Por muito tempo, eu pensei que o sonho fosse um compilado de memórias, fantasias, pensamentos que se condessavam numa ação neurológica durante meu sono, preferencialmente à noite. Eu estava enganada.
Os sonhos eram muito mais que aquilo. Eles moviam as pessoas tanto para o bem quanto para o mal. O sonho era muito além do que dormir e pensar no que aconteceu durante o dia e no meio daquela narrativa em sua mente, de repente, você se encontra numa cena do filme dos Piratas do Caribe ou qualquer outra droga de filme que você tenha assistido pela tarde.
Para mim, sonhar era diferente disso. Meus sonhos e metas eram a minha religião.
Só entendi isso quando eles se tornaram a única razão pelo qual eu todos os dias me atrevia a ser melhor, a ser diferente, a me distanciar de todos os rótulos. Alguns me chamavam de obstinada, outros de paranoica e louca varrida por ter deixado tudo para trás por causa de "metas ridículas".
Mas tudo tem um motivo e mesmo que não tenha, as vezes nós criamos um, simplesmente pelo prazer de arranjar algo que nos ocupe a mente e nos dê sentido ao que chamamos de vida.
Bem, eu me chamo Marcela Alencar e tenho buscado ardentemente me superar por todos os dias em prol do que sempre sonhei. Poderiam até me questionar: "Quais são os teus sonhos?" E depois de um suspiro dramático, eu abriria os lábios suavemente e diria: "Meu sonho é provar o quanto eu sou capaz".
Okay, talvez isso soasse um pouco abstrato, talvez eu devesse me explicar melhor. Afinal poderiam me questionar outra vez dizendo: "Capaz do que?"
Capaz de ser muito mais que a sombra de meus pais, capaz de mostrar meus talentos sem ter que ser questionada por causa da minha origem. Capaz de ter tudo o que sempre quis, sem precisar recorrer a outrém, além de mim mesma. Capaz de superar um coração partido, amizades superficiais e qualquer outra coisa que estivesse me puxando para trás.
Eu estaria disposta a muitas coisas por meu objetivo. Coisas até que nunca pensei que poderia estar em jogo, como o meu caráter. Mas eu acreditava fielmente que os fins justificassem os meios. Eu não estaria enganada, estaria?
