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O príncipe Park Jimin fora prometido à princesa Chaelina de Caronide desde o seu nascimento. Ele se mantém focado em sua obrigação até conhecer Min Yoongi, aprendiz de cozinheiro no palácio, por quem desenvolve uma paixão intensa e desmedida. Dividido entre amor e a coroa, Jimin deverá escolher o que não pode viver sem.


Фанфикшн Группы / Singers 13+.

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Le Marriage

Escrito por: @louiselobo_


Notas Iniciais: Oi! É a Loui outra vez.

Eu adorei fazer esse tema porque bem lá no fundo, eu sou apaixonada por histórias que envolvem realeza.

Não é muito complicado nem muito longa. Pensei em fazer algo que fosse uma leitura rápida, mas legal.

Obrigada ao meu anjinho @busanjimin que sempre faz um trabalho lindo demais para as minhas histórias e à @julythereza12 da betagem que sempre dá seu melhor para que vcs recebam a história certinha 💙

Espero que gostem! 💙


~~~~



O sol estava se pondo em Alhalla, com seus raios de cor amarelo-queimado, iluminando a região onde ficava o castelo, despontando soberano e brilhante próximo a uma colina baixa. Aquela área era ampla, contemplada com um vasto e plano gramado, que sempre estava devidamente aparado.

Alhalla era o país mais vindouro daquela região e tudo ali parecia esbanjar belezas e riquezas. E, claro, com isso estava incluso o príncipe herdeiro do trono: Park Jimin.

Ele voltava da cavalgada sempre naquele horário, quando os últimos raios de luz natural ainda o agraciavam. O cabelo de fios loiros balançando com o vento, o rosto corado pelo calor do sol, a camisa de tecido fino levemente aberta, expondo o pescoço pálido. A calça de montaria sempre bem ajustada ao corpo revelava o quanto o rapaz estava em forma e saudável, marcando nas coxas musculosas e na cintura bonita. O corpo sacudindo no ritmo do trote, as mãos segurando firmemente a guia do cavalo.

O príncipe tinha traços lindos, como um anjo esculpido em mármore, com seus lábios cheios e convidativos, e um nariz precisamente bem desenhado. Jimin era lindo e todos o admiravam por isso, além de ser inteligente, o príncipe era gentil e esbanjava sorrisos.

— Alteza! Vai se atrasar para o jantar — disse Kim Namjoon, seu conselheiro, assim que o loiro desacelerou, parando perto dele.

— Vou levar Holly para o estábulo, não demoro! — falou, já deixando o castanho para trás, apressando-se em voltar para o castelo em seguida.

Namjoon já o esperava em seu quarto, onde uma serva do reino já havia separado sua roupa. Era comum que o mais velho o acompanhasse em quase todos os momentos, exceto nas cavalgadas, que era o momento em que Jimin preferia ficar sozinho, e o outro agradecia, pois não tinha o menor jeito para aquilo.

— Alteza, acho melhor avisar sobre o que trataremos nesse jantar… — começou, mas foi interrompido pelo jovem príncipe que passava de um lado para outro no quarto, tirando as roupas que vestia, sem vergonha de estar sendo visto por outra pessoa.

— Joonie, já disse que não precisa me chamar assim… Você é meu amigo — afirmou, removendo as botas pretas bem lustradas, precisava lavar o corpo antes de descer.

O Kim tapou os olhos com uma mão quando viu que o loiro tiraria as calças.

— Sim, somos, mas logo, logo você será rei, preciso manter a cordialidade.

— Certo, certo, mas não quando estivermos sozinhos.

O Park foi para o banheiro, onde uma banheira com água morna já estava preparada.

— Mas, então, o que tem de mais nesse jantar? — perguntou um pouco mais alto, já que Namjoon estava em outro cômodo.

O conselheiro sentou na cama do príncipe, suspirando e já imaginando a reação do mais novo.

— Seu casamento.

Jimin parou de jogar água sobre suas costas ao ouvir o que o outro havia dito. Ele sabia que isso aconteceria em algum momento, mas não sabia que seria tão cedo.

Desde seu nascimento, para manter as alianças políticas que beneficiavam seu reino e o reino vizinho, o príncipe fora prometido em casamento à única filha do rei Seo Joon. Eles se viram algumas vezes durante festivais e bailes reais, mas nunca tiveram afinidade ou trocaram mais do que duas palavras ou três. A menina era bonita até, mas nada fora do normal ou que chamasse realmente sua atenção, era só mais uma garota como muitas que havia por aí, o único diferencial era uma tiara de joias sobre sua cabeça.

Ele não poderia dizer que estava empolgado sobre, mas entendia a importância do casamento. Manter os reinos prósperos e combinar dois fortes exércitos era essencial. Então ele já estava ciente e conformado com tudo. Vivia sua vida ao máximo que podia, pois sabia que ao assumir a coroa e o trono, muita coisa mudaria.

— Oh… Isso… — disse sem ânimo. — Precisa ser logo? — Quis saber, ainda queria aproveitar um pouco de sua liberdade antes de assumir tamanho compromisso e responsabilidade.

— Alguns meses, acredito — falou Namjoon, seu tom era neutro. — Mas precisamos acertar tudo com o rei Seo.

— Entendo.

Jimin tentava não pensar sobre isso. Ele havia ficado com outras pessoas, garotos, garotas, nobres e alguns nem tanto. Quando era mais jovem, a ideia de casar ainda era uma realidade distante, não era algo que precisasse se preocupar tão urgentemente.

Entretanto, tomar consciência de que havia chegado a hora o deixava bastante desanimado. Não era que Chaelina — a herdeira de Caronide — fosse uma pessoa ruim, o que não era, apenas não era alguém que Jimin amasse ou mesmo gostasse um pouco, era só indiferente.

Ele sabia que a maioria dos príncipes e princesas se casavam pelo mesmo motivo, seus próprios pais haviam passado por isso. Apenas precisava fazer seu dever como futuro rei e pronto, seguir sua vida como sempre fez.

Parecia um destino triste, mas seu povo precisava que ele tomasse as melhores decisões e, pelo bem do reino, Park Jimin casaria com Chaelina. Não ter se apaixonado por alguém até que havia sido uma boa coisa; não seria tão difícil suportar o tal casamento.

— Acabei perdendo o apetite… — Suspirou baixo, brincando com a água da banheira.

— Talvez seja bom, no fim das contas — Namjoon tentou amenizar a situação. — Ela é uma boa princesa, sabia que…

Antes que o Kim começasse a fazer uma lista do quanto a futura rainha era educada e bem preparada, o loiro afundou na banheira, mergulhando na água morna, negando-se a ouvir.

O jantar com os pais fora justamente — e apenas — sobre o enlace entre Jimin e a princesa Chaelina.

Jimin estudava a situação do reino e sua administração desde muito novo, deixando sua própria infância e hobbies por muitas vezes de lado, para se dedicar a aprender a governar de forma justa e que trouxesse felicidade ao seu povo.

Estava com a mente cheia e acabou indo para a sala de treinamento, talvez um pouco de prática com a espada pudesse aliviar a cabeça e o peso que sentia sobre seus ombros. Ficou por ali mais algumas horas e só parou quando ouviu seu estômago reclamar pela falta de alimento.

Infelizmente não conseguia dormir com a barriga vazia, então guardou a espada que usava e foi até a cozinha procurar por algo que pudesse comer, sempre sobrava comida do jantar, afinal, era preparado muito alimento. Escutou barulhos vindos da cozinha e agradeceu por ainda encontrar alguém ali, ele não ia até lá com tanta frequência nem sabia cozinhar nada, nem mesmo conseguiria achar um pão sem ajuda.

— Olá? — disse ao passar pela porta da mesma. Um dos servos limpava a mesa grande que ficava no centro da cozinha, um rapaz de cabelos pretos e pele clara. Ele parou assim que levantou o rosto e viu Jimin indo em sua direção, fez uma reverência desajeitada.

— Boa noite, alteza. — A voz rouca chegou ao seu ouvido. — Em que posso ser útil?

O príncipe nunca tinha visto o jovem por ali. Parecia ter a mesma idade que ele, mas Jimin tinha certeza que não havia nenhum rapaz cozinheiro tão novo por ali.

— Quem é você? — perguntou de uma vez, pegando o outro de surpresa. — Digo, seu nome?

— Min Yoongi, senhor. Sou aprendiz de cozinheiro.

— Ah! Entendo. — Então deveria ter pouco tempo no palácio, por isso não conhecia.

O rapaz o direcionou um sorriso tímido e Jimin ficou preso nele, pensando no quanto o moreno tinha um rosto bonito. Tão fofo e ao mesmo tempo tão enigmático, com olhos que pareciam ver além do que realmente viam. Yoongi pigarreou, notando que a atenção do príncipe ainda estava nele. O loiro piscou os olhos tentando voltar a si e lembrar o que havia ido fazer ali.

— Ahn… é… — gaguejou olhando ao redor, em busca de qualquer sinal que pudesse fazê-lo parecer menos bobo. — Bolo? — disse quando viu um sobre o balcão perto do fogão de lenha.

— Vossa alteza quer um pedaço? — perguntou o moreno, já indo buscar.

— Jimin.

— O quê? — Olhou para o príncipe.

— Me chame de Jimin — falou com um sorriso pequeno.

— Certo… — Yoongi colocou uma fatia de bolo em um prato. — Quer que eu mande levar até seus aposentos, senhor?

O príncipe negou, sentando em um dos bancos próximos à mesa.

— Vou comer aqui mesmo… — disse olhando para o outro. — Me acompanha?

— Já comi, alteza — negou educadamente. — Obrigado.

— Então me faz companhia?

Yoongi pareceu pensar, mas não demorou a sentar em um dos bancos, de frente para o príncipe.

— Está bom? — Quis saber, curioso, quando Jimin levou um pedaço à boca. O príncipe sentiu o chocolate espalhar em sua língua, adoçando tudo, deliciosamente.

— Está perfeito — respondeu, fazendo o outro sorrir encolhendo os ombros. Seu sorriso gengival era lindo. O loiro sorriu bobo ao ver aquela reação a um mínimo elogio e decidiu que queria ver aquele mesmo sorriso muitas vezes mais.


[...]


Alguns dias passaram e, atarefado com seus deveres, Jimin não conseguiu procurar o jovem de cabelos pretos, mas em momento algum deixou de pensar nele, em seu sorriso tímido ou em seus olhos astutos. Nunca tinha experimentado aquelas sensações estranhas, mas que apareciam quando pensava no moreno.

Depois de quase uma semana, o loiro pensou em arrumar um tempo para conversar com Yoongi. Ele não sabia o que se passava em seu interior, mas queria conhecer mais do cozinheiro, de sua história, de seus gostos, ouvir aquela voz mansa ou mesmo apenas apreciar sua companhia. Yoongi havia conseguido despertar em Jimin o interesse que ninguém conseguira antes, e o príncipe estava empolgado com isso.

Após procurar por longos minutos, Park encontrou o moreno sentado na sombra, em um dos bancos do lado de fora do castelo, perto de uma das entradas da cozinha. Yoongi estava com as roupas simples que os aprendizes usavam, uma camisa lisa, apenas com o brasão do reino em seu peito, do lado esquerdo, e uma calça simples, sapatos pretos e um avental cuidadosamente dobrado sobre sua coxa.

— Yoongi! — chamou contente, mas acabou assustando o outro que lia um guia de culinária.

— Alteza! — Levantou e curvou-se imediatamente.

— Já pedi para me chamar de Jimin — disse gentilmente.

— Não posso…

Jimin suspirou, mas concordou. Se nem Namjoon o chamava pelo nome, não era um rapaz que conheceu tão recentemente que faria isso.

— Vim fazer um convite. — Arrumou a postura para falar, deixando em evidência o peito musculoso por dentro da camisa social que vestia.

— Que tipo de convite? — perguntou com uma sobrancelha arqueada.

— Hm… Do tipo que eu pego umas coisas na cozinha, saímos para conversar um pouco, comemos e depois voltamos para o castelo — falou sugestivo.

— Apenas isso? — Cruzou os braços.

— Apenas isso.

O moreno sorriu, mas em seguida olhou para baixo.

— Isso é um pouco estranho, mas tudo bem — disse o moreno.

Yoongi sabia que estava se enganando achando que o príncipe poderia estar interessado por ele, o loiro poderia apenas querer uma companhia, mas não conseguia evitar, não podia dizer não para aquela face rosada e doce, tão linda quanto um dia de verão. Park Jimin era simplesmente perfeito para ele, desde a primeira vez que o viu, cavalgando pelos territórios do castelo, imponente e elegante sobre seu cavalo de raça. Tão bonito quanto uma pintura do céu e tão angelical que Yoongi não evitou que seu coração batesse mais rápido.

Ele era um servo comum, um aprendiz de cozinheiro, ninguém o via, ninguém sabia que ele estava ali e, mesmo se soubessem, que diferença faria? Yoongi não era nenhum adolescente bobo, mas seu coração era sonhador e, naquele momento, tudo o que podia fazer era fantasiar com o príncipe herdeiro, mesmo sabendo que de nada adiantaria.

Quando viu o loiro passar pela porta da cozinha, seu corpo ficou paralisado, inerte, sem qualquer força para realizar alguma ação que fosse útil e, ao perder um bocado de tempo, embasbacado, conseguiu curvar-se para o dono de seus devaneios e conversas imaginadas.

Para Yoongi, Jimin era como um anjo descido dos céus e nascido em forma de príncipe, como se não bastasse ser encantador por sua beleza única, o loiro também tinha uma personalidade maravilhosa. Era bem aceito por seu povo e sempre que falava para os súditos era tão amável, Yoongi ouvia e bebia suas palavras tão admirado que se pegava boquiaberto, olhando para o jovem.

Quando foi convidado a ser aprendiz no palácio, ficou maravilhado, pois sempre via o príncipe voltando de suas cavalgadas e, para ele, era como um verdadeiro sonho estar tão perto. Então, mesmo sentindo que aquilo poderia ser nada de mais, aceitou o convite do príncipe. Dois dias depois, estava seguindo para perto do estábulo, onde haviam combinado de se encontrar.

Jimin já o esperava no estábulo, com dois cavalos prontos, para sair sem que ninguém os visse. O loiro também tinha uma cesta que o príncipe havia pedido que preparassem na cozinha, claro que foi Yoongi que fez tudo, mesmo sabendo que o que estavam prestes a fazer era arriscado.

Não era novidade para ninguém que o príncipe gostava tanto de garotas quanto de rapazes. Mesmo estando prometido para a princesa de Caronide, sempre ficava com outras pessoas nas festas que o palácio promovia, mesmo que tentassem esconder, alguém sempre via ou ouvia os rumores sobre o sumiço do jovem príncipe com algum convidado da festa, retornando depois com seus lábios inchados e com a roupa amarrotada, claramente por estar aos beijos — ou algo mais — com alguém.

Ele não estava criando expectativas nem nada, mas não se conteve em retribuir com um sorriso que surgiu em seu rosto assim que viu o príncipe de cabelos loiros vindo em sua direção, tão lindo quanto se lembrava, com seus olhos fechando pelo sorriso largo que oferecia ao Min.

Cumprimentaram-se brevemente e logo subiram nos cavalos, Jimin estava ansioso para mostrar seu local preferido para Yoongi. Apesar de todo o luxo que ser príncipe lhe proporcionava, o Park sempre apreciou as coisas mais simples e uma dessas era um pequeno lago, escondido em uma parte mais distante do palácio e que o loiro sempre escapava para ir até lá. Era seu pequeno refúgio, um lugar onde ele podia ficar sozinho e ser apenas ele mesmo.

Poderia parecer precipitado, mas nunca havia sentido tamanha euforia como a que o moreno despertava nele. Ele sabia seu nome, mas queria saber muito mais. Queria conhecer Yoongi e deixar-se ser descoberto por ele, gostaria de viver momentos e emoções com o moreno, fortes e marcantes, diferente das passageiras que costumava viver.

Yoongi ficou maravilhado com o lugar, as árvores que cercavam o pequeno lago de água cristalina deixavam flores coloridas caírem sobre ele, decorando naturalmente o ambiente, deixando este ainda mais encantador.

— É tão lindo… — disse o Min, ainda olhando ao redor. Jimin amarrava os cavalos em uma das árvores, para que descansassem.

— Realmente — falou com um sorriso no rosto, vendo a expressão do outro. Ele se referia ao moreno, obviamente. — Este é meu lugar secreto. Gosto de vir aqui para ficar em paz.

O Min sorriu, sentando na relva, esperando que o príncipe caminhasse até ele.

— Quantas pessoas já trouxe até aqui, alteza? — perguntou com uma sobrancelha arqueada. Yoongi não era nada bobo, sabia que os nobres gostavam de se divertir vez ou outra e ele não via problema nisso se pudesse desfrutar da companhia do outro, mesmo que fosse uma só vez.

— Na verdade… Você é a primeira pessoa que trago aqui. — O loiro sentou ao lado do Min, colocando a cesta com o que haviam trazido na frente deles. Yoongi olhou para ele, buscando ver em seu rosto algum traço de que estava mentindo, mas não encontrou nada, então baixou o olhar.

— Por que eu? — questionou sem olhar para o príncipe. — Por que está agindo dessa forma comigo?

Jimin deu uma taça de vinho ao Min. Ele não poderia dizer naquele momento que era porque seu coração aquecia apenas ao lembrar do moreno, seria muito repentino, apesar de ser verdade.

— Eu… — Hesitou. — Acho você uma ótima companhia. Então…

— O senhor é o príncipe — disse, como se colocasse para fora algo que estava tentando guardar, mas não conseguiu. — Não deveria… Bem...

— Não deveria me apaixonar por você? — perguntou diretamente, vendo os olhos pequenos se arregalarem.

— Quê?!

— Me desculpe — pediu o loiro. — Estou tentando não ser inconveniente, mas não consigo segurar a língua quando te vejo tão perto.

O moreno abriu a boca para falar, mas a única coisa que fez foi corar e, em seguida, rir envergonhado.

— Não deveria brincar assim… — disse bebericando um pouco do vinho. — Vai se casar em breve. — Viu o loiro fazer uma careta e entornar o líquido rubro de uma vez só.

— Não porque eu quero.

— Me desculpe, eu não deveria ter dito nada.

Jimin sorriu para o rapaz.

— E por que você aceitou meu convite? — perguntou sugestivo, e o outro fez uma careta. — Só porque sou o príncipe? Por favor, não diga se for isso.

— Não, eu… — Hesitou. — Ah… Não deveria ter vindo.

— Eu estou feliz que veio — disse o loiro, com sinceridade. — Obrigado.

Yoongi apenas concordou com a cabeça.

Eles passaram mais algum tempo por ali, conversando sobre o que gostavam e sobre o que não gostavam. Jimin odiava ler, mas Yoongi poderia passar horas com um livro em mãos. O Min era péssimo com espadas, pois nunca gostou de praticar muito, enquanto o príncipe se gabava sobre como era habilidoso. O loiro contou o quanto gostaria de cantar e o moreno revelou que havia tentado tocar algo, mas nunca teve muito sucesso.

Voltaram para o castelo antes que o sol começasse a se pôr. Yoongi precisava voltar à cozinha e Jimin, às suas obrigações. O príncipe sempre tentava passar na cozinha depois do jantar, quando sabia que o moreno estaria por lá, organizando tudo, mas não era sempre que dava esta sorte, afinal, conforme as semanas iam passando, mais próximo de seu casamento e coroação Jimin ficava.

Sempre que conseguia falar com o Min, marcava de irem até o local escondido que Jimin havia levado o moreno antes e eles passavam horas e horas conversando, longe de tudo e de todos, apenas saboreando um bom vinho e a companhia um do outro. Até que um dia o príncipe, já totalmente encantado por cada detalhe e cada característica única de Yoongi, pediu ao moreno um beijo.

Yoongi não negou, pois queria tanto quanto o príncipe, quem sabe mais. Ele tinha consciência de que a qualquer instante aqueles momentos poderiam ter seu fim, então aproveitava cada segundo daquilo que ele nomeava seu próprio conto de fadas. Não importava se o príncipe fosse deixar de vê-lo após o casamento, ele sabia muito bem como as coisas funcionavam, mas queria poder reviver aquilo tudo em suas memórias depois, como lembranças boas de um tempo muito bom.

Um beijo se tornou dois, dois beijos se tornaram vários e cada vez que se encontravam era mais difícil evitar que aquilo acontecesse. Os lábios de Jimin era como néctar e Yoongi adorava saboreá-los, sentindo a delicadeza do toque do loiro em sua cintura, ouvindo suas risadinhas sussurradas, era como se tivesse morrido e ido diretamente para o céu, onde um anjo o beijava com cuidado e tocava sua face aquecida, dizendo o quanto ele era especial.

O príncipe não conseguiu evitar que seu peito se enchesse pela felicidade de estar apaixonado. Por vezes, pegava-se pensando no rapaz de cabelos pretos como a noite, na face tímida e corada, que tanto gostava de acariciar. Yoongi ocupava sua mente de tal forma que estar com ele algumas vezes na semana já não era mais suficiente e, se passasse um dia sem ao menos mirá-lo, sentia o peito apertar com a saudade.

Decidiu escrever seus sentimentos em papel, para que o moreno soubesse exatamente o que sua falta acometia. Escrevia folhas inteiras, enaltecendo a beleza do moreno e falando de seus crescentes sentimentos por ele. Ele resolveu pedir a um de seus guardas particulares que entregasse as cartas para o Min e depois da terceira, seu coração deu pulos de alegria quando, ao ir levar uma carta para Yoongi, o guarda retornou com uma resposta escrita pelo moreno.

Assim, encontraram uma forma de conversar nos dias em que não se viam, para que diminuísse a falta que sentiam um do outro. Jimin gostava de como Yoongi tentava parecer desinteressado, mas sempre se despedia de forma carinhosa, o que fazia o príncipe ir dormir com o coração aquecido, depois de ler aquelas palavras bem desenhadas várias e várias vezes.


[...]


— O que é isso? — perguntou Namjoon, com uma carta que havia mandado o guarda levar para Yoongi. Seus olhos arregalaram e ele engoliu em seco, não havia como mentir para o conselheiro e amigo, o Kim era muito esperto. — Seu guarda levava para a cozinha e está cheia de perfume…

— Me devolva.

— Você sabe o que isso pode acarretar, Jimin, por favor, peço que seja inteligente.

O príncipe tomou a carta da mão de Namjoon, guardando-a em uma gaveta de sua escrivaninha.

— Seu casamento é daqui a uns poucos meses… Por favor, não faça coisas das quais vai se arrepender — falou o conselheiro.

— Não é como se eu tivesse muita escolha… ou não estivesse arrependido. — Suspirou, por um instante, pensou que seria mais fácil não ser um príncipe que precisava colocar suas vontades e emoções para depois das obrigações.

Lembrar daquele maldito casamento era lembrar que logo estaria preso a uma pessoa por quem não nutria sentimento algum, enquanto quem realmente possuía seu coração provavelmente faria seu bolo e os doces do casamento.

Depois que se unisse a Chaelina, não haveria mais encontros secretos com o moreno de pele pálida, não haveria mais beijos cálidos e sutis, pelos lábios leves do Min, nem a língua esperta e morna descobrindo sua boca, enquanto as mãos habilidosas desabotoavam sua camisa engomada.

— Termine isso — ditou Namjoon. — É um conselho, como é minha função fazer. Você pode complicar tudo se continuar e a pessoa ainda pode acabar… machucada.

Jimin olhou para o mais velho, ele sabia do que Namjoon falava. Seu pai, o rei Park, não pensaria duas vezes antes de anular qualquer chance de o loiro balançar com sua promessa e quebrar o pacto entre os dois reinos. Isso não seria apenas malvisto, como seria severamente repudiado. A palavra do soberano de Alhalla perderia força e, com isso, todos os parceiros e apoiadores deixariam de confiar no reino, deixando-o isolado, sem a união dos outros.

— Eu não posso… Eu…

— Pode e deve, alteza — disse firme. — Pelo bem de seu reino.


[...]


Jimin não dormiu naquela noite, pensando sobre o que fazer, como arrumar um jeito de contornar o casamento que não queria aceitar. Pediu ajuda a Namjoon, mas este apenas reafirmou que a melhor opção era terminar aquilo o mais rápido possível, antes que chegasse ao conhecimento do rei. O príncipe contou ao amado sobre a preocupação dele com a segurança do moreno, mas também disse que estava pensando em um jeito de adiar o casamento e ganhar mais tempo.

Entretanto, Yoongi tomou a iniciativa, dizendo saber quais eram os deveres de Jimin e aconselhando este a deixar de procurá-lo. O Min sabia que um dia o conto de fadas teria seu fim e que certamente não seria um feliz, por certo, não para ele. Então escreveu sua última carta, com votos de felicidade e uma longa vida ao futuro rei. O guarda levou para o príncipe, que imediatamente foi à procura do moreno. Achou Yoongi do lado de fora da cozinha, onde imaginava que este estaria.

Apesar da insistência, o Min estava inflexível, pedindo que Jimin entendesse que ele estava fazendo aquilo pelo bem de todos e que estava bem, pois já imaginava que o tal dia de se separarem chegaria.

— Não vou me afastar de você — falou para o moreno, seus olhos chorosos quase faziam o Min ceder.

— Não podemos continuar com isso, alteza, sabe que tem uma obrigação a cumprir.

— Por favor, não me chame assim… — pediu, já tentando pegar a mão do moreno.

— Acho melhor o senhor ir embora — disse com a voz baixa, os olhos pequenos pareciam tristes, mas Yoongi já tinha feito uma decisão. — Não me procure mais, alteza.

O moreno não esperou que o outro respondesse, apenas saiu dali e foi para seu dormitório. Ainda que soubesse desde o início, sentiu seu coração pesado, machucado, como se mil espadas o tivessem atravessado. Ele suspirou pesadamente, repreendendo-se por ter se apegado tanto e ter dado vazão aos sentimentos de forma tão intensa e irresponsável.

No dia seguinte, pela manhã, ainda estava cedo demais quando o conselheiro entrou na cozinha e pediu para conversar com ele. Yoongi já podia imaginar do que se tratava, o nobre explicou a situação complicada em que estavam e o Min concordou, dizendo estar ciente e que não se encontraria mais o príncipe a partir daquele dia, dando ao Kim sua palavra.

Entretanto, para o Park, fora mais difícil. O príncipe buscava pelo moreno sempre que podia e, quando não estava fazendo isso, ele habitava seus pensamentos, por muitas vezes deixando o loiro desatento e desligado de seus afazeres. Ele continuou a enviar cartas para o Min, perguntando onde este estava e porque estava fugindo dele — apesar de ser óbvio.

Yoongi não o respondia mais e isso o deixava ainda mais triste, sabia que deveria se afastar e cumprir suas obrigações, mas seu coração clamava pelo moreno e ele não conseguia se concentrar em mais nada.

Certo dia, o guarda voltou com uma carta em mãos e, por um instante, a alegria tomou conta do loiro, mas a expressão pesarosa no rosto do militar o deixou preocupado. O rapaz avisou que não havia encontrado Yoongi, o cozinheiro real lhe disse que o aprendiz havia desistido do ofício, resolvendo voltar a morar com os pais. O Min havia deixado o palácio naquele mesmo dia, durante a madrugada, então onde quer que estivesse, já estava há quase um dia de distância do loiro.


[...]


Jimin estava vivendo sua vida sem nenhuma animação. Não saía mais para as cavalgadas que costumava fazer, nem sorria para todos como sempre fazia. Parecia cada dia mais entristecido, vivendo no automático, como se não tivesse mais vontade de continuar ali. Namjoon tentava animá-lo dizendo que ele logo assumiria o reino e poderia fazer as mudanças que tanto queria, mas não importava o que ele dissesse, não conseguia arrancar mais que suspiros do loiro.

O dia do casamento chegou rápido, Jimin sentia como se todos os dias fossem iguais, sem alegria e sem Yoongi. O rei Park estava ansioso e sequer percebia seu total desinteresse por tudo relacionado àquela cerimônia que, para ele, mais parecia um funeral. Sua mãe, a rainha, decidiu como tudo seria em seus mínimos detalhes, ele apenas precisava estar lá na hora certa e desposar Chaelina, tornando-se rei de Alhalla e Caronide.

Alguns alfaiates ajustavam sua farda, deixando-a ainda mais vistosa do que já estava. O tecido escuro contrastava com as ombreiras em escovinhas douradas, assim como as medalhas que enfeitavam o peito. Seu cabelo estava bem arrumado, penteado para o lado, caindo pretensiosamente em uma franja lateral, tão brilhante quanto cada um de seus grandes anéis. O sapato preto bem lustrado terminava de ornar o conjunto.

Jimin estava perfeito. Exceto pelo rosto indiferente a tudo o que acontecia ao seu redor.

— Alteza, está tudo bem? — Namjoon entrou na sala onde o loiro estava. — Parece… estranho.

— Vou me casar e não é com quem eu quero. Deveria estar como, Joonie? — disse sem animação na voz, apenas o tom automático e lamentoso que vinha usando naqueles dias.

— Ao menos tente parecer mais alegre… A nobreza está toda aqui, é um grande dia para todos.

Todos quem? Pensou. Porque ele não estava nem um pouco feliz.


[...]


Apesar de contrariado, Jimin fez o que Namjoon pediu e cumprimentou as pessoas que estavam no salão enfeitado em que aconteceria a cerimônia. O rei e a rainha de Caronide já estavam lá, apenas esperando o momento em que Seo Joon precisaria ir buscar a filha para andar com ela até o pequeno altar em frente ao trono. Uma semana depois do casamento, Jimin seria coroado rei dos dois reinos.

Mesmo estando ali, com seu corpo parado, sentado ao lado do trono dos pais, a mente de Jimin viajava pensando onde estaria o moreno naquele instante. O que estaria fazendo? Estava bem? Lembrou de uma conversa que teve com o Min, onde o rapaz havia revelado que antes de vir para o castelo vivia na fazenda com os pais. Não gostava de trabalhar na plantação, então quando a oportunidade de virar cozinheiro apareceu, ele não pensou duas vezes antes de aceitar.

Jimin sabia que o lugar não ficava muito longe dali, pois Yoongi uma vez lhe confessou que sempre ia à cidade quando sabia que o príncipe faria algum discurso público. Talvez fosse fácil de encontrar, o Min não iria tão longe, ele ainda era um aprendiz no palácio, então provavelmente deveria ter voltado para a casa dos pais. Pela primeira vez em tanto tempo, Jimin sorriu aliviado, por deduzir que seu amado estava bem, distante, mas bem. Talvez ele pudesse visitá-lo, quem sabe. Será que o receberia?

Tirando-o de seus devaneios, a música nupcial ecoou pelo salão iluminado, ele nem percebeu quando o rei Seo saiu de seu lado. Sua mãe o cutucou, sinalizando com os olhos para que levantasse e ficasse na posição em que deveria. Ele levantou e arrumou a farda uma última vez. Visualizando o futuro sogro de braços dados com Chaelina, sentiu um desespero tomar conto dele, imaginando como seria infeliz casando com a moça.

Chaelina era muito bonita, uma verdadeira princesa, muito preparada para reinar ao seu lado. Ela não era uma pessoa difícil, nem inconveniente, mas ela também não era Yoongi.

Jimin não queria assumir aquela união, mesmo que fosse decepcionar seus pais e seu povo. Antes de tudo, iria decepcionar a si mesmo. Em um momento de coragem e impulsividade, mas também de decisão e pensando em seu próprio bem pela primeira vez na vida, Jimin tirou a coroa de cima dos fios loiros, entregando esta nas mãos de seu pai.

— Jimin?! — perguntou surpreso, Chaelina já estava no meio do caminho e o filho parecia estar com o mínimo de juízo na cabeça. A nobreza já começava a cochichar, perguntando uns aos outros o que estava acontecendo.

— Eu sinto muito — foi a única coisa que falou antes de sair correndo do salão.

Não lhe importava mais o que pensassem dele, só sentia por Chaelina que não merecia aquilo tanto quanto ele, mas seu peito quase explodia em felicidade ao se ver livre, finalmente.

Foi para o estábulo em busca de Holly, o cavalo era o mais rápido e resistente, seu companheiro de anos. Subiu na sela e disparou rumo à saída da cidade, nos limites da civilização onde esperava encontrar a fazenda onde os pais do moreno viviam.

E, como imaginou, não foi difícil encontrá-lo. Yoongi estava sentado na entrada da pequena e humilde casa, com um livro na mão, concentrado em sua leitura.

— Yoongi! — gritou, chamando a atenção do moreno que desviou os olhos do livro, mas parecia não acreditar em seus próprios olhos.

Quando percebeu que realmente era Jimin indo em sua direção, largou o livro na pequena escada e foi ao encontro do loiro que já descia do cavalo.

— O que diabos você está fazendo? Deveria estar se casando agora.

Jimin buscou imediatamente a cintura do moreno com as mãos pequenas, precisava de Yoongi e estava morrendo de saudades. Beijou-lhe os lábios com pressa, sentindo o calor de sua boca aquecer a dele.

— Só caso se for com você — disse para o de cabelos pretos, vendo o sorriso gengival aparecer no rosto do outro.

O príncipe voltou a beijar o jovem cozinheiro. Nunca se importou com o luxo que tinha, para ele não valia de nada se não pudesse viver ao lado de Yoongi e não se importaria de trabalhar na fazenda ao lado dele, apenas queria compartilhar sua vida com o Min.

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Notas Finais: Muito obrigada por ler e me deixem saber o que acharam!

Até a próxima 💙

15 августа 2021 г. 23:12 0 Отчет Добавить Подписаться
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