annesenju Anne P.

New Orleans... " Era ano novo, e eu praticamente fui arrastada para uma festa por minhas amigas, eu não queria ir, mas lá o conheci. Ele era tão... misterioso." " Eu odiava o segredo que guardava, eu queria desabafar, contar para alguém. Mais para quem? Eu sou um monstro, mas um dia. Se não me engano era ano novo, nesse dia conheci o amor da minha vida." " Se fiquei com medo? Fiquei sim, mas não pelo que ele era mais sim pelo medo de perde-lo. Eu o amo!" (História escrita em 2015)


Романтика паранормальный 13+.

#vampiros #bruxos #romance
Короткий рассказ
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I love with blood taste — Amor com gosto de sangue

I love with blood taste — Amor com gosto de sangue

  Há cerca de três séculos atrás, os humanos dividiam território com as Criaturas da Noite. Viviam harmoniosamente, ajudando-se e cuidando uns dos outros como uma família. As criaturas da noite eram compostas por vampiros, licantropos, bruxos, transmorfos e sombras.

  Naquela época os vampiros eram a nobreza e seu rei era Klaus. Ele governava sobre todas as criaturas da noite. Ele possuía dois irmãos gêmeos, Axel e Adônis, ambos tinham inveja de Klaus, não só de sua riqueza como também de seu poder sobre as criaturas da noite.

  Então ambos se uniram e, em um fatídico dia, mataram Klaus. Uniram todas as criaturas da noite, alegando que os humanos mataram seu rei e que na primeira oportunidade matariam todos eles.

  Com esse argumento eles convenceram as criaturas da noite a lutar contra os humanos, mas os bruxos não eram a favor, recusavam-se a lutar contra os humanos.

  Com isso começou uma guerra, de um lado humanos e bruxos, do outro todas as outras criaturas da noite. Dois lados em conflito que um dia já foram amigos.

  Vendo que os humanos perderia, os bruxos e bruxas mais poderosos que existiam se uniram criando, assim, os Guardiões. Houve uma grande guerra entre as Criaturas da Noite e os Guardiões, fazendo muitos perderem a vida.

  Com o fim da guerra e a vitória dos Guardiões, Axel foi morto, fazendo de Adônis o rei do seu povo. Os Guardiões separaram o mundo humano do mundo da noite, fazendo com que os humanos se esquecessem da existência das outras criaturas.

  Com o passar dos anos, os bruxos e bruxas se envolveram com os humanos, fazendo com que seus filhos fossem híbridos, meio bruxos e meio humanos. Assim, seus filhos seriam os próximos guardiões que manteriam a paz entre os dois mundos.

New Orleans – 31/12/1998

  Edith Donnovan estava na festa mais badalada de New Orleans, era exatamente 23h07min da noite e todos aguardavam ansiosos para a meia-noite, pois logo seria ano novo. Edith, a garota de 19 anos que nunca gostou muito de festas, foi arrastada para aquela pelas suas melhores amigas, Marisol Santiago e Candy Kearney, as duas sempre foram suas melhores amigas desde que se lembrava.

  Com muito custo andou entre as pessoas que estavam aglomeradas dentro daquela grande casa vitoriana, que agora parecia tão pequena e abafada. Tentava com muito custo encontrar suas amigas, ela havia se perdido no momento que se distraiu com um rapaz fitando-a intensamente.

  Frustrada por não encontrar suas amigas, Edith bufou e olhou ao redor, não conhecia ninguém ali! Subiu as escadas que davam ao segundo andar da casa, estava uma noite fria e as finas mangas de sua blusa de frio preta já não a protegiam mais. Andava pelo longo corredor enquanto esfregava as mãos nos braços. Ao contrário do andar de baixo, que estava abafado, aquele corredor estava vazio e frio.

— Candy! Marisol! — chamou as amigas, enquanto andava lentamente pelo extenso corredor com pouca iluminação.

  A garota olhava ao seu redor com a esperança de espantar seu medo de estar ali, sozinha. As paredes eram revestidas de um papel de parede de cor vinho com estampa de várias flores de liz, o chão era de madeira e às vezes fazia alguns rangidos sob seus passos, as portas eram de madeira, pretas e assustadoras.

  Edith estava chegando ao final do corredor quando uma porta preta e velha se abriu com o vento fraco que veio da sacada ao final do corredor. Mesmo abrindo só uma pequena fresta, deixou que uma luz prateada e misteriosa passasse por ela, chamando a atenção da garota.

  Com passos lentos, andou até a porta e a empurrou com cuidado, com as pontas dos dedos. A porta se abriu com um rangido e revelou uma escada velha e empoeirada, no final dela estava a luz prateada que tanto chamou a atenção da garota. Edith ficou de frente para as escadas e chamou novamente pelas amigas.

— Marisol?! Candy?! — chamou, sem resposta continuou. — Tem alguém aí?! — perguntou, em resposta escutou um rangido, mas não vinha do final das escadas, vinha do corredor.

  Olhou para trás e nada, imaginou que o rangido escutado há pouco vinha da sua cabeça, que lhe pregava peças pelo medo. Afinal, nunca sentiu tanto medo quanto sentia agora, ali sozinha naquela casa, que não conhecia ninguém e tinha uma decoração assustadora, principalmente durante a noite devido à falta de iluminação. Nunca foi uma garota de sentir medo, pelo que se recordava a última vez que sentiu medo foi com sete anos, quando seu pai lhe contou uma velha história com vampiros, lobisomens, bruxos e outras criaturas assustadoras, em que os bruxos enfrentavam as criaturas e venciam, mas com o tempo venceu esse medo bobo, afinal aquelas criaturas horrendas que bebiam sangue não existiam, muito menos humanos que se transformavam em lobos.

  Voltou a olhar para as escadas, determinada a descobrir de onde vinha aquela linda luz prateada, respirou fundo e começou a subir degrau por degrau. A poeira que havia na escada se levantava com seus passos e a faziam ter vontade de espirrar.

  Ao chegar ao final da escada, deparou-se com um cômodo que tinha o piso e as paredes de uma madeira já desgastada, que nem chegava aos pés da madeira envernizada e limpa dos dois andares debaixo. O cômodo estava repleto de caixas velhas e móveis cobertos por lençóis de cor creme, totalmente sujos.

  Ao virar a cabeça para a esquerda Edith viu a causadora daquela luz tão bela: A Lua. Por uma janela ampla, que estava aberta e com seus vidros sujos, entrava a luz da lua cheia, que deixava o céu tão lindo.

— Não sei quem é mais bela, você ou a Lua — falou uma voz grossa e rouca atrás da garota.

  Edith virou para trás tão rápido que perdeu o equilíbrio em suas botas e quase caiu, mas segurou-se a tempo na janela, mantendo-se em pé. Olhou para o rapaz a sua frente e percebeu que era o mesmo que havia fitado mais cedo na festa. O garoto, com mais de 1,80 de altura, vestia uma calça jeans, uma blusa xadrez e um tênis velho. Ele a olhava intensamente como mais cedo, seu olhar que carregava um brilho misterioso como a luz da Lua a deixava intrigada.

— Quem é você? — perguntou Edith, mantendo a voz firme.

  O rapaz avaliou bem a garota antes de responder. Passou os olhos dos pés que estavam cobertos por uma bota preta de cano curto, pelas pernas que eram tampadas por uma fina meia-calça preta, seu vestido roxo tomara-que-caia, a blusa de frio preta feita de algodão, deu uma rápida olhada nos cabelos curtos da moça, que tinham cor de chocolate, e parou em seu rosto, nos lábios pintados com um leve batom rosa. Por último olhou intensamente os olhos de um castanho esverdeado que ele tinha que admitir, mexeu com algo dentro si.

— Desculpe, esqueci-me de me apresentar — falou e lhe lançou um sorriso constrangido, mostrando suas covinhas. — Sou Dallan Foster. Encantado! — falou e se curvou um pouco, como uma reverência.

  Com o gesto Edith teve vontade de rir: Quem em pleno final de século XX ainda fazia isso? Não sabia dizer se achou engraçado, estranho ou até mesmo fofo.

— E posso saber o nome da bela dama que está à minha frente? — perguntou com tom calmo e até mesmo sedutor fazendo Edith se sentir envergonhada. Sorte sua que não corava como Candy nesse tipo de situação.

— Edith Donnovan — respondeu e deu um sorriso tímido. O rapaz deu um sorriso radiante que possuía uma pitada de malícia.

— Permite-me saber o que faz aqui sozinha? Pelo que eu saiba, a festa é lá embaixo. — disse Dallan e começou a se aproximar de Edith em passos lentos e calculados.

  Não queria assustar a garota mais do que já estava assustada por estar sozinha em um sótão com um estranho, que até onde Edith sabia, podia machucá-la.

— E você por acaso mora aqui? É o “dono” da festa? — respondeu com outra pergunta, que fez Dallan sorrir com tamanha audácia da garota. Não seria qualquer uma que responderia alguém desconhecido assim e podia afirmar isso devido aos seus anos, anos e anos de experiência.

— Não, não — apressou-se em responder em tom divertido e descontraído, já ao lado dela. — A casa é de um amigo, só vim dar uma passada rápida com meu primo Alden, mas acabei o perdendo de vista. Ele sempre perde a linha quando vê uma bela dama. — falou e ambos riram.

— Eu também acabei me perdendo de minhas amigas. — Deu um sorriso tímido quase que automático. — E Alden? Não é um nome muito comum por aqui. Vocês são estrangeiros? — perguntou, curiosa.

— Bem, vamos dizer que estamos de passagem. — Passou a mão nos cabelos nervosamente e olhou para Edith, que ainda o olhava de forma curiosa enquanto estava apoiada na janela. — É complicado, viemos visitar uns parentes e estamos vendo se vamos ficar aqui por mais tempo ou se vamos embora semana que vem — respondeu-lhee deu um sorriso, tinha contado uma bela de uma mentira para ela, mas já estava acostumado a essa vida de mentiras e segredos.

— Não vejo nada de complicado em visitar parentes — respondeu Edith de forma brincalhona e olhou nos olhos dele, mas por algum motivo não conseguia fazer isso por muito tempo.

  Constrangida, desviou o olhar para a janela e ficou olhando a Lua, sentiu que logo Dallan fez o mesmo, os dois ficaram ali olhando a Lua por longos minutos e às vezes um dos dois desviava o olhar por alguns segundos somente para olhar o outro.

— Edith — Dallan chamou a garota, fazendo-a olhar para ele. — Quer ver a Lua mais de perto? — perguntou-lhe. Ela o olhou com uma sobrancelha erguida.

  Dallan sentou-se na janela e passou sua cabeça para o outro lado, logo depois passando as duas pernas e depois, sentando no telhado, estendeu a mão na direção da janela para Edith, que encarou a mesma de forma desconfiada.

— Não confia em mim? Não vou deixá-la cair, eu juro — prometeu sério, afinal nunca deixaria uma moça tão encantadora cair, nunca se perdoaria.

  Edith encarou a mão por mais alguns segundos e quando Dallan estava prestes a recolhê-la, perdendo as esperanças de a jovem fazer-lhe companhia, ela a aceitou e sentou-se na janela passando a cabeça e as pernas, assim como ele fizera, para o outro lado, com um pouco mais de facilidade pelo seu tamanho e tendo mais cuidado para não o deixar ver sua roupa íntima pelo vestido.

  A garota se sentou ao lado dele e o mesmo sorriu diante da presença dela, ambos olharam para a Lua por alguns segundos antes de uma pequena rajada de vento vir na direção deles, fazendo Edith se encolher e começar a tremer. Sem pensar duas vezes Dallan a puxou para mais perto e passou seu braço pelo ombro dela, deixando-a colada a ele.

— Como você não sente frio? É incrível que você nem esteja tremendo — falou, agarrando-se mais a ele. A pergunta o fez estremecer não pelo frio, mas sim por sua pergunta.

— Já estou acostumado. — Foi tudo que respondeu.

  Os dois ficaram ali sentados olhando para o céu, até que a música da parte de baixo cessou totalmente, fazendo Edith se separar de Dallan. Olhou para frente e para os lados, na tentativa falha de ver algo. Sua mente pessimista já imaginava alguém machucado, até que começou a contagem.

10...

  Dallan pegou na mão de Edith a fazendo olhar para ele.

8...

  Ambos se olhavam intensamente. Estavam muito perto um do outro. Edith sentia um misto de emoções que jamais tinha sentido antes.

5...

4...

3...

— Feliz Ano novo, Edith. — falou Dallan antes de colar seus lábios aos da garota a sua frente.

1...

  E foi aí que Edith teve o melhor e mais emocionante beijo da sua vida, ao som da comemoração de novo ano e com fogos de artifícios coloridos enfeitando os céus, deixando a Lua mais bonita do que já era, deixando aquele momento mais especial como outro jamais foi.

  Após o ano novo Edith ficou totalmente encantada pelo cavalheirismo de Dallan. O rapaz, em seus 20 anos, agia durante a maior parte do tempo como se estivessem no século passado, falando de modo limpo, polido e sem gírias e tratando-a como uma preciosa lady do século XVIII.

  Não podia negar que estava loucamente apaixonada pelo moreno misterioso. Saíam todas as noites às escondidas, já que Dallan só podia vê-la à noite por alguma razão que ela desconhecia. Devido a isso, tinha que pular todo dia a janela de seu quarto para poder sair sem que seu pai a repreendesse. Na semana passada havia até ralado o joelho, fazendo Dallan ficar preocupado e estranho quase a noite toda.

  Era dia vinte e um de janeiro de 1999 e ambos iriam se encontrar na City Park para um piquenique noturno. Edith estava em seu quarto com a porta fechada, arrumando-se para o encontro com seu amado que teria mais tarde. Seus pais pensavam que já estava dormindo, mal sabiam que a garota estava em frente ao espelho, arrumando a blusa de algodão azul escuro que deixava dois dedos de sua barriga à mostra, sua calça boca de sino que cobria quase todo seu pé e relava no chão. Edith arrumou os cabelos curtos e, pôs seu colar com pingente de coração, no qual dentro havia uma foto sua com seus pais.

  Pegou seus saltos em cima da cama e os jogou por sua janela, depois pegou o lençol que ela e Dallan usariam para cobrir o chão e o jogou também. Ela apagou o abajur ao lado de sua cama que era a única iluminação do quarto e andou pela escuridão até a janela, passou por ela e desceu com muito cuidado entre as trepadeiras de sua casa até chegar ao chão, onde se sentou na grama macia e calçou suas sandálias com saltos e depois se levantou batendo a mão na calça e no lençol para tirar a grama presa.

  A garota andou cuidadosamente até a rua de baixo da sua casa onde havia mais movimentação, ficando mais fácil de pedir um táxi, que a levaria a City Park. Não podia negar que estava ansiosa para encontrar Dallan, queria saber o que o mesmo havia feito o dia todo, mesmo que no fim ele fizesse como nas noites anteriores, dando mínimos detalhes. Ficava feliz em saber nem que fosse pouco sobre ele, aquele ser tão misterioso.

  O que a chateava era que não podia contar para ninguém sobre eles. Dallan a fez prometer que não contaria nem para suas melhores amigas, ele falou que estava com medo de que elas não o aprovassem e que tentassem separá-los, não conseguiria ficar um dia sem vê-la.

  Edith estava tão ligada aos seus pensamentos que nem se deu conta que já estava em frente a City Park. O motorista a olhava impacientemente à espera do pagamento, ela deu um sorriso amarelo e lhe entregou 50 dólares pela corrida, insistindo com ele para que ficasse com o troco. Ninguém podia negar que Edith tinha um coração de ouro.

  Andou calmamente pelo parque e parou diante da fonte, olhando para sua água cristalina, onde dava para ver poucos peixes nadando. Edith levou um susto quando alguém pôs as duas mãos em seus olhos, tampando-lhe a visão. Mas relaxou ao sentir um beijo cálido no pescoço, reconhecendo o perfume de Dallan, aquele que ela amava e que ele sempre usava ao sair com ela.

  Ela se virou ficando de frente para ele e o beijou como sempre se cumprimentavam. Era um beijo calmo e apaixonado, um que para ela somente Dallan conseguia ter. Seu beijo era doce e ao mesmo tempo amargo, era apaixonado e necessitado, como se precisasse dela sempre ali para ele, por ele.

  Ao se afastarem, Dallan a avaliou de cima a baixo e deu-lhe um sorriso encantador.

— Está linda como sempre, my lady — falou e beijou sua mão, deixando-a embasbacada como sempre.

  Os dois andaram de mãos dadas até o outro lado da ponte, onde estenderam o lençol e só então Edith notou a cesta que Dallan carregava. De dentro dela ele tirou um vinho que pelo que ela pode ver era francês, sanduíches e uma pequena vasilha com morangos, que a fez suspirar internamente.

  Gostava tanto daquele homem, pois era isso que Dallan era, um homem. Nada comparado aos garotos de sua idade que conhecia, eles eram imaturos completamente opostos a Dallan, que era um rapaz que apesar da idade, parecia uma pessoa tão vivida e experiente.

— Como foi seu dia, querida? — perguntou ele, sentando-se com Edith entre suas pernas. Ele esticou seus braços e pegou a garrafa de vinho já aberta, colocou o líquido dentro de duas taças, entregando-lhe uma das duas.

— Foi normal. Eu, Marisol e Candy fomos ao shopping fazer compras e depois tomamos sorvete. Fiquei o resto do dia adiantando algumas coisas para a universidade que começa mês que vem — falou e deu uma pausa para tomar o vinho e dar uma mordida em um dos sanduíches. — E como foi o seu? — Perguntou na esperança de saber um pouco mais sobre ele.

— Também foi normal, ajudando meu primo com alguns trabalhos que ele faz por aí e passando o resto do dia em casa resolvendo alguns problemas do trabalho. — Edith não pode esconder que ficou decepcionada com a resposta de Dallan. Como sempre, sabia pouco sobre ele e isso a frustrava. Tinha medo dele a trair mesmo que não fossem namorados, afinal nunca sabia o que ele fazia o dia todo.

Hey, por que você nunca me conta nada sobre você? — perguntou tristemente, saindo do meio das pernas do rapaz e sentando-se de frente para ele.

  O coração de Dallan doeu ao ver a expressão de sua amada, ele se odiava por não poder contar seu segredo a ela, mas tinha medo dela o afastar, tinha medo de que os Guardiões o afastassem dela. Nunca permitiriam que Dallan, príncipe vampiro, filho de Adônis, o rei das sombras, amasse Edith, filha de Guardiões.

— Não fique triste comigo, por favor. Isso parte meu coração. — Ergueu o queixo dela com uma das mãos e fez um carinho com as pontas dos dedos. — Tudo terá seu tempo, eu prometo. Agora venha aqui. — Estendeu a mão a ela, que relutante, aceitou. Ambos se deitaram no lençol lado a lado, com a cabeça de Edith no peito firme de Dallan. — Hey, quero te contar uma história.

— Então conte — pediu Edith, ansiosa.

— Bem, há muito tempo — começou Dallan, entrelaçando seus dedos aos de Edith. — criaturas inumanas viviam civilizadamente com os humanos. As criaturas que viviam nas trevas eram governadas por Klaus e dentre essas criaturas tinham os vampiros, inclusive Klaus era um vampiro. Klaus tinha dois irmãos mais novos que eram gêmeos, Adônis e Axel, que sempre tiveram inveja do irmão mais velho.

“ Um dia eles se uniram e mataram Klaus com a única coisa que matava um vampiro: uma adaga de prata no coração. Depois disso eles reuniram todas as Criaturas das Trevas e iludiram-nas, dizendo que os humanos haviam matado seu rei. Com isso começou uma guerra em que muitos humanos morreram, mas uma espécie de criatura que mexia com magia e que hoje são chamados de feiticeiros se recusaram a ver os humanos morrerem e se juntaram a eles na guerra, ficando contra seus irmãos, as Criaturas das Trevas.

A guerra estava empatada para ambos os lados, até que os feiticeiros a desemparam. Eles reuniram os mais fortes entre si e formaram os Guardiões, que protegeriam os humanos, mantendo a paz entre os dois mundos. Os Guardiões venceram a guerra, matando Axel, e expulsaram as Criaturas das Trevas para longe dos humanos e assim todos viveram em paz.

Os Guardiões começaram a se relacionar com humanos, criando assim híbridos, eles não teriam a longevidade de um feiticeiro puro, teriam o mesmo tempo de vida que os humanos. Seriam eles os próximos Guardiões. Com os anos que se passaram, cada família que possui sangue mágico em sua linhagem tem o sobrenome daquele feiticeiro que a começou como Edlyn, Grady, Kearney, entre vários outros.

Já as outras criaturas foram exiladas, proibidas de chegarem perto dos humanos, se fossem encontradas em cidades humanas seriam expulsas imediatamente e se machucassem os humanos seriam mortas pelos Guardiões. Os que mais ficaram prejudicados foram os vampiros, agora que não bebiam mais sangue humano, somente de animais, ficaram fracos e nem podem mais sair à luz do dia, quem dera ter seus poderes inumanos”

  Edith olhou para Dallan com curiosidade, o que ele queria lhe contando essa história de criança?

— Eu conheço essa história, meu pai a contava para mim. Só que a sua parece ser uma versão diferente — falou Edith olhando para Dallan. — Mas por que me contou isso?

— Edith... — começou Dallan, meio hesitante. — Você ainda gostaria de mim se eu fosse uma dessas criaturas?

— Que pergunta é essa, Dallan? Claro que gostaria. Te amaria de qualquer jeito — falou como se fosse óbvio.

— Mas você não sentiria medo de mim? — perguntou ele, receoso.

— Dallan, onde você quer chegar com isso? — perguntou Edith, agora já se irritando pelo rumo da conversa. Não sabia aonde Dallan queria chegar.

— Responda-me, Edith! — ordenou. Ela viu em seus olhos uma mistura de ânsia e desespero por sua resposta.

— Não. Como a história diz, somente Adônis e Axel eram maus ao ponto de querer machucar os humanos, as outras criaturas eram boas, só foram enganadas e eu acredito que ainda sejam. — Passou a mão pelo rosto de Dallan, já mais tranquilo por sua resposta. — Mas por que você me contou essa histórias de criaturas que não existem?

— E se eu falasse para você que elas existem? Você acreditaria em mim? — perguntou Dallan, fazendo uma sobrancelha de Edith se arquear. O que diabos havia acontecido com Dallan?

Um mês depois...

  Edith estava namorando definitivamente com Dallan, um vampiro. Aquilo era tão surreal que ela mesma custou acreditar. Quando ele lhe contou no dia do piquenique no parque, ela ficou muito frustrada ao pensar que ele lhe contara toda aquela baboseira querendo brincar com a cara dela, para que ela não perguntasse mais sobre ele.

  Lembrava-se muito bem que havia ido embora imediatamente e que havia ficado uma semana sem falar com o mesmo. Que chorou por alguns dias e que doía seu coração ao pensar em como era idiota por gostar de um babaca como Dallan.

  Mas quando ele a procurou e mostrou suas “presas”, contando-lhe um pouco de sua vida, foi que ela acreditou – com muito custo, mas acreditou. O que foi difícil de aceitar foi: Candy, sua melhor amiga, desde sempre era uma Guardiã, com sangue de feiticeiro correndo em suas veias. E que, caso ela soubesse de Dallan, além de mandá-lo para longe de si poderia até matá-lo.

  Correu tudo bem depois disso, até hoje mais cedo. Candy havia visto sem querer uma foto dela com Dallan. Edith não soube explicar como Candy soube na hora que era um vampiro.

  E agora ela corria na direção da pequena casa de Dallan para avisá-lo, alertá-lo sobre Candy. Ele teria que ir embora, isso era óbvio, e isso doeria muito, mas Edith preferia ver Dallan longe e seguro do que morto.

  Ao chegar à frente da pequena casa de cor creme, uma das mais simples daquele bairro de classe média-alta, Edith bateu rapidamente na porta. Até que finalmente Dallan a abriu, usando óculos de sol para se proteger da claridade do lado de fora.

— Edith? O que faz aqui? — perguntou o moreno, dando espaço para a garota passar. Ela entrou dentro da casa rapidamente, encontrando Alden dormindo no sofá da sala escura.

— Preciso conversar com você, urgente — falou recuperando o fôlego da corrida. Desviou o olhar rapidamente de Dallan para Alden. — E tem que ser a sós.

— Tudo bem, vamos para meu quarto — falou Dallan, guiando-a rapidamente para seu quarto. Estava intrigado, queria saber o que Edith precisava falar. Devia ser algo importante para procurá-lo durante o dia.

  Ao chegar ao quarto do rapaz, Dallan tirou os óculos e os jogou na escrivaninha, sentou-se na cama olhando para Edith, esperando ela falar. Edith respirou fundo e falou:

— Candy viu uma foto minha com você — começou já nervosa. — Ela sabe o que você é. Você e Alden têm que ir embora ou ela irá matá-lo.

  Ao escutar as palavras saírem da boca de sua amada, Dallan arregalou os olhos. O que seu interior mais temia aconteceu,ele teria que ir embora e deixar Edith. Ele não queria isso, lhe doía. Contudo, era o necessário. Quando ele saiu do mundo da noite e veio para o mundo humano, escondido dos Guardiões, ele tinha total consciência que assim que os Guardiões descobrissem que o príncipe estava ali tão próximo deles o matariam.

— Tenho que acordar Alden — falou ao se levantar, mas ao passar perto de Edith, ela segurou seu braço. Ao olhar para a humana que amava, ele viu lágrimas correndo por sua face.

— Ainda não. — falou Edith e o puxou para um beijo que o fez arrepiar, era um beijo salgado pelas lágrimas de despedida e doía o coração de ambos ao pensar que esse seria o último beijo que trocariam. — Se hoje for o último dia que irei vê-lo — começou Edith com voz de choro, dando uma pequena pausa para uma fungada. — eu quero ser sua, Dallan. Eu quero que me faça sua — disse decidida, antes de voltar a beijá-lo.

  Dallan colocou aquela criaturinha que amava deitada em sua cama e a olhou com paixão e carinho, sorriu ao lembrar-se de todos os momentos felizes que tiveram juntos e a beijou, antes de fazer o que ela havia lhe pedido. A fez sua.

10 meses depois...

  Dallan sentava no trono da sala escura, com paredes vermelhas como sangue e grandes janelas com vidros pintados de preto, impedindo que a claridade passasse por elas. Ele olhava pensativo para o nada, estava ansioso querendo notícias de Edith. Há uma semana mandou Vênus, uma híbrida vampira com transmorfo para o mundo humano, em busca de notícias de Edith, queria saber como sua amada estava.

  Queria ter mandado antes, mas seu pai Adônis não havia permitido. Contudo, ele tinha se livrado de seu pai. Ele mesmo o matou, como o mesmo fez com seu tio. Agora ele era rei e ninguém mais estaria em seu caminho.

  Com o poder que tinha em mãos, tentava encontrar um jeito para rever Edith, mesmo que fosse quase impossível. Esperança seria a última que morreria. Agora só precisava esperar Vênus voltar hoje do mundo dos humanos e saber como Edith estava para começar seu plano de revê-la.

— Majestade — falou uma voz feminina à sua frente. Quando abaixou seus olhos viu Vênus, a mais linda vampira do mundo das sombras ajoelhada em sua frente, com os cabelos ruivos em uma trança de lado e usando como sempre suas roupas pretas e coladas. A última e mais preciosa vampira transmorfa, que mesmo sendo vampira conseguia transformar-se em outros animais e até mesmo pessoas.

— Minha linda e bela, Vênus — falou sorrindo. — O que me traz de novidades sobre Edith? — perguntou ansioso pela resposta da transmorfa.

— Infelizmente, não lhe trago boas notícias. — A ruiva olhou para baixo, mas pode sentir o sorriso de seu rei sumindo. — Descobri que Edith Donnovan, filha de Roger Donnovan, um dos Guardiões, morreu a cerca de dois meses de um câncer. Quando descobriu já estava em estado muito avançado para ser curado, até mesmo pela magia de seu pai.

  Uma onda de fúria tomou Dallan e, quando Vênus deu por si, já estava no chão com o rosto ardendo e doendo. O rei em sua frente lançava longe seu trono e destruía quase tudo ao seu redor. Afastou-se um pouco assustada, com medo de falar o restante que descobrira. Quando o rei se acalmou e começou a recuperar o fôlego do surto de raiva, se atreveu a continuar.

— Tem mais, Majestade — falou, ficando novamente ajoelhada e olhando para o chão, temendo olhar seu rei. Ao sentir o olhar em sua direção continuou com voz baixa. — Pelo que parece, ela estava grávida. Mas a criança morreu no parto devido ao câncer da mãe. — falou e continuou a olhar para baixo. Longos minutos se passaram até que seu rei se pronunciou.

— Vênus — chamou-a. Levantou novamente a cabeça, com medo de seu rei descontar sua raiva em si novamente, mas seu medo foi totalmente embora ao ver a face abalada de sua Majestade. — Vá embora, imediatamente — falou com voz fria.

  A garota ruiva se levantou rapidamente e fez uma referência antes de sair da sala, mas teve quase certeza que antes de fechar a porta atrás de si, escutou o rei chorar.

6 сентября 2018 г. 21:38 2 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Anne P. "Tento usar a minha imaginação, pois a realidade é uma droga" 19 anos de pura complexidade e preguiça. Um dia eu escrevo tudo que eu quero ♡ Amo yaoi, escrevo originais e sobre alguns fandons, podem me encontrar no Nyah e WTT também ♡

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Megan W. Logan Megan W. Logan
Olá! Tudo bem? Adorei a sua história, muito emocionante e com um final surpreendente. A história é bem cativante, o enredo dela chama bastante atenção e prende o leitor, que quer ler tudo de uma vez, pois os personagens principais são bem trabalhados, gostei do desenvolvimento da história. Não vi nenhum erro ortográfico no texto que atrapalhasse a fluidez da narrativa, ele está perfeito ao meu ver. Parabéns pela ótima história! Beijos!

  • Anne P. Anne P.
    Obrigado amore <3 fico muito feliz que gostou. Quando eu escrevi essa one eu estava planejando escrever uma trilogia que se passa nesse mesmo mundo, quem sabe futuramente kkk ;) Beijos <3 September 23, 2018, 13:53
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