquela casa.

Mulder fecha a porta na cara dela.


Residência de Roberta Smith - 8:54 P.M.

Mulder e Scully entram pela porta dos fundos.

SCULLY: - Mulder, isso é invasão de propriedade!

MULDER: - Por que você fica me lembrando de leis a toda a hora, Scully? Já parou pra pensar que como detetive é uma ótima advogada?

SCULLY: - Eu não sei o que está havendo com você, Mulder. Por que está agindo como um idiota comigo?

MULDER: - É o segundo que me chama de idiota hoje.

SCULLY: - Talvez porque você seja!

MULDER: - Shiii! Vai fazer muito barulho?

SCULLY: - ...

Scully senta-se numa cadeira, indignada com ele.

SCULLY: - Não sei o que estou fazendo aqui, a essa hora, com você, olhando pro piso da cozinha! O que está procurando, Mulder? Fantasmas?

MULDER: - Tô procurando a marca do fabricante das cerâmicas. Estou pensando em fazer uma reforma no meu apartamento.

SCULLY: - Tá vendo? Você é um idiota! Quem sempre está certa sou eu.

MULDER: - Scully, se te faz calar a boca, você está certa.

SCULLY: - Vou voltar para o motel. Não tenho nada pra fazer aqui.

MULDER: - Tem. Trabalhar. Isso é um Arquivo X, se por acaso não percebeu.

SCULLY: - Quer que eu faça uma autópsia nas cerâmicas?

MULDER: - Idiota, Scully. Muito idiota.

SCULLY: - Mulder, não vai encontrar nada por aí. Já levaram a cerâmica, trocaram o piso.

Mulder vai pra sala. Liga a TV. Atira-se no sofá. Scully ergue as sobrancelhas.

SCULLY: - O que pensa que está fazendo?

MULDER: - Relaxando.

SCULLY: - Mulder, não viemos pra "trabalhar"?

MULDER: - Estou trabalhando. Não vou sair dessa casa, Scully, até achar o que eu procuro.

SCULLY: - Você está maluco! Não vamos ficar procurando fantasmas...

MULDER: - (DEBOCHADO) Por que eles não existem?

SCULLY: - ... Mulder, eu quero sair daqui!

MULDER: - Pode ir.

SCULLY: - Não vou deixar você sozinho nessa casa, principalmente nas condições psicológicas em que se encontra.

MULDER: - Está com medo de ficar aqui, Scully?

SCULLY: - ... N-não estou... Sou uma cientista e...

MULDER: - Cala a boca, Scully. Está atrapalhando minha concentração.


2:09 A.M.

Scully acorda. Está deitada no sofá. Olha pra Mulder, que está sentado, olhando pra TV, que está fora do ar. Scully senta-se no sofá, rindo da cara dele.

SCULLY: - Mulder, o que está fazendo?

MULDER: - Esperando manifestações de poltergeist.

SCULLY: - Oh, Mulder! Você está vendo muitos filmes do Spielberg! Isso é ficção!

Scully levanta-se, rindo muito. Mulder olha furioso pra ela. Scully ajoelha-se na frente da tela.

SCULLY: - Carol Anne, venha para a luz, Carol Anne!

MULDER: - Scully isso não tem graça!

SCULLY: - Carol Anne! Por favor, Carol Anne. Você está aí, Carol Anne?

Mulder desliga a televisão. Scully levanta-se, rindo dele.

MULDER: - Não brinque com essas coisas, Scully.

SCULLY: - Ohhh!!! Búú pra você, Mulder.

Mulder vai pra cozinha. Scully continua rindo sem parar.

MULDER: - (GRITA) Scully!

Scully ri.

SCULLY: - Não vai me pegar com isso, Mulder.

MULDER: - Scully, não é brincadeira.

SCULLY: - Mulder, isso não vai funcionar comigo.

Silêncio.

SCULLY: - Mulder?

Nenhuma resposta.

SCULLY: - (TENSA) Isso não tem graça, Mulder!

Scully vai até a cozinha. Mulder está estático olhando pro chão. Scully olha pro chão. Vários rostos apareceram no chão da cozinha. Scully olha pra seus pés. Está pisando em cima de alguns deles. Scully olha pra Mulder e desmaia.


BLOCO 3:

Scully acorda no sofá. Mulder está abraçado nela. As luzes estão todas acesas.

SCULLY: - (LEVANTA-SE) Temos que sair daqui, Mulder...

MULDER: - Scully...

SCULLY: - (HISTÉRICA) Precisamos sair daqui!

MULDER: - Eu já tentei. As portas e janelas estão todas trancadas.

Scully corre pro sofá e se abraça nele.

SCULLY: - Mulder eu tô com medo! Eu quero acordar, eu quero acordar!

MULDER: - Falei pra você não brincar com isso.

SCULLY: - (GRITA) Eu peço desculpas! Me deixem sair daqui!

MULDER: - (DEBOCHADO) Scully, gostaria de ter uma câmera pra gravar você agora.

SCULLY: - Pára de brincadeiras, Mulder! Eu tô com medo! E não é irracional!

MULDER: - Temos que relaxar, está bem? Que tal fazer palavras cruzadas, assistir TV...

SCULLY: - (PÂNICO) TV não!

Mulder levanta-se.

SCULLY: - O-onde vai?

MULDER: - Só vou pegar um pedaço de papel e uma caneta.

SCULLY: - O-onde?

MULDER: - Scully, por favor, relaxa!

SCULLY: - Vou com você!

MULDER: - Até a estante?

SCULLY: - ... (DISFARÇA)

MULDER: - Toma. Vá escrever algo. Que tal fazer aquele relatório que eu devia ter entregue pro Skinner?

SCULLY: - ... Não consigo pensar, Mulder.

Scully fica olhando pra porta da cozinha.

MULDER: - Que tal o jogo da velha?

SCULLY: - ... Tá. Quer jogar?

MULDER: - Jogue você. Vou ficar olhando pra aquela cozinha sem desviar minha atenção dela.

Scully começa a rabiscar no papel, com os olhos pra porta da cozinha. Larga o papel na mesa de centro.

SCULLY: - Não dá, Mulder.

Scully se agarra nele. Os dois ficam olhando pra cozinha.

SCULLY: - Eu vi alguma coisa!

MULDER: - Não viu nada, Scully.

SCULLY: - Vi, tem alguma coisa se mexendo por lá!

MULDER: - Não tem. Depois eu é que sou paranoico e fico agindo como uma criança!

SCULLY: - ... Mulder, diz que isso não tá acontecendo...

MULDER: - Tá acontecendo. Estamos presos com um fenômeno Poltergeist aqui dentro. Isso é fantástico! Não há tantos casos de Poltergeist...

SCULLY: - Cala a boca Mulder!

Scully afasta-se dele, com raiva. Pega o papel e a caneta. Vai rabiscar. Pára.

SCULLY: - M-mul-der...

MULDER: - O que é?

SCULLY: - Mu-Mu-Mulder...

MULDER: - Por que está imitando uma vaca, Scully?

Mulder olha pra ela. Olha pro papel. Close no papel, onde está escrito "Dana".

SCULLY: - E-eu não escrevi isso...

Mulder pega o papel. Pega a caneta.

SCULLY: - O que vai fazer?

Mulder escreve "O que querem?"

SCULLY: - Mulder, está louco????

Letras começam a surgir, formando a palavra "ajuda".

Scully dá um tapa no papel que cai longe. As luzes começam a piscar. A TV liga sozinha. Scully agarra-se em Mulder. Barulhos de louças quebrando-se na cozinha. Scully levanta-se e vai pegar uma cadeira para quebrar o vidro da janela. A cadeira foge de suas mãos, deslizando pelo chão da sala. Scully senta-se catatônica no sofá. Mulder pega o papel do chão. O barulho pára. A TV se desliga. As luzes voltam ao normal.

MULDER: - (GRITA) Não podem fazer isso com a gente! Nós queremos ajudar! O que querem de nós?

Mulder percebe a caligrafia que começa a aparecer na parede da sala. Scully continua catatônica. Mulder olha entusiasmado pra parede. Está escrito: "liberdade".


3:26 A.M.

Mulder está sentado no sofá. Scully está catatônica. Ele sorri.

MULDER: - Isso é fantástico, Scully!

SCULLY: - ...

MULDER: - Eu nunca havia visto manifestações como essas...

Os objetos da estante começam a flutuar pela sala. Mulder olha impressionado. Os objetos flutuam por toda a sala e voltam a seus lugares. Scully arregala os olhos.

MULDER: - Você viu aquilo?

Scully pula nos braços dele. Mulder a abraça.

SCULLY: - Mulder... A-acho que vou ter um filho!

MULDER: - Me desculpe, Scully. Mas toda a vez que faço amor com você eu me empolgo tanto que esqueço de tomar precauções. Mas não se preocupe, eu assumo.

SCULLY: - (INDIGNADA) Mulder, como pode fazer piadas quando estou assustada, com medo e entrando em pânico completo!

MULDER: - Mas você é uma cientista!

SCULLY: - Sou! Mas eu também tenho medo!

MULDER: - (REALIZADO) Ora, se não é a cética agente Dana Scully falando...

SCULLY: - Mulder, eu vou matar você se não parar de me irritar!

MULDER: - Não acha que já tem mortos demais dentro dessa casa?

Scully começa a bater nele. Mulder segura as mãos dela.

MULDER: - Calma, Scully!

SCULLY: - Mulder, eu odeio você! Odeio essa sua ironia fora de hora! Vai levar outro soco no olho se não parar de me assustar!

MULDER: - Você me pegou de surpresa, Scully. Não conseguiria me acertar se eu estivesse preparado.

Scully levanta-se. Chuta a canela de Mulder.

MULDER: - Ai!

SCULLY: - (FURIOSA) Dê graças à Deus por eu não chutar outra coisa, Mulder.

MULDER: - (ARMA UM BEIÇO) Você bateu em mim!

SCULLY: - E vou bater de novo!

MULDER: - (PROVOCANDO) Então me chute sem sapato. Porque esses sapatos que você usa...

Scully tira o sapato. Segura-o e parte pra cima de Mulder com o salto. Ele se defende com as mãos.

MULDER: - Pára, Scully!

SCULLY: - Vai doer tanto que vai calar essa sua maldita boca!

Mulder pega o sapato e eles começam a disputá-lo.

SCULLY: - Solta!

MULDER: - Acha que sou burro?

SCULLY: - Já disse pra largar, Mulder! Me dá aqui!

MULDER: - Não dou.

SCULLY: - Mulder, eu estou ficando nervosa!

Mulder dá um puxão e pega o sapato. Atira na cozinha.

MULDER: - (DEBOCHADO) Vá pegar.

SCULLY: - (FURIOSA) Ora, seu desgraçado de uma...

Scully tira o outro sapato. Avança nele.

SCULLY: - Estou cansada de perder o meu sapato!

MULDER: - Ai, pára com isso!

SCULLY: - Mulder, eu te odeio!

Mulder arranca o sapato dela e atira na cozinha.

MULDER: - (PROVOCANDO) Quem é o mais forte?

SCULLY: - Seu enorme brucutu de quase dois metros de altura!

Mulder se levanta. Segura ela. Ela tenta se soltar.

SCULLY: - Mulder, eu vou te bater tanto...

MULDER: - (PROVOCANDO) Bate, se conseguir, baixinha!

Scully dá uma joelhada no meio das pernas dele. Mulder cai gemendo no sofá.

SCULLY: - Viu? Sou baixinha, Mulder, mas tenho uma ótima pontaria! Da próxima vez, pense duas vezes antes de me atacar!

MULDER: - Ai! (FALANDO FINO) Só porque não pode ter filhos não estrague os meus!

Scully senta-se numa poltrona, bem longe dele.

SCULLY: - Sabe, Mulder, sempre quis ter um homem pra me proteger. Mas ao contrário, tenho uma criança de dois metros que precisa de meus cuidados. Se a perder de vista, se mete em confusão. Mulder, como homem, você é um ótimo filho.

MULDER: - ... Tá, pode falar. Eu te disse coisas hoje que não deveria ter dito. Como a história da advogada...

SCULLY: - Não sou uma boa detetive, Mulder. Não preciso que me diga isso. Você sempre tem razão. Tá feliz agora?

MULDER: - Você sempre me salva. Até de mim mesmo. Desculpe, Scully. Mas sou uma criança crescida que não consegue dividir nada com ninguém.

Mulder abaixa a cabeça. Scully olha-o com pena.

SCULLY: - Tá, Mulder. Eu peço desculpas se você pedir desculpas.

MULDER: - (CARENTE) ... Desculpa.

Scully vai até Mulder. Inclina-se para beijá-lo. Mulder se afasta.

MULDER: - (CARENTE) Você ainda não pediu desculpas.

SCULLY: - Cala a boca, Mulder!

Scully senta no colo dele. Sussurra no ouvido dele.

SCULLY: - Isso já não é pedir desculpas?

Mulder puxa-a mais pra perto de si. Beija o pescoço dela e sobe para os lábios.

SCULLY: - (MANHOSA) Mulder... Mulderzinho lindinho?

MULDER: - (ENVOLVIDO/ OLHOS FECHADOS) Hum?

SCULLY: - (ARDILOSA) Busca os meus sapatos na cozinha?

MULDER: - (INDIGNADO) Scully, isso foi chantagem! Toda essa encenação por causa de um sapato?

SCULLY: - Não foi encenação. Se você prefere, eu fico sem meus sapatos...

Scully esfrega o pé na perna dele.

SCULLY: - Mulder, não quero brigar... Me dá direito de sentir medo uma vez na vida?

MULDER: - Scully, suas manifestações de medo são mais raras e mais excitantes do que as manifestações de poltergeist.

SCULLY: - Mulder, se essa casa não tivesse “tanta gente” nos olhando...

MULDER: - Os fantasmas não me incomodam, Scully.

SCULLY: - (INDIGNADA) Mas a mim incomodam! Mulder, como pode pensar numa coisa dessas quando estamos aqui, num clima fantasmagórico...

MULDER: - (INCRÉDULO) Eu pensando nisso? EU? Você fica se insinuando, passando o pé na minha perna e eu é que fico pensando nisso?

Scully sai do colo dele. Senta-se no sofá.

MULDER: - Scully, confessa! Você sente prazer em me deixar doidão e depois jogar água fria!

SCULLY: - ... Eu não quero brigar, Mulder... Mas eu acho tão engraçadinho quando você fica sério, tenso, nervoso, assim, desse jeito...

MULDER: - Eu não estou nervoso! Estou é... Você sabe como estou. Acho que vou até a geladeira!

SCULLY: - E me deixar aqui sozinha? Nunca!

Mulder vai até a cozinha. Scully encolhe-se no sofá. Fica olhando pra todos os lados.

SCULLY: - (SUSSURRA PRA SI MESMA/ OLHOS ARREGALADOS) Isso é irracional! Fantasmas não existem, isso é fruto da minha imaginação! Aquelas coisas no chão da cozinha foram pintadas por alguém que quer nos afastar das pistas corretas.

Scully respira fundo. Senta-se corretamente. Cruza as pernas. Um de seus sapatos passa por cima da cabeça dela e cai no chão. O outro também. Scully salta do sofá e grita histericamente. Mulder vai até a sala.

MULDER: - (DEBOCHADO) Peguei você! Tome seus sapatos de volta.

SCULLY: - (FURIOSA) Mulder!!!!!!! Seu desgraçado, infeliz, filho de uma...

Mulder volta pra cozinha.


4:33 A.M.

Mulder e Scully sentados no sofá. Sem olhar um pro outro, como crianças birrentas. Scully tensa, olha atentamente para a cozinha. Mulder rabisca num papel, esperando outro contato, mas nada. Vira-se pra ela, debochado.

MULDER: - Scully...

SCULLY: - Não estou aqui.

MULDER: - ... Tá certo.

Mulder senta-se ao lado dela. Ela se afasta. Mulder toca na orelha dela. Ela se afasta. Scully está fervendo de raiva.

MULDER: - Suas orelhas estão vermelhas.

SCULLY: - Deixe minhas orelhas em paz!

Scully dá tapas nele. Mulder se levanta e se afasta.

MULDER: - Tá bom, tá bom. Não brinco mais com você! Devolve minha Barbie!

SCULLY: - Brincar? Chama isso de brincadeira? Estou uma pilha e você está insuportável nas últimas 48 horas!

MULDER: - ...

SCULLY: - Quer outro soco?

MULDER: - Não, obrigado. Estou satisfeito.

SCULLY: - Mulder, pára de ironia!

MULDER: - Eu não estou fazendo ironia.

SCULLY: - Mulder, como você é cínico!

MULDER: - ... Acho que vou pro quarto tentar dormir.

SCULLY: - (BEIÇO) Vai.

MULDER: - Vai ficar sozinha aí?

SCULLY: - (BEIÇO) Tenho a minha arma.

MULDER: - São fantasmas, Scully.

SCULLY: - (BEIÇO) Tenho o meu crucifixo.

MULDER: - São fantasmas, Scully, não vampiros.

SCULLY: - Tenho uma boa cotovelada!

MULDER: - Ah, é. Me esqueci disso!

Mulder sobe as escadas. Scully fica tensa. Mulder chega no topo. Olha pra ela, lá embaixo. Volta.

SCULLY: - Não vai dormir?

MULDER: - Não.

SCULLY: - Pode ir.

MULDER: - Não quero dormir. Perdi o sono. Vou ver TV.

SCULLY: - Se ligar essa TV, Mulder, por Deus que eu atiro em você!

Mulder levanta-se.

SCULLY: - Onde vai?

MULDER: - Até o sótão.

SCULLY: - Está maluco? Enlouqueceu de vez?

MULDER: - O que tem de errado em ir até o sótão? Você anda vendo muitos filmes de terror, Scully.

SCULLY: - Pode ir. Mas se gritar, eu não saio daqui.

MULDER: - Tudo bem, Scully. O sótão é mais seguro do que ficar com você nessa sala!

Mulder entra na cozinha. Olha pro chão. Os rostos ainda estão ali, em maior número. Mulder abaixa-se. Passa a mão no chão. Esfrega o dedo numa lajota. Olha pra mão, há um líquido vermelho. Ele esfrega entre os dedos. Olha pra porta que dá acesso à sala. Dá um pulo assustado, com cara de pânico. Scully está parada ali o observando.

MULDER: - (PÕE A MÃO NO PEITO) Jesus! Quer me matar?

Scully começa a rir.

SCULLY: - Viu, como é bom pegar os outros desprevenidos? Pensou que fosse quem?

MULDER: - (DEBOCHADO) A ruiva da janela. Não conhece a história? Há uma casa mal assombrada onde aparece sempre uma ruiva na janela.

SCULLY: - É mas estou na porta. Mulder, você não é religioso, mas já notou que na hora do perigo fica chamando por Ele?

MULDER: - Não sou religioso, o que não significa que... Ah, tenho minhas próprias teorias sobre Cristo e não combinam com as suas...

Mulder vai até ela.

MULDER: - Dá uma olhada nisso, Scully. Parece sangue.

Scully olha pros dedos dele.

SCULLY: - Se os telefones funcionassem, eu ligaria pra saber os resultados das amostras enviadas.

MULDER: - Mas não te parece sangue?

SCULLY: - Mulder, pela cor e consistência, eu diria que sim, mas é um pré-julgamento.

MULDER: - Scully, o que será que aconteceu nessa casa pra esses espíritos não descansarem?

SCULLY: - (ARREGALA OS OLHOS) Espíritos? Não é apenas um?

Mulder ergue as sobrancelhas sorrindo.

SCULLY: - Tá, Mulder. Fale a sua teoria.

MULDER: - Fenômenos poltergeist geralmente envolvem mais de um espírito. Aconteceu alguma coisa aqui, Scully. Eles querem liberdade.

SCULLY: - Que liberdade?

MULDER: - Na certa querem descansar em paz, mas não podem porque foram assassinados.

SCULLY: - ...

MULDER: - A senhora Smith começou a perceber e já que era tão católica, teve medo de pedir ajuda. Aposto que a irracionalidade do fato se confrontou com a racionalidade dela. Não suportando, meteu uma bala na cabeça.

SCULLY: - Tá, concordo. É uma explicação para o suicídio dela.

MULDER: - Agora vem a melhor parte, Scully. Olhe pra esse chão. São muitas pessoas. Deve ter acontecido alguma chacina por aqui. Eles só irão embora depois que conseguirem sua liberdade.

SCULLY: - E como vamos fazer isso, Mulder?

MULDER: - Agora vem a pior parte... Eu não sei.

SCULLY: - Por que não nos deixam ir embora?

MULDER: - Porque querem nossa ajuda, Scully. Nós acreditamos neles.

SCULLY: - (ASSUSTADA) Mulder, estou começando a ficar arrepiada de novo.

MULDER: - (MALICIOSO) É o tom da minha voz?

SCULLY: - Não começa, Mulder. Minha vida não gira em torno de você.

Scully volta pra sala. Mulder fica na cozinha. Abre a geladeira.

MULDER: - Quer comer alguma coisa?

SCULLY: - Não.

Mulder pega uma garrafa de suco. Volta pra sala. Scully está em pé, olhando fixamente pra ele.

MULDER: - Então, Scully? Quer um suco?

Scully continua séria, olhando pra ele.

MULDER: - Já sei. Vai começar a brigar de novo?

SCULLY: - ...

MULDER: - Ah, Scully, isso não tem graça.

Scully abre a boca. Uma voz grotesca começa a se pronunciar.

SCULLY: - Mulder.

Mulder olha assustado pra ela.

MULDER: - (NERVOSO) Ok, Scully, não estou a fim de brincar de Carrie, a estranha. Pára com isso. Não tem graça.

SCULLY: - Liberdade.

Mulder deixa o suco cair no chão. Fica estático, assustado.

MULDER: - O que vocês querem?

SCULLY: - Liberdade.

MULDER: - Não posso ajudar se não sei o que fazer! Quem são vocês?

SCULLY: - Mortos... Liberdade... Enterrados...

Scully começa a pronunciar palavras que Mulder não entende. É um dialeto africano. Mulder arregala os olhos impressionado. Scully cai desmaiada no chão.


BLOCO 4:

6:27 A. M.

Scully acorda-se no sofá. Escuta batidas na cozinha. Levanta-se assustada e vai até lá. Mulder está sem camisa, com uma picareta quebrando o chão.

SCULLY: - (INDIGNADA) Mulder, o que está fazendo?

MULDER: - É você, Scully?

SCULLY: - Quem mais poderia ser?

Mulder escora-se no cabo da picareta.

MULDER: - (EMPOLGADO) Você devia ter visto, Scully. Foi demais! Estava parada na sala, falando uma língua que não conhecia. Eles entraram no seu corpo, Scully. Não se lembra?

SCULLY: - Mulder, o que você andou bebendo?

MULDER: - Scully, não se lembra?

SCULLY: - Lembro que acordei no sofá. Devo ter dormido. Mulder, o que está fazendo?

MULDER: - Achei isto no sótão. Preciso cavar o chão da cozinha.

SCULLY: - Mulder, está maluco?

MULDER: - Eles estão aqui, Scully. A liberdade que querem é a de seus corpos, para suas almas descansarem em paz. Deve haver algum cemitério debaixo dessa casa...

SCULLY: - Cemitério? Mulder, você não dorme há dois dias, está tendo alucinações...

Mulder larga a picareta. Pega uma pá. Começa a cavar.

SCULLY: - Ai, Mulder! Você é teimoso como uma mula. Não tem nada aí. Estamos cansados, estressados, vendo coisas...

MULDER: - Eu sei que estão aqui.

SCULLY: - Vai amanhecer em poucos minutos, vou voltar pra casa, tomar um bom banho...

MULDER: - Tem que estar. É a única explicação...

SCULLY: - Vou devorar um bom café da manhã, queijo cremoso...

MULDER: - Droga!

Mulder pára. Tira o suor da testa com o braço.

SCULLY: - Um bom banho, uma boa cochilada...

Mulder continua cavando.

SCULLY: - Só vou trabalhar amanhã. Esse caso me estressou.

MULDER: - ...

SCULLY: - Mulder, está me ouvindo?

MULDER: - Tem que estar aqui!

SCULLY: - Vou chegar em casa, tirar a roupa, cair na cama...

MULDER: - Posso ir junto?

SCULLY: - Ah, isso você escuta rapidinho. Mulder, você só pensa em sexo?

MULDER: - Não. Penso em discos voadores também.

SCULLY: - (RI)...

MULDER: - Mas não nas duas coisas ao mesmo tempo.

SCULLY: - ... (BEIÇO) Quero ir pra casa, Mulder.

MULDER: - Também quero. Quero dormir porque eu não sei o que é um bom sono há horas! Scully...

SCULLY: - O que foi?

MULDER: - Olha pro chão.

Os rostos vão desaparecendo lentamente. Scully arregala os olhos assustada. Mulder começa a cavar mais depressa.

MULDER: - Devem estar aqui........... Scully, vem aqui.

SCULLY: - Tá maluco? Não vou pisar nesse chão.

Mulder abaixa-se. Retira um fêmur da terra. Mostra pra ela.

MULDER: - Quem sempre tem razão, Scully?

As portas da casa se abrem, ao mesmo tempo em que o sol desponta no horizonte.


7:46 A.M

Mulder assiste a retirada dos ossos pelos homens do Delegado. O Delegado se aproxima.

DELEGADO: - Onde está a agente Scully?

MULDER: - Voltou correndo para Washington.

DELEGADO: - Correndo?

MULDER: - Literalmente.

DELEGADO: - Já descobrimos mais de vinte corpos... Não entendo o que está acontecendo...

MULDER: - Segundo os arquivos municipais, neste terreno havia uma fazenda. Na época da abolição da escravatura, todos os escravos do dono das terras desapareceram. Como naquele tempo não se ligava a mínima para os negros ficou por isso mesmo. Acho que agora dá para entender o porquê desse desaparecimento misterioso.

DELEGADO: - ... E o que você acha que aconteceu?

MULDER: - Na minha opinião, não quiseram perder a mercadoria paga. Preferiram matá-los a deixa-los livres. Agora é tarde demais pra haver justiça e punição dos culpados. Mas pelo menos, conseguimos libertar essas almas.

Mulder entra no carro. O Delegado vai até ele.

DELEGADO: - Como descobriu que haviam corpos no chão da cozinha?

MULDER: - Digamos que foram as “palavras” da minha parceira.

O delegado coça a cabeça sem entender nada.

DELEGADO: - Mando notícias sobre isso.

MULDER: - Tudo bem.

DELEGADO: - Vai voltar pra Washington?

MULDER: - Tenho uma longa estrada pela frente. Mas antes, acho que vou voltar pro motel e dormir um pouco.


Motel Buffay - 4:07 P.M.

Mulder acorda-se. Olha para o relógio.

MULDER: - Posso dormir mais um pouco... (SORRI MALICIOSO) Não, acho que já está na minha hora.


Apartamento de Scully - 1:44 A.M.

[Som: Roy Orbison – I drove all night]

Mulder arromba a fechadura de Scully. Entra sem fazer barulho. Caminha pelo escuro. Tropeça no tapete.

MULDER: - Que droga!

Tateia até uma porta. Abre.

MULDER: - Não, isso é o banheiro!

Mulder caminha mais um pouco, tentando não esbarrar nos móveis. Vê outra porta, entreaberta. Entra na ponta dos pés. O abajur está aceso. Scully está deitada, com os óculos no rosto e um livro aberto em cima da cama. Está dormindo, vestida. Mulder fica olhando pra ela. Respira fundo. Aproxima-se da cama, mas mantém-se afastado o suficiente para não ser atingido por ela. Se agacha ao lado da cama e sussurra.

MULDER: - Scully! ... “Amooorrr” ... Acorda...

Scully abre os olhos, sonolenta. Olha pra ele. Estende o braço.

SCULLY: - Mulder, o que faz aqui?

MULDER: - Dirigi mais nove horas, num total de dezoito, só pra ficar perto de você. Espero não ser agredido nem ouvir um não como resposta.

SCULLY: - (SORRI) Vem!

MULDER: - Não vai me bater?

SCULLY: - Como entrou?

MULDER: - Tenho meus métodos. Você sabe disso.

SCULLY: - Vem aqui, não fica aí rastejando, fazendo essa cara de coitadinho.

Mulder tira o paletó. Afrouxa a gravata. Sobe na cama.

SCULLY: - Fui até o bureau e entreguei um relatório ao Skinner. Ele disse que vai descontar de você a cama quebrada no motel. Cheguei exausta, me atirei aqui. Tentei ler, mas dormi.

MULDER: - Acharam mais de vinte corpos. Acho que conseguimos, Scully. Ajudamos aquelas almas a encontrarem sua liberdade. Não se sente feliz por isso?

SCULLY: - ... É, eu ainda não tive tempo de pensar no assunto... Estava pensando em... “discos voadores”...

Mulder encosta-se em Scully e põe o braço por cima do corpo dela.

MULDER: - Discos voadores? Tem certeza?

SCULLY: - ... (SORRI MALICIOSA)

MULDER: - Scully, desde quando pensa em discos voadores?

SCULLY: - Mulder, aprendi a gostar das coisas que você gosta...

MULDER: - (DEBOCHADO) Todas as coisas que eu gosto?

SCULLY: - (SORRI MALICIOSA) Humhum.

Mulder sobe em cima dela.

MULDER: - Eu gosto disso.

Scully empurra-o e deita em cima dele.

SCULLY: - Eu gosto assim. Me parece melhor.

MULDER: - Tudo bem, você é quem manda. Não vou discutir.

Scully aproxima seus lábios dos de Mulder, mas ele a impede.

MULDER: - Scully, como vou ter certeza de que é você e não um poltergeist?

Scully sai de cima dele furiosa.

SCULLY: - Não me venha com essas bobagens de novo!

MULDER: - Mas, Scully, eu vi! Eles usaram você pra me dar pistas...

SCULLY: - (FURIOSA) Mulder, saia já da minha cama! Você é a criatura mais irritante que já conheci!

Scully vai pra sala. Senta no sofá furiosa. Liga a TV. Mulder senta-se ao lado dela.

SCULLY: - Vá embora! Sai daqui, monstro!

MULDER: - O que foi que eu fiz?

SCULLY: - Me esqueci que passou mais de 48 horas aprontando pra mim. Agora acabo de me lembrar. Agiu a noite toda como uma criança, me deixando nervosa, com medo... Ou já se esqueceu disso?

MULDER: - Scully, você fica tão sexy quando sente medo...

SCULLY: - Mulder, vá embora!

MULDER: - Tá, eu esqueci que você adora me deixar doido e pular fora. Tudo bem.

SCULLY: - A cozinha é ali. Tem uma geladeira toda sua.

MULDER: - Scully, não fica brincando comigo. Estou doido pra fazer amor com você, subindo pelas paredes... Não faz assim. Eu não sou de ferro!

SCULLY: - Mulder, durante todo o que tempo em que trabalhamos juntos, sem envolvimento amoroso, você era de ferro!

MULDER: - Ah, você é que pensa!

Scully olha surpresa pra ele.

SCULLY: - Mulder?!

MULDER: - Não sabe as coisas que eu imaginava enquanto você ficava discutindo suas teorias científicas, tentando provar que eu estava errado.

SCULLY: - (IRRITADA) Você não ouvia minhas teorias?

MULDER: - Algumas. Outras eu ficava viajando, sentindo o seu cheiro, imaginando um beijo na sua boca, meu toque no seu corpo, o que estava escondido debaixo dessa roupa preta...

SCULLY: - Mulder, seu pervertido!

MULDER: - Ah, admita Scully. Você também estava com os hormônios à flor da pele!

SCULLY: - ... Eu não pensava coisas assim.

MULDER: - Blasfêmia, Scully. Você é mentirosa!

SCULLY: - Tá, eu... (RECEOSA) Eu... Eu achava você um homem atraente, muito antes de ir para os Arquivos X. Eu via você pelos corredores e ficava...

MULDER: - (EMPOLGADO) Ficava...?

SCULLY: - Ficava olhando pra você, com o rabo dos olhos.

MULDER: - (FRUSTRADO) Só isso?

SCULLY: - Só.

MULDER: - Não pensava em mais nada?

SCULLY: - Mulder, ao contrário dos homens, as mulheres têm outros tipos de imaginação e...

Mulder fica encarando Scully.

SCULLY: - (SE JUSTIFICANDO) Nós não ficamos imaginando essas coisas...

Mulder continua encarando Scully.

SCULLY: - Não imaginamos os homens nus e... Tá bom, Mulder. Eu imaginava você nu.

MULDER: - E então?

SCULLY: - Então o quê?

MULDER: - (CURIOSO) O que mais imaginava?

SCULLY: -. ... Coisas.

MULDER: - Que tipo de coisas, agente Scully?

SCULLY: - Coisas Mulder. Ah, Mulder, você está me irritando!

Mulder senta no colo dela. Faz uma fisionomia de quem está pensando.

SCULLY: - Está pensando em quê, Mulder?

MULDER: - Coisas... As coisas que você poderia ter imaginado.

SCULLY: - Mulder, sai daqui, eu não quero falar nisso! É constrangedor...

MULDER: - Tá legal, Scully. Mas saiba que eu não tenho vergonha de dizer que tinha um travesseiro com o seu nome!

SCULLY: - (FURIOSA) Mulder!

MULDER: - Sabia que em certas vezes, em algumas investigações, quando estávamos viajando, eu cansei de pensar em bater no seu quarto, em sentir seu cheiro, beijar você assim...

Mulder começa a beija o pescoço dela. Scully cede.

MULDER: - ... Em passar a minha mão pelo seu rosto assim, em morder a sua boca desse jeito... Colocar minha língua dentro dela...

SCULLY: - Hum, Mulder... pára com isso.

Mulder beija-a desesperadamente. Devora os lábios dela. Vai empurrando-a por sobre o sofá.

MULDER: - (MURMURA) Pensava em como seria bom ter você nos meus braços assim... Sentir sua respiração tensa, seu corpo quente, sua pele macia ...

SCULLY: - Mulder, não... Estou brava com você...

MULDER: - (MURMURA) Em abrir seu blazer desse jeito, assim, lentamente... Jogá-lo longe... Bem longe...

SCULLY: - Mulder, por favor...

MULDER: - (MURMURA) Em passar a mão pela sua perna até levantar sua saia...

SCULLY: - (FECHA OS OLHOS) Hum... fala mais...

MULDER: - (MURMURA) Em levantar sua blusa... Então você ergue os braços e eu tiro sua blusa assim... Jogo bem longe...

SCULLY: - ... Fala vai...

MULDER: - (MURMURA) ... Me imaginava descendo as alças do seu sutiã, bem devagarzinho...

SCULLY: - ... Ohm, Mulder... Hum...

MULDER: - (MURMURA) Passando a mão pelos seus lindos seios... assim... delicadamente... Observando seu corpo reagindo ao meu toque...

SCULLY: - Fala, Mulder... Fala mais... Hum...

MULDER: - (MURMURA) Aproximando minha boca dos seus seios... assim bem lentamente...

SCULLY: - Hum... Mulder, fica quieto. Bem quietinho... Não fala mais nada agora... Nada...

Fade out.


15/11/1999

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Lara One As fanfics da L. One são escritas em forma de roteiro adaptado, em episódios e dispostas por temporadas, como uma série de verdade. Uma alternativa shipper à mitologia da série de televisão Arquivo X.

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