thiago Thiago Silva

"Para o garoto que, mesmo em uma sala com todos os garotos que eu já gostei, sabe que eu correria para ele." Sequência de "Lover Boy", em "Excuse me, I love you", é um novo ano para Louis Benson. Seu primeiro dia dos namorados, primeiro baile e primeiro campeonado de matemática agora são oficiais. Mas, como se já não bastasse todo o clichê que é namorar Lucas Parker, o garoto mais popular da escola, um antigo crush do passado de Louis, Jaden Hwang, decide voltar a Seattle e bagunçar as coisas em sua cabeça, o mundo dos garotos agora aparenta estar um caos para ele.


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Bem-vindo à Nova York!

🗽


Não sabia que Nova York era tão atrativa de perto. Chegava a pensar que as vezes era exagero dos filmes ou algo do tipo, mas, uau, é incrível. Minha primeira noite foi bem tranquila, achei que iria ficar distraído por causa das enormes vidraças quadriculadas do meu quarto, mas meus olhos pesaram assim que minha cabeça pousou no travesseiro.

São oito e vinte e cinco da manhã e ainda não arranjei coragem para ousar sair da cama, apenas encaro o movimento das nuvens no céu por entre os espaços dos prédios do outro lado. O alarde do meu celular arranca os pensamentos de minha mente. Puxa, esqueci dele.

Estico o braço para apanhar o celular no criado-mudo ao lado da cama, tendo o vislumbre do nome do Lucas na tela em nossa primeira das milhares de vídeo chamadas que iremos ter durante as próximas semanas. Deslizo meu dedo pelo botãozinho verde e logo um sorriso largo aparece na tela.

— E aí, Querubim? - diz Lucas ao invadir a cozinha.

— E aí, Jogador? - digo entre risos - Saiu para correr?

— Acordei cedo ansiando pra te ligar e imaginei que ainda estaria sonhando, então dei um volta no parque. - confessa - Dormiu bem?

— Muito. - faço que sim com a cabeça - Achei que não conseguiria pregar os olhos, mas a cama é tão confortável que tenho a sensação de que hibernaria se não fosse pelo barulho do despertador do papai.

— Espero não ser deixado de lado quando você pensar em tirar um cochilo da tarde. - diz Lucas, a mão livre arrancando uma garrafinha de iogurte da geladeira.

Rio de seu comentário bobo antes de calçar as pantufas esbranquecidas e abandonar o quarto para invadir a cozinha, um pequeno pote de biscoitos com um cartãozinho esverdeado fora deixado sobre a mesa, serviço do senhor Benson antes de sair para o trabalho.

— E então, qual a nossa programação hoje? - questiono ao abocanhar um dos biscoitos.

— Você é quem decide hoje, lembra? - diz Lucas ao sentar-se à mesa - Estou ansioso.

Nosso acordo de passar o tempo juntos mesmo separados não foi esquecido. Trouxe o diário do Dylan comigo para registrar todos os momentos possíveis nos mínimos detalhes.

— Que tal dar uma volta por aí? - sugiro.

— Parece uma boa. - Lucas sorri - Só me deixa trocar de roupa e aí saímos.

— Fechado.


🏙️


Deslizo pelas ruas da cidade, meus olhos atentos a tudo o que se passa ao meu redor, parece até que nunca pisei em uma cidade grande, o que é Seattle perto disso? Meu sobretudo azulado, presente de aniversário da Chelsea, até que serviu bem em mim, me sinto elegante. Olho para Lucas, um sorriso esboçando-se em seus lábios.

— E então, está gostando? - questiono para a tela do celular.

— Muito e, uau, quanta gente tem aí? Tenho a impressão de que vi mil rostos em apenas cinco minutos de ligação.

Reviro os olhos meio risonho.

— Bem-vindo a Nova York. - digo - Quer comer alguma coisa?

— Me parece uma boa. - assente Lucas ao dobrar uma esquina.

— Bom, tem uma lanchonete bem na minha frente agora. - aponto - Preciso esperar mais alguns minutinhos até você encontrar uma aí em Seattle?

— Engraçadinho. - ri - Conheço atalhos.

Claro que ele conhece, quem melhor do que ele para ser o guia de turismo de Seattle? Sem mencionar no mapa mental de todas as lanchonetes que ele já frequentou com suas ex-garotas. Acho que cinco minutos foi o tempo que se passou até Lucas finalmente me permitir invadir o estabelecimento. Ao sentar em uma das mesas, apoio o celular em um porta guardanapos, enquanto aguardo minha salada de frutas chegar.

— E então? Anda ouvindo sua playlist de sofrências indie?

— Um pouco, Lorde é maravilhosa, acho que já ouvi todas as faixas do Melodrama. - Lucas sorri, recebendo um prato de waffles à sua frente.

Um copo de borda quadriculada é entregue a mim, sorrio em agradecimento ao garçom antes de saborear um dos pedacinhos frutíferos que foram banhados em creme de leite apenas para divertir meu paladar nessa manhã de terça-feira.

— Cara, você realmente não está sabendo lidar com a minha distância, não é? - inclino a cabeça.

— Mais ou menos. - Lucas coça a nuca - É meio difícil, mas vou sobreviver.

— Só se passou um dia desde que te disse "Até logo" no aeroporto. - rio.

— Ah, não ri de mim, Querubim. - resmunga - Só não quero que demore muito para voltar.

— Essas semanas vão passar rápido, acredite. - sorrio.

— Só espero que seja logo. - suspira.

Não esperava ser tão amado ao ponto de deixar muita saudade. Pensar no Lucas me deixando parte meu coração, sei que ele deve imaginar isso o tempo todo, visto que sou o primeiro garoto de sua lista de relacionamentos e que essa nova experiência tem sido incrível para ele, mas me assusto com certas possibilidades.

— Vou te dar presentinhos quando voltar. - digo em descontração - Tem umas lojas de souvenires aqui perto e tem algumas coisas que com certeza você gostaria de ter no quarto.

— Uau, agora estou ansioso. - diz Lucas, o entusiasmo transparecendo em sua voz - Mas... não fica pensando em mim o tempo todo, tá? Quero que aproveite Nova York e todos os dias com o senhor Benson.

— Tudo bem, vou aproveitar cada momento. - sorrio - Mas não dá para pensar em outra coisa além de você.

Um sorriso surge em seu rosto. O sorriso que vai iluminar meus pensamentos sempre que lembrar dele.


📚


— O que anda lendo agora? - questiono, meus olhos correndo pela rua através da janela antes de voltar ao Lucas atrás da tela do celular.

— Julia Quinn. - diz ao erguer um livro da série "Os Rokesbys" - Não sabia que o período regencial era tão elegante. Sempre achei meio frufru, cafona, mas até que é legal.

— Por isso que deve ler mais vezes, não gosto de ter que falar com você sobre meus livros se você nunca nem leu uma só página deles.

— Eu achava entediante, Louis. - se defende - Eu nunca fui além de revistas em quadrinhos.

Reviro os olhos ao lembrar dos livros empoeirados que ele esconde na gaveta da cômoda, os livros empoeirados que ele nunca ousou ler.

— Eu seria um bobo se dissesse que gostei desses livrinhos antigos? - comenta Lucas.

Livrinhos antigos, é assim que ele chama quando se refere aos romances do século XIX.

— Não seria, pelo o menos eu não acho. - inclino a cabeça - Mas, por falar nisso... - contraio os lábios - O tema da festa de dia dos namorados desse ano vai ser Romance de Época. Quer ser meu par?

— Seria uma honra, milorde. - Lucas faz uma reverência com a cabeça, arrancando os risos que ousei segurar - Considere essa uma prova do meu cortejo.

— Vossa graça é tão galanteador. - faço cara de aprovação - Tenho certeza de que será a melhor das companhias nessa festa.

— Decerto. - murmura antes de soltar uma piscadela - Mas, já que eu estou vivendo no século dezessete, em que tempo você tá? Ainda não me disse que livro anda lendo.

Me volto para a mesinha baixa ao lado de uma cadeira acolchoada, um livro de capa branca com uma figura andando sob a proteção de um guarda-chuva vermelho no canto é agarrado pelos meus dedos.

— Século vinte, caro Lucas. - sorrio - Presente de aniversário do Daniel, "A Menina que Roubava Livros" é um dos exemplares favoritos dele.

— Daniel, é? - contrai os lábios.

— Ei, não seja ciumento. - repreendo-o - Não vou deixar você por ele, nem se ele quisesse.

— Seria um casal interessante, vocês gostam das mesmas coisas. Já nós... bom, temos divergências.

— Isso não é problema, Lucas. - e realmente não é - Diferente é mais legal.

— Se você diz... - ri - É só saudade, acho que estou ficando carente.

— Lucas Parker, carente? - arqueio as sobrancelhas - Isso não se vê todo dia.


🐾


— Sério, você precisava ver! - digo entusiasmado - O Central Park é imenso.

— Mais do que nas fotos? - questiona Lucas do outro lado da tela do laptop.

— Mais do que nas fotos. - confirmo - Aliás, comprei presentes.

— Sério? O que é?

— Não posso estragar o resto da surpresa, mas o Dylan me disse que você perdeu a sua bola de basquete, então... - esgueiro-me para o criado-mudo, minhas mãos agarrando o objeto envolto de uma fita azul - Comprei uma nova.

— Uou! - seu rosto se aproxima da tela - É brilhante! Vou arrebentar o histórico do Clawd.

— Tá, tá, Jogador. - digo entre risos, devolvendo a bola ao móvel - Também comprei mais coisas, têm uns brinquedos para o Cream e o Muffin, coleirinhas novas, biscoitinhos.

— Legal. - diz Lucas meio receoso, os olhos se alternando da câmera para um ponto qualquer de seu quarto.

— Por falar neles... - começo - Espero que não estejam fazendo muita bagunça na sua casa.

— Eu posso cuidar dos dois. - diz, os olhos ainda se alternando.

O que ele está olhando?

— Tem certeza? - pergunto desconfiado - O Dylan pode ajudar, se quiser.

— Não, não, está ótimo! - berra - Eles estão... se comportando bem.

Sei que o Ben gosta do Lucas, mas não muda o fato de ele adorar fazer baderna se eu não estiver por perto. Ele se voluntariou semana passada para tomar conta dos dois felinos saltitantes para deixar minha mãe mais leve no trabalho, sem contar que ele também anda dando uma força na loja.

Conhecendo bem o tipo de garoto que o Lucas é, ele com certeza quer me impressionar, mostrando que está tudo nos eixos e me deixar surpreso quando meus pés estiverem pisando em Seattle de novo.

— Olha, o Ben gosta de rolar no tapete e soltar bolas de pelos nos lugares mais inconvenientes e o Muffin costuma derrubar coisas, se estiver precisando de ajuda, o Dylan pode passar aí e dar uma força.

O contrair de seus lábios é a prova de que algo está acontecendo. Conheço Lucas melhor do que ninguém, até melhor do que a Lana Marie.

— Cara, tá acontecendo alguma coisa? - indago - Está meio tenso.

— Tá, eu vou confessar. - cede - Seu gato acabou de fazer caquinha no meu tapete.

Rio de sua reação. Sabia que não conseguiria dar conta de duas bolas de pelos saltitantes de quatro patas, me sinto mal por ele ter que lidar com toda a bagunça sozinho.

— Prometo que resolvo todo esse estrago quando voltar.

— Tá tudo sob controle, Louis. - diz Lucas - É normal eles estarem agitadinhos, além de mim eles também sentem a sua falta.

— Só tenho mais uma semana, vamos rir de toda essa distância depois. - sorrio - E você vai poder me dar beijinhos de novo.

— Não sabe o quão ansioso eu estou por isso. - morde os lábios.

Puxa, também estou ansioso. Essa é a primeira vez em que desejo que a viagem à Nova York acabe rápido, tenho saudade do meu Bad boy, ser o Lover boy dele é quase como uma ligação do destino.

— Melhor descansar, já vi que está exausto. Se der leite para o Muffin e para o Ben, eles vão dormir como dois anjinhos.

— Tudo bem, tudo bem. - Lucas balança a cabeça, suspirando pesado antes de sorrir - Só... pode dizer que me ama antes de desligar? Quero fechar os olhos e imaginar sua voz ecoando isso na minha cabeça.

Sinto meu rosto corar diante de seu pedido afetuoso. Se eu voltar algumas páginas da nossa história, acho que não consigo mais ver aquele Lucas marrento da época em que ainda estávamos nos preparando para escrever o "Era uma vez...".

— Eu te amo, Lucas Parker. - digo - Amo muito.



As páginas do diário que o Dylan me presenteou estão completamente recheadas de relatos de todas as loucuras que vivi aqui em Nova York. Fui a uma sorveteria alguns dias atrás e pensei no quanto seria legal para a Candyland se vendêssemos sorvete também.

O tempo aqui anda meio fechado nos últimos dias, mas tem sido agradável. Encontrei uma cafeteria de interior amarronzado bem na esquina da rua onde o meu pai mora e tenho passado boa parte dos dias entediantes sem ele aqui. Combinei com o Lucas de nos encontrarmos para bebericar alguma coisa e estou aguardando sua chegada. Minha caneta rabisca a folha de papel amarelada do diário, ainda preenchendo-a com minha visita de ontem ao Museu.

Dylan e eu não nos falamos muito essa semana, seu tempo na casa dos avós da Chelsea anda o ocupando, isso sem mencionar os atritos bobos que eles andam tendo ultimamente, típico de qualquer relacionamento.

Levo a xícara até os lábios, saboreando um doce chocolate quente que fora entregue a mim minutos atrás. O nome Lucas surge na tela do celular e, em segundos, seu rosto surge, um cupcake com uma torre de chantili rosado posto bem na sua frente.

— Desculpa a demora, anda chovendo muito aqui. - diz ele - E então, sobre o que falamos hoje?

— Me diz você, eu sempre puxo assunto. - volto a passar a caneta pela folha.

Lucas coça o queixo pensativo, meus lábios segurando o riso ao ver sua expressão hilária.

— Que tal de bolinhos?

— Bolinhos? - questiono entre risos.

— É, eu ando fazendo alguns ultimamente. - dá de ombros - A senhora Benson disse que ficaram gostosos.

— Anda querendo roubar o meu posto de confeiteiro, Jogador?

— Talvez. - Lucas sorri - Pode dizer isso quando provar meus cupcakes com recheio de manteiga de amendoim.

Arqueio as sobrancelhas.

— Não me olha assim, só adquiri mais um passatempo para lidar com a nossa distância de sei lá quantos quilômetros.

— Eu volto nessa quarta-feira, espero que continue fazendo bolinhos até lá. - digo após um longo gole de chocolate quente - Quero ver se está realmente chegando perto do meu nível de doceiro.

— O que eu ganho se eu estiver? - murmura Lucas, o olhar malicioso.

— O que quiser. - sorrio - Mas, se não estiver, vai ter que maratonar a saga Crepúsculo comigo.

— Crepúsculo?! - exclama - Louis aquilo é muito ruim, não consigo passar dos vinte minutos de história. É... clichê demais.

— Dá para ter mais respeito com o meu gosto cinéfilo? - cruzo os braços - E é legal, melhora depois do segundo filme.

— Por que tenho a sensação de que vamos terminar se eu não assistir?

— Porque nós vivemos um típico clichê dos anos 2000. - rio - O garoto popular que se apaixona pelo Cupido, daria um bom filme.

— Tá. - diz Lucas - Mas eu gosto do nosso clichê, é diferente dos outros e é mais quente.

— Quente? - franzo o cenho.

— Vai entender quando estivermos sozinhos.

— Por que tem sempre que ser pervertido?

— Porque eu sou um bad boy, certo? Não sou bem o príncipe encantado que você esperava conhecer, mas mando bem.

Balanço a cabeça descrente. Tudo bem que, depois do fundamental, eu esperava esbarrar em um garoto elegante e de perfumo enjoativo nos corredores do ensino médio e viver um romance fora do padrão de garoto e garota que costumo ver na TV, mas a forma como tudo aconteceu entre o Lucas e eu foi incrível.


🌔


Puxa, é quase meia noite e meia e eu ainda estou perdido em meus pensamentos. Depois da minha conversa com o Lucas, não parei de pensar na saudade que sinto dos seus lábios macios distribuindo selares nos meus. E por que está tão quente hoje?

"Eu gosto do nosso clichê, é diferente dos outros e é mais quente", suas palavras retornam para os meus pensamentos, "Vai entender quando estivermos sozinhos". O Lucas sempre me deixa rosado com esses comentários insanos, dessa vez não foi diferente.

— Caramba, Louis. - digo para mim mesmo.

É meio contra minha atmosfera delicadamente fofa admitir esse tipo de coisa, mas eu nunca quis tanto dar um amasso agora. E acho que esse foi o sinal verde para algo crescer mais abaixo.

— Ei, amigão, e essa agora? - questiono ao ver a ereção se ressaltar abaixo do lençol.

Quando eu estava com o Lucas, era sempre ele quem me fazia entrar em êxtase, eu nunca consigo fazer sozinho, o mesmo obstáculo de sempre, mas acho que agora está ficando difícil de resistir. Afasto os lençóis esbranquecidos do meu corpo, encarando minha ereção coberta pelo tecido do pijama azulado, as falas pervertidas do Lucas me impossibilitam de ter controle sobre isso. Você consegue, Louis. É só um toque.

Fecho os olhos e acaricio por sobre o tecido, deixando crescer ainda mais sob meus dedos. Imaginar o Dylan, Lucas e até o Clawd fazendo isso sem dificuldade meio que me dá força para tentar. Eu não sou diferente dos outros garotos nessa questão. Deixo meus dedos se enterrarem na box para iniciar os movimentos de vai e vem, estes precisos e delicados.

— Droga... - murmuro, antes de morder os lábios.

Os arfares saltam de minha boca como um nadador saltando de um trampolim, é difícil de conter quando a sensação é... satisfatória. Agora entendo o porquê dos garotos fazerem isso o tempo todo como se fosse um esporte. Se antes eu tinha de sentir o peso de não poder me sentir como os demais, agora isso não é mais um problema.


🎰


— Está gostando da Time Square? - questiona meu pai.

— Incrível. - sorrio - E eu adorei o musical do Alladin.

— Sabia que iria gostar. - diz entre risos - É uma pena que não estejam exibindo "Alice no País das Maravilhas", nunca assistimos ao seu conto de fadas favorito juntos.

— Não esquente a cabeça, senhor Benson. - sorrio - Sair com você durante esses dias foi incrível. Fomos ao cinema, ao Central Park, comemos churros, não sabia que isso era tão bom.

— Podemos refazer toda a programação da próxima vez que vier à Nova York.

— Eu vou sentir saudade de tudo isso, especialmente de você. - laço seu corpo com meus braços, o gesto sendo retribuído.

Restam-me só dois dias junto a ele, essas três semanas fazendo bagunça em seu apartamento foram inesquecíveis, gostaria que ele voltasse para Seattle de forma definitiva algum dia, mas sei que não há muitas chances. Porém, eu ainda vou voltar para Nova York um dia, eu sei que vou.

— Que tal uma última parada antes de voltarmos para o apartamento? - sugere.

— Para onde vamos?

— Você vai ver.


Ergo a cabeça, tentando equilibrar a Estátua da Liberdade com meus olhos, embora, quanto mais eu tente, mais zonzo fico. É alto demais. Fico me perguntando no trabalho que foi contruí-la.

— É perfeita. - murmuro.

— Você não poderia voltar para Seattle sem visitar esse monumento, não seria justo. - profere papai, sua mão em meu ombro - Agora pode dizer aos seus amigos que conheceu cem por cento da cidade.

— Obrigado por me trazer. - sorrio - Se não fosse o senhor, jamais conheceria esse outro lado dos Estados Unidos.

— Tudo para deixar um sorrisinho nesse seu rostinho, garotão. - profere - Sei que fui meio rude lá atrás quando ainda estava se descobrindo, mas quero que saiba que sempre amei você, Louis.

— Papai, já passou. Você não foi rude, só foi pego de surpresa.

— Rude ou não, eu não fui compreensivo. Esperei que fosse uma fase sua e que logo apareceria com uma garota em casa, mas estava errado e isso não muda meu afeto por você.

As lágrimas ameaçam rolar pelas minhas bochechas. Ele me disse que se sentia mal por ter cogitado isso antes, mas agora vejo que doeu nele pensar isso diante de mim. Mas o que dói mais ainda é saber que isso o atormenta.

— Ei, senhor Benson. - levo minha mão ao seu ombro - Eu ainda sou seu filho, o.k.? Gosto de você e sei que realmente me ama, é o que importa. O passado foi feito para ficar no passado, não precisamos reviver certas coisas.

— Às vezes eu acho que você puxou ao seu avô Robert. - comenta - Ele sempre dizia esse tipo de coisa poética.

— Está estragando o clima, pai. - digo entre risos.

Meus braços laçam-no mais uma vez. Eu o amo tanto. Se não fosse pelo som do meu celular tocando, acho que não o soltaria agora.

— Deve ser o Lucas, fiquei de ligar para ele.

— Melhor atender, vou ver se podemos subir na nossa amiga gigante.

Encaro-o se distanciar e deslizo o botão verde na tela, deixando um Lucas sorridente, muito bem acomodado em seus lençóis cinzentos tomar conta de minha visão com seus novos fones sem fio.

— E aí, Querubim?

— Oi, Jogador. - sorrio - Olha só onde o meu pai me trouxe.

Ergo o celular para deixar a estátua tomar conta do foco da câmera, os murmúrios do tipo "Uau" ecoando do outro lado da tela.

— O papai foi ver se podemos entrar, quer vir com a gente?

— Se não for pedir muito. - dá de ombros.

— Não seja modesto, Lucas Parker.

— Só não quero atrapalhar, sei que isso é especial. Não quero ser intruso no seu dia com o senhor Benson.

— E é por ser especial que eu quero que você participe, vai me dizer que não quer conhecer a estátua da liberdade comigo?

E seus risos desabam sobre mim.

— Tudo bem, Querubim, eu participo do seu tour pela estátua da liberdade. Quando voltar, pode me contar mais detalhes sobre os lugares que visitou.

— Os de hoje foram incríveis. - digo entusiasmado - Mas não tem um Museu do Sorvete aqui, adoraria visitar.

— Museu do Sorvete? Isso existe?

— É claro que existe, Lucas Parker. - reviro os olhos - Mas fica em São Francisco, não sei como eu faria para chegar lá. Não tenho um amigo ou parente naquelas proximidades. Seria meu sonho visitar.

— Hm, quem sabe nós possamos dar um jeito de ir nas férias de meio de ano?

— Como?

— Eu disse que daríamos um jeito, não que já tinha um.

Arqueio as sobrancelhas, rindo meio indiscreto ao ouvir seu comentário dito sem rudez alguma.

— Ah, cara, não aguento mais esperar até você voltar. - confessa Lucas.

— Só tem que aguentar até amanhã, pode fazer uma forcinha?

— Tudo bem. - suspira pesado - Mas, se eu pudesse, eliminaria toda essa distância de nós agora mesmo.

— Bom, como todo grande amor, isso me deixa inseguro, mas como todo grande amor verdadeiro, sempre nos faz evoluir, até nos deixa louquinhos, mas nós sabemos que não mudaríamos coisa alguma.

— De onde tirou isso? Site de frases reflexivas? - zomba.

— Ah, é só uma música da Taylor Swift.

— Como sempre, Taylor Swift.

— Sempre a Taylor Swift. - rio.

12 июня 2021 г. 15:00 0 Отчет Добавить Подписаться
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