Theo limpa o nariz após escorrer e em seguida passa uma página do meu álbum de fotografia, álbum esse que ele costuma mostrar toda semana, minha irmã disse a ele que eu gostava de ver e de fato eu gosto. Amo olhar as fotos do meu casamento, minha esposa e nossas viagens juntos. Ela era uma mulher fantástica e nós tínhamos uma vida perfeita, isso fora antes dela começar a apresentar um quadro de esquizofrenia. A única coisa que me incomoda é que quando Theo mostra as fotos ele não para e continua mostrando as fotos, até da época em que minha esposa já tinha esse transtorno e eu fico olhando as fotos em que os olhos dela procuram por algo, e suas mãos sempre sobre meus ombros. Tudo isso pelo medo que ela sentia do demônio Shabriri, esse que ela jurava que a perseguia. Theo continua a passar pelas fotos, o que não me atrai mais. Penso agora no acidente que me colocou nessa situação e foi o fator para a morte de minha esposa. Não tem como ele saber, mas eu estaria chorando agora se lagrimas pudessem sair, ou gritaria se pudesse emitir algum som de minha boca.
Tarde
Sei a quantidade exata de madeiras que tem no forró do quarto, a variação de madeira que cada ripa tem. E assim passo minhas tardes de segunda, dia esse que Theo não me tira de casa. O que não me incomoda, pois vou para sala ver televisão mais cedo.
Theo entra no meu quarto com a cadeira de rodas, ele a coloca próxima a cama e antes de me preparar para colocar na cadeira ele tosse e depois me coloca nela, o que pela experiência executa rápido e logo estou na sala. Nada nós canais de filme atrai ele, então muda para os de esporte e logo tira também. Bom, o gosto dele acaba se tornando o meu, mas o interessante é que parece que ele sabe que eu gosto de noticiário e deixa lá por horas. As notícias que circulam ultimamente é sobre uma pandemia de fácil contágio e uma fatalidade ainda pouco conhecida. Theo ultimamente tem falado no telefone com minha irmã, talvez minhas saídas vão acabar.
Noite
Olho de relance para a janela da minha casa e vejo um reflexo, sinto um frio em minha barriga, começo a suar. Theo está dormindo no sofá, ele começa a tossir e acorda, me vê e passa a me ajudar.
Deitado na cama, Theo coloca o termômetro e em seguida volta a tossir. O que desta vez fica recorrente e agora sangue sai da sua boca. Theo me olha, seus olhos escurecem e então apavorado ele grita:
-Eu não consigo ver…
Ele cai no chão e não o vejo mais, apenas ouço seus gritos de pavor. Vejo no teto uma ripa diferente, e a luz emitida da lâmpada se intensifica e me lembra um farol de carro. Da minha garganta vem uma tosse junto dela minha lucidez volta, o que rapidamente acaba quando noto no canto do meu forro Shabriri, em toda sua dimensão o demônio nada faz., apenas me observa.
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