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Único.

Quando criança Jeon Jungkook costumava ser um garoto muito supersticioso, nunca passava por baixo de escadas e muito menos pisava em rachaduras de calçadas. E essa mania não o deixou com o passar do tempo, pelo contrário, só piorou. Atualmente, em seus 14 anos, o garoto passou a ter alguns tocs, como sempre fechar perfeitamente as portas de seu guarda-roupas, pois tinha a sensação de estar sendo vigiado por algo maligno do lado de dentro dele. Ele nunca deixava roupas em cadeiras, pois a noite dava a impressão de ser uma pessoa sentada ali, lhe vigiando. E sempre dormia apenas para um lado, pois em seu quarto havia um enorme espelho embutido na parede, como se aquele quarto já tivesse sido uma sala de dança dos antigos donos, espelho esse que dava para ver o corredor inteiro da casa e o garoto sempre imaginava que pudesse encontrar algo ali lhe observando, por isso sempre dormia com a luz acessa, mas seus pais insistiam em apagar a luz quando ele adormecia, ela sabia disso, porque às vezes acordava a noite e se encontrava na total escuridão.

Naquela noite, seus pais sairiam para um jantar de negócios e mesmo que já tivesse idade suficiente para ficar sozinho resolveram chamar Jimin, seu primo mais próximo que era alguns anos mais velho que ele, pois só voltariam na manhã seguinte. Assim sendo, deixaram pizzas e guloseimas suficiente para os dois garotos sobreviverem por uma noite.

Jimin adorava visitar seu primo mais novo, pois aproveitava para matar seu vício nos jogos de seu vídeo game muito mais avançado que o dele. Jungkook optou em apenas assisti-lo jogar, pois já estava enjoado dos mesmos jogos de sempre. Estava bastante entediado, pois pensou que o mais velho fosse aproveitar a oportunidade para reunir os amigos em uma festa, mas isso não aconteceu.

Já havia passado da meia noite quando Jungkook ouviu um barulho vindo da cozinha. Algo caindo. Ele virou-se rapidamente assustado em direção à porta da cozinha, encontrando-a em total escuridão.

- Você ouviu isso, Jimin? – Perguntou em um sussurro assombrado.

- O vento deve ter derrubado algo. – Pouco se importou, não desviando nem um segundo sua atenção da TV.

Jungkook tentou se acalmar com esse pensamento, mas como poderia ser o vento se todas as portas e janelas estavam fechadas? Resolveu não se importar também. Estava paranoico demais, precisava parar com aquilo.

O relógio anunciou ser 1 da madrugada quando o garoto deu o primeiro bocejo. A agradável moleza induzida pela comida ajudava mais ainda no cansaço, porém Jimin não desligaria o jogo sem salvá-lo, pois, todo aquele esforço teria sido em vão. Seu avatar caminhava pelos corredores escuros da mansão destruída a procura da flor que era usada para salvar o jogo, a música de suspense havia parado e a sala ficou no total silêncio. Jungkook tinha seu olhar perdido na tela da enorme TV, conseguia ver o reflexo de Jimin sentado no chão com as costas apoiadas no sofá e o seu logo atrás deitado no sofá, também era possível ver atrás no sofá que uma pessoa estranha e suja estava ali em pé, observando-os.

- Jimin, tem alguém aqui! – Sobressaltou assustado, arregalou os olhos em direção ao sofá, porém não havia ninguém ali.

- Eu não devia ter deixado você me assistir jogar terror, agora está paranoico. – Jimin suspirou, desligando o vídeo game e a TV. – Venha, vamos dormir.

Jungkook só o acompanhou no corredor quando o mais velho desligou a luz da sala, deixando-o no escuro e isso o fizera correr ao seu alcance.

Ao passar pela porta do quarto, Jungkook a trancou para não ter que observar o corredor a noite.

- Podemos dormir com a luz acessa? – Perguntou ao primo, vendo-o tirar suas roupas e vestir seu blusão de dormir que trouxera na mochila.

- Não vejo problema, eu sempre cubro os olhos para dormir de qualquer jeito.

Havia um colchão logo ao lado da cama de Jungkook para Jimin dormir, mas este, com o pedido do dono, deitou-se em sua cama, deixando-os bem próximos por ser de solteiro.

- Sempre tenho pesadelos quando durmo de luz apagada. – O mais novo confessou, sentindo-se um idiota por ser tão medroso.

- Sabe, Jeon... Eu sei um método de transferir seus pesadelos para mim. – Aos 16 anos, Jimin tinha os hormônios a flor da pele e ele sempre achou seu primo muito lindo. Ao observar seu rosto curioso ele revelou. – Terá que me beijar.

Jungkook era medroso e não idiota, mas beijá-lo não seria um grande sacrifício.

- Isso seria tão errado. – Jungkook hesitou por ser seu primeiro beijo.

- Mas você dormiria tranquilo, sem pesadelos.

E com esse último argumento Jimin aproximou seus lábios aos do mais novo, depositando ali um selar um tanto demorado que causou um frio na barriga de ambos.

- Jimin, não é o bastante? – Desvencilhou-se do beijo um tanto envergonhado.

- Para uma noite sim, mas e as próximas?

Vencido novamente pelo argumento e pela curiosidade de beijar o primo, Jungkook permitiu que seus lábios fossem tomados por um beijo mais profundo, sendo invadido pela língua de Jimin que o explorou também com as mãos pelo corpo magro e firme. Não ficando para trás, Jungkook levou suas mãos ao abdômen do primo, pois adorava aquela parte bem definida dele. Logo o beijo ganhou um estalar excitante causado pelas salivas que produzia calafrios em seus baixo ventres.

- Eu acho que agora é o suficiente. – Jimin cessou o beijo ofegante e corado, preferindo parar enquanto ainda tinha um pingo de sanidade que lhe dizia para não se aproveitar do garoto inocente. Jungkook pareceu um pouco desapontado, mas concordou igualmente. – Boa noite, Jeon.

Dormiram abraçados e Jimin agradeceu mentalmente por Jungkook ter trancado a porta, pois seria estranho se fossem pegos naquele contato por seus tios logo pela manhã.

Naquela noite Jimin teve um pesadelo.

Uma sombra de uma pessoa, andando de forma totalmente bizarra, caminhando pelo corredor do qual ele enxergava pelo reflexo do espelho, ela caminhava de uma forma horrível, passos desengonçados e tortos, e a cintura quebrada, o corpo caia de um lado para o outro, ela caminhou até a porta do quarto e apagou a luz e ficou ali os observando na total escuridão.

Jimin acordou na madrugada, pulando assustado da cama. Ele só conseguia pensar em uma coisa...

Por que a porta estava aberta e quem havia apagado a luz?

2 de Janeiro de 2020 às 22:48 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

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