2hot2vcold1620984753 girlanonymouswriter

Jungkook achava que a maior mudança da sua vida se daria no momento que o melhor amigo partisse para a faculdade, mas como muitas das coisas que Jungkook pensa, ele estava errado. Entre mundos imaginários e realidades alternativas criadas em sua cabeça, Jungkook percebe que, por uma vez, talvez a realidade seja o melhor cenário.


#60 in Фанфикшн #28 in Группы / Singers Всех возростов.

#jimin #taehyung #bts #hoseok #yoongi #jikook #namjoon #jin #jungkook #bangtan #kookmin
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Dezoito anos. Jungkook sempre soube que seria uma idade que odiaria, pelo menos desde que começou a julgar a passagem dos anos. Tinha adorado os dezasseis e dezassete parecia um número muito mais bonito para ele do que dezoito. Até mesmo dezanove, que era uma idade que ele não estava muito feliz por alcançar, lhe soava melhor. Entre os dezoito e os vinte, dividia o ódio. Ah… mal podia esperar pelos vinte e um, esses sim, iram valer a pena.

Só tinha dezoito anos há um par de meses, mas já estava tão cansado deles. Para ele, ter dezoito era uma idade impotente, o que era de estranhar por acabara de alcançar a maioridade.

O mundo não lhe girava em volta das idades, mas, às vezes, para evitar pensar nelas, imaginava-se com dezanove, quando já teria terminado o ensino médio e ele estaria para lá de longe.

A escola, odiava a escola. Não odiava a escola por todos os outros motivos pelos quais os estudantes odeiam a escola. Não gostava da sua em específico. A tinta nas paredes era deprimente, o lembrava o hospital e Jungkook odiava hospitais. O único brilho vinha quando encontrava os seus amigos, mas desaparecia assim que se dava conta de que os seus amigos não faziam parte da escola, mas sim da sua vida. A escola ficou ainda mais deprimente quando o seu melhor amigo, avançado dois anos, saiu para a faculdade.

A saída de Park Jimin era um tema delicado para si. Conhecia-o desde o quinto ano, quando ele tinha dez e o outro doze. Apanhara-o no campo de futebol sozinho, chutando a bola contra um muro até escurecer. Jimin tinha acabado de se mudar para uns quarteirões perto de sua casa e não conhecia ninguém ali. Como a criança simpática que era, Jungkook lhe apresentou os seus amigos e depressa o mais velho se integrou no grupo. Park Jimin era alguém especial para si desde então e, com o tempo, Jungkook acabou fazendo descobertas sobre si mesmo graças ao amigo. Eles se tornaram inseparáveis, o tipo de amizade que os outros invejavam… até eventualmente Jimin terminar o ensino médio.

Eles ainda se viam, trocavam muitas mensagens e às vezes videochamadas e, quando Jimin voltava nas férias ou nos recessos, parecia que nada tinha mudado.

Estavam perto do Natal, e por isso, todos os seus amigos partilhavam da mesma questão: Jimin estava vindo a casa para o Natal?

– Eles devem vir, certo?

Ok, talvez não em específico Jimin, mas também o outro amigo que tinham feito graças ao mais velho.

– Eu acho que sim. – Hoseok respondeu à pergunta do irmão, encostado na árvore do jardim e de olhos fechados, aproveitando o sol fraco enquanto ele não desaparecia.

Jungkook também estava ali, com os amigos, sentado de pernas cruzadas e com as mãos ao lado do corpo, o suportando. Não se sentia preparado para ver Park Jimin. Não tinham falado na última semana, porque os estudos estavam corridos para os dois e sempre que Jungkook revia o menor, sentia que estava lhe entregando um pouco mais do seu coração.

Não é que Jimin ou alguém soubesse do seu segredo, guardado a sete chaves, mas Jungkook sentia alguma coisa e ele sentia-a de forma intensa. Às vezes, sentia que não podia mais guardar isso para si mesmo, mas depois era assombrado por alucinações em que Jimin o deixava para trás e seguia com a sua vida, sem suportar que o seu melhor amigo o amava de uma forma diferente da que estava ditada… há tanto tanto tempo.

– De certeza que eles vem. – assegurou Yoongi, o irmão mais novo.

A mãe deles queria gémeos, achava que ficaria com essa herança da família, mas quando apenas Hoseok surgiu na ecografia, prometeu ter outro filho de seguida, por isso os irmãos não faziam nem um ano de diferença.

– Vamos, meninos, o almoço está pronto! – chamou a mãe Jeon, espreitando para o jardim onde os garotos estavam.

Jungkook semicerrou o olhar, tentando vê-la através da luz do sol e sorriu, sacudindo as mãos e se levantando do relvado. Depois de almoçarem os três ali, como era costume, foram para a escola.

Jungkook era o tipo de pessoa que passava muito tempo dentro da própria cabeça, fosse puxando pela mente por memórias ou criando fantasias e planos que nunca aconteceriam. Nas aulas, perdia-se muitas vezes, encostado na parede, fazendo rabiscos nos cadernos e apagando-os depois, a prova da sua desatenção. Raramente pegava no telemóvel, mas naquele dia estava com uma certa tendência para fazê-lo.

Se Jimin estivesse vindo, então ele avisaria Jungkook. O mais novo estava esperando, ansioso pela notícia, quase curioso o suficiente para ele mesmo enviar uma mensagem perguntando. Quando abriu a conversa, ficou perdido na nova foto de perfil dele. Jimin costumava, no ensino médio, colorir os cabelos de todas as cores possíveis. Quando ingressou na universidade, limitou-se a tons de castanho, fossem eles mais claros ou mais escuros. Jungkook gostava deles de qualquer forma, mas sabia que aquilo era traduzido para uma perda de um pedaço da juventude. Agora, Jimin estava loiro, depois de tanto tempo.

Jungkook não o via desde o seu aniversário, quando os dois fizeram de tudo para que o mais velho pudesse estar lá. Depois disso, não estiveram mais juntos, ficando pela chamada de vídeo no aniversário de vinte anos do mais velho.

– Jungkook?

Ainda empancado na nova fotografia, Jungkook espetou o telemóvel contra a mesa, achando que tinha sido apanhado. Quando seguiu a voz que o tinha chamado, ficou abismado ao perceber que era de uma garota. Seu olhar se alargou de forma discreta quando a mesma, na mesa do lado, esticou o braço, lhe estendendo um papel.

O moreno ergueu uma sobrancelha, pressionado a abrir o papel dobrado ali. O seu olhar se alargou de vez quando viu o que era. Sem coragem de olhar a garota, encarou a arte por tempo demais. Em rabiscos desajeitados, ali estava ele, desenhado, encostado contra a janela da sala onde se sentava agora.

Sem saber o que dizer, guardou o desenho dentro do caderno, tratando-o com cuidado e dando um pequeno sorriso à garota que, sem esperar por mais, retomou a atenção à aula.

Claro que aquilo era uma coisa que, do lado de fora, seus amigos fariam questão de mostrar que viram.

– Me deixe ver. – Yoongi insistia, puxando a mochila do colo do mais novo enquanto o mesmo a segurava para si.

– É o número de telefone? – mais descontraído do que o irmão, Hoseok perguntou.

– É um desenho. – esclareceu ele, empurrando Yoongi para longe e segurando a mochila contra si – O que isso quer dizer?

– Que lerdo.

– Você devia ter perguntado. – aconselhou o mais velho dos três, sacudindo os ombros, ainda interessado no sol.

– Eu tive vergonha. – admitiu ele, sentado no tampo da mesa de pedra do pátio da escola.

Esticou-se para um dos seus vícios, desapertar os cardaços do all star e fazê-los de novo, gostando deles justos e apertados.

– Que lugar bonito a vergonha te levou. – retrucou Yoongi, a mão correndo pelos cabelos escuros antes de ergueu o braço para cima de repente – Tenho de apontar isso!

Jungkook gargalhou ao ver o revirar de olhos do outro, os cabelos mais claros, já habituado aquele tipo de coisas vindo do irmão.

Depois de mais um par de aulas, eles puderam voltar para casa. Yoongi e Hoseok apanhavam carona com o pai e, embora a oferecessem ao Jeon, o mesmo recusava a maior parte das vezes, a menos que chovesse muito ou fizessem frio.

Gostava de caminhar sozinho, era o tipo de pessoa que se estivesse sozinho em casa, era capaz de sair para caminhar. De fones nos ouvidos, eram comuns as vezes que os amigos o viam passar pela sua casa, o olhar meio perdido e o passo apressado.

Da calçada, de onde pôde ver a sua casa, parou. Alguma música ainda tocava em seus ouvidos, mas os olhos estavam atentos a algo mais. Gostava das partidas que pregava a si mesmo. Podia imaginar, ali mesmo, Park Jimin, o esperando junto da porta. Ele podia estar de costas, onde Jungkook apreciaria os cabelos loiros de primeira e, quando se virasse, Jungkook lhe entregaria o seu coração de bandeja, despedaçado pela saudade que não conseguia conter. Nessa imagem, o sol brilhava muito mais do que aquilo, o céu era mais azul e a tinta velha da sua casa até parecia fresca.

– Jeon Jungkook!

O mais novo se virou de repente, um sorriso crescendo em seu rosto quando a sua fantasia foi interrompida por alguém que também queria ver. Olhando para os dois lado da estrada, Jungkook correu para o outro lado da rua, onde o seu corpo foi contra o de Kim Taehyung, que o esperava de forma elegante, uma mão no bolso da calça e a outra no ar, acenando para si.

– Hyung! – ele exclamou, risonho, parando na frente do mais velho para olhá-lo de cima a baixo – Uau, que bonito!

Kim Taehyung vinha aprimorando o seu estilo desde que saíra da cidade para estudar, junto de Park Jimin e, agora, sempre que voltava, Jungkook se via inspirado pela coragem, vendo o de cabelos castanhos quase ruivos vestir o que gostava sem que se importassem.

– Caramba, você me passou. – o mais velho lamentou, analisando a forma como Jungkook tinha crescido de um ano para o outro, agora mais alto do que si.

– Oh, sim, eu não te disse? – ele provocou, esticando mais os pés para parecer ainda mais alto.

– Eu não quis acreditar quando Jimin me disse. – ele gargalhou e, assim que o loiro veio ao de cima, Jungkook sorriu curto. Claro que queria perguntar se Jimin já tinha chegado, convencido de que ele viria, mas não queria, ao mesmo tempo, fazer a chegada do ruivo parecer ser sobre apenas isso. – Como você está? – Taehyung subiu a mão, esfregando o braço do moreno algumas vezes, sempre sorrindo.

– Oh, não, hyung. – ele negou rapidamente com a cabeça – Nada de interessante acontece aqui. Me conte de você! Como é estar no segundo ano da universidade?

Jungkook estava feliz. Ouviu tudo o que o outro tinha para dizer, descrevendo as sensações de tudo, desde conhecer as pessoas a estar estudando algo em que realmente tem interesse. Às vezes, surgiam histórias engraçadas que envolviam Jimin e, embora Jungkook já as soubesse, ele fingiu que não, reagindo como se fosse a primeira vez que as ouvia.

Quando já era tarde, e eles ainda parados em frente da casa do mais velho, o mesmo perguntou:

– Vamos nos ver todos na festa dos Park, certo?

Jungkook subiu o olhar, antes pousado nos ténis e sorriu de canto, antes de dizer:

– Eu ainda… não fui convidado.

Taehyung gargalhou, sacudindo os cabelos do maior e negando com a cabeça.

– E você está preocupado? – troçou, sem deixar de rir – Jimin te entrega um convite numa cesta de ouro, se for preciso.

O Jeon sorriu curto para aquilo, esperando que aquilo acontecesse.

A festa dos Park era organizada pela mãe de Jimin, onde reunia não só alguns sócios da sua empresa, mas também os amigos dos filhos e as suas famílias. As mães dos cinco pareciam conhecer-se há anos, dando-se como se fossem melhores amigas de escola. Jungkook gostava disso, gostava da festa e como se sentia em casa assim que entrava na grande casa dos Park. Gostava da ideia de estarem todos juntos de novo.

– Nos vemos lá, então. – Jungkook afirmou, acenando depois.

Ele atravessou para o outro lado novamente, a sua casa, mas dessa vez não parou para nenhuma fantasia idiota. Veria Jimin quando ele chegasse, e ele chegaria então não tinha pelo que estar embelezando a realidade.

No dia seguinte, ainda não havia nenhuma mensagem em seu celular que indicasse a vinda de Park Jimin. Taehyung estava ali, e isso era marcado pelo fim do semestre, então porque não estava o outro ali também?

Logo de manhã, na cozinha, o mundo parecia mais alegre por Park Jimin estar chegando. A sua mãe tratava do pequeno almoço enquanto a irmã mais nova cantarolava entre a sala e a cozinha, dançando com um papel bonito em mãos.

– Chegou o convite da Eve. – disse a mulher, risonha, dividindo o café pelas três canecas – E a sua irmã está contente por irmos de novo.

Quando a irmã passou por si, Jungkook puxou o papel para si, lendo-o baixinho e confirmando para si mesmo que era verdade. Não esperava que algo tivesse mudado, mas a incerteza era uma coisa que o acompanhava desde sempre. Estava sempre preparado para qualquer mudança, fazia parte de si.

– Ei! – a garota de oito anos barafustou, puxando o papel para si mais uma vez.

Jungkook negou com a cabeça, sentando-se na mesa e se encostando na cadeira. Esperava ver Jimin antes, mas se tivesse de o ver apenas na festa também não seria mau. Já conseguia ver, vê-lo de longe, enquanto descia a escadaria da casa, bonito como sempre estava, os cabelos bem penteados, as roupas adequadas para a ocasião, mas ainda no estilo que Jungkook adorava. Podia sentir os braços dele em volta de si, o abraçando ali, no meio de todos, pouco importado com o resto. Podia sentir os seus dedos correndo a sua têmpora, seguindo para os cabelos e afastando-os para trás.

– Jungkook, o café.

O moreno engoliu em seco, segurando a chávena de café com leite em frente dos lábios. Antes de beber, pensou que tinha mesmo de parar com aquilo. Bastava que Jimin estivesse por perto, mesmo ainda sem chegar, que a sua cabeça não conseguia largar a sua imagem.

A saudade faz coisas incríveis pelas pessoas.

– Está ansioso por ver Jimin?

A resposta era óbvia, mas Jungkook ficou mais tempo com a caneca entre os lábios para não ter de responder.

– Eu sei que você ficou triste por não o ver no aniversário… – comentou ainda, sentando-se em frente do filho e puxando a mais nova para se sentar também e comer.

– Está tudo bem, nós conversamos. – ele disse, pegando uma das torradas e mordendo um grande pedaço de pão.

– Eles conversam de noite, eu ouço. – Yang Mi, a irmã mais nova, dedurou.

A mulher, surpresa, ergueu uma sobrancelha para o mais velho, apanhado em flagrante.

– Prevejo as suas bonecas aparecerem sem cabeça em breve. – ele respondeu a mais nova, revirando o olhar. – Vou para a escola. – e se levantou, puxando o casaco das costas da cadeira e saindo.

Era cedo e, por isso, Jungkook caminhou mais devagar. Do outro lado da rua, a casa de Taehyung ainda tinha todos os estores para baixo.

Jungkook só se arrependeu de sair tão cedo de casa, quando chegou à escola e viu que os amigos ainda não estavam lá. Não tinha pânico nenhum de estar sozinho, mas tinha sim receio de que coisas como a que estavam prestes a acontecer na frente do seu nariz realmente acontecessem.

Ao ver a garota da sua turma vir até si, notavelmente nervosa, Jungkook ainda olhou para trás, esperando que lá aparecesse uma desculpa para ir embora. Era horrível com aquelas coisas, era horrível conversando com pessoas que não conhecia, era horrível com garotas.

– Olá. – ela acenou, parando na sua frente.

Jungkook buscou nos confins da sua mente pelo nome dela, mas não lhe ocorria nenhuma memória dele. Envergonhado por isso, acabou dizendo:

– Olá, noona. – respondeu, apressado. Queria livrar-se daquilo o mais depressa que conseguisse, queria que os amigos chegassem e a afastassem de si com as suas piadas idiotas – Eu gostei do desenho, obrigado.

– Eu te dei ele por um motivo em especial… – ela mencionou, as mãos cruzadas na frente do corpo.

Jungkook tremeu dos pés à cabeça. Não sabia dar uma nega a uma garota, não saberia negar ninguém. Ansioso, coçou os cabelos da nuca, espreitando para trás de si mais uma vez e depois a olhando.

– Me desculpe, eu não… – ele tentou, sempre procurando pelos amigos. Nunca mais iria cedo para a escola, preferia mil vezes as perguntas da sua mãe sobre Park Jimin – Não posso fazer isso. Quer dizer, não quero…

– Oh… – ela murmurou, parecendo tão perdida quanto o outro – Me desculpe a mim. Eu sei que é pessoal e…

– Não é nada pessoal! – ele exclamou, sem entender – Você é muito bonita e parece muito legal. Seu desenho está muito bonito, mas… Sou eu! Sou eu quem…

– O quê? – ela perguntou, uma risada tímida deixando os seus lábios.

– O quê, o quê?

Eles se olharam por alguns segundos, procurando respostas no silêncio. Quando se deu conta do erro que se dera entre eles, a garota levou a mão aos cabelos, gargalhando.

– O seu caderno, Jungkook! – ela explicou, aflita – Eu estava pedindo pelo seu caderno…

– O meu caderno… – o moreno finalmente pareceu entender, arregalando o olhar para a confusão que tinha causado. – O meu caderno, claro.

– Eu vejo os desenhos que você faz e eles são tão bons. Eu queria aprender mais.

– Sim, claro, o meu caderno. – rapidamente puxou a mochila das costas, abrindo-a e puxando o caderno sem pensar duas vezes. Queria sair dali e esconder-se numa sala qualquer. – Pode ver. Pode ficar. Depois você me dá, obrigado.

E então desatou a sair dali, apressado, a mochila ainda aberta e ignorando o tropeço que deu graças aos cadarços soltos. Ao entrar numa sala vazia, Jungkook atirou a mochila para cima de uma mesa, abaixando-se na frente dela e esticando os braços pelo tampo, rangendo de irritação e frustração.

Às vezes era tão idiota que doía um pouco.

Quando subiu o olhar, ainda agachado na frente da mesa, espreitando por cima dela, se viu preso em uma armadilha. No fundo daquela sala, podia ver-se dois anos antes. Jimin estava se graduando naquele dia, já tinha a vestimenta no corpo e segurava o chapéu contra si. Estavam lá sozinhos, naquela sala, existindo. Planeavam as férias, antes de Jimin se mudar para outra cidade. Se lembrava de todas as conversas, de como se perderam nelas e quase chegaram atrasados à cerimónia. A memória mais presente era uma coisa pessoal, porque nesse dia quase cedeu. Encostado na mesa do fundo, Jungkook quase avançou dois ou três passos, quase segurou o outro pelas bochechas e quase o beijou. Ficou preso nesse desejo por dias, ficou preso na questão que surgia no fundo da sua mente, mas nunca fez nada. Nunca tinha beijado Park Jimin.

– Jungkooook!

As suas pernas foram para cima numa velocidade supersónica, sem assimilar que eram apenas os amigos e nenhum professor ou estudante desconhecido.

– O que foi? – ele ajeitou as roupas por onde os amigos o tinham puxado, logo fechando a mochila ali esquecida e levando-a de novo para os ombros.

– O que você está fazendo aqui? – Yoongi perguntou, demasiado curioso para não o fazer.

Jungkook dividiu o olhar entre os amigos, buscando por alguma desculpa que os convencesse. Quando não encontrou, rapidamente procurou por alternativas que os fizesse esquecer o assunto.

– Sun-Hee veio conversar comigo! – exclamou, surpreso consigo mesmo por de repente saber o nome dela. – É verdade, ela me encontrou na entrada.

Yoongi, a quem custava deixar assuntos para trás, franziu o cenho, julgando aquilo.

– Me diz que você respondeu a menina. – Hoseok quase implorou, conhecendo o amigo.

– Claro que sim! – ele ainda respondia, aflito – Ela só queria o meu caderno de desenhos.

– O seu caderno de desenhos? – Yoongi repetiu, abrindo a porta para que deixassem aquela sala – Isso não é suspeito?

– Você lhe deu?

Daquela forma, conseguiu distrair os amigos até o toque da campainha os alertar para o início das aulas. Aliviado por não ter de mentir, Jungkook foi para o seu lugar mais descansado. Odiava mentiras e odiava quando tinha de as dizer. Não era a primeira vez que era apanhado a sonhar ou alucinar com Park Jimin, em ilusões ou memórias.

Enquanto voltava para casa, contava pelos dedos quantos dias faltavam para o Natal. Já no dia a seguir era a festa dos Park, mas Jimin ainda não tinha dito nada sobre estar vindo… Começava a considerar que, naquele ano, Jimin só viesse mesmo para a data festiva.

Na frente da casa, quando olhou para o alpendre, se recusou a parar para imaginar o que quer que fosse. Com pressa, segurando a mochila com ambas as mãos, cruzou o relvado da entrada, logo se arrependendo quando parou no meio com o choque da água contra si.

Não podia acreditar! Yang Mi devia ter brincando com a mangueira durante o dia e agora havia ali uma pola lamacenta, a junção da água com a terra de onde nascia a relva. Amaldiçoou a irmã por alguns segundos, olhando o all-star vermelho agora parecer castanho. Bateu os pés até a porta, empurrando-a e saltitando apenas com um pé enquanto tentava tirar o ténis molhado sem ter de desapertar os cardaços.

– Jungkook? – a sua mãe perguntou do interior da casa.

Olhando em frente e sem a ver, Jungkook jogou o ténis contra o canto da entrada, frustrado e com a meia e a bainha da calça molhadas.

– Sou eu!

– Venha aqui! – ela chamava.

– Agora não! – ele retrucou, tentando tirar o calçado que sobrava.

– Venha aqui agora!

Completamente frustrado, sabendo que a mãe estaria com a irmã, Jungkook desatou a relatar até a cozinha:

– Você deixou Yang brincar com a água? O meu ténis está todo sujo e você sabe que ele é difícil de lavar! – dizia, entrando na cozinha e procurando pela mais nova – Juro que um dia vou queimar os seus brinquedos todos, Yang, e-

E ali estava ele. Park Jimin, junto da sua irmã e da sua mãe, os cabelos loiros. Sem acreditar, obrigou os seus olhos a abrir e fechar duas vezes seguidas, procurando no olhar da mãe algum sinal de que apenas ele estava vendo aquilo.

É difícil distinguir um sonho da realidade quando eles se parecem tanto.

– Olá, Jun. – Jimin disse, em pé ao lado da mesa – Cheguei.

Jungkook olhou para baixo, sentindo o pé molhado, e depois olhou o loiro mais uma vez. De todos os cenários que tinha imaginado, não tinha previsto aquele. Estava ali, na frente de Jimin, e não estava fazendo nada. Se o chamassem de idiota agora, diria que era pouco para si.

– O-olá. – rapidamente mostrou o arrependimento em gaguejar – Olá! – exclamou depois, apressando os passos para a frente e puxando o loiro, abraçando-o e ouvindo a sua risada.

– Vem, Yang. – a mãe chamou, segurando a mão da pequena para a levar dali – Vamos deixar eles matarem a saudade.

Jimin agradeceu com um sorriso, ainda preso no abraço, o queixo acolhido entre o pescoço e o ombro do maior.

– Agora ele já não quer destruir os meus brinquedos… – ela balbuciou, enquanto era puxada para fora dali – Obrigado, Jiminnie.

Parecia inédita a forma como Jungkook observava tudo tão bem na sua imaginação, mas quando se tratava da verdade, do verdadeiro Park Jimin ali, na sua frente, não conseguia sequer raciocinar.

Quando Jungkook tentou se afastar, Jimin ainda o segurava pela cintura, deixando-os de frente. A proximidade fez Jungkook não conseguir piscar, hipnotizado pelo olhar cintilante do outro, pela forma como os cabelos loiros o faziam parecer um anjo.

– Hyung, você não me avisou que… – ele finalmente se afastou, sendo solto pelo outro – … que estava vindo.

– Era uma surpresa. – ele contou, os dedos batucando na mesa de madeira e pousando o olhar nela, onde ainda estava o convite da mãe dele – Mas parece que a minha mãe estragou tudo.

– Está tudo bem. – ele sorriu – Eu não estava esperando que… estivesse aqui.

Jimin lhe agradeceu com um sorriso, depois encarando os seus pés e pegando a sua mão, segurando-a entre eles. Jungkook engoliu em seco, em silêncio, buscando por ar rapidamente, segurando a mão do outro também. Seus olhos confusos se estreitaram quando encontraram os do loiro e ele disse:

– Vá trocar de meias.

Dali em diante, voltando aos tempos de antes, eles não se largaram mais até a tarde do dia seguinte. Jungkook sabia que devia estar avisando os seus amigos, mas também sabia que se o fizesse então eles iriam até sua casa e o seu tempo com Park Jimin se tornaria rapidamente mais escasso. Mantendo em sua mente que no dia seguinte estariam todos juntos, Jungkook manteve a chegada do loiro apenas para si.

No jantar dessa noite, tanto a mãe quanto a irmã Jeon não puderam deixar de envergonhar o único garoto na casa.

– É mesmo verdade, Yang?

– Não é nada verdade. – Jungkook refutou, tentando lançar um olhar ameaçador o suficiente à irmã que comprasse o seu silêncio.

– É verdade sim! – ela barafustou, do outro lado da mesa, se desviando quando Jungkook ameaçou atirar-lhe o saleiro – Eles estavam em ligação e Jungkook foi contra a porta do corredor!

Jimin gargalhou, negando com a cabeça e dizendo:

– Então eu tinha razão, você realmente foi contra alguma coisa.

– Foi só uma vez. – ele confessou, sem outra alternativa.

– Não foi nada. – a irmã insistiu, pronto para dedurar o irmão mais uma vez.

Poupando o mais novo do embaraço, que já era notável pelo vermelhão em suas bochechas, Jimin interrompeu a menor:

– E você, Yang? – ele perguntou, apressado – Jungkook me disse que você puxou o cabelo de uma menina na escola.

– Pois é, para ela aprender que se os lápis são meus então ela não mexe.

A senhora Jeon e Jimin desataram a gargalhar ao ouvir aquilo, a primeira sabendo que já tinha conversado com a filha sobre as coisas não se resolverem assim e o segundo porque já sabia da história. Jungkook parou por um segundo, observando a forma como Jimin dava risada, a ponta dos dedos cobrindo os lábios e a palma da mão se moldando ao queixo.

Envergonhar Jungkook foi deixado de lado por ali. A mãe sabia que o filho estava de bom humor quando, depois de jantar, o mesmo se ofereceu para ficar na cozinha e arrumar a mesma. Sabia que Jimin ficaria para dormir, porque faziam isso sempre, por isso não se preocupou em esticar o tempo que tinham juntos.

Mais tarde naquela noite, não se sabia dos dois pela casa. Não se sabia porque estava no jardim de trás. Podiam ter subido para a casa da árvore velha, mas ficaram pelo relvado, deitados e com os corpos esticados lado a lado.

Jungkook vivia numa zona da cidade onde realmente se podia encostar a um canto, olhar o céu e ver as estrelas. Ele apreciava isso, apreciava o facto de poder fazer isso e poder fazê-lo com Jimin.

De braços cruzados em cima do peito, ele perguntou:

– Alguma novidade, hyung?

– Não. – Jimin girou a cabeça, o olhando sem o outro ver – Você?

– Nenhuma.

Jungkook se questionou se aquilo era verdade. Quando conversara com Taehyung no dia anterior, parecia que o ruivo tinha tudo e mais alguma coisa para contar, mas Jimin não. De qualquer das formas, confiava no loiro o suficiente para acreditar no que ele dizia.

– Ainda nenhuma daquelas meninas que te escrevem no São Valentim deu a cara?

Jungkook sorriu com aquilo, contente por Jimin trazer uma memória de quando ainda estudavam juntos.

– Ainda não.

Jimin engoliu em seco sem ele ver, dizendo em seguida:

– Acho que estamos destinados a ficar solteiros até sermos velhinhos.

– O que muda quando formos velhinhos? – curioso, perguntou.

Jimin voltou a olhá-lo, depois o céu e então disse:

– Vamos casar.

Jungkook abriu os olhos em um ápice, virando a cabeça para o olhar. Jimin estava sorrindo de olhos fechados, Jimin estava sorrindo como se aquilo fosse verdade.

Incapaz de dizer fosse o que fosse, Jungkook o encarou por mais algum tempo, sem coragem de exigir uma explicação. Rapidamente foi transportado para uma imagem em que ele e Jimin poderiam realmente ser casados. Podia imaginá-lo quando chegasse a casa, podia… Podia vê-lo no altar, esperando por si. Podia sentir o tremor em seus pés só de caminhar até eles, podia sentir o gelo nas suas mãos quando pegasse nas dele. Podia vê-lo a deslizar um anel para o seu dedo.

– Jun…

Jungkook abriu os olhos, a cabeça ainda virada para o menor, mas o seu rosto muito mais próximo. Jimin tinha se virado, estava na sua frente, a sua mãe estava tocando a sua têmpora.

– Para onde viajou agora? – ele perguntou, o tom tão amolecido, tão terno e meigo.

Jungkook queria poder dizer-lhe sem arruinar tudo. Queria ser corajoso e não covarde.

– Lado nenhum. – mentiu – Estou aqui.

Estava ali e se Jimin continuasse se aproximando era capaz de não responder por si.

Ficaram ali mais alguns minutos antes que o frio os aterrorizasse e depois foram para dentro. Adormeceram tão tarde que, no dia seguinte, por consequências dormiram até tão tarde que quando acordaram Jimin teve de correr para casa, a fim de ajudar a mãe e se preparar a tempo da festa que dariam em casa.

Com a promessa de que se veriam dali a umas horas, Jungkook nem teve tempo de ficar tristonho por ele ir.

Quando desceu para o piso de baixo, encontrou a mãe escolhendo entro os vestidos da irmã um que se adequasse à ocasião. Sabia que as duas ficavam entusiasmadas com aquilo, a mãe por reencontrar a amiga e a mais nova ainda não sabia bem porquê. Claro que também estava ansioso. Para além de encontrar Jimin por lá, estaria com o restante dos amigos, todos juntos e sabia que quando o faziam nunca saía desapontado.

Até a hora de sair, a sua casa se tornou uma passagem de modelos. Jungkook estava quieto no quarto, mas de cinco em cinco minutos sua mãe batia na porta, ora perguntando se os brincos combinavam com o vestido ou se o cabelo estava demasiado simples. Em seguida, veio a sua irmã, mostrando o vestido novo, pedindo que apertasse os cardaços dela já que a mãe estava ocupada. E Jungkook via o tempo a passar assim, pouco preocupado com o que vestiria.

Meia hora antes de sair de casa, vestiu jeans pretas e justas, uma camisa completamente branca, que nem se deu ao trabalho de enfiar dentro das calças e, com calor, ainda dobrou as mangas até os cotovelos.

Enquanto a mãe estacionava o carro perto da casa dos Park, Jungkook começou finalmente a sentir-se tão ansioso quanto o resto da família.

– O pai vem? – ele perguntou, saindo do carro primeiro que Yang e perguntando apenas à mãe.

– Não sei se Eve o convidou… – foi o que ela respondeu.

Quando iniciara aquela tradição, a senhora Park conhecera os Jeon como uma família completa. Como o divórcio, três anos antes, tinha sido pacifico, o Jeon continuara a ser convidado e continuara a aparecer, convivendo não só com os filhos, mas com os restantes amigos que o casal tinha em comum.

Com a mão pronta para abrir a porta da mais nova, a mulher parou, encarando o filho, este que olhava a casa grande mais à frente de forma indecisa, as mãos nos bolsos da calça.

– Está tudo bem?

Jungkook confirmou com um aceno, esperando que a irmã deixasse o carro para poderem entrar.

Na entrada, alguém estava lá para os receber. A casa dos Park era realmente enorme aos olhos do Jungkook, era capaz de ser a maior casa nas redondezas. A cada ano que passava, também parecia que mais gente era convidada, isto porque Eve, a mãe de Jimin, era dada aos negócios e tinha uma grande quantidade de sócios. Jungkook sabia que as pessoas que andavam pela casa em preto e branco faziam parte de uma equipa de catering contratada especificamente para ali. Sabia o quanto ele e os amigos apreciavam o sabor do que serviam.

Depois de passar pela porta, o corredor era dividido em duas grandes escadarias, que davam até o piso debaixo, o salão de onde os móveis sumiam para permitir a melhor circulação das pessoas. A sua mãe tinha um sorriso no rosto, observando tudo, a sua irmã parecia estupefacta, provavelmente esquecida de que estava exatamente igual ao ano anterior. E Jungkook sentiu as mãos suar quando, dali de cima, viu Jimin.

Tudo o que podia ter imaginado não se assemelhava ao que via agora, ali, diante de seus olhos. Jimin conversava com um grupo de mulheres, Jungkook sabia que eram tias dele. Não o viu, mas Jungkook estava o encarando, engolindo em seco ao não conseguir deixar de pensar no quanto o loiro estava bonito. Metade dos cabelos estavam para trás, a outra metade caía de forma delicada na lateral do seu rosto. E Jimin se vestia a rigor, ficava incrivelmente bonito.

– Vou ao banheiro. – ele disse à família, se apressando a descer a escadaria e indo na direção do cómodo.

Tinha de lavar as mãos, esfregar o rosto e acordar para a vida.

Ao levar a mão à maçaneta da porta, não notou que outra pessoa tinha a mesma intenção que a sua. Ambas as mãos se encontraram na porta e Jungkook subiu o olhar, atónico. O sorriso brilhante foi a primeira coisa em que reparou e, desde aí, foi ladeira abaixo. O rapaz era mais alto do que ele e Jungkook sabia que ele era jovem, mas tudo nele, desde a sua postura às roupas, gritava que era uma pessoa madura.

– Você primeiro. – ele ofereceu, se afastando e cedendo a passagem ao moreno.

– Não, me desculpe. – Jungkook se afastou da porta também, sorrindo curto.

– Eu insisto.

– Eu só ia checar o cabelo. – mentiu, esfregando as mãos suadas contra a calça.

O garoto sorriu-lhe, olhando-o com mais atenção.

– Está bonito.

– Obrigado. – Jungkook ainda disse – É todo seu.

E então saiu dali, se questionando como aquelas coisas sempre aconteciam consigo. Desistindo do banheiro e endireitando a postura, aproximou-se da mãe e da irmã, encontrando-as junto de Park Eve.

– Aqui está ele! – Eve exclamou logo ao ver o moreno, abraçando-o e lhe deixando um beijo na face.

– Olá, senhora Park. – ele sorriu, beijando-a também e ficando do lado da sua mãe, uma mão pousada no ombro da irmã.

– Estava agora mesmo dizendo para a sua mãe que se eu estava esperando que Jimin aparecesse com um garoto em casa, então seria você. – ela sorriu, bebericando da taça de champanhe que segurava.

Jungkook estreitou o olhar, sem entender aquilo e procurando na sua mãe respostas. A mulher parecia deveras triste, fazendo-o o mais novo temer fazer alguma questão. Antes que pudesse disfarçar aquilo e mudar de assunto, a dona da casa pareceu entender a sua confusão.

– Jimin! – chamou então pelo filho, puxando-o por um braço. O loiro sorriu, acenando levemente antes de questionar a mãe com o olhar por ter sido puxado assim – Porque parece que estou falando chinês com Jungkook?

– Como assim? – ele sorriu torto, esticando o braço para tocar com a mão no braço do maior – Eu sinto que estou falando chinês com ele a toda a hora.

A mulher revirou o olhar de forma divertida, encantada com a cumplicidade dos dois que já conhecia tão bem.

– Eu estava comentando com Moon-Hee que, quando vocês eram mais novos, nós julgávamos que…

– Mãe. – Jimin a interrompeu, pegando a taça de champanhe dela e pousando-a no móvel atrás deles – Eu sei que você julgava e não é o momento.

– Não é isso, querido, é que Jungkook… Ravi! – ela chamou então, acenando para alguém atrás dos Jeon.

Jungkook não se dignou a olhar para trás, achando que a mulher tinha encontrado um convidado que lhe desse mais entretinimento. No entanto, a julgar pelo olhar aterrorizado do melhor amigo, o Jeon percebeu que não era nada disso.

Reconheceu-lhe logo o rosto. Estava oficialmente conhecendo o garoto do banheiro.

– Ravi, querido. – ela disse assim que o de cabelos escuros os alcançou, segurando-o do seu lado – Eu disse que ele era mais alto do que Jungkook… – sussurrou ela para a Jeon mais velha, como se ninguém as ouvisse.

– Mãe, acho que… – Jimin insistia em interrompê-la, puxando-a mais para si.

– É este. – ela apontava, cada vez mais mostrando sinais de que já tinha tomado demasiado champanhe – É este o namorado dele.

Jungkook poderia ser o tipo de cara que ficaria surpreso, arregalaria um olhar, o queixo cairia ou qualquer outra coisa que mostrasse o quão surpreso ele estava. A única coisa que conseguiu pensar, no entanto, foi que estivesse pronto para o que quer que fosse – como achava que estava – nunca estaria pronto para aquilo.

Jimin não largou o seu olhar, esperando por alguma coisa.

A mão de Jungkook caiu de forma lenta dos ombros da irmã e a única coisa que fez foi virar as costas, engolindo em seco e apressando o passo quando viu Jimin se mover atrás dele.

Jimin tinha lhe mentido. Mesmo no dia anterior, insinuando que os dois estavam… sozinhos. O que ele queria?

– Jun!

Ouviu o chamado, mas isso não o fez parar. Pelo contrário, estava prestes a correr se tivesse de ser para sair dali sozinho. No início das escadas, foi contra um corpo e, antes que pudesse seguir, Taehyung segurou por um segundo.

– Jungkook. – ele disse, tentando mostrar que era ele ali.

Enquanto subia as escadas, ainda pôde ouvir mais uma vez a voz do Kim, mas daquela vez dirigida ao melhor amigo:

– Jimin, deixe ele ir.

No entanto, a resposta do loiro veio brusca e dura:

– Me larga, porra. – e voltou a subir as escadas, tentando apanhar o moreno.

Do lado de fora, enquanto olhava para os dois lados da rua, tentando perceber para onde Jungkook poderia ter ido, só teve um flash do mesmo, correndo para longe dali, para o mais longe de si possível.

– Jimin.

Ele se virou, as mãos subindo para afastar os cabelos todos para trás. Kim Taehyung estava ali, sabendo que aquilo aconteceria.

– Não vou… – Jimin murmurou, se agachando no chão por um segundo, as mãos ainda segurando a cabeça – Não vou perder Jungkook.

E então correu também.

14 мая 2021 г. 11:26 2 Отчет Добавить Подписаться
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bb baby blue.
não tem como comentar por linha?
bb baby blue.
ahhh, então é aqui que comenta
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