Ele cobrou o pênalti e a bola foi na trave.
A palma da minha mão ficou vermelha com o tapa que dei em minha própria coxa. Me indignei. Apertei o botão de desligar fazendo um movimento de soco em direção a TV, com o controle remoto, como se essa força me ajudasse a desligar mais rápido.
Fui pro quarto, deitei, puxei as cobertas até a cabeça e cerrei bem os olhos, na tentativa de dormir logo. A raiva é inimiga do sono e eu já nem sabia mais quanto tempo já havia passado desde que me estiquei na cama. Peguei o celular e surpreendentemente já se foram 3 horas desde a penalidade.
Abri meu player de músicas com certa decepção por falhar em algo tão básico quanto dormir. Na busca encontrei um áudio com o título "Sono profundo em 5 minutos". Ele tem 120 minutos. Meu primeiro pensamento foi questionar se eu chegaria ao sono profundo com 5 minutos de áudio ou a partir do momento que eu dormisse, por meus próprios méritos.
Fazer uma busca por arquivos desse tipo deixa claro minhas dificuldades para dormir, logo em raciocinar de maneira clara, então, resolvi confiar na hipótese que dormiria em 5 minutos. Ouvi por completo o arquivo e não dormi.
Vou ter uma luta ferrenha com o sono durante todo o meu dia e, provavelmente, dormirei em 5 minutos quando a noite chegar. O áudio cumprirá seu propósito, ao tempo dele.
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