annesenju Anne P.

Eles sempre foram melhores amigos, companheiros inseparáveis, irmãos de outra mãe… Mas, nem tudo é perfeito. Naruto percebe isso ao brigar seriamente com Sasuke. O que fazer agora que o moreno não quer mais falar com ele? Naruto precisa buscar o perdão da sua pessoa especial e pra isso, vai aprontar uma idiotice atrás da outra!


Фанфикшн Аниме/Манга Всех возростов.

#naruto #sasunaru #sns #universo-alternativo #yaoi #comédia
Короткий рассказ
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Capítulo Único

  Naruto havia brigado feio com Sasuke daquela vez, de um jeito que não tinha volta. Uma amizade abalada e sem conserto, sem o perdão de ambas as partes. Ele não queria ter brigado com o moreno, mas era algo tão simples ao mesmo tempo tão sério.

  Nos primeiros dias afastado do Uchiha, o loiro não pareceu se incomodar. Ainda jogava em seu videogame – mesmo que sozinho – por toda a tarde e conversava com sua vizinha Hinata ocasionalmente.

  Mas tudo veio a desandar no 3° dia. Seu videogame já não tinha a mesma graça de antes, e os assuntos de Hinata já não lhe chamavam atenção. Era evidente a falta de Sasuke, seu companheiro inseparável, seu confidente, seu irmão de outra mãe.

  O Uzumaki não queria dar o braço a torcer e ser o primeiro a pedir desculpas, afinal o Teme que havia começado toda aquela confusão. Contudo, se ele não o fizesse, o Uchiha orgulhoso também não iria.

  À primeira vista, parecia tudo muito fácil: era só bater na porta da casa do final da rua, esperar Itachi abrir a porta, pedir para ele chamar o irmão mais novo, e quando o moreno aparecesse, pediria desculpas. Um plano mirabolante e sem chance de falhas – na mente de Naruto.

  Teria dado tudo certo, mas no dia seguinte, ao pôr o plano em prática, residência Uchiha parecia vazia. O loiro bateu várias vezes na porta, esperou, esperou e esperou, mas ninguém abriu. Sentou-se na calçada da frente para esperar, e quando já se havia passado muito tempo, tentou espiar pela janela para confirmar se realmente não tinha alguém em casa. Contudo, a grossa cortina vinho também não estava ao seu favor, não permitindo que o Uzumaki olhasse o lado de dentro.

  Quando voltou para casa, uma teoria estava formada: Sasuke proibiu qualquer Uchiha de abrir as portas de sua casa para Naruto entrar.

  Por mais ridícula que pudesse parecer a ideia, ela fazia todo o sentido na cabeça do loiro de treze anos, e isso o fazia ter vontade de chorar. Havia perdido seu amigo sem chance de pedir perdão.

  Ao amanhecer do outro dia, o menino voltou a bater na porta da residência Uchiha e obteve o mesmo resultado do dia anterior: nenhuma resposta.

  Estava a voltar pra casa, cabisbaixo, quando encontrou Hinata conversando com Ino, ambas sentadas na cadeira de balanço que ficava presa à grande árvore que decorava a frente da residência Hyūga.

  Naruto queria passar reto, entrar em sua casa e afogar as mágoas em chocolate, mas nunca que Hinata Hyūga o deixaria passar sem puxar assunto. Ela e Ino pareciam empenhadas em saber o motivo do raio de sol da vizinhança estar tão pra baixo nos últimos dias.

  E com poucas palavras, o loiro explicou às duas o que houve. Ambas se olharam, deram uma curta risada pelo motivo bobo da briga – garotas não entendem, pensou o Uzumaki – e depois passaram a dar sugestões ao amigo para conquistar a amizade do moreno de volta.

— Sakura ama os biscoitos com gotas de chocolate que eu faço. Sempre que discutimos, faço uma porção fresquinha e levo pra ela. – falou a loira, enquanto se lembrava da sua melhor amiga. – Às vezes ela tá com muita raiva e joga um ou outro biscoito em mim, mas sempre come o resto. Por que você não tenta cozinhar algo que o Sasuke-kun goste? Talvez, se ele receber a comida que ele mais gosta, feita com todo cuidado pelo melhor amigo, ele acabe te perdoando.

  Fazia sentido o que Ino dizia, poderia conseguir o perdão de Sasuke com comida. Se isso funcionava consigo mesmo, provavelmente também daria certo com o amigo.

1- Faça a comida que ele mais gosta.

Obs: “Faça com cuidado, amor e carinho.” Palavras de Ino.

— Uma vez eu briguei muito feio com a Hanabi, – começou a morena, de maneira tímida. – e fiquei com medo que ela guardasse rancor de mim. Então minha mãe me ajudou a fazer um bichinho de pelúcia especial pra ela. Ela gostou muito dele e sempre usa pra dormir.

— Quer que eu faça um bichinho de pelúcia pro Teme?

  Hinata corou e passou a olhar para o chão. O tom que o loiro usava fazia a ideia parecer tão idiota.

— N-não exatamente um bichinho de pelúcia. A-algo artesanal, que ele possa levar sempre com ele e se lembrar do grande amigo que tem. Minha mãe sempre disse que não se pode comparar algo feito à mão com algo comprado.

  Não fazia sentido na cabeça de Naruto, afinal, ele não entendia nada de artesanato e não via diferença entre algo feito à mão e algo comprado. Mas se sua amiga estava dando a sugestão, então podia tentar. Tudo para aquele Uchiha orgulhoso falar consigo novamente.

2- Fazer algo artesanal para ele.

Obs: Que ele possa levar sempre com ele.

— Eu já acho que comprar algo seja melhor. – Ino intrometeu-se na sugestão de Hinata. – Compra uma coisa bem legal que ele goste. Um jogo novo talvez. Coisas caras são de melhor qualidade, não?

  Parando para pensar sobre a sugestão de Ino, o Uzumaki se lembrou que Sasuke já reclamava há alguns dias sobre o seu jogo de corrida preferido. Dizia que já havia zerado e queria um novo, com mais fases para passar. Talvez ele gostasse se o amigo lhe desse um jogo novo fora de época.

3- Comprar algo que ele queira muito

Obs: De preferência um jogo de corrida.

— Mas Ino, coisas caras não são tudo! Tem que haver sentimento de ambas as partes. Naruto tem que dar um presente que mostre como Sasuke é especial, e o quanto quer sua amizade de volta.

— Hummm... – Ino colocou o dedo indicador sobre os lábios e se pôs a pensar. – E se você levasse ele para uma viagem ou ao cinema? Passar um tempo junto com ele, mostrar que quer ele por perto e que gosta da presença dele. Rola sentimento nisso, de ambas as partes.

4- Levar ele a algum lugar para passar um tempo juntos.

Obs: Demonstrar o máximo possível como ele é um amigo incrível.

— Viagem pode ser bem legal, mas ainda acho que o Naruto-kun deve demonstrar seu arrependimento de uma forma mais sentimental, e não tentando comprar Sasuke. – A Hyūga se opôs à sugestão da Yamanaka.

— O que você acha melhor então? – perguntou a loira, se pondo de pé e ficando de frente para os outros dois que continuavam no balanço.

— Uma carta, escrita à mão com um pedido de desculpas. Então o Naruto-kun pode enfeitar ela de várias maneiras; fica mais bonito que as compradas e é algo sincero.

— Acha mesmo que o Sasuke-teme vai gostar, Hinata? — perguntou o loiro, esperançoso.

  A morena deu um sorriso tímido enquanto olhava para os pés.

— Ele vai gostar de qualquer coisa que você ponha seu coração. Pois não há presente de desculpas melhor do que algo que foi feito exclusivo para nós, cheio de carinho.

5- Uma carta para o Teme.

Obs: Fazer com tanto amor quanto a comida.

  Em certo momento da conversa, apareceram uma sexta e uma sétima sugestão para o loiro, mas mesmo assim ele não deu muita atenção ao que as amigas falavam. Ele bolava planos para as cinco ideias que borbulhavam em sua mente. Uma delas tinha que dar certo, não?

  Em certo momento, as duas amigas começaram a discutir. Uma falava de algo com sentimentos, e a outra, de bens materiais. No fim, Naruto parou a discussão e foi para a sua casa, para encerrar o assunto.

  No início do 6° dia sem o moreno, o Uzumaki pôs sua primeira ideia em ação: fazer a comida preferida de Sasuke!

  Cozinhar era uma área totalmente desconhecida para ele. O máximo que já havia feito no ramo culinário fora assistir programas de desafios gastronômicos na TV, e fritar ovo e fazer pão na chapa para seus lanches da tarde.

  Talvez devesse pedir ajuda para sua mãe, mas algo dentro de si gritava que deveria fazer sozinho, para mostrar todo seu empenho para o moreno.

  A parte mais difícil foi decidir o quê cozinhar. O Uchiha era um descendente de japoneses, com um gosto peculiar por comidas orientais e um amor descomunal por tomate. Não comia quase nada de doces, e tinha certa antipatia pela maioria das marcas convencionais de refrigerantes. Fora que era muito difícil ver o menino comer algo que realmente gostasse sem que estivesse com um pequeno “quê” de desagrado na face.

  O loiro não se atreveria a tentar preparar algo que envolvesse peixe cru, e com tomate, não sabia fazer muita coisa além de salada. Estava realmente difícil achar algo para cozinhar.

  A ideia do que fazer veio logo após o almoço, quando se lembrou do amigo elogiando a lasanha de sua mãe em uma noite que jantou em sua casa. Seria lasanha que faria então!

  Foi fácil achar a receita do prato no caderno de anotações de sua mãe. Também foi muito fácil pegar todos os ingredientes que precisava na dispensa, e Naruto tinha que confessar que era até simples de fazer se você seguisse à risca a receita, mas o resultado… por cima estava queimada; no meio, a massa estava mal cozida e dura; o molho vermelho estava muito salgado, e o branco, com um gosto muito forte de cebola. Estava um desastre!

  Foi atrás de Ino para perguntar o que havia feito de errado, mas ficou frustrado ao constatar que as únicas coisas que a loira sabia fazer eram biscoito, bolo e brigadeiro. Teria que seguir o conselho da loira e passar pra próxima receita, ainda sem desistir da primeira ideia de agradar o moreno.

  Então passou a procurar no computador uma receita que envolvesse tomate, algo simples como salada, mas gostoso como lasanha. Achou interessante a receita de tomates recheados, e antes de terminar de ler os ingredientes necessários, já estava imprimindo-a.

  Talvez ele devesse ter terminado de ler antes de fazer, pois aquilo estava dando um trabalho pior que a lasanha, e ainda tinha o medo de ficar ruim e o amigo não gostar. Mas Naruto não desistia, e repetia mentalmente que precisava pôr amor na comida que cozinhava.

  Quando o loiro estava prestes a queimar o recheio dos tomates, sua mãe chegou. Kushina quase teve um infarto ao ver sua cozinha suja, uma pilha de utensílios para lavar e uma lasanha deformada em cima da mesa – que ela tinha certeza de não ter feito.

  Por fim, a ideia de cozinhar para o Uchiha tinha ido por água abaixo. Estava proibido de chegar perto da cozinha de sua mãe, e ficaria um mês sem mesada devido aos ingredientes que gastou sem necessidade. Fora a bagunça que não seria ele a limpar!

  Com a primeira ideia sendo descartada, o loiro passou para a segunda: fazer algo artesanal para Sasuke!

  Para pôr a segunda ideia em prática, o menino precisava de pesquisa, muita pesquisa, porque de artesanato ele não entendia nada. No computador, ele viu de tudo: como decorar um chinelo, pintar uma caixa, fazer um porta retrato com caixinha de leite e etc. Mas alguma dessas coisas agradaria o moreno? Quando estava quase desistindo, achou o presente perfeito: um chaveiro de dinossauro, que parecia muito fácil de fazer.

  Ele imprimiu a imagem e correu até a casa de Hinata. Já estava no final da tarde, mas isso não impediu a garota de receber seu amigo de portas abertas.

  Naruto mostrou a imagem para a Hyūga, e a princípio ela achou impossível que seu amigo loiro fosse conseguir. Contudo, ao ver seu olhar tão esperançoso e determinado, a morena não pôde negar o pedido de ensiná-lo/ajudá-lo a fazer o chaveiro.

  O Uzumaki jantou na casa da menina, – o molho de legumes estava delicioso – e após a refeição, a matriarca e a primogênita Hyūga o levaram para o pequeno ateliê montado em um dos quartos.

  Ume Hyūga, mãe de Hinata, era uma mulher talentosa que pintava, dançava, costurava e mais inúmeras atividades artísticas que Naruto mal conseguia contar. A doce mulher ensinou detalhadamente ao menino. O ajudou escolher os tecidos para fazer o chaveiro, como cortá-los, explicou como deveria costurar e fez até uma pequena corda de tecido branco, para que pudesse pendurar o chaveiro em algo.

  Mesmo com a explicação detalhada, as palavras de Ume eram abobrinhas aos ouvidos do Uzumaki. Ele se sentia aprendendo uma matéria muito avançada para sua idade. Estava mais perdido que cego em tiroteio!

  A parte mais difícil veio logo depois a explicação com a chegada da prática. O loiro já tinha visto a mãe costurar várias roupas. Parecia tão fácil e rápido! Mas na realidade, estava sendo terrível!

  Seus dedos estavam vermelhos, sua mão tinha uma gota de sangue seco na palma e seu polegar esquerdo tinha um band-aid de corações. Mesmo não tendo um pingo de habilidade, Naruto se recusava a desistir de fazer o pequeno dinossauro de pano para usar de chaveiro.

  As duas Hyūgas até tentaram ajudar, – a própria Hinata estava disposta a costurar no lugar do loiro se ele pedisse – mas o Uzumaki se recusou a deixar que elas fizessem isso.

Perto das onze da noite, batidas violentas se fizeram ouvir na porta da frente: era Kushina. Pela cara de sua mãe, o loiro sabia que estava encrencado. Até tentou argumentar, contudo, ela foi direta: “ou está em casa em 5 minutos, ou diga adeus ao seu videogame!”

  No final, não teve muito o que fazer. Seu dinossauro de pano parecia mais uma bola deformada com um botão preto no meio, que deveria ser o olho. Naruto teve que ir pra casa conformado que sua segunda ideia também tinha ido para o buraco.

  Na manhã seguinte, o loiro acordou bem cedo e limpou toda a bagunça que seu cachorro Kurama havia feito no quintal durante a noite. Era seu modo de tentar agradar a mãe pelas coisas que fizera no dia anterior.

  Perto da hora do almoço, o menino pegou sua bicicleta e todas as suas economias e se dirigiu rapidamente para a loja de games do Tio Bee, o lugar onde ele e Sasuke compravam seus jogos. Seu plano era comprar algo que ele gostasse muito.

  Tinha em mente comprar o Turbo car 4, um jogo que ele e o moreno já estavam de olho há alguns meses, já que o loiro tinha o 3, e o moreno o 2, ambos zerados. Tinha certeza que o Uchiha iria gostar. Ele aceitaria suas desculpas em um estalar de dedos.

  Ao chegar à loja azul gritante, Naruto correu para o caixa, querendo encontrar logo o Tio Bee e comprar o jogo que salvaria sua amizade.

  O homem de cabelo platinado o recebeu animado como sempre, falou sobre os novos jogos que haviam chegado e fez algumas piadinhas sobre o cabelo loiro espetado do menino. Ia começar a falar sobre o novo console que seria lançado em breve quando o loiro o interrompeu. Pediu que Bee pegasse para ele o TC 4 e o adulto estranhou o pedido do pequeno Uzumaki, pois de certo modo, era um jogo muito caro para ser comprado naquela época do ano.

  Bee se dirigiu até o fundo da loja e voltou segurando uma caixa lacrada. A colocou sobre a bancada do caixa e a abriu, revelando dezenas de embalagens do famoso TC 4.

— Vou querer um desses, Tio Bee! – falou Naruto, animado ao ver o adulto pegar uma das embalagens.

— O que você andou aprontando para seus pais deixarem você comprar um jogo novo sem ser seu aniversário, hein?

— Não é pra mim, vou dar para Sasuke como presente de desculpas. A gente brigou e ele não quer nem olhar na minha cara.

— Hmm… são U$650, mas como gosto de você, faço por U$639. – falou, pegando uma sacolinha em baixo do caixa para guardar o jogo.

  Naruto pegou o bolo de notas e moedas que estava em sua mochila e passou a contar quanto tinha, seu coração batendo cada vez mais rápido ao constatar no meio de sua contagem que não teria mais que U$150. Com grande pesar, no final da conta ele tinha apenas U$132,57.

— Tio Bee, como você gosta muito de mim, você não poderia fazer por U$132 não? – pediu o loiro com os olhinhos brilhando, na esperança do adulto entender o seu lado.

— Está doido? Isso não é nem um terço do preço de fábrica. Desculpe garoto, mas sem grana, sem jogo. – falou o homem, tirando o game da sacolinha e pondo novamente dentro da caixa. – Mas por U$ 130, te vendo aquele jogo ali. – Apontou o dedo para uma estante de vidro à sua direita.

  Naruto entortou a cara ao ler o nome do jogo.

— Aquele jogo é de menininha! – disse, emburrado.

— Não é de menininha. – falou Bee, imitando a voz de Naruto. — São garotas de biquíni lutando em um apocalipse zumbi. Tá, o gráfico não é muito bom e o jogo não vende bem, mas...

  Naruto não o deixou terminar de falar. Saiu da loja irritado, pois novamente sua ideia tinha dado errado. Estava difícil conseguir um presente para Sasuke, mas o loiro não desistiria, esse era seu jeito de ser!

  Ao chegar em casa, partiu para a próxima opção: levar Sasuke para algum lugar legal.

  Ele tinha uma ideia fantástica de levar o amigo a um parque aquático e passarem o dia todo brincando nos tobogãs, ou então ao parque temático de Star Wars da cidade vizinha. Seria uma experiência incrível!

  Durante o almoço, ele tentou a todo custo convencer os pais a levarem ele e o Uchiha para um dos parques no final de semana, mas sua mãe ainda estava zangada e disse que ele não estava merecendo. Fora que ficariam muito apertados naquele mês se fossem para tal lugar.

  Mesmo não gostando da resposta negativa, o loirinho insistiu em algo mais barato, como seu pai levar ambos para o cinema durante a tarde, ou no dia seguinte, por exemplo. Mas tudo que Minato disse foi “essa semana não será possível, quem sabe na próxima.”

  Sua ideia era tão boa! Mas assim como as outras, fora um fracasso total.

  Mal comeu durante o almoço, e durante a tarde, resolveu pôr em prática sua última estratégia: escrever uma carta para o Teme.

  Ele pôs no papel tudo que seu coração estava sentindo, a angústia que se fazia presente nos últimos dias, a falta que o moreno fazia em seu cotidiano, a saudade sufocante de passar horas e horas conversando sobre bobagens, e até das brigas tolas.

  No final da carta, Naruto chorou. Chorou muito, como não fazia desde os 9 anos. Ele realmente estava sentindo falta de Sasuke-teme.

  Quando finalmente conseguiu controlar as lágrimas, ele enfeitou a carta como Hinata havia sugerido. Fez vários desenhos ao redor do texto e um envelope em papel cartão azul, para guardar a carta pronta.

  No final da tarde, com o sol já se pondo, o loiro fez novamente o trajeto até a casa do final da rua, carregando a cartinha nas mãos suadas pelo nervosismo.

  Ao se aproximar do seu destino, viu o carro da família Uchiha parado em frente à residência. Mikoto parecia destrancar a porta enquanto Itachi tirava malas e mais malas do carro. Foi nesse momento que o loiro viu o amigo descendo do carro com um pacote em mãos.

  Sasuke, ao ver Naruto parado próximo a sua casa, corou e apertou o embrulho entre os braços. Seria esse o momento que esperou durante a viagem inteira?

  Andou até o menino em passos curtos e rápidos, olhando para o chão. Estava com vergonha, pois assim como Naruto, acreditava que aquela briga havia acabado com a amizade dos dois. Estava indo contra o orgulho Uchiha, pois naquele momento, o plano do moreno era pedir desculpas ao loiro.

  Quando ficaram frente a frente, ambos se encararam, sem saber como iriam começar as desculpas. Quem tomou a iniciativa foi Sasuke, estendendo o embrulho na direção de Naruto.

— O que é isso? – perguntou o loiro, pegando o pequeno embrulho.

  Com o silêncio do Uchiha, o Uzumaki começou a abrir o embrulho azul. Dentro dele, encontrou um pequeno bonequinho. Não era um simples bonequinho, era da edição limitada de um desenho japonês da década de 90, que fazia sucesso até os dias de hoje. Estava lá o motivo da briga.

— Eu não podia te dar aquele, Dobe. – disse Sasuke, desviando seu olhar para o chão. – Aquele bonequinho foi o último presente que meu pai me deu antes de morrer. Eu queria muito te dar ele, mas é a única coisa que tenho do meu pai, já que não me lembro mais dele. – o moreno fez uma pequena pausa antes de continuar. – Eu sei que você gosta desse desenho tanto quanto eu. Então como não vendem mais essa edição aqui no país, eu sugeri para minha mãe que a gente visitasse nossos parentes do Japão essa semana. Foi um pouco difícil de encontrar, e custou mais do que vale, mas eu e Itachi conseguimos achar esse boneco em uma feira… Quero te pedir desculpas pela briga. Agora nós dois temos bonequinhos iguais.

  Ao juntar coragem para olhar o amigo, encontrou o loiro em meio às lágrimas, com o nariz escorrendo e começando a soluçar.

  Naruto abraçou Sasuke o mais forte que pôde, chorando nos ombros do amigo tudo que precisava e sendo assistidos por Mikoto, Itachi e o pôr do sol.

— Seu Temeee! – gritou o Uzumaki, em meio aos soluços. – Eu passei os últimos 4 dias achando que você não queria mais me ver! Tentei fazer um monte de coisa pra te agradar. – se interrompeu com uma fungada. – Tentei fazer uma lasanha e tomates recheados, e quase acabei com a cozinha da minha mãe; tentei fazer um chaveiro pra você, mas a única coisa que consegui fazer foi furar os dedos; fui comprar um jogo de presente pra você, mas não tinha dinheiro o suficiente; queria te levar para uma viagem incrível, mas meus pais não deixaram. Até escrevi uma carta pedindo perdão!

  Ao dizer isso, o loiro empurrou o envelope com a carta no peito do Uchiha, ainda sem desgrudar do abraço e chorando no ombro do amigo. Sasuke só naquele momento pareceu perceber o envelope que o menino tinha em mãos. Estava estático por tudo que havia acabado de escutar.

— Nunca mais fique tanto tempo sem falar comigo, e principalmente, nunca mais vá visitar seus parentes sem me avisar! – sentenciou Naruto.

  Duas lágrimas grossas escorreram pelo rosto do moreno, e ele abraçou o Uzumaki com a mesma intensidade com que era abraçado.

  Estava feliz por não ser o único a sentir falta do outro durante os dias que não se falaram; por saber que o loiro valorizava sua amizade como ele valorizava a dele; por saber que ele foi capaz de tudo aquilo para fazerem as pazes, e acima de tudo, estava feliz de ter o melhor amigo ao seu lado novamente.

5 anos depois

— Ei Dobe, estava me lembrando de quando a gente tinha 13 anos e brigou por causa de um bonequinho. Você lembra?

  Sasuke se encontrava entre as pernas do namorado, os dois estavam sentados na grama enquanto olhavam o lago do parque.

— Ah, eu me lembro vagamente. Sei que você não quis me dar o bonequinho e a gente brigou. Depois me fez pensar que não queria me ver, e eu tive que tentar fazer um monte de coisa para que você me perdoasse. – falou o loiro, ainda olhando o horizonte e com um sorriso nos lábios pelas lembranças.

— Eu não fiz você pensar nada, você que é idiota e deduziu isso. – disse o Uchiha, com a cara fechada.

— Mas isso não importa, né? – o Uzumaki pegou o queixo no do namorado e virou em sua direção, observando a cara fechada do moreno. Ele o achava tão lindo quando ficava com raiva! – Talvez desde aquela época eu já era louco por você, e só de pensar em te perder, começava a fazer coisas idiotas. – falou, com um sorriso grande nos lábios.

  Aquele sorriso desarmava Sasuke por inteiro, desde a infância. Aquele sorriso grande e verdadeiro e aqueles olhos azuis brilhantes eram sua perdição. Sem pensar duas vezes, roubou um beijo de Naruto.

  E no céu, lá estava o pôr do sol de novo, assistindo aqueles dois.

13 июня 2018 г. 18:21 6 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Anne P. "Tento usar a minha imaginação, pois a realidade é uma droga" 19 anos de pura complexidade e preguiça. Um dia eu escrevo tudo que eu quero ♡ Amo yaoi, escrevo originais e sobre alguns fandons, podem me encontrar no Nyah e WTT também ♡

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RL Rodrigo Luís
Deixe minias lolish >-<

  • Anne P. Anne P.
    Obrigado pelo comentário ❤ April 20, 2020, 20:10
Donna Dan Donna Dan
AI, eu queria ser o pôr do sol dessa história e assistir esses dois minha existência toda! Que história linda! Parabéns <3

  • Anne P. Anne P.
    AAAA Obrigado❣❣ Fico feliz que tenha gostado E quem não queria ser esse pôr do sol kkk meus xodós April 20, 2020, 20:09
KL Kitsune Lyra
Ooooh que coisa fofa *----* gente coitado do meu narutinho, pra que tanto sofrimento assim gente? Tudo deu errado, oh do kkk ao menos no final deu certo, os amigos voltaram a paz, depois o amor tomou forma e ficou lindo! Hina e Ino melhores conselheiras hahaha

  • Anne P. Anne P.
    Aaah esse bebezinho foi minha primeira SasuNaru, tenho um amor incondicional por ela kkkk. Quem diria que os dois brigariam por algo tão simples kkk, Sasu foi até no Japão busca um bonequinho pro amigo Aaah. Obrigado por comentar flor ❤ Beijos! June 17, 2018, 10:47
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