G
Gilmar da Silva Lopes


Uma médica em ascensão. Um bom policial. Um empresário em declínio. Três pessoas distintas prestes a terem suas vidas entrelaçadas por um desastre. Mas à medida que se aproximam um do outro, dois nomes surgem constantemente em suas vidas, Apoth e Perfeição. O que é Apoth? Quem é Perfeição?


Ficção científica Impróprio para crianças menores de 13 anos.

#perfeição #deus #anjos-caídos #caídos #anjos #tecnologia #ciência #drogas #policia #caidos
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CAP. 1 – potências

[I]

O que é isso além de destruição?
Não é destruição, é algo necessário.
Para erguer algo novo o velho precisa cair.
E cai.
E em queda livre cai, rápido e veloz... As asas tremem perante a força do vento e se dobram e se quebram... Veja, é só fogo e fumaça espalhados por toda a frágil carcaça de metal.
Mas o importante é o que tem no interior do corpo de metal.
E o que tem no interior do corpo de metal?
Tem vidas imperfeitas, insolentes vidas imperfeitas que se multiplicam como ervas daninhas e eu vou poda-las, não com delicadeza e nem com peso na consciência mas sim com força e violência e com a clareza de que isso é preciso para que nunca mais voltem a ousar a crescer e se multiplicarem nesse mundo, meu mundo.
E quem é você?
Eu sou Apoth, sou Deus.

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Hospital Sant’Marcus:

Enquanto um grupo de médicos apáticos estão reunidos na sala de repouso, ouvindo as notícias urgentes transmitidas pela jornalista numa TV fixada na parede, a porta é aberta por alguém que parece ser mais.


-Preparem-se pessoal, a coisa vai ficar black.


Alguns poucos se assustam, outros tentam relaxar tomando um gole de café ou tomando algo escondido dos diretores, mas a maioria já sabe qual é o procedimento de toda aquela carga de corpos queimados, mutilados, abarrotados de edemas, feridas e rompimentos.


-Vamos lá pessoal, o parque de diversões vai ficar lotado.


A última a sair da sala é uma mulher, ela fica observando a Televisão como se quisesse calcular o tamanho do desastre e era grande, de acordo com as informações, um prédio comercial foi atingido por uma das asas, ainda não se tem um número exato de vítimas, o prédio estava em funcionamento, a outra asa ainda está sendo localizada, as duas turbinas caíram e explodiram, uma dentro de um deposito matando mais de sessenta pessoas e a outra em cima de um ponto de ônibus, que por sorte estava vazio, mas atingiu muitos carros a sua volta, mas o pior foi o corpo do avião, ele varreu praticamente um condomínio de alto nível inteiro, os trem de pouso foram vistos dentro do que era uma casa e o cokpit, a cabine dos pilotos, foi arremessada para dentro de um lago depois de atingir várias casas deixando um rastro de fogo em linha reta.


-Dra.Mell, a senhora não vem?


Arya Mell faz parte dos que bebem café e ela dá seu último gole deixando a xicara perfeitamente sobre um descanso e girando a asa da xicara para que facilitasse a vida de quem fosse pegá-la, parecia alguém muito metódico naquele momento. Ela dispõe dos dois dedos entre os olhos limpando qualquer resquício que atrapalhasse sua visão e volta à por seus pequenos óculos quadrados.


-Estou indo Carl, só um segundo.


-Dra., desculpa, mas não temos um segundo.


Ambos saem apressados enquanto ela puxa seu jaleco de um gancho e o vestia com uma grande maestria de que já fez aquilo por inúmeras vezes.

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Condomínio MarAzul:

A piscina naquele calor parecia ser uma boa opção para as crianças, elas deveriam aproveitar aquele momento, deveriam mesmo, a mãe observava a brincadeira na piscina através de uma janela de vidro fume enquanto ainda vestida com seu maravilhoso robe bebiam uma taça de chardonnay, ela não parecia feliz e menos ainda quando o barulho da campainha ressoava por toda a casa e que casa. Piso de mármore carrara, louças de cristal e prata, quadros avaliados em alguns milhões, moveis impecavelmente planejados, lustres absolutamente fantásticos espalhados por alguns dos cômodos mais belos daquele lugar. Quando a porta é aberta por um dos empregados, exclusivamente contratado para aquele serviço, ela já está no alto da escada esperando mais uma péssima notícia.


-...aqui, isso é um mandato de busca e apreensão. Tem alguém responsável na casa?


-Eu. Ressoava em tom alto e arrogante por toda a casa, a fala da mulher, ela desce elegantemente os degraus solicitando que o empregado saia de sua vista apenas com um olhar e em seguida pegando o papel da mão do policial que insistia em permanecer em sua porta.


-Não é cedo demais pra beber Sra.Cooper?


Ela ergue o olhar e entorta a boca.


-É Vancooper, não diminua meu nome de família policial. E não é cedo demais pra me importunar?


-Seu marido pode estar envolvido com tráfego de drogas, eu importuná-la é o menor dos seus problemas.


Sem pedir licença o policial entra na casa apenas para ter tempo de ouvir a taça elegantemente segurada pela mulher, se espatifando por completo no chão enquanto ouvia um inebriante barulho ensurdecedor se aproximando como o som gutural da morte... Primeiro ele vê o corpo da mulher sendo decepado ao meio antes de ser esmagada contra uma parede e assim o que sobra dela é soterrado por toneladas de concreto, toda a casa trinca e racha e finge que vai ceder mas decepciona e o policial só tem a chance de ver a parede do fundo da casa, uma parede repleta de janelas de vidro que dá acesso a piscina, ele vê a imensa estrutura de metal e fogo despencar sobre crianças que estavam se divertindo na água e enfim o teto decide tombar sobre ele, um corpo forte e bem torneado ainda assim é um corpo frágil que jamais seria suficientemente capaz de conter toneladas de ferro, aço e rochas impecavelmente erguidos por mãos humanas...

E é irrefutável, humanos só criam coisas que destroem humanos, lamentável.

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Cookpit – voo 165: 15 minutos antes

A poltrona 75 foi trocada por duas vezes, primeiro foi uma mulher que desistiu do voo, não por que ela quis, mas porque seu trabalho não lhe permitiu, depois foi um empresário que havia marcado de viajar com toda a família, mas foi barrado pela justiça por acharem que ele estava fugindo do pais. Agora ela foi ocupada por um garoto, um jovem de dezesseis anos viciado em música eletrônica, em fortnite e Instagram, ele não gosta tanto de facebook ou twitter, mas isso são gostos particulares.
Porém a poltrona 75 está vazia e de acordo com a comissária de bordo, o garoto deveria estar sentado e com o cinto de segurança devidamente afivelado ao seu corpo, uns e outros apontam o dedo para um dos banheiros e certamente é obrigação dela verificar se todos os passageiros estão em seus assentos no momento da aterrissagem.

Dentro do banheiro o garoto retira seus fones de ouvido apenas para testar algo novo, um pequeno dispositivo que ele ganhou de alguém importante, um aparelho que ele conecta em um dos ouvidos e a outra extremidade conecta na cabeça como se fosse um pequeno eletrodo, ao ligar o aparelho seus olhos embranquecem.

A comissaria bate na porta por duas vezes chamando o nome do passageiro.

-Sr.Albber? Sr.Albber? O senhor está aí?


É rápido quando a porta do banheiro é destroçada pelas mãos do garoto, atingindo e esmagando o tórax da comissária, que jorra sangue por todos os lados. Ele parece um pequeno animal vertendo raiva e sua fúria tem direção, a cabine de comando.
Um homem se levanta em meio aos gritos dos desesperados, certamente todos pensam em uma coisa só: Terrorismo.
Aquele homem é a única segurança entre um idiota em pleno voo e o cookpit, o único com direito a portar uma arma dentro de uma nave e ele grita comandos de ordem mas é ignorado pelo jovem alucinado e então atira, o garoto é atingido mas não cai e não para e ele atira novamente e o garoto não para, o garoto passa por ele como se não valesse desperdiçar seu tempo.
A porta da cabine é uma área isolada com acesso apenas interno, mas o garoto arrebenta a porta como se fosse um pedaço de papel e sua fúria é completada ao pegar a cabeça do capitão e esmaga-la entre seus dedos jogando o que sobrou do corpo sobre os controles da aeronave, no horizonte, a cidade a qual o avião deveria pousar se aproxima e se aproxima de forma rápida e com desesperados acreditando em falsos milagres.

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Edificio EXTRAordinario: CIA Burguer Queen 18º Andar

-Peguem suas coisas e saiam. Queimem os documentos que puderem e...


A vista certamente é incrível, talvez uma das mais magnificas da cidade e certamente uma das mais valiosas.


-O que você fez Urish?

Os homens discutem e os homens trajam ternos esplêndidos, caros, finos e elegantes. A imensa mesa de vidro da sala de reuniões comprova que aquilo é uma conversa de alto nível.


-Pedi falência há uma hora atrás, mas não tenho certeza de que isso irá resolver nossa situação. Nos garante tempo, mas não resolverá muita coisa.


-Situação?!


-O que está acontecendo Urish?


-Estamos ferrados Andrey, é o que aconteceu.


-Não, estou falando daquilo.


Os homens olham apavorados pela grande janela do escritório se levantando de suas cadeiras macias e apontando o dedo na direção dos céus, a carcaça do avião se aproxima rodeado de chamas e fumaça... As asas eram obliteradas e podia ver as turbinas despencarem do alto e assim tomou se de caos aquela sala de pessoas afortunadas, os homens trajando roupas finas perceberam que a educação e a finesse de nada valia em meio ao desespero, corriam e se atropelavam na vã esperança de acharem salvação, mas não existe salvação quando se está no caminho do destino.

A parede abaixo do escritório é atingida por parte da fuselagem do avião em queda... Tudo estremece e trinca... Gritos e explosões são misturados ao cheiro do desespero... As escadas em chamas são bloqueadas por pessoas vivas, outras nem tão vivas assim e por corpos queimados... Os Elevadores deixam de funcionar assim que a energia deixa de ser fornecida e alguns despencam com pessoas dentro, as travas de segurança funcionam, mas se não houver paredes onde elas possam se prender, o resultado é iminente: queda.

Ao invés de descer, os poderosos preferem subir, eles nunca optam pelo declínio. Tudo parece se mover, as paredes, o chão, o teto, não parece haver estrutura para manter o edifício em pé.

Ao abrir a porta do desespero, Urish percebe que não é tão poderoso assim, afinal existe somente um heliponto e somente um helicóptero para extrai-los daquele perigo iminente e existem muitas pessoas poderosas ali, todas sedentas por salvação, então quem é poderoso suficiente para serem salvos?
Precisam brigar entre si para determinar um resultado, justo ou não, é preciso brigar, todos tem uma história triste, todos tem uma família, todos se julgam filantrópicos, todos se julgam importantes, todos se julgam serem mais, porém nenhum deles percebem o que são de verdade, frágeis corpos humanos prestes a se tornarem nada.

Urish também é um homem que se julga, ele se julga ser frio, obstinado e um pouco destemido, ele observa e analisa o caos e toma suas decisões de acordo com a situação. Primeiro é atravessar uma crise e como se atravessa uma crise? Com uma arma apontada para os problemas.
O machado preso atrás do vidro é uma arma conveniente e ele apesar de nunca ter segurado um o pega com maestria.
As hélices do helicóptero rotacionam enquanto o piloto parece gritar algo, mas sua voz é abafado por outros berros e explosões que parecem ocorrer abaixo deles, causando mais tremores que de costume, Urish atravessa a turba e ao subir as escadas do heliponto recebe um chute no meio da cara que faz quebrar seu nariz, ele sente náuseas mas não cede a elas e se prende bem a escada tentando pensar enquanto recoloca as ideia o mais rápido possível no lugar, com um giro perfeito do machado, ele atinge alguma coisa que parece mole, um homem grita e de dor... Ao chegar ao topo do heliponto ele mal percebe que as mãos do impertinente foi arrancada por um corte preciso. Urish aponta a arma em todas as direções como se falasse com o peso do corpo que ele era a ameaça ali presente. Ele corre na direção do helicóptero e salta dentro dele empurrando alguém que desconhece para fora. Assassinato ou preservação da espécie? Não importa, ninguém nunca vai saber o que aconteceu ali em cima, naquela altura, vai ser um segredo pessoal eterno de como Urish fugiu matando pessoas e de como foi valente sobrevivendo a esse caos.

Urish observa parte do topo do edifício desabar e enquanto o helicóptero decola,do outro lado da cidade ele ouve e vê explosões seguidas uma da outra ocorrendo, um rastro de fogo é visto sobre casas, e no fim do rastro uma imensa bola de fogo e fumaça explode, a destruição é imensa mas ele está lá, em cima, no topo do mundo, observando tudo do alto como sempre fez, salvo do perigo e do julgo dos abutres que o cercava.

Afinal, historias são escrita somente por quem sobrevive pra conta-las.


CONT...

17 de Fevereiro de 2020 às 02:15 1 Denunciar Insira Seguir história
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Leia o próximo capítulo CAP. 2 – angelus

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Karimy Lubarino Karimy Lubarino
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March 17, 2020, 10:39
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