_yuki_ Ana Lisbôa

Em uma sociedade superficial e cercada por máquinas, Sakura Haruno, uma mulher completamente alheia ao mundo digital, acaba por se deparar com o maior desafio que poderia enfrentar em vida: Um androide fisicamente igual ao seu falecido marido, Sasuke Uchiha, acaba de bater à sua porta.


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Prólogo.

“Eu temo, piamente, o dia em que a tecnologia irá interferir em nossas relações pessoais e cotidiano.”


Ela já estava em seu quinto café, a colher deslizava pelo fundo da caneca branca de porcelana, como se pudesse fazer um enorme redemoinho e acabar com todo aquele estresse que sentia durante o trabalho. Sakura ficou acordada durante treze horas seguidas, encurvada na direção do computador enquanto trabalhava em um novo jogo, o qual deveria ser entregue no final de semana.


―Sakura? ―A voz rouca irrompeu na escuridão daquele pequeno escritório, sua esposa estava com os olhos grandes, quase grudados no monitor.

―Só um instante. ―Ergueu a mão, balançando-a, como se pedisse um pouco de silêncio naquele momento. ―Estou quase acabando essa parte...

―Sakura! ―Disse de maneira mais ríspida, cruzando os braços sobre o peito, foi quando, finalmente, tivera a sua atenção.

―Hum? ―Resmungou, definitivamente não gostava quando ele levantava a voz daquela maneira.

―Você se alimentou bem? ―Aproximou-se com passos curtos, era como se ele nunca fosse chegar ao seu destino. ―Quero dizer, lembre-se que tem mais alguém precisando comer...

―Eu sei, eu sei. ―Salvou o arquivo de maneira rápida e desligou o monitor, girando sobre a cadeira de rodinhas para encará-lo. ―Eu me alimentei bem.

―Tem certeza disso? ―Sasuke a encarou daquela maneira rígida, como um pai observando a filha que havia acabado de fazer alguma bobagem. ―Não quero que fique doente.

―Não vou ficar, eu apenas preciso acabar logo... O prazo é pro fim de semana. ―Balançou a cabeça para os lados, como se estivesse tentando evitar o contato visual.

―Eles não deveriam dar uma carga tão grande para uma grávida. ―Aproximou-se de uma única vez, a buscando em seus braços para que pudesse descansar um pouco.

―Fui eu quem me ofereci. ―Admitiu, deixando a cabeça repousar sobre o peito largo enquanto aspirava aquele cheiro amadeirado. Sakura sempre amou os perfumes do marido.

―Não deveria ter feito isso. ―Soltou o ar pelo nariz, Sakura conseguia saber quando ele estava irritado de verdade e aquela era uma das vezes. ―Apenas descanse.

―Sasuke-kun... ―Sussurrou em meio a escuridão do quarto, eles se sentiam mais a vontade daquela maneira, com pouca iluminação na casa. ―Pode ficar um pouco comigo? Quero dizer... Se não tiver mais nada para fazer.

―Sabe que eu sempre gosto de... ―Pigarreou, não era muito comum que o homem falasse coisas como aquela, mas depois da descoberta da gravidez de sua esposa, Sasuke parecia mais protetor e atencioso. ―Estar com você.

―Então fique ao meu lado. ―Estendeu a mão, tocando a pele fria dele. Chegava a ser tão aconchegante quanto colocar-se sob um lençol macio.


Sem mais nenhuma palavra, Sasuke deitou-se ao lado da esposa, abraçando-a pela cintura mais arredondada. Por alguns instantes, o olhar se perdeu pelo pequeno relevo de três meses no ventre, lágrimas queimavam por trás dos orbes escuros.


―Já imaginou como ela vai ser? ―Sakura o fez se recuperar do transe, as mãos pequenas e suaves deslizavam pelos ombros desnudos.

―Ela? ―O Uchiha riu, bagunçando os fios rosados e compridos da esposa que, de certa maneira, não conseguiam se aquietar sobre o topo da cabeça. ―Como tem tanta certeza?

―Apenas sinto. ―Admitiu, puxando-o mais para perto para que pudesse se aquecer naquela noite gélida. ―Tem certeza de que não vai me deixar terminar o projeto?

―Sakura... ―Repreendeu enquanto a puxava para cima do peito, com cuidado para que muita força não fosse feita contra o ventre. ―Pare de se estressar com esses computadores, um dia vai acabar enlouquecendo.

―Mas eu estou bem no finalzinho do projeto, apenas faço alguns ajustes e entrego! ―Colocou um bico sobre os lábios, sabia que ele não a deixaria sair e nem reclamaria por isso.

―Não insista, está bem? Precisa cuidar do nosso filho... ―Fez uma pausa não tão longa. ―Ou filha.

―Filha! ―Afirmou, com tanta certeza que fez com que o marido risse, coisa que ele só fazia em ocasiões raras.

―Tudo bem, tudo bem. ―Fingiu ter sido rendido quanto àquele assunto e agora a admirava. Sakura fechara os olhos para ouvir melhor as batidas do coração de seu amado esposo, enquanto ele a encarava profundamente, com um brilho especial nos orbes.

―Tem certeza que irá trabalhar amanhã? ―Perguntou, mantendo-se inerte sobre o corpo másculo que agora a oferecia proteção e carinho.

―Sabe que preciso, caso contrário Itachi irá ficar me ligando e me enchendo. ―Soltou o ar pelo nariz, impaciente ao lembrar que precisava administrar a empresa com seu irmão.

―Você fica tão bonito quando está chateado. ―Admitiu de maneira simples, como se pudesse dizer aquilo em qualquer ocasião.

―Pare com isso. ―Virou o rosto assim que ela começou a encará-lo, Sasuke parecia bastante corado após aquele elogio.

―Ah, você continua assim! ―Apertou as bochechas do marido, beijando-o brevemente quando o viu distraído. ―Mesmo depois de casados, você não mudou nem um pouquinho!

―E isso é ruim? ―Arqueou uma sobrancelha, segurando os pulsos finos da esposa. Sakura agora o encarava com ainda mais intensidade.

―Claro que não, eu me apaixonei por esse seu jeitão bruto e desajeitado. ―Virou a cabeça um pouco para o lado, afastando o cabelo que, antes, tapava sua visão. ―Esse jeito retraído, que mostra amor com gestos tão pequenos...

―Não comece... ―A soltou, ficando a cada instante mais vermelho. ―Sabe como eu me sinto com relação a falar sobre sentimentos...

―Claro que eu sei! Se eu não tivesse te alertado, nem sei se estaríamos casados agora. ―Dera uma risada baixinha, tentando manter a paz e o silêncio que reinava na casa.

―Não fale uma bobagem dessas! Eu já estava planejando te pedir em casamento... ―Voltou a olhá-la, parecia um tanto ofendido com o que acabara de ouvir. ―Eu apenas não sabia como fazer...

―Uhun! ―Balançou a cabeça de maneira positiva, mordendo o lábio inferior para conter uma risada exagerada que, a qualquer momento, poderia escapar. ―Foram cinco anos de namoro, Sasuke!

―Oras! Isso não significa que eu demorei tanto! ―Segurou-a pelos quadris e a virou um tanto para o lado, fazendo com que repousasse a coluna sobre o colchão macio.

―“Tanto”. ―Fez aspas com os dedos e o olhou de maneira serena. Tê-lo ali, ao seu lado na cama, era como um sonho realizado. Desde pequenos, se conheciam, tinham ideias diferentes, discursos diferentes, objetivos diferentes e vidas totalmente diferentes, jamais imaginava que aquele garoto fechado, sério, a beijaria sob uma árvore no dia do festival de inverno.

―Tente descansar. ―Tentou encerrar o assunto bem ali, afinal, conhecia bem sua esposa e, se permitisse, ela passaria o resto da noite conversando sobre a mesma coisa. Talvez isso fosse uma das coisas que mais gostasse nela.

―Você anda tão preocupado... ―Sakura virou sua barriga para cima, encarando o teto decorado com linhas aleatórias, preenchidas por uma fina camada de tinta dourada que brilhava sempre que a cortina balançava e deixava a luz da lua entrar. ―Deveria descansar também...

―Eu estou com tantas coisas do trabalho que acabei como você, trabalhando o dia todo. ―Admitiu, permitindo-se deitar a cabeça por entre os seios da esposa.

―Aconteceu algum problema? ―Repousou a mão sobre o topo da cabeça recheada de fios negros. ―Quero dizer... Na empresa.

―Nada de muito relevante. ―Os músculos relaxaram ao sentir o toque dela, suave como uma pena. ―Itachi vive me enchendo de trabalho e viagens, mas eu recusei a maioria desde que soube do nosso filho.

―Eu sei, querido. ―Os dedos moviam-se em forma de concha, abrindo-se e fechando-se. ―Fico muito feliz que tenha tirado um tempo para me dar assistência, mas sabe que se precisar, minha mãe poderá vir cuidar de mim, ou então Hinata.

―Hinata já tem aquele pestinha, não acredito que uma criança aqui em casa, nesse momento, seja viável. ―Ergueu o olhar, observando o rosto pálido sob a luz do luar que ia e voltava diversas vezes.

―Boruto é uma criança adorável, apenas dá um pouco de trabalho, como todos de sua idade. ―Repreendeu o marido, mas de uma forma educada. ―Mas, de certo modo, você está certo. Acredito que minha mãe seja melhor companhia nesse caso.

―Ainda bem que concorda. ―Sorriu de lado, uma coisa que sempre arrebatava o jovem coração apaixonado da Haruno.

―Oh, céus! ―Mordeu o lábio inferior, encarando-o fixamente, sequer piscava. ―Eu o amo tanto!

―Por que isso agora? Tão de repente? ―Passou os braços em volta de sua cintura, deixando que uma risada rouca escapasse.

―Às vezes meu amor por você transborda, aí não posso me conter e realmente preciso jogar aos quatro ventos. ―Inclinou-se, beijando-o brevemente, sentindo o hálito de dentes recém-escovados.

―Doidinha. ―Balançou a cabeça para os lados, achando graça daquele jeito todo amoroso que sua esposa cultivava desde o início da relação.


-------x-------


Sakura enxugou as lágrimas, observando a porta trancada do banheiro. As pernas tremiam tanto que sequer conseguia se manter em pé, apenas deslizava as costas pela parede, caindo até encontrar o chão, seu único apoio.


―Mamãe? ―Uma voz infantil, e um tanto incerta do que pronunciava, a chamou do outro lado da porta.

―Já estou indo... ―Tentou falar o mais alto que conseguia, os lábios tremiam, quase como uma convulsão. Sua filha não a poderia ver naquele estado.


Já se passaram dois anos desde a morte de Sasuke, desde o dia em que ele embarcou naquele maldito jatinho particular, daquela maldita empresa dos Uchihas, esta que lhe causou tanto sofrimento, que lhe levou o marido. Desde que tudo aconteceu, sua vida virou um verdadeiro Inferno: foi acusada de se aproveitar dos bens do cônjuge pelo próprio cunhado, perdeu a casa onde moravam, demitiu-se de seu antigo emprego de programadora e agora sustentava o apartamento sozinha.


―Mamãe! ―Chamou mais uma vez, só que agora com mais urgência, ameaçando um choro.

―Estou indo. ―Levantou-se, recolhendo o resto das forças que ainda lhe restavam para poder se colocar de pé, afinal, sua filha precisava da mãe, firme e forte, como sempre tentava se mostrar.


Abriu a porta de uma única vez, já com o rosto limpo, livre das lágrimas que a castigavam há dois anos. Sarada estava com os joelhos apoiados no chão enquanto esticava o pescoço para poder encarar sua mãe.


―Pronto, meu bem. ―A buscou nos braços, deslizando os dedos pequenos por entre os fios negros, finos como linhas de costura. ―Vamos, eu vou preparar sua comida.


Seguiu pelo corredor pequeno do apartamento, deixando que os olhos esbarrassem em uma fotografia de Sasuke, ainda criança, completamente sujo do líquido que vinha do tomate em mãos. Um sorriso surgiu nos lábios, juntamente a uma lágrima solitária no olho esquerdo.

“Ele se foi e não há mais nada que possa ser feito”

27 февраля 2018 г. 0:36 0 Отчет Добавить Подписаться
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