REINO DA ESCÓCIA
CASTELO DE STIRLING – 1607

20 de fevereiro

Kane Stone se apoiou em sua espada, observando o sangue dos corpos que havia matado escorrer pela lâmina como lágrimas. O campo de batalha era agora uma vastidão de corpos emaranhados.

O fedor pútrido de cadáveres e carcaça de animais fez o estômago de Kane se embrulhar. Mas manteve-se firme apesar do enjoo repentino. Manteve-se firme porque, acima de qualquer coisa, queria vencer.

Porque, por onde passava, as pessoas o chamavam de deus.

Mais corpos caíram ao seu lado, cabeças rolaram.

Do outro lado da planície estéril, o General Inglês arregalou os olhos.

Mais rápido que um raio, Kane avançou, empunhando sua espada com determinação. O General preparou seu arco, mirando no peito de Kane. A flecha cortou o ar, chiando contra o vento gelado, acertando o soldado atrás dele quando ele desviou.

Kane girou sob seus calcanhares, pegando uma adaga do seu cinto com a mão livre, lançando na direção do General. A arma se enterrou quase que perfeitamente na perna dele.

Em meio a um extenso campo de batalha com cadáveres e feridos, o General Inglês ajoelhou-se no chão, rendendo-se covardemente. Não havia mais ingleses para lutar por ele.

Aquele lugar era a personificação do próprio inferno.

Ele levantou a espada no ar, a lâmina ainda brilhava sob o sol escaldante do verão quando decepou a cabeça do General.

Lá longe, no alto da colina, ouvindo o rufar dos tambores da guerra, sentindo a Fortaleza se erguer atrás de si, observou a fumaça dançar em direção ao céu.

Escutou os gritos de vitória ao seu redor.

E Kane sabia que havia vencido.