erincarmel Erin C

Vivendo entre o passado e o presente, cercado pela morte e sede de vingança, JungKook finalmente sucumbe aos fantasmas de sua mente e decide concluir sua vingança. [Jikook | Deathfic | Desafio InkDisney]


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Seu sabor é amargo

Notas iniciais: Fanfic desenvolvida inteiramente para o desafio InkDisney com a música No Escuro Da Noite, do filme Anastasia.


Aviso: Deathfic

França, século XIX

A noite enfim caíra e o Castelo fora tomado pela penumbra. As sombras se tornaram intimidadoras pela luz da lua – qualquer um as julgaria como intrusos. Porém, para o antigo Conde de Vienne, eram apenas os fantasmas de sua tão obstinada vingança. Ele julgou que por algum tempo – após a grande tragédia que acarretou na morte dos antigos Condes que tomaram o que sempre fora seu por direito – que era o suficiente e que não precisaria dar um fim ao atual herdeiro, mas seus fantasmas jamais permitiriam.

E ele os ouvia a todo instante, pois sabiam que seria impossível para ele conviver com o próprio descendente do homem que roubou seu condado, assim como seria impossível continuar vivendo depois. A razão era óbvia e sincera, ele o amava profundamente e aquilo o assustava. Por quatro longos anos ele guardara suas dores e se dedicou a felicidade de Jimin.

Jimin era o atual dono das muitas terras que um dia já foram suas e nada disso lhe fazia diferença, pois o que o fazia permanecer ali deixando-o viver era o sentimento recíproco que cultivaram por anos. Mas não fora o bastante, o sorriso de Jimin não fora capaz de aquecer seu coração por completo ou sanar sua mente. Tudo era insuficiente.

Aquile circo merecia um fim e em nenhum desses possíveis fins JungKook o via com Jimin.

Seu segundo dilema estava em como fazer aquilo, nunca permitiria que o outro sofresse, já que este não tinha culpa do que sua família fizera a si. Não teve culpa quando mataram a sangue frio sua noiva com um bebê crescendo dentro de si. Também não tivera culpa de quando o prenderam em um sanatório para possuírem sua fortuna. Contudo, ainda carregava o sangue deles, o rosto deles, os traços do pai que um dia debochou de sua agonia quando abriram o abdômen de sua esposa sem mais, nem menos.

O castelo sempre fora seu, mas agora era apenas um homem apaixonado, tal disfarce o possibilitou a continuar a ter acesso a cômodos que somente sua família original conseguiria utilizar. Dessa forma, todas as possíveis mortes à Jimin se encontravam escondidas a seu exclusivo alcance, e fora assim que preparou um veneno rápido e letal para ele e outro lento para si mesmo. JungKook acreditava que merecia uma forte punição.

A noite sempre fora sua companheira e ele atravessa as passagens do castelo com destreza, seu objetivo era um só, o aposento principal.

Jimin inocentemente o esperava para uma noite quente de amores e confissões, logo JungKook apenas vestiu-se com um robe elegante que agradaria ao outro como de costume. Os empregados foram dispensados, eles iriam se despedir de si e do mundo.

Contudo, se alguém atravessasse seu caminho, veria sangue diante de seus olhos. JungKook não estava em seu perfeito estado mental a dias, e a anos a insanidade o mantivera no caminho incerto da vingança.

Ele ensaiara seu discurso e revisou suas dolorosas lembranças antes de invadir o quarto alheio, que outrora fora seu. Tocou a porta com as palmas da mão e encostou a testa para então respirar profundamente. Buscava em seu âmago a coragem necessária para cada vida tirada, além disso, era mais que necessário honrar as pessoas que faleceram durante sua jornada. E estar com Jimin as desonrava, tornando suas mortes inúteis e fúteis.

JungKook as sentia com ele, elas o comandavam, elas o ensinavam, elas o impulsionavam a ter força naquele momento. Os calafrios sempre percorriam a extensão de sua pele minutos antes de reprimir o ser humano perdido em dor para dar lugar ao Conde de Vienne que sempre fora – com toda sua majestade. Aquele Conde que sempre fora frio com seus súditos, que os advertia e os fazia pagar pelos seus erros diante de todos. O Conde Frio de Vienne.

Seu corpo já estava gelado, como se as formas fantasmagóricas apossassem de si e movimentassem seus membros. Empurraram a pesada porta dupla por meio dos braços fortes de JungKook e moveram seu corpo até o corpo pequeno e delicado que repousava no centro da cama exuberante.

Se permitiu admirar uma última vez as curvas que se sobressaiam sobre os lençóis, Jimin sempre seria seu maior pecado. Sua condenação a ser julgada pelo próprio Diabo.

Deus parecia gostar do atual Conde que repousava, pois mandara um raio caindo ao mar seguido por um forte estrondo para acordá-lo. O aposento inteiro se iluminou por poucos instantes, mas o suficiente para que pequenos olhos azuis o encarassem assustado.

– JungKook? – coçou os olhos para tentar identificar quem estava diante de si. – O que faz aqui, meu amor?

Jimin se aproximou rapidamente revelando que apenas trajava uma camisa branca longa, fazendo assim JungKook se distrair com o delineado que suas pernas formavam. Aquelas que ele sempre teve o deleite em marcar com os próprios lábios.

– Achei que não viria até mim hoje – terminou de findar a distância e puxou JungKook para beijá-lo apropriadamente.

– Eu não aguento ficar tanto tempo longe de você – respondeu sincero mesmo seu coração falhando com o que se aproximava e por puro instinto o abraçou possessivamente.

Jimin fora esculpido pelos próprios anjos e caía nas graças de Deus. Seu corpo era dotado de perfeição e uma maciez que nunca encontrara com qualquer outra pessoa – independente do gênero. Assim como seu rosto era composto por brilhantes olhos azuis e rubros lábios carnudos. Se tudo isso já não fosse o bastante, ele era a definição de inocência e pureza, pois não importava o quanto JungKook o contaminasse, ele era imutável.

JungKook não sentia merecer o próprio anjo na terra.

– Qual é a surpresa da noite? – sua voz soava doce e animada.

– Trouxe algo para nós desfrutarmos – a resposta de JungKook deixou Jimin confuso. – Como da última vez.

O outro se iluminou ao lembrar-se do que ocorrera na primeira vez em que ouvira tais palavras, não se conteve e correu acender os castiçais mais próximos das poltronas que repousavam lado a lado da lareira. Enquanto que JungKook manteve um falso sorriso durante todos os movimentos de Jimin, para então se dirigir até os cálices afastados dos olhos azuis curiosos.

Era uma brincadeira que os dois realizaram no mês passado, na qual JungKook trazia bebidas estranhas ao Conde e ele tentava adivinhar sua composição. O que não passava de uma prévia para que pudesse dispersar os venenos sem que o outro notasse.

E do nada seu corpo aqueceu, sentiu pequenos braços em volta de si, Jimin o abraçara pelas costas.

– Eu senti tanto sua falta, – dizia quase sem som por falar contra o robe de JungKook – eu não aguento mais esses afazeres do Condado.

– É por isso que eu estou aqui, – sentiu outra falha no peito e as mãos já suavam – vou aliviar todos os seus sofrimentos.

Ele não quis parecer sombrio, mas fora o que saiu nitidamente de sua boca. Felizmente, Jimin nada percebera e se virou com dois cálices em mãos para encarar os olhos azuis, ele deveria sorrir para seu pequeno anjo. Porém, as lágrimas que acumulou durante seus anos de manipulação e vingança caíram de seus olhos sem aviso prévio.

Não notou que seu corpo perdera o equilíbrio e quase fora de encontro ao chão se não fossem os braços do Conde, ridiculamente fortes – só notados agora. Então, Jimin o colocou para sentar-se na cama, a preocupação estampava seu rosto e os cálices jaziam caídos na tapeçaria.

– Conte-me suas preocupações – Jimin implorou enquanto abraçava JungKook de lado.

Ao passo que o antigo Conde se viu perdido novamente, ele que achara que seu corpo se movia sozinho pela vingança, agora o traíra. Mas a resposta era simples– ele idolatrava Jimin e ninguém seria melhor que ele para assumir o Condado de Vienne. Ele nunca poderia completar sua vingança.

As lágrimas caíam descontroladamente, porém, não permitiu soluçar diante do outro. O sentimento de reconstrução e uma possível nova chance finalmente o atingira, ele até mesmo viu os fantasmas fugirem da luz que Jimin representava.

– Eu preciso te contar algo, meu amor – JungKook iniciou o diálogo que nunca deveria contar.

– JungKook,– Jimin soou firme e sentou-se no colo do maior para abrigar seu rosto sobre suas pequenas mãos – não há nada sobre você que eu não possua conhecimento.

O olhar azul estava firme e um tanto opaco, JungKook nunca vira tal frieza vindo de seu anjo. Ele tentou se mover, mas sentiu os músculos paralisados. Poucos segundos foram necessários para entender o que acontecia ali e apenas queria gargalhar.

O beijo.

Fora muito descuidado e podia praguejar por cair em um truque tão baixo, ele nem ao menos o vira tomar o antidoto – estava enferrujado. Ainda assim, olhou apaixonadamente para o ser sentado sobre suas coxas, ao passo que recebia um olhar implacável carregado de fúria.

– Eu nunca fui digno de você e... – respirar se tornou difícil. – E você me dará uma morte tão nobre.

– Não o matarei com veneno, – as palavras saíam duras da boca de Jimin – não merece tal ato vindo de mim. É meu dever vingar minha mãe que agonizou até o último segundo de sua vida.

JungKook o olhou perplexo, pois jogara a Condessa desfiladeiro abaixo, sua morte fora instantânea.

– Eu entendo sua confusão, – a expressão de Jimin suavizou assim como sua fala e suas mãos deslizaram pelo pescoço de JungKook até permanecerem em seus ombros – a Condessa não era minha mãe.

– Quem... – era cada vez mais difícil para o antigo Conde se movimentar, falar e respirar. Pequenos filetes de sangue escorriam pelo canto da boca.

– No dia em que você invadiu o Castelo pela primeira vez, – uma mão de Jimin deslizou lentamente pela clavícula exposta do outro, em seguida passou pelo abdômen ainda definido e enfim descansou na própria coxa – precisava preparar o quarto da Condessa para pensarem em suicídio, mas você teve um obstáculo.

Ele realmente tivera um, lembrava-se perfeitamente da camareira da Condessa que estava no aposento quando ele adentrou. Ela tentou fugir e até gritou para chamar os guardas, porém, ele fora mais rápido e a apunhalou no estômago. Era um ponto muito comum utilizado por ladrões e ele não pensou duas vezes ao jogá-la ainda gemendo e se contorcendo em uma viela do vilarejo mais próximo.

– Pela sua expressão você se lembra – as lágrimas escapavam de Jimin também. – Eu a amava muito, ela iria me proteger do Conde e, apesar de saber sobre tudo eu nunca quis ser reconhecido como filho dele e ela iria me tirar daqui.

De repente, JungKook cuspiu sangue, esse que continuou escorrendo pela sua boca. Só então ele se deu conta do punhal que Jimin possuía em uma das mãos e perfurava seu abdômen atingindo o estômago.

– Você arruinou minha vida – Jimin se afastou o mais rápido possível dele. – Você ao menos me amou de verdade? Pretendia me matar depois de tudo que passamos?

JungKook caiu para fora da cama ao tentar a todo custo se aproximar de seu anjo, mas ele não possuía mais forças, a visão ficou turva para então ser tomada pela escuridão.

– Eu o vi preparando os venenos, – os soluços de Jimin tomavam o quarto – desde quando você não é mais o JungKook que eu tinha perdoado?

Ambos sabiam que o antigo Conde não agia normalmente nos últimos meses e ainda assim Jimin tentara a todo custo livrá-lo dos fantasmas que o seguia. Ele o ouviu por anos sofrer em seus sonhos, ele buscou saber o que o tinha levado a cometer tal vingança e tomou suas dores. Esqueceu de sua mãe e preencheu seu coração com o novo JungKook.

Agora, tudo estava arruinado, pois ele o mataria para então se matar também.

JungKook sentia-se grato por ter esse fim, por ser julgado por seu anjo vingador. Apenas isso fora suficiente para seu coração se aquecer uma última vez, seria perfeito, até ouvir o que tanto temera em sua vida – ou era uma peça do Diabo para lhe atormentar durante o inferno.

Eu nunca devia ter te amado.

O fim era iminente e o antigo Conde agradecia Jimin por lhe amar tanto, mas tanto, a ponto de enxergar o que ele mesmo não viu em si. Sua mente se afundou por tantos anos em busca de vingança que se esqueceu de viver, não, ele apenas não conseguia mais viver em um mundo que ele mesmo construiu e destruiu.

Somente agora era digno de sua própria morte.

12 июня 2018 г. 1:03 5 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Erin C Comecei a escrever por conta dos sentimentos ruins que tenho em mim, mas aos poucos comecei a escrever sobre os bons também. Então tem muito drama aqui, ele vem com facilidade. Mas tenho um pé no fluffy com umas pimentas 🌚 Porque a vida é puramente uma peça de teatro bem trágica 💜

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Inkspired Brasil Inkspired Brasil
Olá! A musica que você escolheu casou muito bem com a fic, pois quem viu o filme conhece a sede de vingança do Rasputin e ambos os personagens interpretaram muito bem o papel de vingador. Mas vamos falar desse plot twist do Jimin, porque wow, eu não esperava que no final ele que fosse acabar matando o Jungkook e foi tão triste, mas também foi reconfortante de certa forma. Você descreveu muito bem todo esse confronto de sentimentos dos personagens no qual eles ficam entre a vingança e o amor que sentem um pelo outro, fazendo tudo ficar muito dramático e intrigante. Lamento muito por não ter tido um "eu amei você" no finalzinho, pois mesmo tentando matar o Jimin, o Jungkook o amou de verdade e desistiu da vingança por ele - foi nos 45 do segundo tempo, mas vale, hahaha. A fic está envolvente e flui fácil, mesmo quem não conhece o BTS vai entender cada detalhe dela. Ter usado esse universo alternativo foi muito interessante e histórias que se passam em época medieval me ganham fácil, então foi bem gostoso de ler. Sugiro que você dê uma revisada mais profunda na fic, pois tem alguns erros de concordância como na parte "A noite sempre foram sua companheira e ele atravessa as passagens do castelo com destreza", então fica a dica ;) Parabéns por ter cumprido o desafio e por ter compartilhado sua historia com a gente, foi um prazer ler ela, até a próxima <3
Amira Chiwa Amira Chiwa
Só vc msm para me fazer ler algo de BTS. E eu amei, essa busca por vingança e o amor dos dois, e eu vou fazer um esforço para ler suas fics de BTS.

  • Erin C Erin C
    Obrigada por comentar meu bem <3 June 20, 2018, 03:48
LiNest LiNest
AI MEU DEUS DO CÉU! ALGUÉM ME ABRAÇA PORQUE ESTOU SOFRENDO! AIN MEUS BBS 😭 Mas sério agora, to tão morta quanto o Jungkook nessa fic, eita porra que coisa maravilhosa foi ler tudo isso. Doeu, mas valeu a pena! Gostei muito da progressão do texto, a tensão foi muito bem passada, aumentado com cada linha até a grande reviravolta e pqp que reviravolta! Eu realmente não esperava isso vindo do Jimin! Mas acho que faltou uma revisão porque às vezes algumas conjulgações/fraseamentos não fazem sentido, parecendo que a frase não foi completa, tipo como no começo, ficou meio confuso a frase final do parágrafo porque não parece ligar com a inicial antes do travessão. Tmb acho que um pouco de ambientação geral da fic seria bom porque alguns fatos que deveriam ser importantes só parecem meio jogados. Claro, isso não prejudicou a fic e é mais uma coisa pessoal minha, mas é dificil sentir o peso do assassinato no final sem ver o relacionamento do casal, uma recomendação seria um ou dois flashbacks de jikook. Mas tirando isso a fic está fantástica e eu sinceramente adorei muito esse AU, deu até vontade de fazer uma fanart do cruél Conde de Vienne de tão apaixonada que estou. Ótimo trabalho, amei <3

  • Erin C Erin C
    Muito obrigada pelo seu comentário! Perdoa o sofrimento que fiz passar, mas fico feliz que amou <3 June 20, 2018, 03:53
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