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Único

- Do Kyungsoo, se você não se apressar eu te arranco de casa à força... e ainda por cima de cueca, cê tá me ouvindo?! – era o último aviso de Baekhyun, que já estava impaciente por conta do atraso do amigo, que por sua vez, escolhia suas roupas numa tranquilidade altamente irritante.

- Não precisaria me apressar se você tivesse a decência de ter me avisado antes – Kyungsoo mantinha a expressão serena e cínica enquanto terminava de vestir a calça. – Então, não! – virou-se para o amigo, abotoando a calça. – Não reclame, porque eu não tenho condições de ficar pronto em menos de quarenta minutos – levantou o zíper.

- Mas o Chanyeol provavelmente já está lá! – exclamou Baekhyun num quase desespero. Não queria deixar o namorado esperando.

- Azar é o dele – Kyungsoo deu de ombros enquanto colocava a camisa. – Além de me chamar em cima da hora, vai me fazer ficar de vela... eu deveria ser pago pra isso, sabia?! Se pensa que é agradável ficar de vela, saiba que não é.

- Fica de vela porque quer – retrucou Baekhyun. – Sempre que saímos tem algum carinha que fica de olho em você – argumentou.

- E daí? – Kyungsoo se aproximou do espelho, enquanto começava a pentear os cabelos. – Não tô em vitrine pra ter ninguém de olho em mim – estalou a língua. – Não tô à venda, filho... sou bem mais que um corpo interessante!

- Ah! Tu também é difícil demais, Soo – Baekhyun revirou os olhos.

- Não é que eu seja difícil, Baek... só não sou fácil como alguns, entende?! – defendeu-se o Do, enquanto terminada de pentear os fios negros. – Depois de muito quebrar a cara cheguei à conclusão de que, se continuo solteiro, não é por opção, mas sim por falta de opção, entendeu?!

- Ok! Já terminou? Ótimo! – Baekhyun ergueu os braços em agradecimento.

- Calma... ainda falta o perfume, o hidratante... os sapatos – Kyungsoo falou com o máximo de cinismo que pode empregar no momento. – Tá me achando com cara de curupira por acaso, pra andar por aí descalço?

- Às vezes tenho vontade de te matar, sabia?! – Baekhyun cruzou os braços, fazendo bico.

- Me mate e não terá mais quem te acoberte nas escapadas pra escalar o monte das orelhas – provocou o Do, rindo da cara contrariada que o amigo fez. Baekhyun ainda abriu a boca para retrucar aquela gracinha, mas seu celular tocou, o desesperando de imediato.

- Tá vendo... é o Chanyeol, e a culpa é sua! – acusou Baekhyun, antes de atender a ligação. – Oi, Yollie... eu sei, eu sei... desculpa, amorzinho, mas foi o Soo que se atrasou... certo! Meia hora e estaremos aí... desculpa, tá?! – falou fininho na última frase, o que era altamente ridículo, na opinião do Do.

- Ah! Então a culpa é minha? – Kyungsoo ergueu uma sobrancelha. Viu o Byun abrir a boca, mas ergueu o indicador. – Calado! – determinou. – A culpa de estarmos atrasados é sua... e se me acusar injustamente outra vez, vai sozinho.

- Mas sozinho eu não posso ir, você bem sabe, Soo – Baekhyun colocou sua melhor expressão de menino sofrido.

- Então pronto! – Kyungsoo deu de ombros outra vez, voltando-se para o espelho. – Da próxima vez que você for sair com o guindaste de franja, me avise primeiro.

- Às vezes tu é tão chato, Soo – reclamou o Byun, fazendo um bico involuntário.

- Me ame menos que passa toda essa sua frustração – Kyungsoo comentou com humor, humor esse que Baekhyun não viu, e isso só divertiu ainda mais o Do, que já dava os últimos retoques em sua produção. – Pronto, agora sim, podemos ir.

- Aleluia! – Byun quase gritou, o que fez Kyungsoo rir. – Agora vamos que não quero me atrasar mais.

- Você fala como se ainda tivéssemos que pegar um ônibus e atravessar a cidade inteira pra chegar ao parque – Kyungsoo revirou os olhos.


Ambos moravam na parte central da cidade, parte esta que ficava a dois quarteirões do parque citado, e não levariam mais do que quinze minutos andando lentamente.

Por conta do relacionamento anterior do Byun, que causou transtornos terríveis em sua família, seus pais determinaram que ele só sairia em companhia de Kyungsoo, o qual julgavam como um menino muito sério e responsável. Inocentes, não sabiam eles que fora justamente Kyungsoo quem tinha apresentado Baekhyun ao ex.


- Que movimentação é essa aí do lado? – questionou o Byun ao ver dois caminhões enormes, parados na casa ao lado.

- Parece que tem vizinho novo chegando – respondeu Kyungsoo com sua típica expressão de tédio enquanto trancava a porta de sua casa. –Mas deixa eles aí e vamos logo, não quero o sustentáculo do templo da deusa orelha pegando no meu pé outra vez.

- Você bota muitos apelidos no meu namorado, sabia? – questionou o Byun numa falsa raiva.

- Não é apelido, é apenas uma retribuição pelos carinhos dele comigo – defendeu-se Kyungsoo, rindo. – Ou já esqueceu do que ele me chama?

- Eu sei, mas também não precisa chamar ele de sustentáculo – Baekhyun defendeu o maior.

- Eu sei que o namorado é seu, mas eu chamo ele do que eu quiser, entendeu? Achou ruim, fofo, me processa! – Kyungsoo provocou antes de sair correndo na frente do amigo.


E o caminho até o dito parque foi feito da melhor maneira que Kyungsoo e Baekhyun conseguiam, debaixo de muitas risadas e brincadeiras que pareciam não terminar.

E como o esperado, em quinze minutos estavam entrando pelos grandes portões do parque de diversões, e logo da entrada avistaram Chanyeol, não que fosse algo difícil, até porque, né?!


- Aii! – reclamou o Do, ao sentir o corpo ser bruscamente atingido por outra pessoa, que lhe deu uma rápida olhada, mas Baekhyun não o deixou ver quem era.

- Olha, o Yollie tá ali! – apontou Baekhyun, abrindo aquele sorriso tosco de quem tá apaixonado.

- Jura? – Kyungsoo fingiu surpresa. – Não vi... pensei que fosse um poste com peruca de franja, sabe como é, né?! Halloween... – falou antes de sair correndo novamente.


Chanyeol estava distraído, olhando tudo ao redor enquanto esperava pelo namorado e o baixinho invocado, mas ao ouvir “Kyungsoo eu te mato!” ao longe, logo soube que seu namorado e o dito amigo tinham chegado, e ao virar-se, confirmou aquilo.


- Acho que vocês poderiam ser mais discretos nas entradas, não acham? – Chanyeol questionou com divertimento.

- A culpa foi dele! – Baekhyun apontou para o amigo, que revisou os olhos. – Oi, amorzinho! – sorridente, abraçou o maior.

- Oi, Baek! – o maior sorriu, cobrindo carinhosamente o corpo menor com seus braços enormes. – Oi, corujinha! – acenou para Do, que apenas lhe mostrou o dedo do meio como resposta.

- Olha, escora de nuvem – Kyungsoo apontou para o maior. – Tu me respeita, porque da próxima vou te deixar sem ver a Sininho, entendeu?! – ameaçou falsamente.

- Nossa! Isso tudo é o que? Stress? – questionou o maior, rindo do Do.

- Não é stress, só é falta de saco, porque o chapada de Drácula chegou em cima da hora e queria que eu me arrumasse em menos de quarenta minutos, e isso é impossível! Você bem sabe – explicou Do. – E pra acabar de me lascar, ainda bota a culpa em mim, então escute aqui, escora de pilastra... – apontou para o Byun. – Da próxima, tu só vai ver isso aí pelo Skype, tá me entendendo? – apontou para Chanyeol.

- Baek... precisamos encontrar um namorado pra ele – ditou Chanyeol com divertimento. – Urgente!

- Precisa não, uma carteira com bastante dinheiro já serve – rebateu Kyungsoo agoniado. – E que mania fodida é essa de querer me arrumar namorado, hein?! – cruzou os braços.

- Mas, Soo... é sempre bom ter alguém por perto, entende? – Baekhyun argumentou, abraçando o maior pelas costelas.

- Ter alguém pra conversar, abraçar, beijar... e outras coisinhas mais, entendeu?! – foi a vez de Chanyeol argumentar, porém com um sorriso pervertido.

- Aham! Como se vocês já tivessem chegado nessas coisinhas mais, né?! – o mais baixo ironizou, cruzando os braços. Gargalhou quando o rosto de Chanyeol adquiriu um tom avermelhado.

- Você é horrível, sabia?! – acusou Baekhyun, igualmente envergonhado.

- Menti? – questionou Kyungsoo. – Porque até onde sei, o máximo que vocês viram um do outro foi de bermuda e sem camisa, então, não! Se é pra ficar assim, nesse queijo todo, prefiro continuar sozinho!

- Não é essa a questão, Soo... a gente só tá esperando o momento certo pra avançar – defendeu-se Chanyeol.

- Esperar pra que? Nenhum de vocês é virgem, então pra que isso tudo? – Kyungsoo realmente não entendia o motivo para tal frescura. – Não é como se você fosse obrigado a casar com o Baek por ter tirado o cabaço dele, Yoda, até porque já fizeram isso... tudo bem, eu entendo que a primeira vez deve ter sido traumatizante, ainda mais quando o cara brocha na hora H, como foi o caso do Baek com aquele embuste, mas enfim... são outras pessoas, minha gente, desencanem!

- Vamos nos divertir? Hm? – sugeriu Chanyeol, querendo fugir do assunto desesperadamente. – Acho bem mais legal do que ficar tentando explicar pra você, Kyungsoo, que há uma enorme diferença entre amor e sexo.

- Tudo bem, senhor romântico, perdoe minha falta de tato e romantismo – Kyungsoo apenas concordou, mas sem esconder a ironia em suas palavras. – Mas vamos mesmo... pelo menos nos brinquedos não fico tão de vela assim – finalizou sua fala e saiu andando na frente.

- Pra onde você pensa que vai? – questionou o Byun ao ver que o amigo tomaria as rédeas do dia no parque.

- Escolher o primeiro brinquedo, oras – Kyungsoo respondeu sem nem olhar para trás.

- E quem disse que é você quem vai escolher? – o Byun voltou a questionar.

- E quem disse que tu tem algum direito aqui? – Kyungsoo virou-se para os dois, que ainda estavam abraçados. Colocou a mão na cintura e parou diante deles. – Na verdade, quem disse que vocês dois têm algum direito aqui, hoje? E podem, por favor, andarem um pouco separados? São siameses por acaso? Eu, hein?! E o primeiro brinquedo vai ser a montanha russa! – determinou sem aberturas para possíveis questionamentos ou argumentações. – E antes que vocês reclamem, lembrem-se que eu vou ficar o resto do dia de vela, então, calados! – virou-se para a frente e saiu andando na direção do brinquedo. – Esse povo apaixonado é um grude só... eu, hein?!

- É sério... ele precisa de um namorado urgente – resmungou Chanyeol.

- E só pra deixar claro, mistura de elefante subnutrido com girafa, minha orelha pode não ser tão grande como a sua, mas consigo ouvir bem, ouviu?! – ditou Kyungsoo, arrancando dos dois amigos boas risadas.


Sem mais nada a ser dito, os três seguiram para a fila da montanha russa, e lá ficaram a conversar animadamente enquanto esperavam a sua vez no brinquedo. Chanyeol vez ou outra agarrava Baekhyun só para perturbar com o outro, que sempre reagia da mesma maneira, revirava os olhos e os chamava de tarados, ou algum outro xingamento.

A vez deles chegou e foi uma animação só, pelo menos para os que namoravam, pois sentaram lado a lado, enquanto Kyungsoo ficou ao lado de uma garota desesperada que só fez gritar sem parar em seu ouvido durante o percurso.


- Sério! Aquele último loop foi o melhor de todos – o Park estava irradiando animação. – Conseguiu abrir os olhos na hora, Soo? – questionou ao baixinho que estava ao seu lado esquerdo.

- Oi? Fala do outro lado... aquela gralha lazarenta dos infernos gritou tanto no meu ouvido que é capaz de ter perdido parte da audição – reclamou Kyungsoo, fazendo bico. – Tá zumbindo sem parar! – tentou desentupir o ouvido com o dedo, arrancando algumas risadas dos amigos.

- Tá vendo... se tivesse um namorado, ou um paquera, não estaria passando por isso – alfinetou Baekhyun.

- Filho... se eu tivesse um namorado, ou um paquera, eu não estria nesse parque, gritando num brinquedo radial – Kyungsoo rebateu com tédio. – Eu estaria em minha casa, transando como se não houvesse amanhã, entendeu?! Mas como não posso fazê-lo por questões óbvias, tô aqui, segurando vela pra vocês!

- Soo – Chanyeol chamou o pequeno, resolveu ignorar tudo o que ele havia dito. – Tem um carinha ali que tá te encarando... e não é de agora que eu tô ligado – comentou.


Já tinha percebido os olhares do outro na direção dos dois menores há um bom tempo, só não sabia para qual deles eram os olhares tão interessados, mas ao perceber que Kyungsoo era o “alvo” daqueles olhares, não conseguiu segurar e teve que contar.


- Quem? – questionou o Do, só pra desencargo de consciência.

- Aquele moreno ali, óh! – Chanyeol nem fez questão de disfarçar ao apontar para o rapaz que estava na fila de outro brinquedo, que ficava de frente para a saída da montanha russa.


O rapaz, que estava acompanhado de outros dois, ao ver que fora percebido, e apontado, nem fez questão de disfarçar, apenas encarou os três, mais precisamente Kyungsoo, pra quem lançou um sorriso de lado, mostrando parte de seus dentes brancos. Tal ato fez Kyungsoo respirar fundo, revirar os olhos em desgosto e lhe virar a costas, deixando o que o observava confuso.


- Mas o que foi isso? – questionou Baekhyun, tão confuso quanto o rapaz que observava seu amigo, só que mais dramático, claro.

- O que foi isso o que, Byun Baekhyun? – Kyungsoo questionou de volta. E a expressão de tédio sempre presente em seu rosto.

- Porque fez isso? – o Byun voltou a questionar, ainda indignado com o jeito do outro.

- Fiz o que? – Kyungsoo ainda não entendia o motivo de seu amigo fazer aquela cara de quem tinha visto algo absurdo.

- Deixou ele com a cara no chão – o maior respondeu, indignado com aquela atitude.

- Eu não! Ele ficou lá, em pé, só virei de costas – o Do deu de ombros. – Não sou obrigado a ficar olhando ninguém só porque tá me encarando.

- Mas, Soo, ele não é feio – interviu Baekhyun.

- Sim, eu sei – concordou o Do. – Mas tem cara de canalha!

- Como você sabe que ele é canalha? Nem falou com ele pra saber – interveio Chanyeol.

- É só olhar pra cara dele, Chanyeol – explicou Kyungsoo. – E você sabe, Baek, que eu tenho sorte pra atrair gente desse tipo... primeiro foi o Sehun.

- Pera! – Chanyeol interveio, visivelmente confuso com a última informação. – Esse não foi o que tirou a virgindade do Baekhyun? – assustou-se.

Eles namoraram o mesmo cara? WTF?

- O próprio! – Kyungsoo respondeu com tranquilidade. – É que na época ele também namorava comigo, inclusive, a minha primeira vez também foi com ele, só que o Baek não sabia disso, nem eu... o idiota estava namorando a gente ao mesmo tempo.

- Hein? – Chanyeol arregalou os olhos e cruzou os braços.

- Ele disse que queria guardar segredo – ditou Baekhyun. – Veio com um papo de que queria algo sigiloso e tal... não queria que ninguém suspeitasse de nada pra que não ficássemos falados e mais um monte de bosta.

- Pois é, e na época éramos dois idiotas retardados e não percebemos a merda que aquele filho da puta tava fazendo com a gente – completou Kyungsoo, respirando fundo. – Por um acaso eu descobri a canalhice daquele arrombado... eu e o Baek ainda ficamos brigados uns dias, só que tipo, nem eu nem ele tinha culpa de nada.

- Isso que é amizade, viu?! – foi a única coisa que Chanyeol conseguiu dizer.

- Pra você ver! – Kyungsoo sorriu. – Mas enfim, depois do sem expressão, veio o Junmyeon, que me trocou por um importado... um made in China, pra ser mais exato.

- Te trocaram por uma boneca inflável? – Chanyeol arregalou os olhos, assustado. Era até absurdo pensar aquilo, mas depois do namoro duplo, qualquer coisa seria possível.

- Quase isso... – respondeu Kyungsoo. Sempre ria com as reações de Chanyeol.

- É que ele foi trocado pelo Yixing, que é chinês – Baekhyun explicou. – E digamos que o cérebro dele... assim... bem...

- O cara é burro, entendeu? – ditou Kyungsoo. Diferentemente do amigo, não procurava palavras doces, ia no “seco” mesmo. – E o Junmyeon não aceitava o fato de que, nas discussões, ele sempre ficava sem argumentos pra rebater os meus, então ele me trocou por aquele sem cérebro, que mais parece uma vaca de presépio e baixa a cabeça pra tudo o que ele fala.

- Certo... e depois desse teve algum outro? – perguntou Chanyeol. Aos poucos entendia a “aversão” de Kyungsoo. Quem não ficaria como ele?

- Vamos deixar isso pra lá por que o cara tá vindo na nossa direção? – Baekhyun avisou ao ver o rapaz que encarava Kyungsoo se aproximar.

- Cara? Que cara? – Kyungsoo já tinha até esquecido do moreno que o encarava.

- Esse cara! – Chanyeol apontou para o rapaz que parou próximo a si, visivelmente nervoso. – Fiquem à vontade, tá?! Eu e o Baek vamos comprar maçã do amor ali, na barraquinha – ditou o maior, se afastando logo em seguida. – Boa sorte, moço! – mesmo distante, falou alto o suficiente para que os dois que ficaram ouvissem.

- E ainda abrem a boca pra dizer que são meus amigos – ironizou Kyungsoo, olhando-os com raiva. – Nisso que dá, andar com um bando de traíras como eles!

- Oi! – ditou o rapaz, olhando Kyungsoo com atenção. Esquadrinhava cada canto de seu corpo, de cima a baixo.

- Er.... é costume teu ser descarado assim mesmo, ou não sabe disfarçar que tá me secando? – questionou Kyungsoo. Cruzando os braços e olhando sério para o rapaz à sua frente. Era mais alto, por isso teve que elevar um pouco o rosto. – Porque se opção escolhida como resposta for a segunda, precisa aprender a ser mais discreto – alfinetou, mostrando seu melhor sorriso irônico.

- Bom... geralmente eu nem encaro – respondeu o moreno, sincero. – Mas quando eu te vi... – abriu a boca para continuar a frase, mas foi impedido.

- E pode ir parando com esse papinho indefecável de que “quando te vi, foi diferente” – o Do cortou o outro, erguendo a mão. – Já tô calejado de carinhas iguais a você com essa cantada bosta pra cima de mim!


O moreno o olhou, visivelmente perdido. Os olhos arregalaram e a boca abriu um “O” perfeito, fazendo o menor rir.


- Tá vendo?! – ironizou Kyungsoo, rindo mais uma vez.

- Eu não ia dizer nada disso! – defendeu-se o moreno, parecendo até um pouco indignado.

- Ia dizer o que então? – Kyungsoo cruzou os braços, batendo o pé direito no chão e mantendo uma sobrancelha erguida. Podia ser considerado pequeno, mas não se deixava intimidar facilmente, sua pose desafiadora deixava isso bem claro.

- Mas eu realmente não fico secando as pessoas.... não sou de fazer isso – o moreno voltou a se defender. – Só que eu achei você realmente bonito, por isso te olhei tanto, agora é crime achar alguém bonito e querer olhar? – foi sincero. – Teve algo em você que chamou demais minha atenção.

- Unhum! Tá bom, boy – Kyungsoo revirou os olhos de novo, o moreno a sua frente poderia até parecer sincero, mas se já não tivesse caído tantas vezes nesse papo, talvez acreditasse. – E eu sou a oitava horcrux... o filho não reconhecido do Lord das Trevas.


O moreno ficou mais um bom tempo encarando Kyungsoo, e por fim, riu alto, batendo palmas e curvando o corpo para a frente.


- Cara, você é muito divertido! – o moreno não conseguia parar de rir. Não entendia como alguém podia ser tão irônico e ao mesmo tempo tão fofo. Sabia que o baixinho tinha algo especial... nunca se enganava.


O sorriso dele era muito bonito e não haviam formas de contestar tal fato. Aqueles dentes brancos, encobertos por lábios generosos e róseos, eram o contraste perfeito naquela pele amorenada, ainda mais com aqueles olhos felinos e tão marcantes. A característica perfeita de um verdadeiro cafajeste, assim acreditava Kyungsoo.

E em contraste com àquela imagem de cafajeste, a risada daquele moreno despertou em Kyungsoo a vontade de rir também, mas ele controlou-se, pois não queria que o outro percebesse que sua risada levemente aguda e cadenciada o estava contagiando. Riso fácil era um dos pontos fracos de Kyungsoo, e aquele cara não precisava saber disso.

O riso do moreno foi morrendo aos poucos, mas não deixou de encarar Kyungsoo de forma lenta e intensa em momento algum. Estava vidrado no baixinho marrento, como o tinha classificado internamente.

A grande verdade era que sim, ele achou Kyungsoo extremamente bonito, lindo, pra dizer a verdade. Seu corpo pequeno, os ombros estreitos, que só diminuíam ainda mais seu corpo, lhe despertava uma vontade imensa de abraça-lo. A pele branca e tão convidativa. Seus olhos grandes e expressivos adornados por um par de sobrancelhas retas, curtas e grossas que demonstravam bem sua personalidade forte. O ponto principal naquele rosto era, sem sombra de dúvidas, seus lábios, tão róseos, quase vermelhos, e que tinham como limite uma linha reta que descia de suas írises.

Eram tão convidativos. Aquele brilho, típico de quem passa a língua por eles a cada instante só aumentavam ainda mais o fascínio do moreno sobre eles, e isto, claro, não passou despercebido por Kyungsoo.


- Hei! Tá me secando de novo – Kyungsoo avisou, mostrando um meio sorriso, bem debochado.

- Desculpa.... mas é que não dá pra resistir – confessou o moreno. Sorrindo envergonhado dessa vez.

- Unhum! Mas vai ter que resistir, viu?! – ditou Kyungsoo, já se afastando do maior. – Se pensou que eu fico com qualquer um que me chama de bonito e diz que não consegue parar de me olhar tá enganado! Essas coisas só funcionam com quem escuta Ana Carolina e Seu Jorge... comigo precisa de bem mais que isso!

- Hei! Eu não disse que você era desses, nem pensei nisso em momento algum – o moreno segurou o pulso de Kyungsoo. Não queria deixa-lo “fugir”, não depois de chegar tão perto e sentir o fascínio que aquele pequeno exercia sobre si.

- Unhum... mas, mesmo se tivesse pensado, saiba que não, eu não fico com qualquer um que me elogia – poderia ser até presunção sua afirmar tal coisa, mas não conseguia segurar, ainda mais depois de tantas desilusões sofridas. Era uma barreira, se ele lhe quisesse, teria de provar.

- Kai – falou o moreno, ainda segurando o pulso do menor.

- Hein? – Kyungsoo questionou, confuso. Como assim, Kai? Ele acaba de dar um fora e o sujeito reage falando Kai? Que diabos é Kai?

- Meu nome – explicou o moreno ao ver a expressão de dúvida de Kyungsoo. – Na verdade é meu apelido, meu nome mesmo é Kim Jongin, mas pode me chamar de Kai – sorriu novamente ao ver a expressão do baixinho suavizar.

- Certo, Kim Jongin... pode soltar meu pulso? Quero sair daqui – ditou Kyungsoo.

- Por quê? – questionou Jongin, franzindo as sobrancelhas. – Deixa seus amigos ficarem juntos tranquilamente – ditou calmamente, sem deixar de encarar Kyungsoo com intensidade. – Aposto que você também odeia ficar de vela – argumentou, antes de soltar o pulso do menor. Sorriu ao perceber que o baixinho não se afastou como disse que faria.

- E como você sabe que eu estava de vela? – Kyungsoo franziu as sobrancelhas.

- Porque eu também estava – Jongin apontou para os amigos, que ainda estavam na fila e os encarava com atenção. – Jongdae e Minseok – acenou para os dois, que acenaram de volta, sorrindo.

- E o que te garante que vou querer te fazer companhia? – Kyungsoo continuava com sua pose de difícil. Era fato que adorava provocar, ainda mais sendo Jongin um cafajeste, segundo a visão de Kyungsoo, claro.

- Poxa... é tão ruim assim conversar comigo? – questionou Jongin, fazendo sua melhor expressão de cachorro sem dono.

- Assim... conversar, conversar, a gente nem conversou direito, né?! Porque até agora só te vi me secar – respondeu o Do. – E você não parece querer outra coisa a não ser ficar comigo!

- E quem disse que eu quero ficar com você? – Jongin questionou de volta.

- Você não quer? – Kyungsoo ergueu uma sobrancelha. Se ele dissesse que não, daria uma chance. Era contraditório, mas era Kyungsoo, então tá explicado.

- Eu quero! – Jongin foi rápido.

- Tá vendo?! – ditou Kyungsoo, se afastando do moreno e se aproximando dos amigos, que estavam voltando, cada um com uma maçã do amor em mãos. – Você quer ficar comigo, mas nem meu nome sabe.

- Kyungsoo... Do Kyungsoo – Chanyeol falou e saiu correndo, mas antes de sumir de vez, gritou. – Pode beijar agora! E boa sorte de novo, cara! – gargalhou enquanto carregava Baekhyun consigo, que também gargalhava cinicamente. Eles combinavam perfeitamente, uma puta combinação perfeita para ferrar maravilhosamente a vida de Kyungsoo.

- Bando de filhos da puta! – Kyungsoo praguejou, olhando feio os dois que corriam para longe, fazendo Jongin rir com vontade, outra vez, mas seu riso logo diminuiu.

- Vamos, Kyungsoo... o que tem de mal na minha companhia pra você me rejeitar assim? – questionou Jongin, sério dessa vez.

- Acontece que eu vim aqui pra me divertir, não foi pra ficar me agarrando com ninguém, entendeu?! – Kyungsoo respondeu sério. E era verdade, porque se tivesse, no mínimo, um paquera, estaria em seu quarto, transando loucamente e tal...

- Então vamos nos divertir, juntos! – convidou Jongin. – E por mais que eu queira, prometo que não tentarei te beijar nem nada parecido... a menos que você me permita, é claro – não era só Kyungsoo que gostava de ser direto.


Kyungsoo encarou Jongin por alguns instantes, assim como este fizera consigo. Era muito bonito, fato, e estava, também, muito bonito, mesmo trajando calça jeans, e uma camisa de manga compridas, com listras horizontais nas cores branco, azul e vermelho.

Percebia também que Jongin era alvo de vários olhares, tanto femininos quanto masculinos, sinal de que, de tantas opções, ele era o “escolhido”. Ponderou sobre ter a companhia de Jongin consigo. Seria uma boa realmente? Não sabia ao certo, mas pelo menos ele era bonito, e queria lhe beijar, então... porque não?


- Preste bastante atenção, Sr. Kim Jongin – Kyungsoo apontou para Jongin, que logo lhe abriu um belo sorriso. – Se tentar me beijar ou qualquer outra coisa que envolva contato físico desnecessário, te chuto as bolas e seu pinto nunca mais sobe, ouviu bem?!

- Juro como não tentarei te beijar – Jongin bateu continência. – Agora vamos logo pra fila? Porque eu nunca encontrei alguém tão difícil como você pra ficar perto de mim!

- Desculpa, mas não sou difícil, muito menos fácil como a maioria – Kyungsoo ditou, acompanhando o maior. – Na verdade, nem de ficar por ficar eu gosto – não sabia ao certo o porquê de dizer aquilo. Talvez soasse como um alerta.

- Entendo... a maioria das pessoas esquece que sentimentos existem e preferem perder momentos inesquecíveis com qualquer pessoa – Jongin falou, o que surpreendeu Kyungsoo, pois pensava da mesma maneira, mas lógico que ele não demonstraria aquilo.


Depois de irem no brinquedo em que estavam, e que por sinal foi bem divertido, seguiram outra vez para a montanha russa, algo que Kyungsoo não reclamou, já que queria ir de novo naquele brinquedo, e com Jongin ao seu lado pode aproveitar bastante, ainda mais com os amigos de outro no carrinho da frente, que gritavam bastante, principalmente Minseok, que estava num desespero de dar dó, pois tinha medo de altura e no loop, que ficava de cabeça pra baixo numa altura de vinte metros, o pobre quase desmaiou.

Assim que saíram daquele brinquedo, Chanyeol e Baekhyun juntaram-se a eles, e logo o grupo estava formado. Dois casais e um quase, improvável, casal, pois Kyungsoo não deixava Jongin se aproximar muito, mas apesar dos pesares, todos estavam se dando muito bem.

Contrariando todas as expectativas de Kyungsoo, Jongin tinha uma boa conversa e não lhe parecia mais tão cafajeste. No entanto, uma coisa Kyungsoo tinha que concordar, mesmo que não o fizesse em voz alta, era que quando Jongin sorria e passava a mão na nuca, conseguia ser ainda mais sedutor do que já era naturalmente. Será que ele não tinha noção das reações que causa nas pessoas ao fazer aquilo?



- Kyungsoo... – chamou Baekhyun, um pouco desesperado e com os olhos aumentados de tamanho. – Kyungsoo! – chamou um pouco mais alto.

- O que foi, Baek? Que desespero é esse? – Kyungsoo não entendeu aquele espanto todo. – Viu fantasma por acaso? – ironizou.

- Fantasma não, mas tô vendo o Kris – respondeu Baekhyun, e quem ficou espantado foi Kyungsoo. – E ele tá vindo pra cá!

- É o que? – os olhos de Kyungsoo aumentavam de tamanho ao saber daquilo. Sentiu o corpo inteiro travar.

- Quem é Kris? – questionou Jongin ao ver a reação do baixinho.

- O ex do Soo– Baekhyun respondeu antes do grandão chegar perto.

- Oi, Soo – o maior de todos falou com o Do, que ainda estava de costas para ele. – Quanto tempo, não é?! – completou. Para ele, ninguém ali importava, apenas o baixinho.

- Oi, Yifan – ditou Kyungsoo, virando-se para o maior. – Realmente, faz tempo – tentava se manter tranquilo, mas sentia o corpo tremer em nervosismo e lutava consigo mesmo para não deixar transparecer aquilo. Porém, quando sentiu o braço de Jongin circular sua cintura de modo protetor e carinhoso, uma segurança incrível tomou conta seu corpo, junto com um arrepio gostoso. O corpo de Jongin era quente. – Pouco tempo, eu diria – completou ao perceber que era encarado pelo ex.

- Quem é ele? – o mais alto apontou para Jongin, e nem disfarçou o descontentamento com aquilo. Seus olhos fitavam Jongin de cima a baixo.

- Meu namorado – Kyungsoo sorriu e lado e respondeu à indagação do ex, abraçando o moreno que estava ao seu lado, surpreso. Tocou com os lábios o ouvido do moreno – Se você me ajudar nessa, Jongin, serei seu namorado enquanto estivermos aqui – sussurrou.


Kyungsoo estava desesperado e não queria que Yifan pensasse que ainda não tinha conseguido superá-lo, como havia dito que faria quando terminaram, meses antes.


- Posso começar de agora? – ao sentir os lábios de Do em seu ouvido, junto com seu hálito quente, um arrepio tomou conta do corpo de Jongin. Ele queria ficar com Kyungsoo, mas não naquelas circunstâncias, só que ele queria tanto o baixinho que deixou as outras questões de lado. Era preciso perder para ganhar.


Não foi por acaso que Jongin trombou com Kyungsoo logo que entrou naquele parque. Na verdade, nada era por acaso, assim falava sua mãe. Só restava saber onde o acaso os levaria, mas só de poder ter Kyungsoo em seus braços, pelo menos naquele dia, já era algo ótimo.


- Você foi bem rápido, hein?! – alfinetou Yifan, analisando Jongin atentamente. – Menos de quatro meses... – disse como quem não queria nada.

- Só não tão rápido quanto você, não é? – Kyungsoo rebateu, cinicamente, deixando Baekhyun estarrecido por tal ousadia. – Afinal de contas, mal esperou terminar comigo e já tava com o outro... não duvido que estivesse com os dois, antes de me largar – se estivesse sozinho, certamente choraria ou não saberia o que dizer, mas com Jongin do lado a história era outra.

- Não foi bem assim, Kyungsoo, você bem sabe – Yifan tentou se defender.

- Ah! Não? – Kyungsoo deixou uma risada irônica escapar. – E foi porque então? Porque eu lembro muito bem quando te vi com o Luhan, naquele dia... olha, Yifan, quer saber do que mais? Não quero e nem tenho tempo pra perder falando contigo – ditou, sério. – Pensei que já tinha deixado bem claro que não era pra você falar mais comigo.

- Mas eu pensei que depois desse tempo todo, você... – Yifan não terminou de falar, pois Kyungsoo o impediu.

- Pois pensou errado! – Kyungsoo cortou o outro. – Até porque, não sei o que te fez pensar que eu ainda ia querer continuar conversando contigo, mas desista dessa ideia agora mesmo, hm?! A menos que queira passar vergonha, porque de outra vez, vou deixar você falando sozinho e vão pensar que você é esquizofrênico... no mínimo.

- Kyungsoo, quanto tempo! – exclamou um loiro baixinho, de feições angelicais. Já foi abrindo os braços para abraçar o Do.

- Luhan, sem falsidades, ok? – Kyungsoo estendeu as mãos, fazendo-o parar.

- Nossa, Kyung, pensei que você tivesse mudado esse seu jeito – Luhan tentou simular uma expressão de tristeza, mas sua cara cínica era mais forte.

- Mas eu mudei... além de não querer mais contato com gente da tua laia, também passei a cortá-las de vez, entendeu?! – o Do cruzou os braços e encarou o outro seriamente.

- Nossa... essa amargura toda é porque ainda não superou o fato do Kris ter me escolhido? – Luhan questionou cinicamente. Ser afrontoso estava na personalidade do chinês.

- Soo – manhoso como só ele conseguia ser quando queria, Jongin chamou pelo baixinho, tocando sua mão com carinho, e chamando a atenção dos outros, lógico.

Jongin já estava farto de tudo aquilo, e, quanto mais rápido livrasse Kyungsoo deles dois, mais tempo teria para beijá-lo e curtir seu namoradinho postiço.

- Estou com fome... vamos comer alguma coisa? – Jongin voltou a questionar, fazendo um biquinho adorável – Quem sabe um cachorro quente? – sugeriu, ignorando todos os outros.

- Agora mesmo! – Kyungsoo sorriu para o moreno. Ele era ótimo, mais uma para acrescentar na lista de coisas positivas sobre Jongin que não admitiria em voz alta.

- Quem é esse? – questionou Luhan, encarando Jongin com curiosidade e algo mais.

- A pele pode até ser morena, mas não é a Beyoncé, né?! – respondeu Kyungsoo, fazendo os outros rirem. – Achei que fosse mais inteligente pra deduzir certas coisas, Luhan... pois bem, já que muito te interessa saber da minha vida... este é o meu namorado – respondeu calmamente. – Entretanto o nome dele não lhe interessa, não tô a fim, não vou e nem quero falar com você ou seu namorado sobre o meu, então se me derem licença, tenho algo bem mais importante pra fazer – não esperou qualquer resposta, apenas segurou a mão de Jongin e saiu andando tranquilamente. E, puta merda, a mão de Jongin cobriu a sua perfeitamente. Mais um item na lista, já são quantos mesmo?


Jongdae e Minseok estavam no mesmo estado que Baekhyun e Chanyeol, petrificados, afinal de contas, o que acabara de acontecer ali? Porém, disfarçaram bem.


- Yoda, também quero comer cachorro quente – Baekhyun arrumou a primeira desculpa que lhe veio à mente para sair dali rápido. – Vocês vem com a gente? – perguntou a Jongdae e Minseok, que logo concordaram.


Os quatro seguiram pelo caminho que os levaria até a lanchonete, deixando Luhan e Yifan para trás.



- Kyungsoo, o que foi aquilo? – Baekhyun questionou assim que sentou na mesma mesa em que estavam Jongin e Kyungsoo.

- Baekhyun, você sabe que eu precisava fazer alguma coisa pra espantar o Kris e aquela víbora do Luhan, né?! – Kyungsoo explicou. – E o Jongin... bom – tentou encontrar alguma explicação decente, mas não encontrou.

- Eu só não gostei do olhar daquele cara pro Soo – Jongin falou tranquilamente, surpreendendo todos.

- Seria ciúmes? – ironizou Chanyeol.

- Quem sabe?! – Jongin deu de ombros. – Até irmos embora, eu e o Soo somos namorados... e eu odeio gente babando no que é meu – olhou para o baixinho e sorriu docemente. Ele não sabia, mas Kyungsoo adorava que sentissem ciúmes de si, e demonstrassem sem medo ou culpa.

- Olhe, eu sei que é de mentirinha, mas o Jongin foi tão convincente, que por um momento eu pensei que fosse verdade – Minseok confessou, rindo logo em seguida.

- Pois é, ainda mais quando ele nunca demonstrou tanto ciúme... nem mesmo quando namorava de verdade – Jongdae falou despretensiosamente, mas era para provocar o amigo, que logo baixou a cabeça.

- Cala essa boca, Chen! – ralhou Jongin, lançando para o amigo um olhar ameaçador.

- Ah! Qual foi? Estou mentindo? Não estou – Jongdae se defendeu. Estava bem ciente dos olhares que recebia, principalmente de Kyungsoo. – Você bem sabe que eu tô falando a verdade, porque você namorou o Taemin e nunca demonstrou todo esse ciúme – Jongin não entendia, mas Jongdae fazia aquilo para o seu próprio bem. Queria ajuda-lo.

- Não é por nada não, tá?! Mas aquele grandalhão estranho tá vindo pra cá, de novo – Minseok alertou assim que viu Yifan se aproximar, tendo Luhan em seu encalço.

- Me beija! – Kyungsoo se aproximou do ouvido de Jongin e sussurrou.


Jongin nem precisou ouvir de novo, apenas se aproximou o suficiente para que pudesse capturar os lábios de Kyungsoo, e como imaginou, eram macios e quentes, porém, tinham um diferencial, aquele beijo tinha gosto de guaraná.

Ao ver os dois se beijando, Yifan deu meia volta e saiu do campo de visão dos seis que estavam na mesa, porém só quatro o encaravam, já que os outros dois estavam bastante ocupados. Ele estava determinado a fazer algo, mas seja lá o que planejasse, não o fez. O que surpreendeu os quatro que estavam na mesa, não foi nem tanto o fato de Yifan ter dado meia volta como se tivesse visto algo assustador, mas sim o fato de que Jongin e Kyungsoo continuaram a se beijar.


- Soo... o Kris já foi – avisou Baekhyun.


Como resposta ao aviso, Kyungsoo usou a mão que usava para massagear a nuca de Jongin e ergueu o dedo médio, num singelo e delicado sinal de foda-se, o que, claro, fez os outros três explodirem em gargalhadas, ainda mais pela cara contrariada do Byun, que cruzou os braços e fez bico, enquanto seu rosto se tornava vermelho, num mix de raiva e vergonha.


- Tubulação de hidrelétrica! – xingou o Byun. – Bicho grosso da porra!

- Ah! Puta que pariu, Baekhyun! – visivelmente estressado, Kyungsoo se separou da boca de Jongin. – Primeiro tu e esse perfurador da camada de ozônio vive me torrando o ovo pra eu arrumar um namorado, agora que arrumo um temporário ainda vem me encher por causa daquele embuste do Yifan? Porra, Baekhyun! Teu namoro não tem prazo de validade não, mas o meu tem!

- Esse mecânico de Hot Weels me chamou de que? – era óbvio que Chanyeol só queria irritar Kyungsoo, e ao escutar as gargalhadas dos outros, também não resistiu e gargalhou junto.

- Olha, desgraçado... – Kyungsoo apontou pra Chanyeol, tentando parecer sério, mas pecou terrivelmente. – Da próxima vez que eu ver um asteroide, vou deixar bater na tua testa, tá me ouvindo?!

- Não faça isso comigo, Kyungsoo, você sabe que nesse mundo mais ninguém tem olhos tão potentes quanto os seus – Chanyeol voltou a provocar o Do, dramatizando.

- Tá vendo, não é, Baekhyun – Kyungsoo olhava o amigo, mas apontava pra Chanyeol. – Depois não reclame porque eu chamo ele de escora de nuvem.

- Eu não sei é de nada, vocês que são brancos que se entendam – Baekhyun apenas levantou os braços.

- Não, meu amor, branco sou eu – explicou Chanyeol, apontando para si mesmo. – O porteiro de maquete aqui não é branco, é tom pérola, porque de tão branco reluz... tipo esmalte cintilante – depois dessa, até Jongin gargalhou.

- Ah! Vai rir de mim também é? Danette – Kyungsoo olhou pra Jongin, que pariu de rir na hora, principalmente quando os outros riram ainda mais do apelido que acabara de receber do baixinho.

- Sério, hoje eu não pensei que fosse rir tanto – Jongdae confessou enquanto limpava dos olhos as lágrimas que caíam, Minseok estava em igual estado.

- Danette, velho? – Jongin ainda mantinha a expressão “perdida”.

- O que foi? Não gosta de Danette? – Kyungsoo voltou a questionar, cruzando os braços, mas aquele sorriso cínico não deixava seus lábios. – Quer que eu te chame de que? Nutella? Mousse de chocolate?

- Sabe, falando em chocolate e olhando vocês dois, sabiam que vocês dariam um bem-casado perfeito?! – Minseok ousou dizer. – Porque nunca vi alguém pra combinar tão bem com o Jongin quanto você, Kyungsoo.

- Ah! Isso é verdade – Jongdae confirmou.

- Eu só não te dou uma resposta bem desaforada, porque eu gosto de bem-casado – Jongin olhou o amigo.

- Tá bom, gente, vamos deixar a troca de amabilidades de lado e vamos aproveitar o resto do dia? – Chanyeol resolveu mudar o rumo daquilo, ou ficariam o resto do tempo se xingando, não que fosse de todo ruim, já que ele e Kyungsoo costumavam fazer isso sempre, mas estavam num parque de diversões, né?!


Com todos concordando, após terminarem seus respectivos lanches, seguiram para uma tarde de diversão no parque, pelo menos para os dois casais, já que Kyungsoo e Jongin sempre que podiam davam alguma desculpa esfarrapada e sumiam por alguns minutos, aparecendo, com os lábios inchados logo depois.

Minseok e Jongdae, como conheciam bem Jongin, podiam afirmar que Kyungsoo era a pessoa ideal para ele, pois o moreno gostava de fazer graça sempre que possível, porém, foi Kyungsoo o único que conseguiu o deixar sem saber o que dizer, e isso era ótimo de se ver. Contudo, não era só por isso que Kyungsoo era tão “perfeito” pra Jongin. Por vida, o moreno sempre teve um instinto de proteção bem forte. Ele gostava de proteger as pessoas que gostavam, gostava também de abraçar e de alguma forma Kyungsoo cabia exatamente nos braços do moreno.

Como bem tinha dito, não gostava de ficar por ficar, sempre foi mais romântico e até tímido, apesar da cara de cafajeste, mas aquele era Kim Jongin, que mesmo aparentando ser um sedutor nato, na verdade era uma criatura brincalhona e extremamente doce, que se apegava com muita força àquilo que gostava, e quando se apegava, demorava a largar. Talvez fosse por isso que abraçava tanto o baixinho, que não mais reclamava, muito pelo contrário.

Já Chanyeol e Baekhyun, principalmente Baekhyun, conheciam bem Kyungsoo, e no momento em que o viram junto de Jongin, sabiam que eram certos um para o outro. Como Minseok bem falou, eram como o bem casado, o preto no branco, café com leite. Um neutralizava o outro na medida certa e juntos mostravam uma combinação perfeita.

Kyungsoo era dono de um humor bastante ácido e também dotado de uma paciência praticamente inexistente, ou como bem dizia Chanyeol, a altura de Kyungsoo era diretamente proporcional à sua paciência, por isso era sempre tão sério, mas, misteriosamente, durante todo o dia em que passou com Jongin, Kyungsoo estava sorrindo constantemente. Claro que não era um sorriso escancarado como nos comerciais de pasta de dente, mas para quem vivia sério e com uma típica expressão de tédio, ver naquele rosto um meio sorriso de contentamento, era algo extraordinário.

E foi assim durante o tempo em que passaram naquele parque de diversões. Entre um brinquedo e outro, Jongin e Kyungsoo arrumavam um jeito para se pegarem, ainda mais quando cruzavam com Yifan e Luhan, não que houvesse a necessidade de mostrar algo aos dois, mas era sempre bom ver aquela cara descontente do grandão.



- Sério que você já tem que ir? – Jongin não escondeu seu descontentamento com aquele fato.

- Infelizmente sim – Kyungsoo confirmou aquele fato, que também não estava gostando.


Estavam mais afastados dos outros quatro, que conversavam animadamente mais à frente. Kyungsoo estava encostado na parede e Jongin em sua frente, com as mãos em sua cintura. Realmente pareciam namorados.


- Então quer dizer que nosso namoro de mentirinha acaba aqui? – Jongin fez bico. Estava viciado nos lábios de Kyungsoo, e pelo visto, Kyungsoo também estava viciado nos seus, pois o beijou antes de responder.

- Infelizmente, também – Kyungsoo sentia o coração apertar. – O que é uma pena, devo admitir... “Porque para um “falso”, você foi melhor que todos os meus verdadeiros.” – pensou consigo mesmo a última frase. Mais uma para a lista de coisas que não admitiria em voz alta.

- Pois é... – Jongin teve de concordar. – Seria loucura eu te pedir pra ser de verdade? – riu ao ver Kyungsoo arregalar os olhos. – Eu sei, eu sei que é loucura, é algo sem noção, mas não foi por acaso que eu esbarrei em você assim que entrei aqui – confessou. – Ai! – fez careta ao sentir a dor em seu braço. Kyungsoo lhe dera um tapa, e não foi nada fraco. – Por que fez isso?!

- Por quase ter deslocado meu ombro, seu cavalo – Kyungsoo falou sério, mas logo sorriu e beijou onde tinha batido. – Passou?

- Não faz isso, Kyungsoo, eu posso me apaixonar de verdade por você – Jongin foi sincero.

- É bom, pelo menos eu não fico sozinho nessa – Kyungsoo era bem direto, não gostava de meias palavras, meias ações, ou era tudo, ou não era nada. – Olha, Jongin, só quero deixar claro uma coisa... pedir pra ser meu namorado de mentirinha, foi só uma desculpa, mas o caso é que, eu senti uma segurança tremenda do teu lado, e isso me assustou.

- Porque? – Jongin franziu as sobrancelhas.

- Porque é sempre assim – o Do falava com um certo desespero na voz. – Tipo... até hoje eu não tive sorte em nenhum relacionamento, e os caras que eu pude sentir alguma segurança, geralmente não são da cidade, e os que são, por algum mistério, ou macumba, se mudam.

- Acredita se eu disser que hoje mesmo estou de mudança? – só podia ser coincidência, uma filha da puta de uma coincidência. – Minha mãe só me deixou vir pra cá, hoje, que era pra poder me divertir antes de me mudar, e pra poder me despedir dos meus amigos.

- Tá vendo?! Céus, porque? – Kyungsoo lamentou-se, olhando para cima. – Porque quando aparece alguém na medida certa pra mim, tem que ser nessas condições? Porque só amostras grátis? Será que não mereço ser feliz ao lado de alguém que preste?

- Olha... pra alguém que foi chamado de cafajeste, saber que eu presto pra você é uma honra – Jongin não conteve o riso ante àquele fato.

- Cala a boca, Milkybar! Estou num momento tenso de minha vida – dramatizou Kyungsoo.

- Desculpa atrapalhar, Kyungsoo, mas sua mãe tá me ligando – com medo da reação do amigo, Baekhyun preferiu falar de longe.

- Tô indo! – Kyungsoo revirou os olhos. – Eu senti o celular vibrando... sabia que era ela – abraçou Jongin pelo pescoço e o beijou outra vez. – Pela primeira vez vou admitir, mas adorei quebrar a cara... mas só contigo – sussurrou sentindo os lábios roçarem nos semelhantes do moreno.

- E eu adorei “quebrar sua cara” – Jongin riu outra vez antes de beijar Kyungsoo. – Mas é sério, eu posso vir te ver de vez em quando... não precisa ser assim, não precisamos terminar assim!

- Bom, isso já ajuda bastante – Kyungsoo encostou a testa no peito do mais anto e sentiu seu corpo ser envolvido pelos braços dele.


Pela primeira vez sentiu a sensação da plenitude. Seus ombros eram da largura exata para pudesse se encaixar entre os braços do moreno. Como bem falava sua mãe, quando tem de acontecer, acontece. Logo de cara, a gente procura algum empecilho, algum defeito, porque é tudo tão bom, tão perfeito, que parece mentira, e nós mesmos procuramos um defeito para não cair outra vez na ilusão. Mas quando notamos que, de fato, não é nada do que imaginávamos, porque quando encontramos nossa metade, nunca é como imaginamos, sempre supera as expectativas, então aí sim, entramos num caminho sem volta.

Esse caminho tão complexo que é o amor, e que tem como primeira parada a paixão.



Após beijarem-se como fossem se ver após anos, Kyungsoo e Jongin finalmente se separaram. Jongin seguiu para um lado, junto com Minseok e Jongdae, enquanto Kyungsoo, Chanyeol e Baekhyun, seguiram para o lado oposto.


- Parece até praga... vocês falam tanto que eu preciso de um namorado, mas quando aparece um candidato que cumpre todos os requisitos, ele tá de mudança – Kyungsoo falava, e não disfarçava sua tristeza.


Os dois não souberam o que falar, e na verdade nem tinham o que falar. Queriam tanto que Kyungsoo se acertasse com Jongin, mas o que podiam fazer? Ninguém pode mandar nos caminhos do destino.

O tempo de volta foi o mesmo da ida, Chanyeol e Baekhyun deixaram Kyungsoo em sua casa antes de irem embora. Baekhyun morava na rua de trás, e Chanyeol, na quadra após, no máximo vinte minutos, pelo menos no caso de Kyungsoo, já que com aquelas canelas enormes, Chanyeol tirava em menos de dez.



“Estou com saudades!! :/”

Foi a mensagem que Kyungsoo recebeu assim que saiu do banheiro.


- Puta que pariu, garoto, tem nem vinte e quatro horas que te conheci e já me faz suspirar igual um retardado apaixonado? – Kyungsoo falou com o celular.


“Também estou!! :/”



A questão de Kyungsoo era a seguinte. Depois de tantas desilusões, ele entrou para aquele grupo o qual muitos chamam de solteiros amargurados, mas esse não é o caso, não é! Ele não era amargurado, muito menos solteiro por opção. Era solteiro sim, mas por falta de opção, porque depois de tanto quebrar a cara, a necessidade física fala bem mais baixo do que a afetiva.

Um corpo, assim como qualquer matéria, é mutável. Com o tempo, todos envelhecem, a pele perde a firmeza, a gravidade mostra cada vez mais a força, e tudo cai, literalmente. Por isso, um corpo, por mais belo e trabalhado que seja, simplesmente não preenche requisitos, pois, por mais que chamem os solteiros de amargurados ou coisas parecidas, eles não são amargurados, apenas permanecem solteiros por falta de opção, pois para um solteiro, quando aparece aquela pessoa certa, ele quer deixar de ser solteiro no mesmo instante.

O solteiro não é amargurado, nem frustrado, ou privado de sentimentos, não! Geralmente o solteiro é a criatura mais amável e visceral existente na terra, mas que apenas espera a pessoa que tem a chave para abrir seu “baú” e assim desfrutar de seu ‘tesouro’, seus sentimentos, pois, diferentemente do corpo, os sentimentos não caem, não murcham... não quando são verdadeiros.

São os sentimentos que dão forças e motivos para que duas pessoas que se gostam permaneçam juntos por anos e anos, e até mesmo quando estiverem velhinhos, com a cara murcha parecendo um maracujá de gaveta, a pessoa amada continuará sendo a mais bela do mundo, pois o que mantém as pessoas juntas por tantos anos não é um corpo bonito, mas sim os sentimentos que uma nutre pela outra.



- Kyungsoo, venha cá! – chamou sua mãe, da sala.

- Pra que? – Kyungsoo, que estava deitado em sua cama falando com Jongin, respondeu alto o suficiente para que ela lhe ouvisse do outro cômodo.

- Ir comigo dar boas-vindas aos vizinhos novos – respondeu a matriarca da família Do, já estava preparada.

- Não, obrigado! – Kyungsoo respondeu sem humor algum.

- Eu não pedi, mandei que viesse – explicou a senhora Do. – Agora se não quiser que eu quebre essa travessa de vidro na sua cabeça, levante essa bunda branca dessa cama e venha pra sala agora!


Kyungsoo apenas levantou-se da cama e seguiu para a sala. Já ficou claro de quem ele herdou o gênio “dócil” e carinhoso, não é?!

E após chegar à sala, Kyungsoo acompanhou sua mãe até a casa ao lado. Não estava com a menor disposição para aquilo, e só teve mais raiva quando lembrou que o celular tinha ficado sobre sua cama, mas esperava terminar rápido para poder voltar e conversar com Jongin.

O “ding dong” foi ouvido assim que o botão da campainha foi pressionado, e logo a porta foi aberta. Uma mulher muito simpática abriu a porta um tanto surpresa, pois nunca fora recepcionada na vida após uma mudança, acreditava que aquilo acontecia apenas nos filmes e seriados.


- Olá! Eu sou Do Kiyoung, este é o meu filho, Do Kyungsoo, moramos aqui ao lado – até Kyungsoo estranhou aquela gentileza toda vinda de sua mãe, se não fosse quem é, certamente a chamaria de falsiane.

- Oh! Que surpresa! – a mulher à frente exclamou, bastante surpresa, mas, principalmente, feliz. – Entrem, por favor! – deu passagem aos dois, e Kyungsoo tinha um sorriso tão falso quanto o da mãe. É, falsianidade é hereditária.

- Omma! Eu não consigo colocar o... Kyungsoo? – aconteceu ali aquele típico momento em que se diz “Que porra é essa?”.

- Jongin? – Kyungsoo falou mais alto do que planejava. Sua surpresa em ver o moreno ali, só não foi maior que seus olhos, até porque, né?!

- Oh! Vocês se conhecem? – Kiyoung estranhou aquilo.

- Nos conhecemos hoje, no parque – Kyungsoo respondeu, mas sem tirar os olhos do moreno, até porque ele estava apenas de bermuda, sem camisa com os cabelos molhados, então assim, fica até difícil olhar outra coisa.

- Como? – questionou a mãe de Jongin, olhando o filho de forma misteriosa.

- Por acaso – respondeu Jongin, sem esconder o enorme sorriso que adornou seus lábios.

- Você não sabia disso, Kyungsoo? Que ele estava morando ao nosso lado? – questionou Kiyoung, olhando o filho.

- Não, Omma... eu sabia que ele tinha se mudado, só não esperava que fosse pra cá – Kyungsoo ainda olhava o moreno – “Até porque, se eu soubesse que ele era meu novo vizinho, já tinha dado boas-vindas há muito tempo... na verdade, estaria dando até agora” – completou em pensamentos.

- Ah! Fico tão feliz em saber que o Nini já tem um conhecido – a senhora Kim sorriu aliviada, mas olhava Kyungsoo de maneira enigmática.

- Né! – foi a única coisa que Jongin conseguiu dizer naquele momento. Tinha o mesmo olhar enigmático da mãe.

- Mas, filho, você disse que não estava conseguindo o que? – a senhora Kim voltou a questionar.

- Er... O... – Jongin nem lembrava o que não conseguia fazer – Não estava conseguindo colocar o suporte da TV.

- Ah! O Kyungsoo é ótimo nessas coisas – gabou-se Kiyoung .– A de lá de casa e a da casa dos meus pais, foi ele quem montou... meu Soo é ótimo com trabalhos manuais, vá lá ajudar ele, Kyungsoo!

- Tá bem, Omma – Kyungsoo geralmente reclamava daquele jeito intrometido da mãe, mas, pela primeira vez, agradeceu aos céus por aquele fato. Mãe é sempre mãe, você pode até não aceitar algum defeito dela, mas, pelo menos uma vez na vida, você vai agradecer por ele.


E em silêncio, os dois deixaram suas mães na sala, conversando sobre a grata surpresa que tiveram ao saber que seus filhos se conheciam, enquanto seus filhos, assim que a porta fora fechada, já estavam aos beijos.


- Porque não disse que era meu vizinho? – questionou Kyungsoo, assim que se separou os lábios de Jongin.

- Eu não sabia que me mudaria justamente pra cá – Jongin sorria abobadamente. Apertava o menor a sua frente para ter certeza de que ele era real. E sim, era.

- E a pensar que eu não queria vir dar as boas-vindas aos novos vizinhos – Kyungsoo confessou e sorriu logo em seguida.

- Ok! Agora vem cá, quero te beijar mais um pouquinho – Jongin mal terminou de falar, e já foi beijando o menor outra vez.


A melhor sensação do mundo é quando se reconhece determinada coisa, mesmo sem nunca antes ter visto, ou sentido, ou ouvido. Jongin reconhecia tão bem o baixinho à sua frente. Ainda o mantendo entre seus braços, deu alguns passos até chegarem à sua cama, onde logo se sentou e trouxe junto o menor, que se sentou em seu colo no mesmo instante.

Parecia coisa de filme, mas não era, não mesmo, pois logo a porta do quarto de Jongin foi aberta.


- Jongin, posso saber como o Kyungsoo foi parar no seu colo? – com as mãos na cintura, a senhora Kim olhou o filho, mas não estava séria, na verdade, tentava parecer séria.

- Foi por acaso, Omma! – respondeu cinicamente.

- Bom, pra todos os efeitos, vocês ainda não conseguiram encaixar a TV no suporte – a senhora Kim falou e riu do Kyungsoo com o rosto vermelho de vergonha. – Awn! Ele é tão fofo, Nini! – juntou os punhos ao rosto, um de cada lado.

- Eu sei, Omma, agora já pode ir, hm? – Jongin nem queria disfarçar, apenas riu quando a mãe revirou os olhos.

- Aish! Só tomem cuidado, hein?! – lançou um olhar divertido para os dois e saiu do quarto.

- Sério, que loucura isso tudo – Kyungsoo riu abobado. – Quem diria que eu estaria aos beijos com aquele cavalo que, por acaso, quase me atropelou hoje, no parque?

- Não foi por acaso – afirmou Jongin. – Nada é por acaso, Kyungsoo! Mas me diz... esse lance de você ser muito bom com trabalhos manuais é verdade? – questionou, não escondendo as segundas e terceiras intenções por trás de suas palavras, recebendo um sorriso igualmente safado em resposta.


Há quem diga que é o destino e há quem diga que é o sentido natural da vida para que determinadas coisas aconteçam. Seja lá qual for a explicação para isso, mas saibam que nada, repito, nada é por acaso.

FIM

26 июня 2018 г. 23:27 0 Отчет Добавить Подписаться
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