Todos os anos a esperava no mesmo lugar. E assim como nós, o aeroporto também havia mudado. Vi seu avião aterrissando. Fui para o saguão de desembarque, muitas pessoas pararam para nos observar.
Reconheci sua beleza exuberante de longe, a face iluminada, os mesmos olhos castanho-avelã de 50 anos atrás. Ela sorria majestosamente, as covinhas agora enrugadas continuavam charmosas. Seus cabelos grisalhos brilhavam sedosos, permaneciam bem cuidados como sempre.
Parou, me estendeu as mãos manchadas pelo sol, mas ainda com o toque aveludado que me tranquilizava. E seu sorriso ao receber meu buquê de rosas, aquele que me encantava toda vez que o via.
Eu continuava a me apaixonar por ela, o sentimento que cultivávamos com tanto carinho só crescia a cada reencontro, como se não houvesse limites. Ela havia feito sua última viagem diplomática, enfim poderíamos permanecer juntos, pelos anos que ainda nos fosse permitido viver.
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