johnsilas João Pedro

Uma antiga cidade com chão de terra batida, distante do agito das grandes metrópoles; após a chuva, uma carta é encontrada, um sequestro ocorre, e um mistério se revela. [✓] Essa história foi revisada. [⭐] Minha primeira obra.


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A cidade

Era exatamente meia-noite do ano de 2018. Terra Velha, minha cidade, era bastante antiga e tranquila. Qualquer notícia, como roubo, assalto ou algo que alterasse a rotina, ganhava grande notoriedade. Era praticamente impossível não ficar sabendo.

Entretanto, em certo dia, a cidade recebeu uma notícia que mudaria completamente o destino da mesma. A chuva batia na janela, o vento forte balançava as portas. Eu assistia televisão, ouvindo a chuva lá fora. O filme estava terminando, e a televisão estava com um chiado estressante.

Estava largado nos sofá suspirando entediado com a minha própria vida.

Após o final do filme, pairou um silêncio matador. A chuva forte lá fora e o silêncio aqui dentro. Foi então, em uma plena sexta-feira, que toda a vizinhança ouviu um grito estrondoso.

Tiago, o padeiro local, saiu correndo para ver o que era.

— Quem foi? — Questionou o padeiro.

Depois de alguns minutos, as janelas começaram a se abrir e olhares curiosos cortavam a cena.

— Minha filha! — Gritava dona Rosa da casa da esquina.

Os moradores inquietos das casas vizinhas começaram a sair de suas moradias e apontar as luzes de seus celulares, iluminando a rua. A chuva e o vento estavam fortes, as pessoas estavam tensas e com medo desconhecido.

Dona Rosa, com o braço no rosto, chorava clamando por sua filha. Os moradores preocupados se juntaram para consolar a senhora. Alguns pais e mães voltaram para suas casas com a intenção de proteger seus filhos.

Lentamente, as pessoas retornaram para suas moradias. Foi aí que eu, inquieto e ao mesmo tempo assustado, abri a porta da frente.

"Whack", fez a antiga porta sendo aberta lentamente. A luz da minha casa iluminava levemente a frente do meu quintal. A chuva estava fraca, mas ainda constante.

Uma carta na frente da minha casa. Me perguntei o motivo, não tinha ouvido barulho algum do portão abrindo. Aquele velho portão de ferro da época colonial. Era impossível algo abri-lo sem fazer sequer um barulho.

Abri a carta, peguei-a em minhas mãos e ali mesmo, com minha porta aberta, comecei a ler.

"Não leve isso a sério, não pense que é um filme de terror. Você talvez seja o único que pode me encontrar. Acho que está se perguntando o porquê de você. Bem, nem eu sei. Talvez seja apenas o destino. Venha, garoto, a filha da senhora Rosa está comigo. Ela está bem, não fique com medo."

Fechei a carta e olhei para a rua de terra. O cheiro de solo molhado e a leve brisa da chuva no rosto me deixavam inquieto. Será que devo revelar a existência dessa carta para os demais? Fechei a porta com a chave, desliguei a televisão e deitei na minha cama. Puxei a coberta e dormi. A chuva lá fora, o medo aqui dentro.

— O que deve ser isso? Não sou de receber cartas, será alguém querendo passar algum trote?

Retornei para dentro da casa confuso, não estava entendendo a situação. Deixei a carta misteriosa aí lado da televisão de tudo enquanto caminhava cansado até meu quarto.

Na manhã seguinte, saltei da cama rapidamente, troquei de roupa e dirigi-me à padaria do Tiago. Ao adentrar pelas portas de vidro duplo, deparei-me com as mesmas faces habituais, porém com um olhar diferente.

Tiago, o proprietário da padaria, perguntou sobre a noite anterior enquanto organizava os pães.

— Você está a em sua casa ontem? — Indagou Tiago.

— Sim, ouvi os gritos mas estava chovendo muito, encontraram a filha da dona Rosa?

— Ainda nada, nunca aconteceu uma coisa assim na cidade.

— Realmente, todo tempo que eu já estou aqui ainda não havia visto algo assim.

Tiago parou de conversar foi chamado por outro cliente, eu observava os rostos ao redor. Seu Pedro, que estivera na rua na noite anterior, parecia abatido enquanto tomava seu café forte e saboreava duas fatias de torrada com manteiga.

Ele era um senhor já de idade avançada, rabugento, não gostava de nada que fosse minimamente moderno, parecia trancafiado ao passado.

O silêncio era aterrorizante, todos estavam apreensivos. A poeira flutuava pela rua de terra do lado de fora. Sem assunto, passos rápidos ecoaram na velha estrada.

— Algo aconteceu aqui!

Tiago, Seu Pedro e os demais presentes na padaria, incluindo eu, correram para ver o que estava ocorrendo.

Larissa, uma moradora local, estava desesperada, apontando para trás enquanto andava rapidamente.

— Tem um número e uma inscrição na parede da casa da Senhora Rosa: "23 Dias"!

Tiago, já temeroso, pediu para Larissa detalhar como encontrou aquilo. Ela explicou que, a caminho da padaria, passou atrás da casa da Rosa e avistou a inscrição.

Larissa era uma frequentadora diária da padaria. Seria aquilo um mistério?

"23 Dias". Seria isso um cronômetro?

Após o café, retornei a casa, sintonizei a televisão. No horário do almoço, preparei meu prato: arroz branco, farofa ao lado, uma salada de alface com tomate e, para finalizar, carne assada.

Enquanto comia, refletia sobre tudo que estava acontecendo. Não era normal; algo estava acontecendo rápido demais para o ritmo tranquilo da cidade. O ventilador oscilava enquanto meus pensamentos fervilhavam. O contador "23 Dias" ecoava em minha mente. Seria um aviso de que tínhamos apenas 23 dias para encontrar o sequestrador?

O ventilador balançava de um lado para o outro quando, de repente, a porta bateu — três batidas fortes.

Deixei meu prato de lado e abri a porta. Era Tiago, parecendo cansado.

— Você pode falar agora?

Ele me conduziu até o depósito da padaria, procurando algo. Foi quando retirou uma chave antiga e enferrujada de uma caixa de madeira igualmente antiga.

— Pegue isso. Não sei o que ela abre, guardei essa chave por muitos anos até que, recentemente, encontrei uma carta dizendo para entregá-la diretamente a você — disse o padeiro, entregando a chave.

Eu me perguntava: uma carta, é?

x-x-x-x

Novamente, a chuva caía forte, e a inscrição ainda permanecia na velha parede de tinta branca. Contudo, um número foi adicionado: "22". Nesse momento, tornou-se claro que aquilo era realmente um contador, indicando que agora restavam apenas 22 dias. Eu começava a tentar reunir as peças do quebra-cabeça. Tiago também recebeu uma carta, assim como eu. Mas quem enviou essas cartas?

Provavelmente a mesma pessoa. E por que pediu para ele entregar-me essa chave?

Uma janela aberta foi batida pelo vento forte; fechei-a rapidamente e retornei ao meu sofá de couro desgastado.

Apesar do clima propício para um filme, eu estava ali, com uma chave e uma carta sobre a mesa, quebrando a cabeça em busca de pistas ou ideias. Será que alguém conhece a existência dessa chave?

Dona Rosa continuava triste, fixando o olhar no chão. Desde aquela noite, ela nunca mais foi a mesma. Me questiono se alguém mais está tentando ajudá-la.

No entanto, havia mais tarefas a cumprir. Dediquei mais quatro horas ao estudo das pistas e das supostas vítimas. Sei que talvez não devesse me envolver nisso. Poderia acontecer algo?

Decidi ir até a casa de Dona Rosa. Ela me deixou entrar, e eu me acomodei numa poltrona empoeirada, mas acolhedora. Sua casa estava escura, as janelas fechadas, com apenas uma fresta na cortina, onde um feixe de luz rompia a escuridão.

— Faz tempo que não te vejo — disse a senhora, oferecendo-me um chá.

Percebi que já fazia um tempo desde nossa última conversa. Agora, refletindo, talvez fosse um pouco indelicado vir apenas para dizer "vai ficar tudo bem". Então, tirei do bolso a antiga chave e perguntei se ela tinha alguma ideia de onde ela pertencia. Contudo, ela balançou a cabeça negativamente.

Ao menos tentei. Conversamos por mais uns vinte minutos, depois saí de sua casa e retornei à minha. Foi quando, ao final da rua, ouvi:

— Ei, você! Aqui! Preciso falar sobre algo.

Era Larissa. Talvez ela estivesse interessada em alguma coisa?

Aproximei-me lentamente, e o vento forte assoviava. Meu casaco tremulava, assim como os cabelos de Larissa. Chegando perto, ela me perguntou:

— Foi até a casa da Dona Rosa, descobriu alguma coisa?

— Nada demais — respondi, arrumando o casaco.

— Ah, que pena. Achava que isso iria acabar. Não gosto de vê-la assim.

Larissa, com seus 22 anos, é bastante próxima da senhora Rosa e parece ser quem mais sofre com toda essa situação.

O vento aumentava, e a chuva ameaçava cair. Me despedi de Larissa e retornei a casa. Ao abrir a porta, bati-a e, no mesmo instante, ouvi um som que ecoou pelas ruas, casas, solo e ar. Parecia uma explosão. Todos, assustados, saíram de suas casas. Abri a porta rapidamente, olhei para fora, na direção do topo da rua...

Tiago gritou.

— Foi um tiro!

Os moradores, em desespero, corriam para suas casas, perguntando se alguém se machucou.

Sim, no topo da rua, eu vi...

Larissa caída no chão.

Larissa estava morta.

8 сентября 2021 г. 16:12 0 Отчет Добавить Подписаться
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