sololunar Lia Staboli

• • •「Especial Dia dos Namorados」• • • ❝Não foi tardio o suficiente perceber que o seu amor por mim aumentava com sua ação inconsequente. Movendo-se em minha direção, clamando por tal atenção, apenas para conseguir conquistar o garoto que tomou posse do seu fraco coração. No vislumbre, tentei decifrar aquilo que me oferecia. Ao tomar consciência, ousei declarar para ti a minha incontrolável paixão.❞ || Jikook || Oneshot || Especial || Almas Gêmeas || Escolar || Banda || • Capa by: @hobiwet Copyright ©2021. - All Rights Reserved.


Фанфикшн Группы / Singers Всех возростов.

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Único

É dia dos namorados e não poderia deixar vocês sem uma oneshot desse casal, não é mesmo? Enfim, espero que curtam bastante pois foi uma ideia que surgiu do nada e um pouco antes da hora.

Aqui temos esse Jungkook lindão da mídia, sim!! Auau.

Não costumo narrar em primeira pessoa, mas espero que gostem!

Me siga para acompanhar minhas demais obras: @sololunar

Boa leitura! ♡☕

↫↫↫↫↫↬↬↬↬↬


Park Jimin.


Podemos chamar muitas coisas de clichê, mas ter um rockeiro em seu encalço para conseguir um pouco de atenção é, de longe, algo que não esperava ao enfrentar o ensino médio.

Depois de entrar no terceiro ano, passei a conviver com Jeon Jungkook, um repetente vagabundo que, ao invés de passar suas horas fazendo algo de produtivo para melhorar suas terríveis notas, prefere ficar tocando com a sua banda em uma garagem suja e apertada.

Meu irmão briga comigo, falando que é a vida dele e que eu não deveria me irritar com isso. E de fato ele tem razão. Porém, isso passou a ser meu problema a partir do maldito dia onde ele se apresentou na escola com uma música romântica e até um pouco rebelde, eu diria. E, no final, ainda dedicou ela a mim. Após isso, não tive mais paz em nenhum ambiente.

Embora toda essa atenção me deixasse um pouco feliz, já que nunca fui tão elogiado e cuidado em tão pouco tempo, me irritava por trazer olhares para minha direção.

Anteriormente eu costumava ser um aluno quieto, estudioso e que passava despercebido pela maioria dos alunos, até mesmo professores que só se preocupavam em ter os trabalhos em suas mesas e o pagamento no fim do mês, nada mais. Agora, sou alvo de chacota e comentários constrangedores até mesmo no banheiro.

Jungkook se tornou o mal do meu dia-a-dia.

Logo que entrei pelos corredores, rapidamente encolhi os meus ombros e coloquei as mãos em minha bermuda de cor neutra. Olhei para baixo enquanto aproveitava a música que soava no meu fone, algo tranquilo e calmo, ótimo para ouvir para começar um dia onde serei alvo de mais estresse, sem contar com as duas provas de matérias diferentes que eu terei de enfrentar.

A verdade é que nunca gostei de ser o centro das atenções. Sempre fui considerado o menos atraente da classe, quem passa longe do padrão. E isso é terrível, afinal, nem altura tenho para me tornar o menos ruim entre todos os outros alunos. Tenho uma péssima noção de moda, então uso apenas roupas de cores pastéis e que são dificilmente usadas pelos demais adolescentes. Então, recorrendo a medidas desesperadas de ser bom em algo, me aprofundei de cabeça nos estudos, assim tornando o melhor dos melhores. A terrível conclusão que cheguei a isso? Não ganhei nada, apenas perdi o meu tempo.

De nada adianta fazer isso, sendo que a sociedade preza pela beleza exterior.

— Oi coisa, o que está escutando? — Sendo despertado dos meus pensamentos, ouvi a voz de Jungkook. Antes que eu pudesse olhar para o lado, um dos fones foi retirado do meu ouvido, sendo colocado no dele. — Entendi, você não só se parece velho pelas vestimentas, mas também pelo gosto musical. Vou anotar no meu diário da paixão.

— Como ousa?! — Arranquei o fone dele e o olhei com raiva, mantendo meus olhos estreitados. Novamente percebi o olhar e o sorriso bobo em minha direção. Sendo bem sincero, nunca achei motivos plausíveis para aquele demônio gostar de mim. Juro que já fiquei madrugadas inteiras pensando sobre, mas nunca cheguei a achar respostas. — Você é tão irritante, que saco!

— Você ouviu as músicas que te mandei ontem, coisa? Numa delas cheguei até a citar o seu nome. — Continuando com a conversa, ele falou. Revirei os olhos, respirando fundo para me manter paciente.

— Hoje não, Jungkook. Tem prova, e eu quero ficar o menos estressado possível.

— Eu posso te ajudar, o que acha? — Seu tom não carregava malícia, apenas era uma sugestão ingênua da parte dele. Dependendo de Jungkook, sei que ele provavelmente seria capaz de pegar algum gatinho no petshop que há ao lado da escola apenas para me agradar aqui.

— N-Não preciso da sua ajuda. — Ruborizei ao pensar na probabilidade de deixar ele tentar fazer algo por mim.

Confesso que no começo disso tudo, achei que suas atitudes partiam de uma aposta sem graça ou de piadas, com intuito de me humilhar. Mas, com o tempo, percebi que ele fala sério quando diz gostar profundamente de mim. Apenas parei de duvidar quando ouvi todas as suas músicas. Mesmo não revelando ou comentando sobre, são elas que escuto quando estou mal.

— Vem. Eu quero te comprar um lanche. — Ele entrelaçou nossos braços e me puxou para a cantina.

— Jungkook, que merda! — Tentei me soltar, mas apenas o ouvi rir. Revirei os olhos e, com um bico emburrado nos lábios, deixei-me ser levado para onde ele quisesse ir.

— Coma isso antes de entrarmos na sala. Ainda faltam alguns minutos — informou, entregando um lanche natural com um suco de caixinha como acompanhamento. — Tenho certeza que vai tirar nota máxima, assim como as outras provas. Não sei porquê se cobra tanto.

— É porque é importante pra mim.

— Por que? — Então se virou na minha direção. Arregalei os olhos com a pergunta, não entendendo. — Por que é tão importante para você ser o melhor nessas provas? É apenas um pedaço de papel.

— Preciso delas para continuar com um bom boletim, Jungkook — expliquei.

— Mas você 'tá fazendo isso por gostar ou porque sente que é uma obrigação? — Dessa vez ele me pegou. — Eu realmente espero que seja a primeira opção. Não gosto de saber que está deixando de viver apenas para ganhar um dez em uma folha de papel que provavelmente não servirá de muita coisa daqui para frente.

— É fácil você falar. Não se preocupa com nada e seu futuro provavelmente não dependerá dessas notas. A carreira musical não necessita disso. — Voltei a tomar o suco, vendo, de canto de olho, ele assentir com a cabeça. — Mas é arriscado. Você pode não conseguir — murmurei, com uma leve preocupação.

— Mas não é por isso que deixarei de tentar, não é? Preciso me dedicar a minha carreira musical pois é o meu sonho. Você deveria fazer o mesmo, coisa, e não passar noites em claro apenas para provar algo a si mesmo.

— Aí! — Gemi ao receber um peteleco em minha testa. Coloquei a mão na região dolorida e observei os olhos preocupados dele. É verdade que estou me sentindo sem rumo desde que entrei para o ensino médio, então apenas estou tentando enterrar esse meu desespero com as notas. — Bobo…

— Você já recusou diversas vezes, mas novamente volto a te convidar para me ver tocar. Você precisa se divertir um pouco. — Jungkook tem um dos sorrisos mais lindos desse mundo, e sei que muitos compartilham da mesma opinião que a minha porque ele é terrivelmente irresistível. Contudo, o que ele tem de beleza, tem de irritante também. — Talvez conhecer o mundo, sabe?

— Você é tão filha da puta, Jeon Jungkook! E por que acha que eu iria querer te ver cantar?

— Não sei, talvez porque você tenha ficado encantado com a minha primeira apresentação aqui na escola? Eu te prometo que, se você for lá, eu tocarei a mesma música e irei declarar, novamente, o meu amor por você. — Com aquele tom sedutor e brincalhão, ele voltou a falar. Fiquei totalmente vermelho, conseguindo ouvi-lo rir antes de bagunçar o meu cabelo. — Posso até te ensinar a tocar guitarra ou cantar.

— Não, obrigado. — Então saí dali às pressas, querendo fugir das suas garras.

Me descobri gay aos meus treze anos, e até o segundo ano foi difícil sair do armário – algo que não aconteceu já que não era tão importante aqui na escola naquela época. Mas depois da declaração daquele maldito, tive até mesmo conta de "fã" no Instagram com o objetivo de comentar sobre nós. Algum idiota que não tem o que fazer criou aquilo com o objetivo de entreter ainda mais os alunos.

As opiniões ficaram divididas. Alguns nos acham um casal fofo, outros falam que eu não sou o suficiente para Jeon.

O mais cômico – e desesperador – de tudo isso, foi ver os comentários do bendito em todos os posts, me elogiando e xingando quem quer que tivesse ido falar mal de mim. Ele até mesmo seguiu o perfil!

[...]


Depois do dia cansativo na escola, juntei as minhas coisas para ir embora e então caminhei na direção do ponto de ônibus. Eu esperava pacientemente enquanto resolvia algumas questões de matemática, ouvindo música clássica em meu fone, quando senti uma bolinha de papel bater em meu peito. Franzi o cenho e levantei a cabeça, enxergando o rockeiro em cima de uma moto, olhando diretamente na minha direção.

Olhei em volta, notando que alguns adultos nos observavam um pouco confusos, já outros alunos cochichavam entre si. Fiz um barulho com a garganta e tentei ignorar ele, voltando a atenção ao livro. Fechei os olhos com força ao sentir mais uma bolinha de papel bater em mim, só que dessa vez em meu braço.

— Que foi, porra?! — Me extravasei no momento, não segurando meu estresse.

— Sobe aqui. Vou te levar pra casa.

— Mas nem se me pagassem! Que saco! — Guardei o meu livro, olhando para o outro lado logo em seguida.

— Hey, psiu! Coisa! — Odeio tanto quando ele me chama assim que a minha vontade é de pegar todas as folhas do meu caderno e fazê-lo engolir.

Eu realmente não iria com ele, mas aquele filha da puta estava começando a me constranger publicamente. O estopim foi quando escutei a música que ele fez para mim, onde citava o meu nome repetidas vezes no refrão. Quando ouvi o começo da melodia, levantei rapidamente e, com o corpo rígido, caminhei em sua direção e subi em sua moto. Envolvi o seu corpo com os meus braços e tomei o celular de uma das suas mãos, onde pausei a canção.

— Até que enfim. — Ele sorriu de lado.

— Cala a porra da boca e só me leva pra casa, idiota. — Vermelho, mandei, tentando esconder-me em suas costas.

Diferente do que achei, não fomos para casa – que ele sabe onde fica por já ter me acompanhado até lá –, mas sim para a garagem velha dele.

— Você disse que íamos para casa!

— E vamos, só não disse quando. — Ele colocou as mãos em minha cintura e me desceu da moto com muito cuidado antes de tomar o capacete para si novamente. — Não te apresentei diretamente aos meus amigos, não é? Esse é o Taehyung, o baterista.

— Então você é o Jimin, uh? É mais bonito pessoalmente. — Com um flerte descarado, ele soltou. Fiquei surpreso. Realmente estou acordado? Devo estar sonhando para um estranho me achar lindo.

— Melhor tomar cuidado com a língua, Taehyung. Está diante do homem dele. — Jungkook falou de forma tão confiante que por um breve momento deixei seu comentário passar despercebido e apenas concordei com a cabeça, mas logo raciocinei direito e desferi um tapa ardido em seu braço, ouvindo o seu gemido de dor.

— Vai se foder, Jeon Jungkook!

— Calma aí, amor… Não precisa ser tão agressivo dessa forma.

— É um prazer finalmente te conhecer, Jimin. Sou o Hoseok. — O guitarrista veio até mim e apertou minha mão, ignorando totalmente o fato de Jungkook estar choramingando ao lado pela mini agressão. — Nosso vocalista fala muito de você.

— É, eu imagino…

— Veio nos assistir? Para ser sincero, nunca achei que isso aconteceria. — Taehyung falou, pegando suas baquetas e se preparando para tocar.

— Para falar a verdade… — Não pude concluir o que ia dizer já que uma mão grande e tatuada tapou minha boca. Olhei para Jeon, o fitando pelos olhos.

— Ele estava doidinho, Taehyung. — Jungkook piscou, porém gemeu ao receber uma mordida em um dos seus dedos. — Aí! Que coisa!

— Eu vejo… — Hoseok murmurou em ironia antes de rir e negar com a cabeça, então foi até o teclado, já se preparando. — Qual tocamos hoje?

— Aquela primeira que fiz para o amor da minha vida.

Eu estava terrivelmente envergonhado naquele momento. Queria apenas afundar a minha cabeça em qualquer buraco no chão, para sair apenas depois de anos. Não me acostumei com as investidas diretas do mais velho toda vez que estamos em público.

— Pode se sentar ali, coisa. — Ele apontou para um banquinho simples ao canto da garagem. Fui até lá e me sentei, ainda emburrado, enquanto segurava minha mochila.

Ao ouvir os primeiros acordes da guitarra, minha atenção foi totalmente presa pela melodia já muito bem decorada por mim. Quando Jungkook soltou a sua voz, senti o meu coração disparar e então entrei em um estado de hipnose, onde ao menos piscava enquanto o admirava. Quando ele olhou para mim, quase caí do banquinho, mas rapidamente virei o rosto para o outro lado, conseguindo ouvir sua risada em meio as palavras que cantarolava.

Por curiosidade e ousadia, fui levando o meu olhar lentamente para ele, querendo ver se ainda estava sendo observado. E a resposta foi sim. Quando nossos olhares se conectaram, consegui perceber as bochechas rosadas dele e não evitei ter a mesma reação. Apertei minha camisa, sentindo as borboletas no estômago se fazerem presentes. Meu coração aproveitava a festa dentro do meu peito, batendo tão rápido quanto as baquetas de Kim no seu instrumento.

Então Jungkook veio até mim, ainda segurando o microfone. Quando estendeu a sua mão, o olhei confuso, mas percebi que não tinha escolhas a não ser apenas segurar. Deixei um gritinho escapar da minha garganta quando ele me puxou pela cintura e apertou aquela região – isso enquanto cantava olhando para os meus lábios. Apertei a sua camisa, sentindo as minhas pernas bambas. Não conseguia me afastar, tampouco empurrá-lo, como a minha mente sugeria fazer.

Assim que a música acabou, o assisti chegando cada vez mais perto com o rosto. Apertei os olhos com força, apenas aceitando o destino que, no fundo, também queria ter. Contudo, antes que finalmente déssemos nosso primeiro beijo, fomos tirados da nossa bolha por uma baqueta caindo e fazendo um alto barulho ecoar pela garagem.

— Eita porra! — Taehyung se pronunciou, também assustado com o barulho. — Foi mal aí, finge que isso nem aconteceu.

— Puta merda, Taehyung… — Hoseok negou com a cabeça.

Quando voltei a encarar Jungkook, notei o seu olhar frustrado. Arregalei os olhos e o afastei com as minhas mãos, sentindo o meu corpo todo quente. Não conseguia acreditar no que quase acabamos fazendo. Ele realmente iria me beijar? E o mais assustador nisso tudo: eu o beijaria também?!

— Jungkook, quero ir pra casa. — Disparei, pegando rapidamente a minha mochila, querendo fugir de tudo aquilo mais uma vez.

— N-Não quer ficar nem um pouco mais? Eu tenho mais músicas para… — O interrompi antes que fosse convencido.

— Não. Eu quero ir para casa, onde já deveria estar há minutos atrás.

Notei ele respirar fundo antes de deixar o microfone de lado e pegar os capacetes. Jungkook se despediu dos amigos antes de seguir até a sua moto em silêncio. Apreensivo, tive vontade de falar com ele, mas nada consegui fazer.

Ao subir naquele transporte, abracei a sua cintura com mais força, talvez querendo deixar claro que não estava chateado com ele, mas, sim, em como a minha própria defesa faz com que eu me afaste de forma repentina e brutal, machucando as pessoas ao meu redor.

Ele pareceu entender já que senti a sua singela carícia em minha mão esquerda antes de ligar a moto e nos tirar daquele lugar. Durante todo o trajeto tive que conter o meu coração e também meus pensamentos que viajavam de volta para a situação constrangedora de minutos atrás. Pelo menos consegui manter-me em silêncio e aquela desordem para mim, apenas por estar acostumado, caso contrário seria um desastre.

— Obrigado, Jungkook — agradeci, devolvendo o capacete para ele após descer da sua moto.

— Olha, Jimin… — O encarei e notei que ele estava constrangido. — Desculpa por mais cedo. Eu acho que fui longe demais dessa vez.

Não, não, não!

— T-Tudo bem… Acho que nós dois fomos. — Notei seus olhos arregalados, então virei a cabeça para o outro lado, tentando não me constranger ainda mais. — Você ainda continua agindo como um idiota, então não me surpreendeu.

— Você é a coisinha mais chata e frescurenta que já conheci, Jimin. — Quando voltei a olhar para ele, notei o seu sorriso apaixonado nos lábios de novo. Apertei as alças da minha mochila, admirando aquilo por tempo demais. — Nos vemos amanhã, na escola.

— Uhum. — Quando ele fez menção de se aproximar mais uma vez, o empurrei e mostrei o dedo do meio, bravo pela sua clara provocação. — Vai pela sombra, Jungkook.

— Claro, irei. Pois você quem deve ser iluminado para admirarem o quanto quiserem, como o anjo que é. — Ele piscou e então colocou o capacete mais uma vez. Antes que eu pudesse respondê-lo, ainda desconcertado, o vi partir, deixando apenas o rastro do seu perfume viciante para trás.

[...]


Numa noite, entediado em meu quarto, tentava me entreter com algum joguinho de perguntas no meu celular, mas, mesmo com todo o meu esforço, não conseguia me divertir com aquilo. Passei longas duas horas inteiras mexendo nele, então depois de um momento passou a ficar sem graça.

Suspirei e deixei o aparelho ao meu lado, no colchão. Encarei por poucos minutos o teto, tentando viajar com a minha imaginação, porém ela levou-me até o rockeiro mais uma vez, como sempre tem acontecido depois de ouvir a sua declaração pública para mim.

Tentado a escrever algo sobre ele, fui em minha rede social e comecei, como em forma de desabafo, para não me sentir completamente sozinho em meus pensamentos. Não é como se eu fosse postar para todos da escola verem, inclusive os meus familiares, mas apenas o fato de estar escrevendo já alivia muito a tensão.

“Seus olhos me lembram jabuticabas, sendo tão pretas e redondas. Quando me olha, sinto ser doce e noto uma falsa inocência em suas íris. Me sinto como um verdadeiro príncipe, e mesmo que isso seja apenas fruto da minha terrível imaginação, você não para de me encarar e proferir palavras amorosas que fazem o meu coração bater cada vez mais rápido. É segredo, no entanto.

Seu braço fechado por tatuagens diferenciadas é sempre o meu foco de atenção quando você aparece no corredor. Não posso dizer que gostaria de tê-las em mim, apenas quero tocá-las em seu corpo, pois é isso que as torna tão atraentes. Seus músculos desenhados muitas vezes já foram a causa dos meus suspiros.

Seu estilo nunca muda e também não é diversificado. Sempre veste preto ou cores escuras. Calça de couro ou jeans é comum de se ver em suas pernas, assim como os diversos acessórios em lugares específicos do seu corpo.

Sua voz, seu cheiro, seu corpo… você. Tudo em você me agrada.

Então, por que eu?”

Encarei aquele textinho, pensando novamente em como pude ser escolhido por alguém tão bonito e doce como Jungkook. Ele é irritante, mas nem todos são perfeitos. Só que chegou em um ponto onde suas provocações tornaram-se minha dose de serotonina diária. Não vivo sem elas, mas sempre demonstro braveza ao lado dele.

Em um ato impensado, publiquei o que tinha acabado de fazer enquanto ainda pensava no moreno. Fechei os olhos, suspirando fundo e deixando o aparelho de lado. Minha mão vagou para o colar que estava envolta do meu pescoço, onde consegui capturar a corrente dourada que havia ganhado de Jeon no dia do meu aniversário.

Quando ele me presenteou, fiquei pasmo, é claro, mas não pude recusar e ao menos tive chance. O senti colocar em meu pescoço, desde então custei muito a tirá-lo dali.

Jungkook geralmente usa correntinhas de prata, mas ousou comprar diferente ao me presentear com um dos colares mais lindos que já vi em toda a minha vida, sendo que ela guarda uma moldura de borboleta muito delicada. Fui perceber após semanas que nela há escrito "eu te amo" em todas as línguas possíveis – apenas consegui reconhecer duas, coreano e inglês. São tão pequenas que jurava serem apenas riscos.

Posterior a isso, foi difícil não deixar o coração ser levado cada vez mais para Jungkook.

Talvez aquele textinho tenha me feito abrir mais os meus olhos ao que envolve aquele garoto.

O textinho…

Esbugalhei os olhos e senti todo o meu corpo estremecer ao me lembrar da postagem. Jurei sentir o meu coração congelar. Então corri para pegar o celular e desbloqueei ele com a mão trêmula.

— PUTA QUE PARIU! — gritei quando notei que tinha acabado de compartilhar um pensamento íntimo. Para piorar, aquilo estava começando a repercutir com os vários comentários dos meus colegas e também de conhecidos. Não tardei em apagar aquilo e jogar o celular na direção dos travesseiros. Então bati a cabeça várias vezes no colchão, desejando sumir. Urrei contra o lençol, extremamente envergonhado e arrependido. — EU VOU ME MATAR!

[...]


No dia seguinte, preferi escolher roupas escuras e também calorentas, mesmo fazendo um calor terrível fora de casa. Tudo isso para tentar esconder o constrangimento. Mal consegui dormir por conta da ansiedade, tentei até mesmo faltar, mas não podia já que teria mais provas naquele dia.

No corredor da escola, mantinha a minha cabeça baixa e o volume no máximo em meu fone. Sabia que estava sendo alvo de cochichos e comentários nada engraçados, porém não queria ficar ainda pior do que já estava.

Quando olhei para frente, senti todas as minhas bochechas arderem ainda mais ao notar a roda de pessoas que havia se formado à minha volta. Voltei a sentir-me indefeso e incomodado com tudo aquilo. Apenas queria sumir. Então algo me surpreendeu.

Meus olhos foram cobertos por mãos grandes que rapidamente reconheci ser de quem eram pelo cheiro familiar. Não conseguia ver nada, muito menos ouvir, todavia algo me dizia que aquela multidão se dispersava aos poucos. E, diferente do que achei, Jeon não chamou mais atenção para nós, ele apenas me virou e me puxou contra o seu corpo, conseguindo me esconder entre os seus longos braços.

Como desejei, sumi.

— Vou te levar para outro lugar. — Escutei ele sussurrar em uma orelha após tirar momentaneamente o fone dali. Então, arrepiado e mexido com a sua presença, assenti com a cabeça.

Fui levado às pressas para fora da escola, quando menos percebi já estávamos em um lugar afastado e longe de olhares alheios. Ao levantar minha cabeça, encarei Jungkook que mantinha o sorriso em seus lábios, me olhando de forma mais intensa do que antes.

— Você leu…

— Tinha como não ler? Tenho suas notificações ativadas. — Corei e abaixei a cabeça, sentindo ele colocar algumas mechas do meu cabelo atrás da minha orelha. Apertei sua mão, sentindo novamente as borboletas no estômago.

— Idiota — murmurei.

— Por você. — Ele completou. Apenas me virei de costas e tentei apaziguar meu batimento cardíaco enquanto massageava a região do meu peito. — Você quer que eu cante algo para você?

— Do que vai adiantar? — Um pouco ríspido, perguntei, lembrando de todos os olhares direcionados para mim após um erro meu.

— Você pode se distrair um pouco. É a única coisa que consigo fazer agora, então me deixe tentar te ajudar…

O olhei, surpreso por saber o verdadeiro motivo. Notei a sua preocupação e ansiedade para me ver bem. Então, de forma singela, assenti com a cabeça, podendo contemplar mais uma vez o sorriso de coelhinho.

Quando nos sentamos no chão, fechei os olhos ao ouvir a voz dele, finalmente, dessa vez tão de perto. O que veio a seguir foi algo que fiz sem pensar, mas o meu corpo parecia ser atraído para ele como um ímã. Deitei minha cabeça em seu ombro e apoiei minha mão em sua coxa, conseguindo tocar levemente nos dedos dele. Timidamente tentávamos entrelaçá-los toda vez que se tocavam.

Quando vi as flores balançarem pela briza que as acariciou rapidamente, senti a minha mente ficar ainda mais confusa. A súbita vontade de beijá-lo retornou, mas diferente. Eu queria fazê-lo, e dessa vez me pareceu certo para finalmente aceitar e compreender os nossos sentimentos.

Quando olhei para ele, encarei sua boca se mexendo, soltando palavras doces. Sorri em resposta, conseguindo sua atenção de imediato. Então me aproximei minimamente, ouvindo o tom de voz dele baixar à medida que ficávamos tão próximos um do outro.

O que veio a seguir fez o meu coração explodir de felicidade. Quando finalmente senti os lábios dele encostados no meu, parecia que o mundo havia parado, assim como o tempo. Tudo pareceu se encaixar de forma mágica, como se uma força superior pairasse sobre nós, juntando dois destinos que foram feitos para serem um só.

Ouvi um estalo ecoar dos nossos lábios quando se separaram do selinho. Encarei Jungkook com devoção e paixão, notando o seu brilho apenas aumentar. Então segurei sua mão e apertei-a, voltando a juntar nossas bocas, mas agora movendo-as em harmonia.

Dessa vez, a única canção a ser escutada eram os nossos corações batendo um pelo outro.

[...]


O inverno desse ano veio com tudo, evidenciando que em alguma data veríamos a primeira neve. As aulas não foram suspensas, no entanto, muitos alunos começaram a faltar mais frequentemente, talvez pela preguiça de levantar para enfrentar um tempo tão frio. Não é como se pudéssemos dar esse luxo todas as vezes, mas tivemos sorte de não estarmos em período de provas.

Particularmente, estou ansioso para o inverno. Dizem que se você assistir a primeira neve cair com o seu amor, ambos ficarão juntos pelo resto de suas vidas. Sempre achei isso uma baboseira, até um certo alguém entrar na minha vida.

Jungkook e eu ficamos mais próximos depois do beijo. Eu não consegui mais afastá-lo, tampouco fugir dos meus sentimentos por ele. Apenas falei diretamente o que sinto de uma vez, e talvez essa tenha sido a melhor escolha da minha vida. Fui beijado mais uma vez, com paixão, carinho e principalmente amor. Em meio a tudo isso, recebi o pedido de namoro. Com certeza foi diferente de tudo que sempre imaginei, mas continuou sendo perfeito. Agora porto uma aliança em um dos meus dedos e nunca irei tirá-la, apenas para uma ocasião, mas será mais um dos vários passos que ainda iremos dar juntos.

— Você vai sair com aquele menino de novo? — De longe, escutei o meu pai perguntar. Apenas sorri de lado e me aconcheguei no meu casaco. Ele fica terrível quando meu irmão não está em casa, ou seja, a maior parte do tempo já que agora estuda fora. — Eu não acho aquele moleque bom.

— Pai, para. O senhor viu muito bem como o Jungkook me faz feliz. Só porque ele tem tatuagens, uma banda e com certeza um futuro mal decidido, não quer dizer que seja uma péssima pessoa. — Ele estreitou os olhos e me permiti rir com a sua teimosia. — Ele me ama e cuida de mim, isso que importa.

— Ele tá te levando pro mal caminho com a banda dele, isso sim.

— Eu me apaixonei pela banda, pai. Ninguém 'tá me obrigando a fazer parte disso. — Me aproximei e deixei um beijo em sua testa. — Eu já vou indo.

— Você não foge dessa conversa porque só eu sei o quanto você o julgava, Park Jimin. — Em partes meu pai tem razão, porém o meu coração escolheu Jungkook e me mostrou o melhor lado dele, algo que me negava a ver. Ele continua sendo irritante, idiota, atrapalhado e sonhador até demais, mas é a ele que pertenço.

— Ele sabe de algumas coisas, mas nunca o revele tudo do que eu falava dele, tá legal? — Mal esperei ele confirmar. — Tá legal! Combinado! Tchau pai, volto antes das oito! — Então saí de casa, logo vendo o meu namorado me esperando na esquina da outra rua.

— Alguém já disse o quão bem eu fiz para o seu guarda-roupa? — brincou, olhando para as minhas vestimentas. — Ai amor! — gemeu dolorido assim que recebeu um soco no ombro. — Tô brincando!

— Sem graça… — Então o vi olhando para o local dolorido. Em um impulso, tomado pela coragem, segurei o seu rosto e o virei para a minha direção. Tomei os lábios dele para mim, como sempre ousei fazer desde que nos beijamos pela primeira vez.

É como comer sua comida preferida, estar em paz no momento mais feliz da sua vida, ver o pôr do sol ou tomar um achocolatado em tempos frios. Quando eu o beijo, é uma sensação de prazer absoluta. Me sinto dele, conectado de corpo e alma. É quase como se saíssemos de órbita durante alguns instantes, pois esqueço de tudo que há à minha volta. Meu corpo quase que fica em abstinência quando estou longe dele, então o procuro para mantê-lo perto de mim quase a todo momento.

Taehyung ainda brinca que Jungkook me amou primeiro, porém passei a amá-lo mais ainda. No fundo, sei que isso é um fato.

Ao nos separarmos, mantive os olhos fechados. Não evitei sorrir ao ganhar mais selinhos em meus lábios, sentindo o inferior sendo puxado e mordido levemente, me causando suspiros e borboletas no estômago.

— Está pronto, minha coisinha fofa? — perguntou, recebendo um aceno de volta já que minha mente ainda estava presa aos beijos que demos.

Com cuidado, deixei que ele colocasse o capacete em minha cabeça. Então sentei atrás dele ao subir na moto. Abracei com força sua cintura, apertando-o cada vez mais contra mim. A viagem para o festival não foi longa. Ela é localizada no centro da cidade e sempre acontece quando o inverno toma posse de todo o país. Ali acontecem shows, vendas e outras outras coisas que entretêm as pessoas.

Acontece que essa é a primeira vez que vou cantar junto com a banda após meses ensaiando com eles ao aceitar fazer parte. Me encontrei ali. O destino que tinha preparado para mim não fazia muito sentido, visto que eu só pensava na minha estabilidade financeira. Alguns podem me chamar de louco, e com razão, por querer largar tudo e querer acompanhar o meu namorado e sua banda pequena. No entanto, não dá para fugir de algo que alimenta a minha vontade de viver. Sendo bem sincero, nada importará se você realmente não for feliz. Acho que fiz a escolha certa, então estou pronto para arcar com as consequências, sejam elas boas ou não.

— Vocês demoraram, casal. Está para começar a nevar. Temos algumas horas até nos prepararmos. — Quando chegamos, tivemos que contar com a terrível – nota-se a ironia – presença de Kim Taehyung.

— Eu marquei cedo para isso. Quero ver com o Jimin. — Jungkook revelou enquanto guardava a chave, me deixando bobo e corado ao seu lado.

— Tá, tô vendo que não é um momento para Hoseok ou eu estarmos incluídos. Enquanto vocês namoram e fazem coisas de casal, vou sanar a minha solidão com comida, falou? — Levantou a mão em um aceno.

— Tão idiota… — murmurei em negação.

— Deixa ele. Agora vamos curtir. — Fui levado até uma das barraquinhas, onde foi entregue a mim um salgadinho para comer antes de irmos ver definitivamente a neve. — Tá nervoso?

— É a maior loucura da minha vida, Jungkook! Tá falando sério!? — Ouvi sua gargalhada que tentava ser controlada já que ele ainda mastigava o alimento.

— Pelo menos não vai estar fazendo isso sozinho. E, aliás — Se aproximou. —, sua voz e sua letra é uma das melhores coisas que já pude presenciar. Não se cobre tanto. As pessoas vão gostar. — Senti as mãos dele deslizarem pelas minhas bochechas quase congeladas.

— Mas quase todo mundo da cidade está aqui. E se… — Fui interrompido com um rápido selinho casto.

— E daí? Você quer isso, não quer? — confirmei com a cabeça. — Então pare de se preocupar com os outros, coisa. Se está fazendo o que quer, não deve ligar para o que vão pensar.

— Mas… — Fui interrompido por outro beijo. — Jungkook, que saco! Coisa idiota… — murmurei, envergonhado.

— Você tá pensando demais. Vem, a neve está para começar. — O segui com as nossas mãos juntas, sentindo o aperto firme dele. Depois de um tempo, parei de ligar para o que as pessoas pensariam se nos vissem. Felizmente não houve nenhum comentário infeliz sobre nós, ou Jungkook apenas trata desses assuntos sem me avisar, pois é o que Hoseok deixa a entender em alguns momentos.

Quando menos percebi, estava aceitando toda a proteção que Jeon me proporciona. Posso estar sendo horrível de falar que gosto quando vejo esse seu lado em situações ruins, porém não consigo evitar. Nunca ninguém cuidou tanto de mim assim. Sempre afastei as pessoas, mas ele sempre se manteve ali comigo.

— Amor, olha! — Assim que chegamos perto de uma área aberta, consegui enxergar famílias e casais observando o céu, vendo a primeira neve cair. Sorri de forma sincera, apertando ainda mais a mão de Jungkook. — Consegue ver?

— Um pouco. — Me assustei quando fui facilmente levantado em seu colo. — Jungkook?!

— Está melhor?

— Idiota, me coloca no chão! — sussurrei, envergonhado, olhando para as pessoas em volta. Só haviam crianças no colo, não queria passar essa vergonha.

— Vida, olha pra cima! — Ao escutar, levantei o meu rosto e me assustei ao sentir a neve tocar o meu nariz. Foi impossível não me entregar totalmente ao momento, esquecendo o constrangimento.

Depois dessa primeira e fina camada de neve caindo, vieram mais logo em seguida, parecendo intermináveis. Crianças já corriam pelo gramado, vendo-o ficar molhado e branco lentamente. Quando vimos os fogos de artifício alcançarem o céu, o iluminando com cores vivas e diversas, todos suspiraram de prazer.

Mesmo com aquela visão linda do manto azul que nos cobria, revelando aos poucos as estrelas, decidi encarar o meu namorado, tendo mais uma surpresa: ele não olhava para as pessoas, a neve ou muito menos a explosão de cores no céu, mas para mim. Seus olhos redondinhos brilhavam mais que tudo que estava acontecendo ao redor.

— Eu te amo, coisa… — sussurrou, inerte.

— Eu te amo muito mais, idiota — murmurei de volta, segurando seu rosto com delicadeza antes de juntar os nossos lábios em um beijo cheio de paixão.

Poderia dizer que ficamos horas ali, juntos, aproveitando nossa primeira neve junto com outras comemorações, porém foram apenas alguns minutos, mas mais que suficientes. Tivemos que interromper o nosso momento para irmos ao palco. Me mantive nervoso, afinal, o público parecia ansioso demais para ouvir a primeira apresentação da noite.

— Está pronto? — Ele perguntou, então respirei fundo antes de assentir com a cabeça e entrar junto com os três.

Tudo pareceu tão surreal para mim que os rostos não eram indecifráveis. Eu não conseguia enxergar nada além de cabeças direcionadas a nós. A voz abafada de Jungkook, nos apresentando, parecia longe demais para ser escutada. Então apertei os olhos e fiz o mesmo com o microfone em minhas mãos. Tentei acalmar as batidas do meu coração, não querendo vacilar dessa vez.

— Amor? — Ao olhar para o lado, me conectei com os olhos do moreno que me olhava de forma preocupada. — Tudo bem? — Assenti com a cabeça, querendo mantê-lo longe desse meu caos interno.

Tudo de repente pareceu se tornar rápido demais. As primeiras batidas do instrumento de Taehyung soaram, logo em seguida o teclado de Hoseok e a guitarra de Jungkook. Eu esperei ansiosamente pelo meu momento, mas quando ele chegou, simplesmente travei pois, agora, conseguia ver os olhos de todos para nós. Senti o meu corpo tremer em reação.

Quis chorar, fugir para bem longe e dizer que o Jimin do passado tinha razão, mas algo ainda me prendia ali. Foi então que enxerguei o meu pai ao longe, com um sorriso sincero no rosto, talvez esperando me ouvir cantar. Aquilo foi como um embalo, pois ele havia falado que não viria me ver por conta do frio – o qual ele odeia. Todavia, ali está ele. Me sinto como uma criança em sua primeira apresentação na escola, ansiosa para mostrar aos pais o que andou ensaiando por muitos dias.

— Jimin. — Então voltei a olhar para Jungkook, não encontrando um olhar julgador, tampouco palavras de pressão, mas carinho e paciência. — Pode ir, quando quiser. — Ali entendi que os meninos estavam improvisando para não me causar tanto nervoso assim.

Foi então que entendi que deveria cantar, mostrar quem eu sou para, não só ao meu pai e a banda, mas, para mim.

Quando soltei a minha voz, fechei os meus olhos, sentindo-me mais confortável dessa maneira. Sabia que eu iria conduzir a melodia de agora, porém o meu nervosismo se esvaiu assim que pensei em coisas que me trazem felicidade. Consegui resultados de tranquilidade quando enxerguei Jungkook em minhas memórias. Quando o refrão chegou, soltei tudo o que tinha para entregar ao público, me movendo no ritmo da música e me soltando cada vez mais.

Abri os olhos ao ouvir os gritos positivos da plateia. Não evitei sorrir e arregalar os olhos, então dividi a minha boa surpresa com o resto dos membros, vendo-os mais animados e felizes que antes.

Quando o encontrei o meu idiota mais uma vez, ele sequer desviava sua atenção de mim, continuando a tocar em sua guitarra. Estendi a minha mão para ele em um dos versos que escrevi sobre sua pessoa, com o amor mais sincero que já pude descrever.

Estava tão extasiado com a plateia que mal notei quando nossa música acabou. Afastei o microfone dos meus lábios, observando todos aplaudindo e gritando por nós, visivelmente contentes e satisfeitos com o que tínhamos acabado de fazer. Agora haviam mais pessoas que antes, fazendo o meu pai ficar um pouco escondido, mas tudo valeu a pena ao encontrá-lo orgulhoso, também indo na onda dos demais.

— Jungkook! — O chamei, emocionado. Não consegui segurar minhas lágrimas diante de toda comoção.

Então ele se aproximou e segurou com carinho a minha nuca, aprofundando seus dedos tatuados em meu cabelo, me puxando para a sua direção. Fechei os olhos ao sentir os lábios doces dele em contato com a minha testa, passando um sentimento de proteção e conforto.

— Você está indo bem, meu amor — sussurrou, mantendo o contato visual. — Vamos tocar mais uma?

Antes de responder, olhei para os meninos que aguardavam uma resposta, ansiosos. Sorri para eles, sabendo que todos estavam preparados para fazer o público gritar mais ainda. Faríamos a nossa música aquecê-los do frio.

— Vamos — respondi positivamente, voltando a encará-lo.

— Pronto, Park Jimin?

Sequer o respondi, apenas oferecendo-lhe um sorriso de lado. Voltei a me virar para frente e segurei com força o microfone, ouvindo os toques rápidos da guitarra ecoarem por todo o local. Logo em seguida veio a bateria marcando presença. Respirei fundo e fechei os olhos por milésimos de segundos, sentindo a adrenalina correr por entre as minhas veias. Quando me encontrei preparado, soltei a minha voz junto com o teclado.

As cordas me dão energia;
O teclado me desperta para a realidade;
A bateria bate junto ao meu coração;
E Jungkook me guia através da multidão.

Universo, não sei qual foi a sua de por um completo idiota no meu caminho, mas fez o certo. Não ouse tirá-lo do meu lado jamais.


↫↫↫↫↫↬↬↬↬↬

O que acharam?? Espero que tenham gostado!

Jungkook: a
Jimin: idiota!

Eu notei uma coisa: escrevo os jikook sempre amorzinhos um com o outro, isso me faz pensar em como eu sou tão solitária. Bem, felizmente consigo me contentar com a escrita, imaginando meus próprios personagens na realidade deles. Isso já me conforta e anula a minha solidão.

Eu deveria fazer uma obra com os jikook desentendidos e se odiando algum dia, não é...? Hm...

Não esqueçam de me seguir: @sololunar

Até a próxima!

Amo-te infinitamente ♡.


12 июня 2022 г. 23:06 0 Отчет Добавить Подписаться
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Об авторе

Lia Staboli escrevo histórias de vários gêneros e shipps. Wattpad: SoloLunarC Spirit: SoloLunar twitter: lunar_solo

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