tiotobirama brener Silva

No ano de 2140 uma catástrofe abateu a colonia marciana, quarenta e oito milhões de vidas perdidas e apenas uma sobrevivente. Quinze anos depois Mika a ultima maciana tem que lidar com todo o fardo de ser a ultima de seu povo e se encontrar ser mais que o oque ela simbolizava, nessa jornada ela ira descobrir que muito mais peso cairá sobre ela.


Найучная фантастика 18+.

#marte #sci-fi #drama #guerra #ditadura #Exploração
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Manhã em Athena

Bom essa é a minha primeira historia original, era pra esse ser um prologo, mas eu me empolguei um pouco então esse  é um capitulo introdutório.

Espero que gostem

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Bom essa historia começa meio clichê, ela se inicia em um quarto de uma adolescente, quantos outras obras de ficção começam assim? Incontáveis eu digo. Quase todas tem uma estrutura parecida e o quarto de Mika era assim bem clichê. Era claro quase branco, mas cheio dos desenhos que Mika fazia desde pequena, de unicórnios a tanques de guerra... Tá talvez não tão clichê assim. Nas partes livres da parede pôsteres de filmes antigos de mais de cem anos atrás. Mika participava do clube de cinema da base militar Athena, então, como boa cinéfila tinha alguns suvenires de seus filmes favoritos, como o de “Vingadores 6 - A Volta de Thanos”, seu pôster preferido estava sobre sua cabeceira. Na parede oposta de sua cama, estava seu guarda roupa, penteadeira e um suporte com o violão que estava aprendendo a tocar.

Ah, e é claro, para a historia começar, temos uma adolescente dormindo toda torta na cama, com os cabelos desarrumados e com os lençóis bagunçados, sendo interrompida por um estridente barulho.

—WNY DÁ BOM DIA A VOCÊS MORADORES DE NOVA YORQUE, O DIA HOJE ESTÁ UMA DELICIA 26 GRAUS COM PREVISÃO DE MAXIMA EM 30, UM DIA PERFEITO PARA PEGAR UMA PICINA E CURTIR ESSE DOMINGO E TOMAR O ENERGITICO MEGATRIZ NOSSO PATROCINADOR...

Mika acordou soltando alguns resmungos incompreensíveis e tateando a cabeceira da cama atrás do botão para desligar o despertador.

Já odiava o conceito de ter que acordar cedo em um domingo, ainda mais com aquela porcaria de locutor super animado falando de piscinas e dia gostoso. Quem dera poder sair e aproveitar uma picina, já que a única que tinha era a picina de treino da Base Athena e só usava quando era permitido em sua rotina de exercícios.

Ficou ali por quase meio minuto tentando desligar o aparelho até se encher e se levantar ficando apoiada no braço e dando fim ao seu tormento matinal.

Levantou-se e espreguiçou o corpo, em seguida se alongou e tocou a ponta dos pés com as mãos, deu um bocejo alto e saiu em direção ao guarda roupa.

Sorriu desanimada como toda manhã com seu guarda roupa pouco variado, suas camisas eram quase todas de treino da Base Athena, cinzas como o logo da UHGE.

Sempre achou o nome União Humana de Governo e Exploração muito longo e o logo era feio. Achava o logo da antiga ONU muito mais bonito e que passava a intenção da organização. Já logo da UHGE era só um modelo minimalista do sistema solar dentro de um brasão.

Suas calças tinham o mesmo logo só que eram azuis de um tecido inteligente que se adaptava as condições do clima, ficando mais groso no inverno ou mais fino no verão.

Suas únicas roupas diferentes eram o uniforme básico escolar e roupas para eventos que a UHGE participava, ou melhor eventos que ela era obrigada a participar por conta de sua condição. Homenagens e inaugurações de monumentos pelo planeta Terra ou algum Talk-Show com o mesmo padrão de perguntas ou apresentador.

Ela odiava que as perguntas que sempre faziam para ela, “como é ser a ultima?”, “você gostaria de voltar pra casa?”, “Qual a sua banda favorita na Terra?”, “Você gosta dos Terraqueos?”

Odiava que quando a não ou a tratavam como uma alienígena a tratavam quase uma entidade intocável.

A Ultima Marciana, era seu titulo, sua condição e pra ela uma maldição. Nascida em Ares Prime à capital do planeta vermelho, era apenas um bebê quando foi posta por seus salvadores em uma cápsula de fuga.

Nunca entendeu porque eles não vieram com ela. Nem sabe quem eram seus salvadores? Seus pais? Era impossível saber Mika era um bebê de apenas uma semana quando foi achada e sua identidade não estava registrada no sistema da UHGE. E mesmo se estivesse séria difícil saber já que toda a Marte tinha sido aniquilada na “Queda de Marte”.

Hoje Marte havia voltado quase que ao estado Natural do planeta, vermelho árido e morto, mas de quarenta e oito milhões de vidas perdidas de uma hora para outra o maior acidente da exploração espacial, apenas ruínas frágeis davam uma ideia de que vidas tinham acontecido ali, que paixões e historias de vida tinham se perdido como lagrimas na chuva.

Mika suspirou, odiava esses momentos que parava para pensar no que aconteceu com seu planeta natal.

De vez em quando até tinha pesadelos de sufocar entre as areias vermelhas de Marte vendo seu mundo cair.

Bateu as mãos nas bochechas para tentar afastar esses pensamentos e começar o dia com um bom sorriso fingido. Estralou o pescoço e pegou uma calça, camisa e um conjunto de roupas intimas padrão da base para ir até a área de chuveiro feminino tomar um banho.

Com a construção iniciada em 2090 e inaugurada em 2092 à base Athena era a maior base militar de pesquisa e desenvolvimento da UHGE na Terra, aqui eram realizadas milhares de pesquisas, desde físicas a biológicas. Era na base Athena que o futuro da humanidade era iluminado.

Mika morava na parte militar da base onde os treinamentos e a formação dos soldados e oficiais era feita, morava ali desde que chegou a Terra, sempre no mesmo quarto que ficava entre a ala feminina e a área medica da base.

Ela caminhou olhando pela janela em um corredor, do lado de fora um bosque publico onde famílias faziam piqueniques, crianças brincavam com animais e com outras crianças. Mika parou e ficou olhando a cena que para ela era como um filme, ela não podia participar, era só ouvir e ver.

Ela suspirou e jogou a cabeça para trás com os olhos fechados, fez um movimento largo e voltou a ir para os chuveiros.

Ela chegou ao vestiário que ficava na área dos chuveiros e foi até um dos armários. Ela colocou o dedo no leitor de digital, suas informações apareceram em uma pequena tela, “Mika Mars, 15 anos, naturalidade: Marciana”. Nunca entendeu o motivo da telinha no armário.

Tirou as roupas, as guardou no armário e pegou uma toalha que ficava dentro de cada armário. Se enrolou na toalha e primeiro foi até as pias, assim que chegou a pia tocou na torneira e uma pequeno display holográfico surgiu, selecionou a opção de escovação, uma pequena escova descartável já com pasta de dente saiu de um pequeno buraco que se abriu na pia, ela escovou os dentes e em seguida colocou a escova no mesmo buraco que tinha vindo para ser descartada.

Depois foi para um dos box dos chuveiros. Entrou no cubículo e ligou a ducha. Ela gostava de fingir por dez segundos que estava em um banheiro grande com uma ducha que pudesse ficar um bom tempo debaixo, mas sua realidade já que tinha cinco minutos de banho na base.

A única coisa boa de tomar banho ali, mais especificamente no dia de hoje era que a maioria das pessoas estavam fora da base, poucos ficavam ali para alguns trabalhos na base a maioria já estava de pé desde muito mais cedo.

Mesmo na base a maioria das pessoas a tratavam como uma igual, grande parte dos recrutas, sejam homens ou mulheres, a tratavam sem diferença, pra eles mesmo que tivesse crescido na base vivido a vida inteira aqui ela ainda era uma estranha.

Mika às vezes se perguntava por que desse tratamento, ela não se julgava alguém ruim, talvez fosse sua herança marciana, ou quem sabe a aparência exótica em relação aos outros humanos.

Mika tinha um cabelo cacheado em tom cobre, seus olhos tinham um exótico amarelo vivo raro até mesmo entre os antigos marcianos, seu rosto e fisionomia lembravam a de uma pessoa negra, mas seu tom de pele era um vermelho escuro, tinha também, algumas manchas laranjas nas coxas.

Os pioneiros de Marte tiveram que passar por muitos procedimentos para se adaptarem a vida no planeta vermelho até os habitats de Ares Prime ficarem prontos, isso gerou diversas mutações, não só físicas como de fisionomia.

Mika terminou seu banho, se enrolou na toalha e voltou para área dos armários. Ela se secou e vestiu as roupas limpas, colocou a toalha no armário junto das roupas sujas, apertou uma opção na pequena tela e ouviu um som de sucção, na pequena tela apareceu “roupas enviadas para lavagem, serão entregues no seu alojamento”.

Ela saiu dos vestiários e foi até a área do refeitório comer algo. Durante o caminho deu de cara com algumas recrutas européias que chegaram à base recentemente, uma de cabelo preto que parecia ser uma espécie de líder cochichou algo com as outras e olharam pra ela, “nem para disfarçar” pensou Mika suspirando.

Quando chegou ao refeitório, foi até uma parede que tinha diversas telas e compartimentos metálicos similares aos antigos caixas de banco só que maiores. Em uma das telas ela tocou e algumas opções de café da manha surgiram, era uma base militar e não um restaurante, mas havia algumas opções a escolher pegou duas torradas, um ovo mexido e quatro tiras de bacon e uma porção de geléia de uva. Ela esperou alguns segundos e então a compartimento de metal se abriu, ela pegou uma bandeja com oque pediu, os alimentos estavam embalados, juntos de talheres descartáveis e um prato. Foi até a maquina de café e pegou um copo antes de sentar para comer.

O lugar era muito grande e mesmo que tivesse que andar um pouco Mika foi até o fundo perto de uma grande janela que dava para a área de treino da base que hoje estava vazia.

Desembalou o bacon e o ovo e pos no pequeno prato de plástico, começou a comer olhando para paisagem fora da janela, apesar de ser uma cinéfila não gostava muito de Tv então preferia olhar a cidade ao longe e imaginar oque se passava lá ao invez de ligar a TV.

Enquanto comia se pegou pensando se Marte não tivesse sido destruída a vista dela seria diferente, tinha visto diversas fotos e vídeos sobre seu planeta Natal, mas não era como viver lá, ela imaginou estar em uma casa ou apartamento em uma sala de jantar comendo o mesmo café da manhã que comia ali, tentava imaginar uma mãe e um pai a sua mesa, mas nunca conseguia, era como imaginar siluetas sombrias, como se fosse impossível imaginar os rostos de seus genitores.

Acordou do seu quase transe com alguém balançando a mão na frente de seu rosto, ela balançou levemente a cabeça e olhou para quem estava do seu lado.

—Já terminou de comer? – ela revirou os olhos e não respondeu – ei Mika você sabe que eu sou capitão aqui?

—Primeiro capitão honorário né porque você cuida é do marketing da UHGE, segundo você não pode me obrigar a muita coisa até onde eu sei é alto comando que tem a minha guarda e terceiro bom dia capitão Douglas, parece que terminei de comer? – falou e o homem se sentou a frente dela com uma cara feia.

—Você é muito impetuosa, emulou muito da Capitã Maron – falou e abriu uma pasta que trazia consigo.

—Falando nela... por onde ela anda? – perguntou e homem a olhou.

—Em Titã supervisionando a manutenção do sistema de habitação – falou e Mika suspirou.

—Bem pensei que ela viria pelo menos para o aniversario de quando ela me achou – o homem começou a tirar os papeis da pasta e responder ela.

—Mika ela te mandou um presente e uma mensagem há dois dias no seu aniversario, tenho certeza que vai mandar algo - Mika tomou um gole de café e olhou pra janela.

—Eu não queria ALGO – falou e o Douglas lhe estendeu uma folha.

—Olha você pode não acreditar, mas eu entendo oque você tá passando Mika, mas isso não é assunto para agora, vamos nos concentrar no nosso trabalho - Mika deu uma risada contida.

—Até onde eu sei trabalho infantil tinha sido banido da terra – Douglas suspirou.

—Você me entendeu, deus como é difícil lidar com uma adolescente, bem vou ignorar a sua condescendência, o publico está começando a achar que nos obrigamos você a falar as coisas – apontou na folha dela, onde tinham alguns comentários na internet sobre ela.

— “Mika parece uma boneca de ventríloquo” “a marciana parece um robozinho da UHGE”, só isso? - ela falou abaixando a folha.

—Tem mais ou menos três milhões de comentários do tipo – ele falou apontando outra coisa na folha.

—Mas não tem onze bilhões de pessoas no planeta? – ela falou irônica.

—Isso é uma tendência perigosa e o alto comando se preocupa com isso, nosso trabalho é mostrar que as pessoas que estão erradas sobre você – Mika fechou a cara com a fala.

—Mas elas não estão erradas, eu sempre falo o roteiro que você me dá, eu fico aqui pressa nessa base – Douglas suspirou forte.

—Vamos combinar então, nada de respostas roteirizadas no programa de hoje, responda com calma e seja contida, se o publico gostar eu converso com o alto comando e convenço eles a te deixarem ir a um shopping? – perguntou e Mika ponderou por alguns segundos.

—Sem seguranças armados? - ele agora que ponderou um pouco.

—Uma equipe pequena de seis, sem armas grandes e mantendo distancia de 3 metros – falou e estendeu a mão.

—Fechado – falou e apertou a mão dele.

—Bem o programa é o Sunday Show, você já foi nele três anos seguidos, a apresentadora mudou, mas é o esquema de sempre, vão te chamar, vai ter perguntas de sempre, perguntas do publico, é só agir naturalmente – ele falou gesticulando.

—Capitão eu faço isso desde os sete eu sei como vai acontecer – ela falou e voltou comer – posso terminar meu café da manhã?

—Pode – falou se levantando - me encontre na garagem em uma hora, você vai se vestir lá então não se preocupe com roupa.

—Ok – ela respondeu e ele saiu.

Mika terminou sua refeição e saiu do refeitório em direção ao seu quarto, novamente deu de cara com as recrutas européias. Dessa vez ela quase trombou com a morena que parecia ser a líder, Mika se desculpou e a mulher também. Moveram os corpos lateralmente desviando e seguindo seus caminhos, ouviu alguns cochichos novamente, não entendeu muito bem, mas distinguiu as palavras “tom vermelho”.

Ela ignorou e seguiu para o seu quarto, em pouco tempo chegou e jogou na cama com a cabeça no travesseiro, suspirou por longos minutos e em seguida se virou olhando para o teto. “mais um dia, mais uma entrevista, mais gente falando de mim pelas costas” falou esfregando o rosto.

Levantou-se e fui até sua penteadeira, abriu uma gaveta e tirou uma pequena caixinha, abriu e encarou a única coisa que tinha de seu planeta natal, era um pingente com um pequeno cristal preto, alem dos tecidos que vestia ela usava isso quando a equipe da capitã Maron a achou na orbita marciana.

Sua única herança imaginava se tinha sido de sua mãe ou pai, quem sabe de um importante marciano.

Sempre que sentia mal com algo gostava de olhar a peça singela, era de uma certa forma algo que dava a ela conforto. Apertou o cristal e segurou junto ao peito.

—Respira Mika, você já está acostumada é só mais um dia, se lembre que quando você fizer dezoito vai sair da base alugar um apartamento no centro e trabalhar num Starbucks vendo as meninas de coque frouxo conhecendo empresários frios e calculistas, você vai estar fazendo sua faculdade de literatura e escrevendo seu livro sobre um viajante do espaço – falou e fechou os olhos quase que como se aquele sonho que ela sabia ser infantil fosse uma prece.

Abriu os olhos e guardou o pingente. Olhou para o relógio seria mais um dia longo, mas ela iria em frente, em busca do seu sonho em busca de uma possível liberdade fora da sua vida roteirizada, fora da condição de a ultima.

5 октября 2018 г. 14:56 0 Отчет Добавить Подписаться
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