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- Quando eu penso em como você me olha, sinto que poderia cair em tentação... Então, apenas, dance comigo. Ou Jungkook é obrigado a mudar de cidade e consequentemente de vida, odiando cada segundo disso, mas apenas até ver Jimin dançar.


Фанфикшн Всех возростов.

#primeiroamor #romance #gayromance #bts #boylove
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Parte 1.

Alguns dias podem ser considerados dias exemplares, são aqueles dias em que você desperta de bem com a vida, o sol parece mais brilhante que o normal, e todas as coisas aparentam estar em seu favor. E naquela manhã, quando Jungkook levantou de sua cama em êxtase, ele sentiu que seria um desses dias.

Ele cantarolou enquanto descia as escadas de sua casa, cumprimentou seus pais com um belo sorriso em seu rosto e comeu panquecas enquanto ouvia sua mãe tagarelar sobre os planos de reforma em seu escritório. Era apenas mais um dia normal, mas seu coração saltitava por algum motivo desconhecido.

Era a primeira semana de Junho e isso significava duas coisas: O último dia de aula estava chegando mais rápido que um piscar de olhos, e junto com ele, o verão e as tão esperadas férias. O clima colaborava com sua previsão fazendo-o se sentir satisfeito enquanto subia em seu skate e deslizava pelo asfalto.

Seus fones de ouvidos soavam altos enquanto sua playlist oscilava entre músicas da Ariana Grande e Bring Me The Horizon. Ele caminhou no corredor da escola como se pudesse dominar o mundo inteiro, e ele poderia de fato.

Naquela manhã, ele sentou em seu lugar, assistiu às aulas sem de fato prestar atenção, sua mente distante em todas as possibilidades para o verão, como visitar o Checkerboard Pizza com seus amigos durante a semana sem se preocupar em ter aula no dia seguinte, e quem sabe, conseguir um emprego de meio período no Oregon Zoo só por diversão. Parecia definitivamente um bom plano.

Quando ele pensou que o dia não poderia melhorar, sua bandeja ficou carregada com hambúrguer e batata frita, nada como seu lanche favorito em um dia bom. Saindo da fila ele rastreou o refeitório até encontrar o cabelo loiro e a risada chamativa, e com a deixa dada ele seguiu até a mesa.

- Hey Jin! – Jungkook sentou-se ao lado do garoto loiro. – Que tal o almoço hoje hein?

- JK! – Jin respondeu alegremente, os cantos da boca sujos de ketchup e as bochechas cheias de comida. – Uau, você está vendo isso? Em plena quarta-feira temos hambúrguer, e não é nem dia de comemorar nada!

- Sim? Hoje é um dia daqueles Jin, um dos dias em que a sorte sorri pra gente.

Jin zombou com um ruído no fundo de sua garganta fazendo Jungkook erguer uma das sobrancelhas. – O que é?

- Jungkook, hoje é um dia normal, só que com um almoço decente, não exagere. – Jin assistiu enquanto Jungkook dava a primeira mordida em seu hambúrguer com um sorriso em seus olhos que indicava o quanto achava aquilo uma piada.

- Exagerar? – Jungkook cuspiu pedacinhos de comida pela mesa enquanto soava abismado. – Veja, não estou exagerando, se não é um desses dias pra você, pelo menos é pra mim.

- Psiii. – Caçoou. - É mesmo? E desde quando os dias são maravilhosos quando temos aula de matemática, hun?

- Desde que a Annie senta do meu lado. – Jungkook sorriu mínimo, sua língua passando nos cantos dos lábios para limpar o excesso de gordura da comida.

- E quem é essa? – Jin pareceu confuso e alheio enquanto buscava em sua memória por alguma Annie.

- Argh! Chegue mais perto... – Jungkook sussurrou enquanto se inclinava sobre a mesa na direção de Jin.

Jin se inclinou para mais perto de Jungkook, a cabeça girando para o lado para dar melhor acesso à voz do amigo e poder escutar com atenção. E antes que algo de fato fosse dito, ele sentiu o tapa atrás de sua cabeça, tão forte que seu pescoço se curvou e o barulho ecoou alto chamando atenção das pessoas próximas.

- Seu pirralho! Você não tem um pingo de respeito? – Jin bradou em irritação, todo o seu rosto ficando vermelho como uma resposta fisiológica enquanto sua mão massageava o local atingido. – Caramba Jungkook!

- Você mereceu. – Jungkook enfiou um punhado de batatas na boca e mastigou enquanto encarava Jin com um olhar divertido. – Eu já te falei dela várias vezes, a única garota que eu gosto nessa escola inteira, como você não lembra? Você não escuta o que eu te digo? Hun?

- Talvez... – Jin se recostou na cadeira enquanto lançava seu melhor olhar feroz na direção de Jungkook, suas bochechas ainda queimando conforme tentava se conter. – Não adianta ouvir um pirralho como você de qualquer forma.

- Eu não sou mais um pirralho, você sabe disso. – Ele limpou os dedos na própria camisa enquanto engolia seu último pedaço de hambúrguer.

- Pra mim você sempre vai ser um pirralho.

- Você é inacreditável. – Jungkook girou os olhos e empurrou a bandeja para o lado.

- Sim, eu sou, inacreditavelmente lindo. – Jin passou a mão nos cabelos enquanto piscava na direção de Jungkook que franziu o cenho em resposta. – O que? Se não pode lidar com minha beleza então feche os olhos.

Quando Jungkook estava prestes a retrucar ele viu uma mão deixar um bilhete em sua frente, pego de surpresa ele olhou em direção à pessoa tentando entender o que estava acontecendo. Em um vislumbre momentâneo ele viu Annie se afastar sem olhar para trás, e seu coração pareceu explodir em seu peito, seus olhos arregalaram-se enquanto ele se virava para encarar Jin.

- É ela? – Jin recebeu um acenar de cabeça frenético em resposta. – Puta merda, abre logo isso!

As mãos de Jungkook tremiam enquanto ele desdobrava o papel, sua boca parecia ter secado e sua visão se tornado turva com o nervosismo.

- Eu não consigo, toma leia para mim! - Ele empurrou o bilhete na direção de Jin e enfiou o rosto entre as mãos, suas orelhas agora tão vermelhas como um pimentão o denunciavam sem pudor.

- Hum... Vejamos... – Jin pigarreou. – "Me encontre nos fundos da escola às 16:00".

- O que? – Jungkook ergueu a cabeça, seus olhos ainda mais arregalados que antes.

- Isso mesmo que você ouviu. – Jin sorriu em provocação. – Será que o pirralho vai finalmente beijar a gatinha?

- Não seja bobo! Isso deve ser um engano.

- Jungkook, ela deixou isso na sua frente, como diabos isso é um engano hein? – Jin cruzou os braços sobre a mesa, seus lábios se curvando em um deboche sútil.

- Jin, eu estou sonhando? - Jin esticou a mão e beliscou a lateral do braço de Jungkook que gritou e esfregou o local agora dolorido.

- Pelo visto não.

- Eu vejo... – Jungkook suspirou deixando um sorriso largo crescer. – Então este realmente é o meu dia!

E de fato foi. Quando todas as aulas chegaram ao fim, Jungkook agarrou sua mochila e correu para se encontrar com Annie, e por incrível que pareça, Jin estava certo e ele de fato havia ganhado um beijo e uma promessa de encontro no Pioneer Courthouse Square. Tudo parecia fruto de sua imaginação, mas lá estava ele com a língua enfiada na boca da garota que era a sua paixonite desde o primeiro ano. E depois quando ele chegou em casa e se jogou em sua cama, o gosto de cereja em sua boca ainda parecia um sonho.

Jungkook desceu as escadas na hora do jantar, seu corpo parecia dançar com a frenesi do dia bom que ele tivera, e quando ele se sentou na mesa de jantar, um sorriso suave foi desenhado em seu rosto. Ele estava sentindo-se extremamente feliz, seus dentes protuberantes e saudosos fazendo seu sorriso se assemelhar ao sorriso de um coelho, se eles pudessem sorrir é claro.

- Vejo que estamos sorridentes essa noite. – Seu pai entrou na sala de jantar carregando um sorriso tão brilhante como o seu próprio, e quando ele só apenas quando ele se sentou diante de si, foi que Jungkook percebeu que ele parecia cansado.

- Não é? – Ele assistiu sua mãe contornar a mesa enquanto colocava a salada na parte central. - O dia tem sido bom pelo visto, esse garoto chegou praticamente saltitando da escola hoje.

Sua mãe se sentou ao lado de seu pai arrastando a cadeira para o mais perto possível, saudando seu marido com um beijo casto na bochecha e um afago na nuca.

Jungkook amava como seus pais pareciam apaixonados como se fosse a primeira vez mesmo depois de tantos anos juntos. Ele esperava que um dia encontrasse alguém que o fizesse transbordar da mesma maneira que seus pais se transbordavam. E em sua perspectiva, isso seria incrível de se sentir.

Eles comeram trocando pequenos comentários sobre o dia, as vezes sorrisos e afagos que acalentavam o coração de Jungkook. Esses pequenos momentos em família faziam com que ele se sentisse grato por estar onde está, e por ser tão amado e cuidado.

- O jantar estava muito bom mãe, você definitivamente é a melhor! – Jungkook se recostou na cadeira deixando sua mão repousar na altura de seu estômago se sentindo saciado depois de dois pratos bem servidos.

- Eu realmente queria saber para onde vai toda a comida que esse garoto ingere. – Seu pai esticou o braço o pousando sobre os ombros de sua mãe, puxando-a para mais perto de si, que apoiou a cabeça em seu ombro, enquanto ambos gargalhavam.

- Para onde mais você acha que vai? Já viu quantas vezes seu filho vai ao banheiro por dia? O menino parece um pato!

- Ei! – Jungkook sentiu-se ofendido. – Vocês deviam estar felizes por terem um filho tão saudável e lindo como eu! Estou na flor da minha juventude, preciso ser bem alimentado.

- Mas é claro que somos felizes, nosso filho é o mais lindo do mundo! – Jungkook sorriu satisfeito com a fala de sua mãe.

- Sim, sim, com certeza nosso patinho é o mais lindo que poderíamos pedir, por isso vamos continuar alimentando-o muito bem. – Seu pai proferiu fazendo com que todos rissem.

Apenas quando seus olhos começaram a lacrimejar e seus pulmões estivessem doendo de tanto rir, foi que Jungkook conseguiu finalmente se conter. Momentos preciosos como este era o que fazia com que ele se sentisse completo.

Quando as risadas esfriaram totalmente, Jungkook sentiu suas pálpebras pesarem cada vez mais, e mesmo que repetisse para si mesmo que dormir logo após de comer era ruim para seu estômago, ele continuava sendo fraco e permitindo que o sono fosse a melhor opção.

- Mãe, pai, vou para o meu quarto, este soldado está abatido. – Ele empurrou a cadeira para trás e se levantou prestes a sair da mesa sem aguardar por qualquer tipo de confirmação.

- Filho, espere. – Jungkook bocejou e coçou os olhos, voltando-se para seus pais por mais alguns minutos. – Precisamos falar com você.

Seu pai soou sério demais, e isso fez com que uma sensação incômoda atingisse o peito de Jungkook. Dificilmente seu pai usava esse tom de voz, e isso ligou um sinal de alerta imediato na mente de Jungkook. Parecia algo importante, então ele retornou para sua cadeira mordendo o lábio inferior em ansiedade.

- Aconteceu alguma coisa? - Questionou apreensivo. Ele podia notar sua mãe apoiando a mão no ombro de seu pai como incentivo.

- Bem... Você lembra que há alguns meses atrás eu havia comentado com você e sua a mãe que havia a possibilidade de eu conseguir uma promoção?

Jungkook podia ver a camada fina de suor se formando na lateral da têmpora de seu genitor, percebendo o quanto ele estava nervoso em tocar no assunto, e isso consequentemente o deixou com tanto nervosismo quanto.

- Acho que sim... Não tenho certeza.

Ele observou com cautela enquanto seus pais entrelaçaram os dedos sobre a mesa, um sinal de apoio mútuo que se fazia presente em momentos que consideravam difíceis. Um nó surgiu em sua garganta. Se meu pai receber uma promoção seria algo bom certo? Então qual o motivo de tanto alarde?

Quando o silêncio pareceu se tornar insuportável, Jungkook optou por rompê-lo. - Você conseguiu?

- Sim.

- Parabéns pai! Isso é bom certo? Você lutou por isso, é uma coisa boa. – Jungkook forçou um sorriso mínimo.

-Sim... Mas filho...

Aí está, algo de fato não está certo. Seu pai suspirou com pesar, e Jungkook podia sentir aquela sensação incômoda crescendo cada vez mais, seu estômago embrulhando em resposta. Então, o que está errado?

- Mas?

Novamente, silêncio.

- Mas algumas coisas vão mudar de agora em diante. – Dessa vez, sua mãe quem tomou a iniciativa, e ele podia sentir o olhar dela pesando sobre si, um olhar penoso, o mesmo olhar que ele receberá durante toda sua infância quando ela sentia necessidade de cuidar dele.

- Como assim?

- Filho, essa promoção... Essa promoção significa que fui elevado de cargo, e infelizmente, a base em que eu sirvo não tem vaga para o cargo que vou receber. Você entende o que isso quer dizer?

Puta merda. Jungkook engoliu em seco sentindo o ar preso em seus pulmões. Ele esfregou as mãos na calça buscando enxugar o suor que tinha surgido nas suas palmas. Em um movimento singelo ele assentiu.

- Isso quer dizer que você vai ser transferido certo?

- Sim, isso mesmo.

Transferido. Vamos ter que nos mudar.

- É para um lugar perto daqui?

- Não.– Direto e incisivo, a resposta de seu pai fez seu estômago embrulhar mais uma vez.

- Para... Para onde vamos?

A atmosfera tornou-se pesada contra sua cabeça no mesmo instante que ele encerrou o questionamento, e por alguns longos segundos, ele desejou não saber a resposta para a sua pergunta.

- Porto Rico.

- O que? – Sua respiração cessou.

- Nós iremos nos mudar para Porto Rico.

Jungkook se levantou em um movimento brusco derrubando a cadeira com um som alto fazendo com que seus pais se sobressaltassem com o susto.

Porto Rico. Isso só pode ser uma piada. Uma piada de mal gosto.

Quando ele voltou a respirar, estava passando como uma bala por seus pais em direção ao corredor. Antes que sua mão tivesse oportunidade de abrir a boca para se manifestar, ele já estava batendo a porta de seu quarto.

Sua cabeça latejava com o peso da informação recebida, e seus ouvidos zumbiam por conta do nervosismo que o alcançou. O desgosto então se apossando de si fazendo com que ele se encolhesse na cama. Se naquela manhã ele havia acordado com a sensação de que esse seria o melhor dia dos seus até então 18 anos, agora ele fechava os olhos com a certeza de que o universo o havia pregado uma peça, e uma das piores possíveis.

🕺

A lâmpada emitia uma luz suave e amarela iluminando o projeto de salão improvisado na garagem velha. A prateleira empoeirada e o espelho surrado agora estavam manchados com a tinta de cabelo vermelho, e Jungkook não poderia se importar menos. Ele liberou um suspiro prolongado, sentia seu coração pesar com amargura, e a frustração sendo seu ponto de ruptura. Por que simplesmente não me deixam aqui?

- Hey, não seja assim... – Jin apoiou o queixo no ombro do amigo enquanto o envolvia em um abraço apertado. – Você vai ficar bem.

- Como? – Jungkook encarou o espelho, observando as gotículas vermelhas espalhadas pela vidraria, ele podia ver todo o ambiente na pequena forma retangular, assim como sua alma.

- Não sei como, mas sei que vai. – Jin girou o rosto depositando um selo na bochecha alheia. – Você vai se sair bem Kookie.

- Não vou! – Jungkook inclinou o corpo se afastando de Jin, arrancando a toalha úmida de seu pescoço e jogando sobre a prateleira de madeira. - Ano que vem vai ser meu último ano, e eu não vou passar com você! Eu vou está numa ilha no meio do Atlântico, em um fim de mundo! Parece o inferno, você não vê?

Jin inclinou a cabeça enquanto encarava o mais novo, seu olhar caindo sobre Jungkook com pena e compreensão, sabendo que mudar de cidade já era difícil o suficiente, se mudar então para outro país onde não só as pessoas são completos estranhos, mas também toda a cultura também é estranha. De fato, parecia o inferno para alguém tão jovem.

- Veja o lado bom, não é apenas no meio do Atlântico, é no meio do Caribe! E eu vou amar ir te visitar em um lugar cheio de praias com areia branca e água cristalina. Imagine só, você vai se sentir no meio do filme Lagoa Azul! – Jin sorriu enquanto em uma tentativa de conforto.

- Argh! Eu nem gosto de praia, você sabe. – Jungkook torceu os lábios em um bico enquanto atirava faca em Jin com os olhos. – E como você vai até lá? Vai nadar por todo o caminho? Você por um acaso é um tritão? – Cruzou os braços em uma postura desafiante.

- E se eu for? – Jin zombou.

- Então por favor me leve para o fundo do mar com você, prefiro isso a ter que ir para uma ilha sem graça. – Jungkook descruzou os braços e apoiou as costas contra a cadeira de madeira, a cabeça pendendo para trás e os olhos de filhote abandonado brilhando na direção de Jin.

- Ei! Estou ansioso para ouvir você se arrependendo dessas palavras. – Jin gargalhou e se aproximou passando as mãos no cabelo do mais novo.

- Não vou me arrepender! – O bico cresceu novamente nos lábios de Jungkook, enquanto ele fechava os olhos e apreciava o carinho singelo. – E sabe o que é pior? Que eu finalmente consegui um beijo da Annie, e tínhamos um encontro, e quem sabe iríamos casar!

- Meu pesar, mas acho que não hein. – Jin gargalhou tão alto que o barulho ecoou por toda a garagem. – Deixe de bobagem, você vai arrumar uma namorada nova, e dessa vez uma que sabe rebolar muito bem!

- O que? – Jungkook se aprumou na cadeira e girou o tronco, os braços agora apoiados no encosto da cadeira, e uma carranca estampada em seu rosto. -Você ficou louco?

- Ah, vamos lá, você está tão bonito, olhe só pra você, esse cabelo novo com certeza te caiu muito bem, vai chover um monte de porto-riquenhas aos seus pés! Quem sabe vão até te chamar de papito! – Jin limpou a lágrima no canto dos olhos, sua barriga agora doendo de tanto rir.

- Me poupe Seokjin! Eu não acredito que tenho que ouvir você falando essas besteiras aleatórias. – Jungkook grunhiu, encarando sua imagem no espelho. Bem, realmente eu não estou tão ruim.

- Vou apenas aguardar seu telefonema de menino apaixonado, papito. – Jungkook revirou os olhos e ficou de pé, caminhando até Jin e depositando um tapa em sua cabeça. – Ouch! Você não me respeita mesmo hein! Pirralho!

- E tem como? – Jungkook apertou o polegar e o indicador na ponte do nariz frustrado, a saudade já crescendo dentro de si. – Vou sentir sua falta Jin.

- E eu vou sentir a sua Kookie.

O abraço trocado na garagem foi cheio de sentido e conforto, uma saudade imensa surgindo no instante em que se separaram. Parecia cruel separar amigos tão bons como eles, e a cada segundo que se aproximava da viagem, Jungkook só se sentia mais triste. Deixar Jin para trás, deixar toda a sua história para trás, isso seria a pior coisa que ele poderia passar.

Quando as lágrimas ameaçaram rolar por suas bochechas ele desviou o olhar de Jin e se afastou em direção ao espelho, as mãos agilmente afastando os resquícios da emoção dolorosa. Dobrou o tronco em direção ao espelho conferindo sua aparência mais uma vez. Passou as mãos distraidamente nos cabelos agora brilhando em um vermelho cereja.

- Seus pais vão te matar. – Jin sorriu parando ao lado de Jungkook e passando o braço por seu ombro.

- Definitivamente. – Eles gargalharam juntos, aproveitando seu último momento juntos, e sabendo que por mais que quilômetros de terra e água estivessem entre eles, seu laço se manteria forte e intenso para sempre.

🕺

O vidro da janela da frente estava abaixado, o vento quente invadia o carro fazendo com que os cabelos vermelhos ficassem bagunçados de um jeito aleatório. No rádio tocava uma música animada em espanhol, que claramente Jungkook nunca havia escutado antes, e ele podia ver seus pais sorrindo no banco da frente. Sua mãe agitava a cabeça em um ritmo desajeitado seguindo o ritmo da música, enquanto seu pai alternava o olhar entre ela e o GPS enquanto dirigia.

Ele apoiou a cabeça no canto da janela do banco traseiro enquanto bufava em desânimo e irritação. A paisagem passava rapidamente do lado de fora e ele podia ver claramente a placa que marcava a entrada de San Juan, fazendo-o se afundar no banco.

Os dias que se seguiram até a viagem haviam sido difíceis, sua relação com seus pais estava abalada, e ele os evitou o máximo que pode, até que não havia mais como fugir e ele se entregou ao desprazer de se preparar para deixar seus amigos, sua casa, e toda a sua vida para trás. Dizer adeus para Oregon tinha sido difícil, e dizer adeus para Jin tinha sido pior ainda.

Jungkook dormiu durante todo o voo, e não dirigiu a palavra a nenhum de seus pais até quando chegaram ao aeroporto internacional Luis Muñoz Marín, onde tiveram que lidar com a equipe de segurança responsável pelo controle de entrada e circulação de estrangeiros.

Agora já haviam chegado à San Juan, e enquanto seu pai dirigia até sua nova casa, Jungkook se sentia cada vez mais irritado e triste, odiando cada segundo dentro daquele carro, odiando cada pedacinho daquela maldita ilha. Fechou os olhos com força tentando evitar que o choro viesse à tona mais uma vez, torcendo para que chegassem o mais rápido possível e ele pudesse se trancar em sua própria bolha mais uma vez.

- Veja querida, esse é o Capitol, olhe como é imenso!

A voz de seu pai retirou Jungkook se seus devaneios fazendo-o olhar mais uma vez pela janela em curiosidade, seu pai apontava com a cabeça para o lado esquerdo, mostrando um prédio enorme feito basicamente de pedra que lembrava muito os prédios governamentais em Washigton DC.

- Uau! É muito bonito. – Sua mãe exclamou em admiração.

- Ouvi dizer que é ainda mais bonito por dentro. – Ele podia ver seu pai sorrindo calorosamente enquanto retornava a atenção para a estrada.

- Que tal se viermos visitar? O que acha filho? – Sua mãe girou o corpo em sua direção fazendo Jungkook virar a cabeça para o lado oposto sem dar-lhe uma resposta.

Um suspiro pesaroso ecoou em seus ouvidos e ele pôde distinguir o barulho do banco enquanto sua mãe girava o corpo para frente novamente. Seu coração doía por agir assim com seus pais, e ele se sentia mal por ignorar sua mãe desse jeito, mas ele se sentia ainda pior por ter sido arrastado para um lugar completamente estranho e a qual ele não pertencia.

Do outro lado da pista ele podia ver mais prédios aparentemente políticos, a calçada era coberta por uma trilha de árvores que davam uma aparência amena e fresca para a rua.

Ele sentiu seu pai fazer a curva um pouco adiante na rua, passando por mais uma extensão de prédios como aqueles, com uma arquitetura colonial clássica e polida. Após alguns minutos já sentindo-se entediado com a vista, ele pode sentir o cheiro da brisa salgada e então foi inundado com uma nova visão.

Jungkook poderia reclamar o quanto quisesse da cidade, mas, ainda assim, era inegável o fato de que San Juan era um lugar belíssimo. A nova rua em que eles estavam tinha uma vista para o mar, e ele podia ver o telhado de diversas casas que se estendiam em uma descida em direção ao oceano.

Pessoas caminhavam pela calçada estreita, e ele podia notar uma pequena mureta ao fundo dividindo a paisagem. Do outro lado da pista ele podia ver os prédios coloridos de arquitetura colonial espanhola, que lembrava muito os filmes cubanos antigos ele havia visto com Jin. O carro entrou em rua estreita agora formada apenas por prédios desse estilo, ele podia ver as pessoas andando pelos cantos da pista enquanto seu pai passava em velocidade reduzida pelo local.

A voz de seus pais soava ao fundo, mas ele sequer prestou atenção no que era dito, sentindo-se maravilhado com a visão totalmente nova. Em uma das entradas ele podia ver um senhor sentado no degrau da calçada, a bandeira porto-riquenha estendia ao fundo, e também estampada no chapéu de palha e violão que o homem possuía. A música era de um toque animado, ritmo muito semelhante ao que ele havia escutado anteriormente no rádio.

Era uma sensação muito diferente da que ele estava acostumado, a cidade parecia um mundo completamente diferente, o céu azul e o clima quente, as pessoas caminhando com sorrisos calorosos, a música implícita em cada rua pela qual eles passavam, e o cheiro de mar impregnado em cada pedaço daquela terra. Seu coração acelerado pela sensação calorosa o fez pigarrear na tentativa de se recompor.

O carro fez uma curva à direita em uma pequena rua calçada de paralelepípedos, ao fundo dela podia ser visto o azul do mar e as casas ali possuíam a arquitetura colonial em tons pastéis. O pai de Jungkook estacionou do lado direito da rua, na lateral de um prédio branco que se estendia por toda a rua, poderia ser um hotel, mas ele não se importou muito.

- Estamos aqui. - Seu pai desligou o carro e retirou o cinto de segurança.

- Tão perto da praia? – Em resposta, sua mãe questionou também se soltando e agarrando seus pertences, preparando-se para descer.

- Sim, eles nos deram um ótimo lugar, estamos bem no centro da cidade. – a voz de seu pai estava inundada de entusiasmo.

- Parece bom, não acha filho? – Jungkook sabia que sua mãe estava tentando mediar as coisas a cada oportunidade, e isso fazia seu coração apertar ainda mais, ele não podia continuar sustentando esse rancor por mais tanto tempo, no fundo ele sabia que precisava colaborar para que as coisas dessem o mais certo possível, e se uma pessoa difícil com seus pais não iria ajudar em muita coisa.

- Sim. – Por fim cedeu.

Seus pais se entreolharam, e ele não deixou escapar o brilho que surgiu no olhar de seu pai, uma chama de esperança que eles poderiam começar uma vida nova juntos. E no fundo ele queria isso, mas ainda assim, não ia fluir tão facilmente até que ele se acostumasse com a perda e a saudade.

- Então, conseguem adivinhar qual é a nossa? – Seu pai perguntou assim que saíram do carro e encararam a fileira de casas coloridas.

- A laranja talvez? – A mãe de Jungkook arriscou um palpite.

- Nossa querida, você quase acertou. – Depositando um beijo casto nos lábios de sua esposa, o pai de Jungkook se voltou para ele. – O que acha filho?

Jungkook encolheu os ombros, desviando o olhar para baixo, ele ainda estava muito magoado para se abrir novamente para seu pai. Ainda preciso de tempo. – Não sei. – Sua voz era apenas um fio suave.

- Bem... – Os passos de seu pai atravessando a rua fez com que Jungkook olhasse novamente para ele. – Bem-vindos ao nosso novo lar.

A casa a qual seu pai havia parado em frente era de tom claro de azul turquesa que podia facilmente lembrar das águas caribenhas em um dia ensolarado. Uma porta dupla de madeira era a entrada principal, e logo ao lado uma janela também de madeira e tão grande quanto a porta encerrava a fachada da casa, que não parecia ser nem metade da que eles viviam.

Logo acima da soleira da porta uma sacada pequena de madeira guardava outra porta dupla, e ao lado outra sacada idêntica fechava a fachada. Jungkook franziu o cenho, se perguntando como se acostumaria a viver em um lugar aparentemente tão pequeno. Espero que seja maior por dentro, porque essa casa parece realmente pequena.

Surpreendentemente a casa era bem espaçosa por dentro, ele caminhou com seus pais pelo espaço ouvindo sua mãe tagarelar sobre a decoração e os detalhes arquitetônicos. Assim que entraram pela porta dupla, podiam ver o que parecia a sala de estar, o piso da casa era feito de cerâmica e o tom terroso combinava com os detalhes de madeira na construção.

Tudo já estava mobiliando como móveis que eram uma mistura de madeira e coisas coloridas, muito mais simplista que sua casa em Oregon. Uma divisória indicava a pequena cozinha ao fundo da casa, e logo ao lado uma escada de madeira levava ao segundo andar. No andar de cima, um pequeno corredor se expandia, e ele podia ver as quatro portas de madeira colocadas milimetricamente divididas no espaço.

Abrindo a porta do meio ele viu um banheiro completamente branco, não era grande, mas também não chegava a ser tão pequeno, havia um bom espaço no centro dividindo-o meio, de um lado o chuveiro e do outro a pia e o vaso logo ao lado. Saindo dali ele caminhou em direção à porta no fim do corredor onde viu o quarto maior com a cama de casal no centro, imaginando que aquele então seria o quarto de seus pais.

A ficha então caiu enquanto ele retornava para a porta direcionada para a frente da casa, se o quarto dos fundos seria o de seus pais, então ele provavelmente dormiria no lugar que dava diretamente para as sacadas. Uma das portas duplas que ele podia ver do lado de fora ficava ao fim do corredor, e ele a abriu dando de cara com o lado de fora.

Na parede ao seu lado esquerdo estava a última porta, e quando ele a abriu se sentiu levemente incomodado, o quarto era colorido como o restante da casa, e em uma das paredes, a que ficava a cama, havia uma pintura em degradê de tons de verde e azul que lembrava o oceano. E assim como o restante da casa, a mobília era principalmente de madeira.

Caminhando até a porta dupla ele a abriu e deixou a luz entrar pela sacada, o cheiro do mar ficando forte com a brisa passageira o fazendo respirar fundo. Eu acho que posso me acostumar com isso, se me esforçar. A presença surgiu ao fundo chamando sua atenção e ele girou nos calcanhares para ver seu pai parado na entrada do quarto.

- O que acha? Não é tão ruim, certo? – Seu pai entrou no quarto, se aproximando sorrateiramente.

- Hum.. Muito colorido para o meu gosto. – Murmurou tão baixo que seu pai quase não o escutou.

Jungkook o encarou com indiferença por um momento, fazendo com seu pai recuar brevemente, mas então ele lembrou-se que para que desse certo, ele precisava tentar, e ele faria esse esforço por sua família. Passou as mãos no cabelo nervoso, e caminhou até seu pai.

- Pai, eu não estou feliz com isso, você sabe, mas eu também sei que é uma oportunidade grande para você, então eu não posso prometer que vou ser feliz aqui, mas eu prometo que vou tentar. – Sua voz era baixa e pesada, havia tantas coisas carregadas naquelas palavras, e ele sabia que seu pai tinha captado cada uma delas.

- Jungkook, filho, eu sei que você deixou muito para trás, e eu e sua mãe também deixamos, mas estamos dando oportunidade para algo novo, e você ainda é tão jovem, tem tantos sonhos pela frente, isso pode ser uma boa coisa para você também.

Jungkook não disse nada, apenas deixou seu olhar pesar com julgamento sobre seu pai, sua visão embaçando enquanto lembrava de todas as coisas que deixou para trás, em como teria um grande caminho pela frente e em como seria penoso.

Quando a primeira lágrima deslizou por sua bochecha, ele sentiu o aperto de seu pai ao redor de si, o retribuindo, sua cabeça apoiando no ombro de seu progenitor e as lágrimas agora explodindo em enxurradas salgadas.

- Eu sei que não é fácil... Mas você pode fazer isso filho, você pode ter sonhos aqui também, você pode ter novos amigos sem esquecer os antigos... Vamos ficar bem. - O aperto ao redor de si aumentou e ele só assentiu com um grunhido.

Antes que pudesse perceber, sua mãe havia entrado no quarto e se juntado ao abraço, aos poucos o quarto sendo preenchido com soluços de cura, o ambiente pesava agora com a mistura de complacência e expectativas.

🕺

Haviam se passado três dias que haviam chegado na cidade, foi um trabalho imenso se estabelecer e organizar todas as coisas que haviam trazido. Nos últimos dias Jungkook trabalhou em seu coração a recepção para o novo, tentando se aproximar de seus pais o máximo possível e reaver sua relação.

Concomitantemente, se acostumar à casa nova e à região estava sendo muito, mas muito difícil. Das vezes que entrou em contato com as pessoas da região ele se sentiu muito frustrado, ainda que falassem inglês, a maioria das conversas era em espanhol, e uma simples ida ao mercado com seus pais parecia extremamente maçante.

Era o meio da tarde de domingo quando ele decidiu que precisava respirar. Havia passado a manhã inteira organizando suas coisas em seu quarto novo e já não aguentava mais ficar enfurnado naquela casa ainda estranha. Alcançou seu celular e os fones de ouvido e desceu a escada afobado.

- Mãe, pai, vou dar uma volta por aí. – Anunciou ao passar por seus pais que assistiam televisão no sofá.

- Você tem certeza? – Sua mãe se sentou ereta pronta para se pôr de pé. – Podemos ir com você.

- Não, eu preciso de um tempo. Além do mais, meu celular tem GPS, não vou me perder.

Ele passou pela porta a fora encarando o baixo movimento na rua, sua cabeça girou de um lado para o outro decidindo por onde seguir. Bem, eu fui para o lado do centro com meus pais, então o lado do mar parece bom para explorar. Decidido, seguiu caminhando para a pista principal, atravessando o asfalto correndo enquanto não havia carro.

A vista era muito agradável, ele podia ver as casas abaixo da pequena elevação, e logo ao fundo o mar brilhando em um forte tom de verde e azul, o céu límpido sem nenhuma nuvem complementando a vista. Ele então passou a caminhar subindo a rua, a calçada era de cimento e era um tanto estreita. Em seu lado direito havia uma grade de segurança dividindo a parte alta e baixa do local.

Em alguns pontos existiam áreas que funcionavam como mirantes, uma pequena extensão de grama saia da calçada e terminava em uma mureta de pedra que parecia ter sido usada no passado para apoiar os canhões que faziam a proteção da ilha. Havia história em cada parte daquela cidade. Jungkook se aproximou da mureta e assistiu à vista por breves minutos, decidindo por fim explorar até onde suas pernas aguentarem.

Caminhou por alguns minutos, enquanto sua playlist usual tocava. Poder andar sem rumo era algo que fazia sua mente e corpo relaxarem, ele podia se desligar das preocupações e dos sentimentos pesados, e conhecer um lugar novo parecia uma oportunidade de empurrar a saudade para longe, ainda que por um período curto de tempo.

Depois de alguns minutos ele parou em frente à uma placa que dizia "museo de las américas y quartil ballaja", suspirou fundo enquanto abria o tradutor e tentava entender o que estava escrito ali. Ele observou um grupo de turistas passar adiante despertando sua curiosidade, afinal parecia que tinha um museu tão perto de sua nova casa.

Ele seguiu o grupo que virou a entrada de uma rua logo adiante, e então se deparou com uma grande área de grama com uma construção de pedra ao fundo. Hum... por que não? Descendo uma pequena faixa de asfalto ele se deparou com um estacionamento pequeno que tinha alguns ônibus turísticos, alguns grupos pequenos de pessoas estavam dispersos pelo lugar fazendo-o assumir que deveria ser algum ponto turístico.

Seguindo pelo caminho de pedra no meio da vastidão de grama ele eventualmente se aproximou da estrutura que agora estava claro ser algo como um forte, havia uma placa de entrada que dizia " San Juan National Historic Site – Castillo San Felipe del Morro", e ele achou interessante.

Seguiu adiante até chegar ao grande muro de pedra, uma enorme soleira também de pedra delimitava a entrada do forte e estava repleto de visitantes. Ele adentrou o local se deparando com uma área repleta de placas informativas e logo a frente um pátio imenso com um mapa no centro.

Jungkook encarou o mapa por alguns minutos e então escolheu um dos caminhos para seguir. Ele entrou por corredor de pedra com uma grande escada que levava a uma área de mirante direto para o mar. O muro possuía espaços para os canhões em toda a sua extensão, ele se aproximou de um deles e olhou por ele, e tudo o que podia ser visto era o horizonte da imensidão azul do oceano. Imagino se navios já foram afundados por aqui.

Passeando pelo local ele tentou olhar cada ponto de observação aproveitando a vista oferecida. Podia assistir as ondas quebrando no costão rochoso de um lado e do outro lado a vastidão de grama pela qual havia passado, e ele só então notou um imenso cemitério na ponta da elevação da costa.

Quando se cansou, subiu por uma escada que levava ao " El faro del Morro", um ponto mais alto dentro do forte, onde estava o farol. Havia se passado algum tempo que ele estava passeando pelo forte, e sol se preparava para se pôr no horizonte. A maioria dos turistas já estava se retirando do local. Jungkook caminhou um pouco mais enquanto assistia o laranja ganhando o céu, aproveitando para tirar muitas fotos para enviar a Jin.

E quando finalmente notou que o pôr-do-sol estava em seu ápice ele começou a retornar. Voltando pelo mesmo caminho ele decidiu dar uma olhada no cemitério que viu do mirante do forte. Andou pela grama buscando por uma entrada, mas não foi tão fácil como imaginou. Já pensando em retornar para casa caminhou até o muro de pedra ali presente e se apoiou subindo sobre a grande construção. Olhou para baixo e apreciou a arquitetura do cemitério, em outro momento descobriria como chegar lá dentro.

Ele assistiu a paisagem por algum tempo, sentindo-se maravilhado com a vista do oceano, o brilho rosa alaranjado beijando o agora azul profundo das águas. Ao menos tinha valido a pena sair para caminhar, mal podia esperar para contar aos seus pais e à Jin sobre o lugar que havia explorado.

Jungkook desceu do muro de pedra e se preparou para seguir por onde havia chegado, no mesmo instante uma melodia contagiante invadiu seus ouvidos, fazendo procurar pela fonte do som. O início da música era uma batida calma, e logo ela se tornava tão rítmica quanto as músicas que pareciam tocar naquele lugar.

Movendo a cabeça de um lado para o outro, ele avistou um rapaz em cima do muro em uma distância próxima. Como se seus pés tivessem vida própria, Jungkook caminhou até o estranho, percebendo então que este estava rebolando no ritmo da música.

Era um rapaz não muito alto, mas com uma boa estrutura física, ele rebolava e mexia os ombros de um jeito suave e síncrono. Descalço e sem camisa, o jovem parecia completamente entregue à melodia, Jungkook podia ver suas costas bem desenhadas e o cabelo comprido que caia por seus ombros.

A visão parecia mágica, o pôr-do-sol iluminando o quadro com tons quentes, dando um ar angelical ao vil dançarino, os olhos de Jungkook pareciam estagnados e seu coração errava uma ou duas batidas a cada movimento de quadril assistido. Foi então quando o rapaz em cima do muro girou em um mortal parado para trás, um movimento ágil e que finalizou a música com maestria.

Quando o rapaz se endireitou e jogou os cabelos longos para longe de seu rosto, foi quando Jungkook viu o rosto angelical, desenhando sobre o brilho final do sol que finalmente se punha no oceano. Só então ele percebeu o quanto tinha se aproximado, e agora encarava de perto o jovem dançarino.

O dançarino então agarrou suas coisas depositadas ao lado, e girou nos calcanhares para descer o muro de pedra, e em um sobressalto percebeu que estava sendo assistido. Ele subiu e desceu o olhar analisando o outro em sua frente, cruzando os braços e apoiando o peso em um dos pés.

- ¿Te perdiste algo gringo? – Sua voz era macia e calma, mesmo na língua nativa, fazendo um arrepio subir pela espinha de Jungkook.

Se encararam pelo que pareceu ser um minuto inteiro, e finalmente em compreensão Jungkook arregalou os olhos, percebendo o quão estranho deveria ser o que ele estava fazendo. Seu rosto esquentou, e mesmo que houvesse pouca luz agora, ele sabia que o vermelho em seu rosto poderia ser visto.

O rapaz pulou do muro parando bem ao seu lado, os olhares perdidos um no outro de maneira que o peito de Jungkook parecia prestes a explodir. Então em um reflexo de súbito Jungkook arfou e pôs-se a correr para longe. Ao fundo uma risada melódica ecoando pela noite e algumas palavras em espanhol perdidas no barulho das ondas.

14 мая 2021 г. 21:05 0 Отчет Добавить Подписаться
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