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Papai

Sinopse: De uma hora para outra, a vida deu a Hyoga a chance de experimentar um amor que ele desconhecia e, sem pensar em nada, ele mergulhou no desafio da paternidade. Ele ainda não sabia, mas não estava embarcando sozinho.

Notas: Contém spoilers do mangá Episode G Assassin e relacionamento amoroso entre homens. Se não curte, não leia. Reclamações quanto a isso serão ignoradas.

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– Shun, você pode me ajudar? – Hyoga pediu ao telefone.

Shun geralmente adivinhava o estado de espírito do amigo somente pelo tom da voz, mas dessa vez não soube interpretar direito. Achou que ele parecia no mínimo confuso. O tom era urgente, mas ele também parecia feliz.

– O que houve? – perguntou o cavaleiro que tinha se tornado médico. – Alguma coisa séria?

– Eu fiz uma coisa… Onde você está? No hospital?

– Sim, estou de plantão hoje. Você está me deixando nervoso, Hyoga.

– Posso ir aí?

– Claro. O plantão está tranquilo, mas venha logo porque esse mistério todo está me deixando louco.

– Estou indo. Me espere.

Cerca de meia hora depois, Hyoga bateu à porta da sala do Dr. Amamiya. Mesmo depois de anos, ele ainda achava incrível Shun ter conseguido tornar-se um médico depois de tudo que aconteceu nas batalhas. O vestibular difícil, o longo curso, a residência, ele tinha passado por tudo isso e agora construía uma bela carreira como emergencista.

Shun abriu a porta e cumprimentou Hyoga, mas logo olhou para baixo e viu uns bracinhos infantis agarrados à perna do amigo. Abaixou-se para ficar na altura da criança e estendeu a mão, ainda sem compreender. A menina olhou desconfiada para ele, mas segurou a mão oferecida.

– Olá. Eu sou o Shun – ele cumprimentou a menina de cabelos e olhos cinzentos, sorrindo de forma amigável.

– Papai, ele é seu amigo? – ela perguntou a Hyoga, ainda desconfiada.

Shun ergueu o olhar para Hyoga como se tivesse sido espetado por uma das rosas de Afrodite.

– Pa-pai? – ele perguntou, incrédulo, erguendo as sobrancelhas, já que até ontem Hyoga não tinha filha nenhuma.

– Era isso que eu precisava te contar – o russo explicou.

– Bom, eu estou muito surpreso – declarou, convidando-os a entrar na sala. – Agora me explica direito isso.

– Ainda não posso explicar direito – ele disse e apontou para a menina. Shun entendeu que ele não queria falar na frente dela. – Eu vou te contar tudo depois, mas o fato é que decidi ficar com ela. Eu nem pensei, só resolvi e pronto. Queria que você a examinasse para ver se está bem mesmo. Tivemos um… problema...

– Claro – ele disse, pegando o estetoscópio e o termômetro e dirigindo-se à menina. – Como você se chama?

– Natássia! – ela respondeu alegremente. Já não parecia desconfiada. – Papai me deu esse nome e é tão lindo! Eu amei!

– É um lindo nome, sim – Shun disse, auscultando o coração e os pulmões dela. – Agora respira bem fundo. Isso mesmo.

Shun prosseguiu o exame, aferiu a temperatura, checou a garganta, tomou-lhe o pulso.

– Aparentemente ela está ótima – ele concluiu, ao terminar de examiná-la. – Vou pedir alguns exames por precaução. Coisa simples, tipagem sanguínea, hemograma completo, essas coisas.

– Isso. Peça um check-up completo. Amanhã trago ela pra fazer.

– Posso fazer agora, dou entrada nela como urgência, o laboratório faz tudo logo e em algumas horas fica pronto.

Hyoga assentiu e Shun rapidamente fez as prescrições e levou os dois para o laboratório de coleta.

– Segure ela bem – advertiu o médico. – Crianças são imprevisíveis quando veem a agulha…

– Agulha? – Natássia perguntou, arregalando os já grandes olhos cinzentos. – Agulha não, papai!

– É só uma picadinha, Natássia – Hyoga disse, tentando confortá-la com um afago, mas Natássia começou a gritar e se debater e ele precisou segurá-la realmente com força.

– Eu te avisei – disse Shun, ajudando Hyoga a segurá-la quando o técnico veio com a seringa.

– Pronto. Acabou. Não precisa mais chorar – Hyoga disse, acalentando-a depois da coleta. – Foi só para saber se você está com saúde, querida.

– Não quero mais agulha! Nunca mais!

– Não vai ter mais…

– Você prometeu que ia me proteger do que me dá medo!

– Sim, mas isso é para o seu bem, querida.

– Que tal um pirulito? – ofereceu Shun, mostrando a ela o doce em formato de coração que costumavam oferecer às crianças na coleta.

Natássia pegou o doce e enfiou na boca. Rapidamente parou de chorar. Sorrindo, Shun os chamou para voltar a sua sala. Entretanto, quando se dirigiam para lá, ele recebeu um chamado pelo sistema de som do hospital.

– Eu preciso atender – ele disse. – Fiquem na minha sala e me esperem. Precisamos conversar.

Hyoga fez o que ele disse e ficou ali com Natássia, tentando distraí-la, mas quando Shun voltou à sala, cerca de meia hora depois, ela estava dormindo no colo do novo pai. Ansioso para saber o que estava acontecendo, Shun aproveitou o momento.

– Agora que ela dormiu, você pode me contar o que está acontecendo? – perguntou. – Não entendi nada.

Depois de um longo suspiro, Hyoga começou a falar sobre a batalha onde enfrentou a menina enquanto ela estava possuída pelo "deus do Mar", sobre a "morte" dela e como ele quis preservar o corpo colocando-o em um esquife de gelo.

– Aí de repente alguma coisa aconteceu e ela estava viva – ele concluiu. – É isso. Ela era um amontoado de cadáveres, mas de repente, não sei como, criou vida. Não lembrava de nada, era como se ela tivesse nascido ali naquele momento. Estava tão assustada, com tanto medo... Ficou me chamando de pai... Então eu decidi… Eu sei que é loucura, ainda não dá nem pra saber o que ela é, se ela é humana… Tem forma humanoide agora, mas não sei. Só sei que eu não podia largá-la por aí. Não sei de onde ela veio e creio que vai ser impossível descobrir. Não sei nem se ela é deste mundo, deste tempo… Você sabe, muitas coisas fora do comum acontecendo nos últimos dias. Tem um Shura adolescente andando por aí!

– Logo teremos uma ideia do que ela é… – Shun disse, referindo-se aos exames. – Não se preocupe, o pessoal daqui do hospital está acostumado com coisas diferentes… Se houver algo, não vai sair daqui.

Hyoga assentiu e Shun, que estava sentado numa cadeira de frente para ele, aproximou-se um pouco mais e segurou a mão do amigo.

– O que você está fazendo por ela é de uma coragem imensa, Hyoga. Já é difícil quando você se torna pai de um bebê que esperava, tratando-se de uma criança maior, totalmente inesperada, e sendo você um homem solteiro, a coisa fica ainda mais complicada.

– É, sei que vai ser complicado, mas não podia simplesmente ignorar essa criança que foi usada pelo mal, seja lá o que ela for.

– Quero que saiba que pode contar comigo para o que precisar. Você não está sozinho, não. Eu vou te ajudar a cuidar dela.

– Eu agradeço demais, Shun. Por tudo que sempre fez por mim, desde aqueles tempos, os tempos de batalha, até agora...

– Estarei sempre aqui pra você. Sempre.

– Sabe, eu não estou fazendo isso só por ela – Hyoga confessou a Shun, num tom envergonhado. – É por mim também. Estou com trinta e quatro anos... Sempre me virei bem sozinho, pelo menos acho que sim, e até gostava dessa liberdade, mas cheguei a um ponto em que estava sentindo falta de alguma coisa que eu não sabia o que era. Tenho dinheiro, meus negócios vão bem, tenho um apartamento confortável, sou bonito. – Shun riu. – O que é? Eu sou. Não negue.

– Você é – Shun admitiu.

– Mas ainda faltava algo – Hyoga prosseguiu. – Então ela apareceu e de repente eu soube... Eu podia deixá-la no orfanato e seguir minha vida, apenas checando de vez em quando se ela estava bem, mas eu não quis. Eu senti naquela hora que tinha de me tornar o pai dela. E quando ela me perguntou como se chamava, eu não pensei duas vezes e dei a ela o nome da minha mãe.

– Ela é sua filha agora. Foi uma bela homenagem.

– Sim… Minha mãe deve estar orgulhosa de mim, não é?

– Ela não teria motivos para não estar. Você é e sempre foi um cara incrível.

– Então, eu vou indo – ele disse ao sentir que começavam a entrar em um terreno perigoso onde sentimentos guardados muito profundamente podiam aflorar. Levantou-se do sofá com a filha no colo. – Já está quase amanhecendo. Preciso dormir um pouco. E ela precisa dormir numa cama, não no sofá da sua sala.

– Passo na sua casa quando sair do plantão.

O loiro assentiu com um gesto e já ia saindo quando Shun o chamou de novo.

– Hyoga, conte comigo para o que precisar. Eu vou repetir: sempre estarei aqui para você.

Hyoga sorriu de um jeito que Shun vira poucas vezes ao longo dos muitos anos de amizade. Um sorriso terno, amoroso, de felicidade simples e pura, o qual iluminou o dia de ambos.

Continua...

25 мая 2018 г. 3:19 0 Отчет Добавить Подписаться
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