taequila Laira Ramalho

[KAISOO] Do Kyungsoo, Kim Jongin e Lee Bona cresceram juntos em meio a uma sociedade lapidada pelo poder financeiro, e tiveram seus futuros entrelaçados por motivos muito maiores que a amizade dos três. Seus pais eram sócios liderando a maior companhia empresarial da Coreia do Sul, e com isso Jongin sabia, muito antes de aquele noivado, que sua vida pertencia a Bona. Assim com Kyungsoo tinha certeza que seus sentimentos jamais poderiam ser correspondidos pelo melhor amigo. Porém, como fruto de apenas uma curiosidade, uma atração proibida passou a existir entre os dois, colocando em jogo muito mais que a sociedade em que suas famílias estavam envolvidas. Eles tinham tudo a perder, e não importava qual escolha Jongin fizesse, no final eles sairiam machucados.


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Antítese

— Prólogo —


— Não dá para ver a pedra quando ela afunda. — Os pezinhos descalços balançaram sobre água provocando algumas gotinhas que molhavam as outras duas crianças sentadas uma a cada lado seu.

— Se a água é transparente, porque então a gente não vê, Nini-oppa? — A voz infantil e feminina parecia irritada ao deitar a cabeça sobre o ombro da criança mais velha dos três, enquanto mais uma pedrinha era atirada dentro da piscina. — Você já entrou nessa piscina, Nini?

— Não, mamãe diz que é muito funda e que só vou poder nadar nela quando eu crescer.

— Mas você já sabe nadar! Todo mundo da minha sala tem inveja de você, por causa disso. — O pequeno Jongin sorriu sentindo a menina agarrar-se em seus braços para ganhar sua atenção. — Aposto que se você entrar nessa piscina você poderia nadar ela de um lado ao outro.

Kyungsoo que permanecia quieto brincando com as pedras borradas de lama em suas mãos, abriu os olhos maiores do que já eram, numa expressão quase apavorada e exagerada de crianças.

— Claro que não sua estúpida! Se Jongin pular nessa piscina ele vai acabar morrendo afogado. Você quer matar Jongin-hyung?

Naquele momento, os pequenos e amendoados olhos de Lee Bona ganharam um brilho diferente graças às lágrimas que formavam ali.

— Soo… — Choramingou ela, se levantando e deixando a mostra as gotinhas salgadas que desciam por suas bochechas. Não fazia esforço para esconder a manha – desde criança Lee Bona era uma boa adepta ao drama e era exatamente dessa forma que conseguia qualquer coisa que quisesse de seus pais. — Você é mau!

Bona se levantou exasperada correndo em direção a casa enquanto gritava que Kyungsoo era um idiota, e que ela nunca desejaria que seu Jongin-oppa morresse.

Ainda no quintal grande que não disfarçava o luxo no qual a família Kim vivia, os dois garotinhos de quase 8 anos se entreolharam sorrindo.

— Você pega muito pesado com a Bonnie, Soo. — Embora a leve repreensão, o tom do mais velho era calmo e carinhoso, como sempre fora ao falar com Kyungsoo ou Bona.

— Eu sei… mas ela é chata. — Atirou a pedrinha na água logo recebendo o som molhado em resposta.

Jongin soltou um suspiro cansado e adulto demais para uma criança. Fitou o melhor amigo ao seu lado distraído olhando para um ponto qualquer do enorme quintal que acercava a casa dos Kim.

— Ouvi mamãe e papai conversando ontem à noite. — Disse num repente sem ter a atenção do mais novo, aparentemente. — Eles estavam falando de mim e da Bonnie. Papai disse que quando a gente crescer, que nós dois vamos unir nossas famílias. — O pequeno Soo apenas trouxe de volta o olhar até a água fria sob seus pés. — O que você acha que isso significa?

Kyungsoo deu de ombros tentando ignorar algo que, no momento não fazia ideia, mas era sua consciência lhe dizendo de que não havia gostado do que ouvira.

— Não sei. — Disse simplesmente jogando uma última pedrinha na piscina.

Mas anos depois, deitado em sua cama, tentando se esquivar do resto do mundo, Do Kyungsoo entendia o porquê havia ficado tão chateado cada uma das vezes que Jongin falava consigo sobre ele e Lee Bona. Ele tinha consciência até mais do que desejava, e vez ou outra ela escapava através das pequenas lágrimas que insistiam em cair por seus olhos. Era ridículo como o dinheiro de suas famílias tinha o poder de escolher seus futuros sem os consultar antes. Era ridícula aquela sociedade que seus pais orgulhosamente sustentavam sob o nome de DKL Enterprise. Mas ali estava ele, único herdeiro do hospital Asan Medical Center, trancado em seu quarto sem conseguir segurar o choro depois de mais um jantar na casa dos Kim, depois de que Kyungsoo sentiu aquela pequena farpa cravar em seu peito, causa um rachadura pequena, quase imperceptível, completamente ignorável, mas nociva, de um jeito que ele não poderia saber como.

Nada passava do fato que os Lee possuíam 49% das ações do Group K - O grupo de todas as empresas de Advocacia que pertencia a família Kim - e não foi difícil Kyungsoo entender que aquela ideia dos pais de Jongin querer casá-lo com Bona era apenas para voltar a ter poder sobre a maior parte das ações de sua empresa. Mas num pensamento quase estúpido ele se perguntava o que aconteceria se fossem os Do que possuíssem as ações, Kim Youngguk iria querer casar o filho com Kyungsoo? Claro que não. Seria a ideia mais ridícula do mundo. Tudo continuaria do mesmo jeito, então, por que, só por ser Lee Bona, as coisas tinham que ser feitas de um jeito diferente?

Por que ela tinha sempre que vir antes que ele quando o assunto era Kim Jongin?

Por que era sempre ela a escolhida para estar ao lado dele?

Do Kyungsoo tinha inveja. Não conseguia mentir para si mesmo, pois desde quando eram crianças, Soo tinha inveja de todas as vezes que Bona adormeceu no colo de seu melhor amigo, enquanto ele acariciava os fios claros de seu cabelo. Tinha inveja do tom de voz que Jongin usava para chama-la de Bonnie. Tinha inveja de cada vez que ela começa a falar e a atenção do mais velho era toda voltada a ela. Ele não podia fazer nada para mudar aquele sentimento.

Virou-se na cama fechando os olhos para conter as lágrimas e ignorar as mensagens em seu celular, provavelmente todas de sua mãe, já que ele simplesmente se levantou da mesa no meio do jantar na casa dos Kim para celebrar o noivado de Jongin e Bona e pediu que o motorista o levasse de volta para casa. Sabia da sua importância naquele evento, quando era o filho do Do Hyunsoo, diretor e dono da maior rede hospitalar da Coréia do Sul, o homem que tinham como principais e únicos sócios Kim Youngguk e Lee Jungseok, sabia que deveria permanecer àquela mesa pensando nos benefícios que aquele casamento traria para si no futuro, mas Kyungsoo não passava de um adolescente tolo que colocava os sentimentos acima dos negócios.

O celular em sua mão começou a tocar, e Soo tentou a todo custo ignorar, mas quando viu o nome de Jongin piscando na tela sequer tentou lutar contra a vontade de ouvir aquela que era sua voz favorita contra seu ouvido. Apenas o jeito que o Kim chamou seu nome esquentou todo o seu corpo o fazendo soltar um suspiro mudo e fechar os olhos. Era ironicamente ridículo como Jongin o acalmava, mesmo quando era ele o causador de toda a desordem em si. Era ironicamente triste o fato de que a voz do mais velho o trazia paz, mesmo quando estava falando de Bona, e todo aquele lixo de noivado. Mas Do ainda sorria cada vez que ouvia aquele Soo meio sussurrado, meio sonolento sendo pronunciado pelos lábios que tanto amava observar.

Ele sorria mesmo que Jongin fosse o único motivo para todas aquelas lágrimas que vinha derramando.

— Você nem mesmo gosta dela, gosta?

Foram as palavras que escaparam por seus lábios interrompendo a fala de Jongin sobre o que havia acontecido no resto da noite, depois que foi embora. Kyungsoo havia engolido o choro, se sentindo um pouco mais seguro pra falar sem denunciar o tom quebrado em que estava, assim como seu coração.

— O que?

— A Bona… você não gosta dela, nunca a viu como mais que uma amiga, por que tem que aceitar isso então?

— Soo, por que você está dizendo isso agora?

Jongin não conseguia entender o tom acusador na voz do melhor amigo, e talvez, nem mesmo Kyungsoo se dava conta de como estava falando.

— Porque sim! Porque não faz sentido você se casar com ela só porque a família dela tem quase metade das ações da empresa do seu pai.

— Não entendo porque você está se importando com isso quando eu não ligo!

Kyungsoo calou-se por alguns minutos; aquela frase se repetindo incontáveis vezes em sua cabeça, até que com um suspiro ele fez a única pergunta que precisava de uma resposta.

— Você gosta mesmo dela?

Do outro lado da linha, Jongin se emudeceu, tirou de seus pés o par de sapatos e deixou o corpo cair sobre o sofá de seu quarto.

— Nós sempre soubemos que seria isso o que aconteceria. Era óbvio que meus pais iriam querer me casar com a Bonnie por causa dos negócios entre as nossas famílias. — Seu tom era doce, porque lidando com Kyungsoo desde criança, ele sabia o que fazer para o amigo se acalmar e pensar com mais seriedade sobre qualquer assunto. — Se você fosse uma garota sabe que a possibilidade de eles me casarem com você também existiria, né? — Soltou um riso baixo na esperança de ser acompanhado por Kyungsoo, mas continuou tendo apenas o silêncio como respostas. — E sim, eu gosto dela.

A pequena farpa estacada em seu peito ganhou um espaço um pouco maior para feri-lo. O nó em sua garganta lhe roubou todas as palavras que queria pronunciar e o afogou nos próprios sentimentos que, tinha certeza, nunca seriam correspondidos, nem sequer poderiam ser expostos de alguma forma.

Ele sentiu sua visão perder o foco quando mais uma lágrima se formou no canto de seus olhos.

— Que bom, então. — Mordeu o lábio inferior com força antes de continuar. — Se você ficar feliz assim, eu ficarei feliz por você, hyung.

E Kyungsoo não mentiu quando disse aquelas palavras, por mais quebradas que elas pudessem soar. O mais novo realmente se contentaria com qualquer tipo de felicidade vinda do Kim, mesmo que isso roubasse de si a própria felicidade.

Porque cada mínimo pedaço de Soo era bordado pela alegria de Jongin; e cada um de seus sorrisos só existiam a partir do mais velho; e todos os dias, ele amava Jongin por completo, mesmo que sem ter para si uma única e pequena parte do que ele era.

Kim Jongin era o paradoxo imperfeito que se fazia a razão para alimentar aquele sentimento que nunca seria correspondido. Era uma pequena antítese que Do Kyungsoo aplicaria em cada sentença de sua vida.

 

26 июля 2018 г. 22:09 0 Отчет Добавить Подписаться
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