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Jéssica Machado


Sarah uma mulher de vinte e cinco anos solteira e mãe de duas meninas, com uma vida marcada por abusos de todos os tipos imagináveis, uma infância onde a pobreza reinava, seu pai viciado em cocaína e álcool, sua mãe ausente envolvida em uma teia de mentiras. Uma menina que teve que assumir responsabilidades cedo demais, quando Sarah pensa que a vida lhe dará uma trégua ela se vê usada por quem achava ser seu grande amor. Tudo acontece em sua vida enquanto ela luta contra os abusos que a vida lhe faz passar. Se você procura a historia da mocinha que é salva pelo príncipe essa não é uma história para você. Nota da autora: Espero que gostem estou escrevendo com todo o meu amor e não julguem Sarah nunca nada foi fácil para nossa guerreira.


Романтика Романтическое ожидание 18+.

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INFÂNCIA

Meu nome é Sarah tenho vinte e cinco anos, solteira mãe de duas meninas, Sofia de seis anos e Valentina de quatro meses, as minhas duas preciosidades as quais sou capaz de dar minha vida. Eu sei que fui mãe muito cedo, você deve pensar que eu era uma criança cuidando de outra, mas tenho certeza que depois que eu lhe contar minha história não pensará mais desta forma.

Vejo-me uma mulher forte apesar de tudo que já passei, ingênua muitas vezes, teimosa na maioria do tempo, às vezes gosto de pensar que estou dentro de um livro e que no último capítulo terei um final feliz, mas como aqui é a vida real eu não sei o que me espera. Irei contar um pouco da minha história para vocês, não me julgue antes do final, pois sim já cometi muitos erros, mas nada justifica os abusos que a vida me fez passar.

Começarei lhe contando lembranças da minha infância, onde os abusos começaram.

Muitas pessoas acreditam que começamos a criar memórias a partir dos quatro anos de idade, mas isso não é totalmente verdade, principalmente quando essas memórias são traumáticas, assim como as minhas.

Minha mãe se chama Helena uma mulher amarga que nunca me demonstra sentimentos, pelo menos nunca demonstrou comigo, apesar de sermos quatro irmãos, a única que ela nunca deu amor foi a mim.

Meu pai se chama Marcelo um viciado em cocaína e álcool, mas que apesar de tudo nunca me maltratou, ele era o único que me dava um pouco de amor e atenção naquela época. Segundo o que me foi contado por minha tia Rosana ele nem sempre foi um viciado, era um homem bom, mas após um ano dele e Helena se casarem alguma coisa mudou e ele entrou nesse mundo obscuro do vício.

Infância

Nossa casa possui um único cômodo, ela é feita de madeira e possuí frestas enormes, é possível ver os carros passando na rua pela fresta, não temos banheiro e nossas necessidades são feitas numa lata de tinta enferrujada na qual apelidei carinhosamente de "Baldinho", temos uma cama de casal com um colchão muito fino, uma pia, um fogão, uma mesa e duas cadeiras, um sofá de três lugares porém só pode sentar em um assento senão você pode ser engolido por ele, uma televisão de tubo que a gente tem que assistir de cabeça para baixo, pois ela só funciona assim.

Moramos em um bairro pobre, muitos chamam de favela outros de periferia, quem manda e desmanda aqui são os traficantes. Como minha avó Maria dizia - A princesa na favela -, eu era uma criança gordinha com as bochechas rosadas, olhos verdes e cabelos loiros.

Minhas lembranças vagam em meu pai Marcelo batendo na minha mãe culpando-a por coisas que não me lembro, de minha mãe tentando se defender muitas vezes com uma faca, o que me causava verdadeiro pânico, entre gritos, socos e tapas e ele nos colocando para fora de casa na chuva, minha mãe me largando sozinha na casa dos vizinhos, isso acontecia quase que todos os dias o que me deixava com um sentimento de vazio.

Nunca tivemos muita comida, minha mamadeira se resumia a café com leite, ansiava por coisas que via outras crianças comendo. Bolacha, salgadinhos, doces, pirulitos ou qualquer dessas coisas eu só via quando meu avô Pedro aparecia e me dava e isso era raro porque ele quase nunca nos visitava, dizia sempre sentir vergonha de Helena e sempre a culpava por coisas que novamente não me lembro e em outras vezes o via pedindo para que ela voltasse para casa.

Lembro que todo dia ia ao armazém com minha mãe, pegava um cestinho e colocava dentro dele tudo o que tinha vontade de comer, quando chegava ao caixa minha mãe passava dois pãezinhos e um litro de leite, assim era minha rotina de dar tchau pro meu amado cestinho mandar um beijo e dizer que amanhã ou quem sabe um dia eu pudesse levar aquilo que eu tanto tinha vontade de comer. Um dia a moça do caixa me deu um pacote de bolacha, foi um dos dias mais felizes da minha vida.

Uma das memórias que tenho é o dia em que conheci minha irmã Bianca, eu nem imaginava que minha mãe estava grávida, ela nunca falou que eu teria uma irmãzinha, mas lembro de minha mãe preocupada falando com uma vizinha que ela não queria mais uma criança, que era pra ela ajudar a dar fim nisso, lembro que ela tomou uma espécie de chá e ficou muito mal.

Algum tempo depois ela apareceu com um bebê e disse que era minha irmã. Bianca era tão branca quanto papel, com os olhos pretos e arregalados, parecia sempre assustada, era magrinha com os cabelos loiros. Fiquei feliz com a chegada dela, pois não me sentia mais sozinha, porém minha mãe e meu pai não pareciam empolgados com a chegada de Bianca.

Uma das últimas lembranças que tenho naquela casa, me recordo que era noite, não tenho ciência da hora quando bateram na porta quase a derrubando, eu estava deitada na cama quase dormindo com Bianca, minha mãe estava sentada com o rosto abatido aguardando que nós finalmente pegássemos no sono.

- Abre a porta senão vamos derrubar. - Dizia uma voz grossa.

-Calma - minha mãe pediu. - Eu já irei abrir – falou ela levantando sem rumo.

Minha mãe saiu abrindo a porta quando três homens entraram empurrando-a, eles tinham uma espécie de uniforme com um colete por cima, depois de alguns anos descobri que se tratava da polícia, um deles saiu gritando.

- Cadê a droga, vamos encosta na parede.

No mesmo instante comecei a chorar em desespero, minha mãe gritava algo que eu não entendia e eles começaram a revirar e jogar o pouco que nós tínhamos no chão, até que um desses homens se aproximou de mim e me pegou no colo tentando me acalmar, ele falou no meu ouvido - Calma, não chora – por um instante parecendo se importar com aquela cena.

- Você não tem pena das suas filhas - gritando com a minha mãe.

- Isso não é meu é do Marcelo meu marido, larga ela, me deixa pegar ela no colo - minha mãe falou em desespero.

- E onde está seu marido, fala vagabunda- o homem fala com desprezo me entregando em seguida para ela.

Lembro que nesse dia eu e Bianca fomos deixadas com uma vizinha e só vi minha mãe no dia seguinte. Meu pai, bom ele só vimos um bom tempo depois.


26 января 2021 г. 16:22 0 Отчет Добавить Подписаться
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