saaimee Ana Carolina

O dia estava claro, os pássaros despertavam cantando alegremente e as pessoas se apressavam pelas ruas adentrando e saindo dos estabelecimentos. A semana estava começando e junto com ela novas conquistas, novas oportunidades, novos desafios... O jovem de cabelo castanho claro e olhos verdes estava sentado em sua mesa no escritório roendo suas unhas desesperado. Em suas mãos foi entregue a missão que fez seu coração cambalear entre as batidas e sua mente apagar qualquer reação. “Isso não tava programado hoje!”, gritou em silêncio descascando mais um pedaço de unha. Os minutos se passavam e a hora do intervalo estava quase chegando. Ele não tinha opção. Seu olhar bateu no relógio e punho se fechou. A missão foi aceita, porém... foi concluída?


Фанфикшн Аниме/Манга Всех возростов. © Os personagens desta estória pertencem a Free! Todos os direitos sobre eles são reservados a © Kyoto Animation e Animation Do.. Capa feita por mim com itens gratuitos. Fonte utilizada: Good Night por Erick Molina.

#makoharu #haruka-nanase #makoto-tachibana #free #fluffy #comédia #shounen-ai
Короткий рассказ
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Capítulo Único

Três da tarde e eu aqui de novo. Ah, é todo dia a mesma coisa. Nos meus intervalos eu sempre dou um jeito de vir pra essa padaria. Se me perguntar se é pelo café eu vou dizer que não. Mas também não é ruim! Não me leve a mal. Os bolos são maravilhosos com massa fofinha e uma cobertura que não é tão doce. Cada um do seu jeito e ainda assim igualmente saborosos. Eu sei disso porque já devo ter provado todos, mas também não vá pensando que sou algum fanático por doces. Eu gosto sim, mas meu interesse aqui vai um pouco além. Além dos bolos coloridos, do café quentinho e do balcão de atendimento. Ah, sim. Ele. O rapaz de cabelo preto e olhos azuis como o oceano e tão frios quanto as geleiras. Com um rosto que nunca mostra expressão e palavras diretas que são ditas por uma voz suave. O funcionário, meu melhor amigo e, talvez, a pessoa que eu amo. Ah...

Ali está ele de novo atendendo com o uniforme branco e o avental marrom tão arrumado que parece que acabou de se trocar. Olhar pra ele me faz perceber o quanto esbanja seriedade e profissionalismo, mesmo que eu saiba que por baixo disso tudo tem uma bermuda de mergulho e que nesse momento enquanto responde o cliente está pensando em cair na água. Ah, Haru.

Normalmente eu olharia para essa cena sorrindo. Ficaria sentado aqui no mesmo lugar de sempre tomando goles curtos do meu café, observaria as pessoas andando na rua pela janela e, de vez em quando, olharia para o balcão procurando o rosto sempre sério dele. Porém hoje é diferente e a última coisa que consigo fazer é olhar para o balcão e parecer normal.

Ah, já deve ser a décima vez que suspiro sem falar nos apertos que fico dando em minhas mãos a cada minuto e no café já gelado sobre a mesa. Você sabe como é difícil esconder seus sentimentos quando vocês moram juntos? Sabe como dói ter que escolher as palavras durante uma conversa? Como é horrível querer abraçar ele, mas só poder ficar olhando? E se tudo isso já não bastasse, hoje me pediram para fazer a compra de um bolo meio que... especial.

É que um amigo está querendo se declarar para a pessoa que gosta e achou interessante fazer desse jeito. Não teria problema nenhum, mas para mim chegar ali na frente dele e ter dizer para escrever “quer namorar comigo?” faz meu coração acelerar como se fosse um pedido meu.

Ah, lá vou eu de novo debruçando na mesa com aquela cara de derrotado. Haru é tão importante para mim e mesmo assim eu não consigo demonstrar. Sou muito grato por ele me aceitar como amigo depois de todo esse tempo juntos e sei que deveria estar contente com isso.

Mais um suspiro e meus olhos vão procurar ele. Deve estar na cozinha, não o vejo e, parando para analisar, o lugar fica até mais vazio assim. Tudo aqui é bem rustico e traz aquele sensação de conforto. Talvez seja por causa dos quadros com palavras motivacionais pendurados por todos os cantos ou dos acentos ocupados e agitados pelas conversas da tarde; quem sabe seja o canteiro de flores coloridas do lado de fora e a mesclarem do marrom dos móveis com o branco das paredes do lado de dentro. É tudo tão completo, mas sem ele aqui acaba faltando algo.

— Makoto.

A voz calma ao meu lado me assustou. Olhei rapidamente, perdido.

— Haru?

Minha garganta secou e meu coração começou a pular descontrolado. Ele não estava na cozinha?

— Você não bebeu.

A afirmação foi ilustrada por seus olhos que desviaram para a caneca de porcelana verde na mesa. Acompanhei vendo o liquido escuro e frio parado tristemente ali. Ele não era bom com as palavras, mas eu sabia que aquela pergunta mostrava que estava preocupado e isso foi o suficiente para me deixar feliz.

— Eu acabei me distraindo. – Em silêncio me olhou como se tentasse decifrar minhas palavras. — Trabalho... Demais...

— Quer outro copo?

— Não. Está bem assim. – Sorri novamente o vendo assentir relutante.

Sempre foi assim. Suas frases curtas demostravam perguntas exaltadas, mas nem todos percebiam isso. Ele podia facilmente parecer o tipo de rapaz calado que não se importa com nada além da água, mas eu sabia que não era assim e por baixo de toda aquela frieza existia muitos sentimentos que corriam como um rio.

Se virando olhou para o balcão. Havia clientes se aproximando curiosos lentamente formando fila. Ele seguiu seu caminho enquanto eu o observava.

— Makoto. – Chamou em um tom alto, porém calmo.

— Sim?

— Não se esforce demais.

Sem olhar para trás caminhou de volta a seu posto me deixando com a expressão típica de olhos fechados e sorriso tremulo. Se soubesse o que essas palavras causariam em mim não teria dito. Ah... Meu coração disparou de novo e me forcei a virar o rosto na direção da janela.

Parecia bobo ficar feliz com algo assim afinal era normal de se dizer isso. Eu sou uma dessas pessoas que acaba repetindo essa mesma frase várias vezes para colegas e até para Haru. Mas... essa frase também mostra que estava preocupado. Comigo. Ah, Haru...

Apertei os punhos lembrando do pedido mais cedo no escritório. Ouvindo minha voz ecoar aquelas palavras em minha mente era o suficiente para mudar a cor do meu rosto. Apertei a mão contra a face me escondendo. Não havia nada que eu podia fazer e não era como se eu estivesse dizendo isso para ele, né?

Abri espaço entre os dedos vendo o rosto sério dele encarar o cliente que falava sem parar. Mordi os lábios desesperado. “Não vai acontecer nada”, disse pra mim mesmo tentando me recompor. Vai ser só mais um pedido para ele.

Minhas mãos se apoiaram na mesa e meus olhos caíram sobre a caneca. Suspirei pesadamente assentindo sozinho. Virei o copo garganta abaixo sentindo o frio descer me consumindo e fazendo meu rosto se contorcer. Café gelado é péssimo.

Fim do dia, final do expediente, fim... Ah! Ainda não! Chacoalho a cabeça e entro de novo por essa porta.

Lá está ele no balcão. Deve estar cansado de ouvir as mesmas frases, mesmos comentários, mesmo... Oh, me viu. Sorri o vendo assentir levemente com a cabeça sem mudar o olhar apático. Não era surpresa me ver aqui mais de uma vez no dia e eu não sabia se isso era bom ou ruim.

Sem jeito caminhei até a curta fila arrumando minha roupa. Um jazz típico e muito suave tocava no fundo trazendo cor e calor naquele final de dia. As vozes se misturavam e eu só conseguia tremer tentando juntar coragem para me aproximar.

Eu vou falar. Dei um passo. Eu vou conseguir, outro passo. E então nós-

— Makoto?

Sua voz baixa e calma me chamou fazendo meu pé parar antes do próximo movimento. Eu o olhei, seus olhos me encaravam tão sérios quanto esta tarde, porém pouco mais insistentes. Era como se estivesse querendo saber o que eu estava fazendo. Ri nervosamente percebendo que meu erro só ajudou a complicar mais minha situação.

— O mesmo de antes?

Essa era a rotina: quase todos os dias eu aparecia aqui por volta desse horário para tomar algo e esperar ele terminar o turno para voltarmos para casa. Porém hoje...

A pergunta fez meu coração acelerar e minhas mãos suarem me lembrando da minha missão. Meu estomago gelou e as palavras presas na garganta quase me engasgaram.

A demora na minha resposta parecia não incomoda-lo e como se já soubesse o que fazer se virou na direção da cozinha. Meu corpo se inclinou para frente me fazendo apoiar as mãos no balcão e automaticamente abri os lábios sem controle do que ia dizer.

— Não! – Ele parou olhando por cima do ombro. A saliva desceu cortando minha garganta. — Eu tenho... um pedido. – Parecia até surpreso quando voltou-se para mim.

Suor começava a se formar na minha têmpora enquanto eu sorria tentando fortemente acalmar minha mente. Em minha frente se virou pegando uma caneta e um bloco de papeis. Tirou a tampa e se apoiou no balcão sem me olhar.

— Pode falar.

Ah... O que eu ia falar? Meu sorriso sumiu e meus olhos travaram encarando o cabelo macio dele. O vi pacientemente esperar girando a caneta de forma lenta nos dedos. Era uma situação horrível e agora eu tinha percebido que queria voltar atrás e recusar a ajuda. O que eu ia dizer já nem conseguia lembrar, mas sabia que o que quer que fosse só iria aumentar minha frustração.

A caneta começou a se mover e meus olhos a seguiram. Estava marcando meus dados no papel. Ele provavelmente se cansou de esperar.

Meus lábios entreabertos estavam mais secos que o comum e o ar quente daquele lugar só estava aumentando o calor do meu corpo.

— Pode falar, Makoto. – Repetiu ainda anotando.

Suspirei, fechei a boca e engoli o constrangimento.

— Um bolo. – Falei rápido ouvindo as batidas do coração ecoarem nos meus ouvidos. — Pequeno. Daqueles pra duas pessoas. – Mal conseguia me explicar, mas mesmo assim ele continuou anotando. — Chocolate. Cobertura branca com morangos.

— Algo escrito?

A pergunta soou como um encanto calando tudo ao meu redor, deixando minha mente em branco. Hesitei sentindo o calor aumentar me sufocando. Fechei os olhos em busca do que tinha treinado a tarde toda para dizer. Abri os lábios enquanto olhava para ele e minha voz baixa quase forçadamente saiu:

— Quer-Quer namorar comigo?

Minha respiração pesada fazia meu peito se mover rapidamente, meus olhos quase arregalados olhavam com medo enquanto meus lábios curvados eram mordidos com arrependimento. Eu não tinha me declarado, mas a sensação e pressão fazia parecer que aquele foi o pior jeito possível.

A caneta estava parada entre os dedos dele e não havia qualquer sinal que eu pudesse entender. Algo não estava certo. Ele levantou o rosto com os lábios entreabertos e os olhos maiores que o normal. Tremi prendendo a respiração.

— Makoto, – sua voz estava mais alta me surpreendendo — era isso... – sem nem piscar falava como se estivesse sozinho e se interrompendo como se já soubesse a resposta. — Você está saindo com algu-

Ah, não!

— Nã-Não! – Desesperado respondi antes que ele terminasse. — É... para um colega.

— Do trabalho?

— Isso!

— Está saindo com ele?

— Que?

A pergunta me deixou em choque. Por alguns instantes fiquei parado olhando para o rosto apreensivo dele tentando entender o motivo da pergunta e logo o silêncio insistente me fez perceber que ele não tinha entendido minha explicação. Abaixando os ombros sorri sem jeito mudando a direção do olhar.

— Não, Haru! – Minha face ficava cada vez mais vermelha e se continuasse nesse ritmo logo todos estariam ouvindo nossa conversa. — Um colega me pediu para comprar o bolo pra ele. É ele quem vai entregar pra alguém.

— Ah... – seus olhos diminuíram e por um instante vi seus ombros se abaixando.

“Ele estava tenso?” me perguntei. Meus olhos que antes estavam paralisados pelo medo se arregalaram o vendo voltar a escrever. Se eu não o conhecesse diria que aquela atitude era típica, mas esse não era o caso e algo me dizia que minha resposta tinha o aliviado de algum jeito.

— Haru... – chamei confuso o vendo destacar o papel.

— Vou fazer uma nota. Espera.

Sem me olhar se afastou entrando na cozinha como se nada tivesse acontecido. Eu observei a cena com as sobrancelhas erguidas. Era presunção demais achar que ele tinha ficado com ciúmes por um único segundo se quer, certo? Mas ainda assim fiquei perturbado pela ideia.

Um riso sem graça saiu no meio do suspiro e meu sorriso descontrolado não largava meu rosto. Coloquei uma mão sobre a boca ainda sem entender o que realmente havia acontecido.

Era certo que não tinha me declarado apesar de meus sentimentos eufóricos terem transparecido obviamente o que eu queria. E ele não tinha respondido ao meu pedido apesar de só ter parado de me encarar quando eu finalmente expliquei a situação. Ah, o que foi isso?

Talvez eu devesse tentar da próxima vez... Né? Mesmo... Mesmo que ele diga não? Porque ele também pode dizer sim... Né?

Ah, eu tô perdendo o controle de novo. Ah, Haru!!

8 июля 2018 г. 5:01 0 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Ana Carolina Mãe de 32 personagens originais e outros 32 adotados com muito carinho, fanfiqueira nas horas vagas e amante das palavras em período integral. Apaixonada demais e, por isso, sou tantas coisas que me perco tentando me explicar. Daí eu escrevo. ICON: TsukiAkii @ DeviantArt

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