Respirou fundo e pegou o lápis tamborilando, pensativo em como começar uma poesia sendo que nem ao menos sabia como o fazer, pelo menos não se lembrava bem. Decidiu então apenas abrir seu coração, e liberar seu lado artista, que talvez existisse.
Olhei para o céu e pensei,
será que existe algo mais bonito do que elas?
E então olhei para a frente,
notando uma bela moça que carregava consigo o universo,
em sua face uma constelação,
mas nem ao menos percebia isso,
pequenas estrelas no céu que era chamada costumeiramente de sardas,
e olhos esverdeados que lembravam uma supernova,
e a pele que lembrava a luz de uma estrela jovem,
mas acredito que tenha mais do que eu possa ver a olho nu,
precisaria explorar,
conhecer,
com a espaçonave da intimidade,
e desvendar todos os mistérios,
mitos e curiosidades,
mas ainda sou somente um jovem sonhador,
e não um astronauta experiente,
tenho apenas 14 anos fascinado por estrelas,
fascinado pelas suas estrelas,
passaria um dia inteiro admirando-as,
já que diferente das estrelas no céu,
as suas da para ver em qualquer horário e em qualquer lugar,
tolos são aqueles que não perceberam isso.
Então ele colocou dentro de um envelope e em seguida deixou sobre a mochila dela, em seguida voltou para a própria mesa e desenhou o sistema solar em uma folha pra passar o tempo. Não sabia, mas a moça amava poesias, e nunca recebeu um de ninguém. Ela era fascinada pela arte, pela música, tanto que vivia pintando e fazendo esculturas de artes gregas, era apaixonada pelo conto da Perséfone e do Hades, do Eros e da Psique. Enquanto que ele era fascinado pela ciência, e passava horas, dias olhando e pesquisando sobre as estrelas, sobre o universo. Universos distintos as vezes colidiam e formavam um novo, pelo menos é o que dizem algumas teorias. Ela pegou um pedaço de papel e com a sua caligrafia mais caprichada, o respondeu:
Obrigada por abrir seu coração,
mas me sinto a própria Psique que não sabe o rosto do seu admirador,
gostaria de vê-lo,
conhecê-lo e agradecer pessoalmente pela poesia,
me encontre no jardim no intervalo.
Deixou o recado ao lado da mochila e saiu por um momento para ir ao banheiro, então ele aproximou-se e leu o bilhete, inseguro e ansioso, decidiu ir até lá.
No intervalo ele a viu, o uniforme masculino da escola, o cabelo longo amarrado em um coque e uma leve maquiagem para destacar sua beleza natural. Todos insistiam em tratá-la como um garoto, mas era questão de tempo até que aceitassem e respeitassem sua verdadeira identidade, e Kyungsoo foi um dos primeiros a fazer isso, a ver além das aparências. A ciência não era exata, era formada por teorias e testes, e ele tinha diversas teorias em sua mente, a maioria pessimista, mas estava disposto a testar e ver o que iria acontecer. Aproximou-se com o rosto todo vermelho, sem coragem de dizer uma palavra sequer, ou tocá-la, então apenas parou atrás dela e juntou os dedos. Ela virou-se tentando procurá-lo e sorriu largo ao ver o menor atrás de si, todo timido e adorável, lembrava uma linda coruja.
— Muito obrigada. — disse ela e ele ergueu o olhar, seus olhinhos brilhavam como uma constelação, apesar dos olhos serem escuros como um buraco negro.
Abraçou-o apertado e o menor sorriu timidamente retribuindo.
— Você... É linda. — ela apertou o menor um pouco mais, sentindo seu coração aquecido.
— Você também é lindo, sabia? — afastaram-se e ele continuava vermelho, ela não resistiu a tanta fofura e beijou a bochecha dele, que congelou no mesmo instante a fazendo rir baixinho. — Quer lanchar comigo hoje?
— Posso? — arregalou os olhinhos surpreso e ela concordou com a cabeça, sem conseguir parar de sorrir.
— Claro. — ele então assentiu e ela o abraçou de lado, o guiando até o refeitório.
Naquele dia Kyungsoo conseguiu conhecê-la e encantou-se com o universo que havia dentro dela, que preferia ser chamada de Sarang, já que o significado era amor. E ela conheceu o universo de Kyungsoo, eram completamente opostos, mas isso os complementava. A ciência e a arte.
E logo a amizade tornou-se algo mais, e ele notou estar apaixonado na maior, e encantado com as suas manias, qualidades e curiosidades, de todos os universos ela era o mais vivo... O mais colorido, o mais interessante, o mais misterioso ao mesmo tempo e o mais intenso. Queria ele encontrar palavras ou qualquer coisa que se assemelhasse a ela para eternizá-la, porque ainda não acreditava que a mesma era real, ao mesmo tempo que temia que ela fosse levada pelo inevitável fantasma da morte. E ela notou que Kyungsoo era mais do que apenas um fofo muito inteligente, ele tinha medos, manias e uma voz que a fazia sorrir boba, arrepiar-se e sentir o coração mais aquecido. Um não conseguia mais viver sem o outro, e por isso decidiram dizer isso, que tinha tornado-se sufocante em seus peitos, em suas mentes.
E naquela noite estrela, eles deram o primeiro beijo, selando assim o inicio de um namoro que iria durar por muitos anos, até o último suspiro de ambos.
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