Harry Potter possuía duas certezas na vida. A primeira era a morte, não se pode enganá-la ou despistá-la, porque ela sempre vai chegar. Seja para você ou para aqueles que o cercam. A segunda era que, não importa quanto tempo se passe ou quantas coisas aconteçam, jamais deixaria de se perder admirando os olhos cinzentos de Draco Malfoy. Harry Potter possuía duas certezas. Nenhuma delas lhe deixava feliz. Não quando a morte já viera lhe ferir e os olhos cinzentos não lhe dedicavam mais tempo.

Os lábios carmesim se moldavam conforme o sorriso mordaz passava a ser um adorno das feições do vassalo. Jubiloso, ele observava em plenitude os traços daquele que um dia dirigiu-lhe ordens de um trono aveludado. A pele, constantemente pálida, em morte era tingida pelo mais belo rubro que foi privilegiado em presenciar. Seu suserano, seu amante, senhor das terras por onde vagueava, ainda sim o observava por detrás das íris nubladas. Abandonadas pela vida como uma mulher cuja guerra fez viúva.

Não é como se não estivesse acostumado a passar por situações, no mínimo, constrangedoras; tinha dezessete anos afinal. Com direito à tropeçar nos corredores da escola, tomar uma bolada na educação física e ter que fazer suas necessidades no banheiro com pessoas lá dentro. A questão é que, diferente dessas coisas, ser pego pelo capitão, aos beijos dentro da sede dos Vingadores, era o cúmulo do constrangimento. Ainda mais quando o Sr.Stark não está em um bom dia. Maldito fosse Wade Wilson!