Eu confesso que a primeira vez que te vi me senti automaticamente atraído. Você é bonito, Minho, e sabe disso. Todo mundo sabe disso. Você também é engraçado, simpático e tem um excelente senso de humor, além de ser protetor e muito carinhoso. E acho que nem preciso falar no quanto você é gostoso, beija bem e fode melhor ainda.
Você é tudo o que alguém poderia querer, Minho. Uma pena que é funkeiro.
E não adianta revirar os olhos como você tá fazendo agora não, tá? Porque você sabe que eu não sei lidar direito com esse seu jeito de viver sua vida ostentando e sarrando em mim – não que eu esteja reclamando das “sarradas” muito pelo contrário.
Mas me diga, Minho, como você quer que eu fique tranquilo em casa vendo os filmes do Bergman ou (re)ouvindo os álbuns do Smashing Pumpkins sendo que você tá no baile portando vários kit (seja lá o que isso signifique) enquanto olha as novinhas fazendo quadradinho de oito? Como você quer que eu lide com isso, Song Minho? Ou, como seus amigos do Helipa te chamam, “GD Junior”?
Isso sem contar nos inúmeros conflitos que vamos ter quando a gente casar. Já pensou nisso?
O problema já vai começar na hora de escolher a playlist da festa, porque enquanto eu vou querer todas as músicas da Florence e da Björk você vai querer todas do Kevinho e Mc Brinquedo. Aliás, já adianto que se você realmente pintar o cabelo igual ao do Brinquedo juro que te mato.
Na nossa lua de mel você provavelmente vai querer ir pro Rio pra conhecer o berço do funk e eu vou querer viajar pra Berlim ou Islândia. Temos outro impasse não é mesmo?
E imagina depois no nosso dia a dia, eu vou ter que viver pedindo desculpas pros vizinhos por causa do som alto e dos seus amigos loucos empinando as motos (a tal da hornet) na frente do nosso condomínio. Eu já fico nervoso só de pensar, Minho.
Querido, tente se por no meu lugar, não está sendo fácil.
Todos os dias os meus amigos me perguntam por que eu continuo namorando com você, porque há um abismo entre nós e eu sou obrigado a concordar com eles. Afinal, a primeira vez que eles te viram você tava fazendo o passinho do romano junto com o Seunghoon e vamos combinar que é uma visão um tanto quanto estranha.
E por falar em Seunghoon eu queria deixar registrado aqui, pela centésima vez, o quanto eu detesto esse seu amigo. Na minha humilde opinião hipster, ele é uma péssima influência sempre te arrastando pros bailes. Você já reparou que ele tá sempre com uma garrafa de catuaba na mão e falando sobre “contatinhos”? Ele não me respeita, Minho e a prova disso é que ele canta Não Me Deixe Sozinho do Borel toda vez que me vê.
Eu sei que agora você deve tá com aquele seu sorrisinho vitorioso porque eu usei uma referência do funk, mas é que é meio difícil não saber do que se trata porque afinal meu namorado é um funkeiro né?
Mas ok, eu confesso que existem algumas coisas boas em você ser funkeiro. Exemplos? Bom, eu adoro te ver rebolando e adoro mais ainda quando você sarra em mim. E eu sei que reclamo, mas eu amo quando você me chama de novinha e cachorra (esse último especialmente quando estamos na cama). E eu gosto da sua mania de sempre dar um tapa na minha bunda quando passa por mim enquanto canta Bumbum Granada.
Talvez eu também goste quando você canta alguns proibidões no meu ouvido. A melhor lembrança sem dúvida foi aquela vez que a gente tava se pegando forte no seu carro e você sussurrou pra mim: “senta na piroca sua gostosa do caralho”. E tudo bem, não vou mentir, fiquei molhado.
Também tem alguns amigos seus – a tal da tropa que você vive falando – que são muito gatos e que, com certeza, se um dia você vacilar comigo eu vou sentar em todos só de vingança. Principalmente aquele bem branquinho, o Zico. Esse eu vou sentar com gosto.
Eu tenho que admitir também que você e a “tropa” são muito animados e conseguem me alegrar como ninguém. A única coisa que eu peço é que nunca mais tentem me fazer dançar quadradinho de oito, passinho do romano ou qualquer coisa que envolva mexer minha bunda. Porque você sabe que eu sei mexer meu bumbum granada, Minho, mas eu só faço isso pra você.
Ei Minho, vamos brincar de Mc Delano. Você lança mais uma e eu quico, paro, rebolo e travo, eu abro e fecho, na ponta eu fico. Ou a gente pode brincar de Mr Catra e você faz vários filhos comigo. Rs.
É, parando pra pensar até que o fato de você ser funkeiro não é tão ruim assim. Até às vezes que você chega “embrazado” e me manda áudio berrando dizendo que eu sou a melhor da baile e a rainha do seu tamborzão eu posso relevar e chego até a achar muito fofo e romântico.
Talvez, definitivamente, você seja o batidão que faltava na minha vida. A catuaba do meu rolê. O Mc Livinho do meu baile. O mais charmoso dos rolezeiros. O rei delas e deles, mas que possui o reinado dentro do meu coração.
Ps.: eu te amo mesmo você odiando The Smiths e tudo o que eu gosto.
Ps².: não vai pro baile hoje porque eu to vendo uns tutorais sobre funk e quero sentar em você.
Ps³.: se você vacilar eu vou pegar o Zico sim.
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