cecifrazier Ceci !!!

O destino é peculiar. Impossível de prever. As coisas nunca acontecem por acaso. Como as flores, que têm seus mais intrigantes significados, tudo tem uma razão. Mesmo as situações mais incomuns possuem um motivo. Dororo acreditava no destino, porém, não esperava nada dele. Era como uma faca de dois gumes. Ela não esperava se tornar a senhora de Ishikawa. Não esperava reencontrar Hyakkimaru. Nem nada do que viria a seguir.


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#dororo #hyakkimaru
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Tsubaki (Camélia Amarela): Saudade

Dororo subiu o morro. Pôde ter a vista parcial daquelas terras uma vez prósperas, agora devastadas. Refletiu sobre a conversa que tivera com o sacerdote Biwamaru, sobre Hyakkimaru já ter partido. No começo, se sentiu injustiçada, afinal, para onde Hyakkimaru ia, ela ia junto, mas, aparentemente, seu mano havia mesmo ido sem se despedir. Talvez a jornada dele não fosse possível caso Dororo estivesse junto. Talvez era algo que ele deveria fazer sozinho. Apesar de ainda ressentida, Dororo precisou encarar os fatos e aceitá-los. Suspirou longamente. Decidiu ficar feliz por Hyakkimaru. Estaria bem ali, em Ishikawa, aguardando o retorno de seu mano. E quando ele voltasse, faria questão de ouvir sobre todas as aventuras. Enquanto isso, Dororo tinha muito trabalho pela frente. Tendo achado um propósito para o precioso dinheiro de seu pai, ela não podia ignorá-lo. Finalmente todo sacrifício de Hibukuro teria um motivo, e esperava que ele e sua querida mãe Ojiya estivessem vendo de algum lugar. Queria deixá-los orgulhosos.

Com astúcia, Dororo desceu correndo. Procurou os homens nos quais prometera dinheiro, entretanto, se deparou com mais ainda pessoas concentradas em um único ponto da vila, na frente de uma casa. Era Kagemitsu Daigo quem estava sentado nas escadas daquela moradia.

— Lorde Daigo! Você prometeu cuidar de nós! Da nossa terra!

Dororo ouviu as exclamações do povo ao longe.

— Peço que me perdoem... Eu não pude cumprir minha promessa. — Kagemitsu tinha a cabeça abaixada. — Eu...

— Estamos doentes e ao invés de nos tratar, o senhor nos mata!

— Eu estava desesperado, vendo minha terra em decadência. Faria de tudo para fazê-la prosperar, então recorri ao caminho desgraçado... fiz um acordo com demônios. Em troca de bênçãos, eu deveria dá-los meu primogênito, aquele que chamei tantas vezes de demônio. Ele teve a oportunidade de me matar hoje mesmo, porém não o fez. Ele não é nem de longe um ser maligno, mas eu me ceguei. Por todos esses anos tínhamos vivido às custas do sacrifício de uma criança inocente. Enquanto corríamos, falávamos, apreciávamos o nascer e pôr do Sol, Hyakkimaru não era capaz nem sequer de ouvir o canto dos pássaros. Não podia falar, enxergar ou tocar. Eu fui um egoísta...

O silêncio aterrador após a falar de Kagemitsu deixou Dororo de coração pesado. Mesmo depois de todas as coisas horríveis que fizera, ele parecia arrependido de verdade. Foi então, que Dororo se deu conta: nem a mãe, nem o irmão de Hyakkimmaru haviam saído do castelo em chamas. Quis chorar, mas não o faria, pois pelo menos agora eles podiam ter paz, algo que Daigo provavelmente nunca teria.

— Hyakkimaru, a quem trouxe tantas maldições, meu próprio filho... e não foi apenas a ele que eu trouxe desgraça. Minha esposa, meu filho caçula, minhas tropas, meu povo... tudo o que acontecer comigo a partir de agora será fruto das minhas terríveis ações. — Daigo não possuía brilho nos olhos. Ele era como uma casca vazia.

— Estamos todos na ruína por sua culpa! — Um dos aldeões falou, em desespero. — Vamos todos morrer!

— Onde está aquele garotinho? — Outro homem disse alto. — Ele disse que tem dinheiro suficiente para restaurar tudo.

— É verdade! — Mais um concordou. Ele procurou com o olhar Dororo no meio do amontoado de gente. — Ah, lá está!

Dororo ficou tensa com tantos encarando-a. Os olhares daquelas pessoas indicavam que agora ela tinha uma grande responsabilidade. Sentiu uma mão tocar o ombro. Era Biwamaru. Ele sorria, encorajando-a. A menina encheu os pulmões de ar, e caminhou em passos firmes até o centro da roda de aldeões. Encarou Kagemitsu com piedade, e este a olhava incrédulo. Ela se virou de costas para ele, e de frente para o povo.

— Meu pai foi um grande homem. O que me lembro dele é pouco, mas suficiente para saber que provavelmente foi o maior homem que já existiu. — Dororo mexia nos próprios dedos, nervosa. — Ele guardou uma enorme fortuna, era o tesouro dele. Ele queria que esse dinheiro fosse usado para o bem, mas infelizmente morreu antes de conseguir isso. Ela está bem guardada, longe daqui, em uma ilha. Se eu tiver ajuda, consigo trazer dentro de alguns dias e esta terra irá prosperar novamente. Os problemas de vocês serão resolvidos. Vocês não ficarão mais doentes e nem morrerão de fome. Era o que meu pai queria, e é o que eu quero também.

— Como vamos saber se não está mentindo? Nos enchendo de esperanças para depois nunca mais dar as caras? — Uma senhora questionou.

— Eu não estou mentindo! — Dororo sorriu. — Confiem em mim, eu quero ajudar. Só preciso que me ajudem também.

— Vamos com você! — Disseram.

— Sim! Se é de ajuda que você precisa, então ficaremos felizes em te ajudar!

Dororo se comoveu com as palavras. Talvez, de algum lugar, seus pais estivessem sorrindo. O céu outrora nublado se abriu, e aos poucos raios de Sol iluminaram a terra encharcada. Assim foi o começo de um novo tempo em Ishikawa.


X X X


O som de espadas repercutia pela vila. Era uma batalha frenética entre duas pessoas muito diferentes uma da outra. Dororo fazia movimentos tão rápidos, quase impossíveis de acompanhar se o outro espadachim não fosse Biwamaru, que apesar da idade, continuava sendo habilidoso com a espada. Por um triz, o sacerdote não foi cortado ao meio. A expressão da garota se tornou minimamente preocupada, mas ela estava orgulhosa demais para que fosse perceptível. Após o senhor fazer um sinal, indicando o fim do treino, Dororo se permitiu respirar mais aliviada.

— Parabéns. — Biwamaru disse, guardando a espada na bainha. — Mais uma vez você me surpreendeu.

— Obrigada, padre. — Dororo sorriu, cansada. — Se não fosse pelo senhor, não teria chegado onde cheguei. Obrigada.

— Continuamos amanhã. — Ele assentiu com a cabeça, retribuindo o sorriso.

Eles se curvaram, encerrando o treino oficialmente. Dororo guardou a espada, e correu até o “palácio”. Ela não gostava de chamar assim, pois não era uma princesa ou qualquer outra membra da realeza, mas as pessoas da vila o construíram com tanto carinho em forma de agradecimento, que a moça não podia reclamar de nada. O povo simplesmente a amava. E ela amava o povo. Podia dizer que aquele era ‘seu povo’.

Dororo, no caminho ao palácio, cumprimentou apressada as pessoas. Estava atrasada para a reunião com Kagemitsu. Depois de tudo o que aconteceu há seis anos, ele se sentiu na obrigação de se redimir com a população de Ishikawa, então ocupou o cargo de conselheiro da senhora daquelas terras. Dororo era muito jovem e precisava de auxílio. Ainda mais porque ela não se encaixava na parte administrativa. Subindo as escadas na entrada no local, jogou a espada de qualquer jeito no canto do salão. Quase esbarrou na camareira enquanto passava pelo corredor, pedindo desculpas de modo desajeitado. Dororo parou de correr ao chegar perto da sala de reuniões. Parou em frente à porta para respirar e ajeitar os cabelos. Eles estavam presos num rabo de cavalo desleixado, mas conseguiu deixá-los arrumados. Soltar as madeixas era a melhor opção. A garota olhou as próprias roupas e percebeu que tinha um pouco de sujeira, além de que ela estava ensopada em suor.

“Ah, não tem muito o que fazer agora”, pensou. E adentrou à sala.

— Está atrasada, senhorita Dororo. — Kagemitsu prontamente disse. Retorceu a face pelo estado da garota. — O que significa isso?

— Eu estava treinando. Sinto muito pelo desleixo. — Dororo se curvou. Não havia apenas Kagemitsu na sala. O general do pequeno exército, Takashi, também se encontrava sentado à mesa, junto com Akemi, uma das responsáveis pela colheita de arroz. — Bom dia a todos.

— Bom dia. — Takashi e Akemi falaram ao mesmo tempo.

— Já que estamos todos aqui, podemos começar. — Kagemitsu pigarreou. — Senhorita Akemi, por favor.

— Eu trouxe o relatório referente à última semana. Os cultivos vão bem, mas o armazém precisa de reparos. A madeira está velha e há uma goteira no teto. — Akemi deu uma olhada nos papéis antes de passá-los para Dororo.

— Ótimo. — Dororo leu com atenção as palavras escritas. — Providenciarei homens para a manutenção do armazém, senhorita Akemi. Muito obrigada.

— Por falar em homens, os nossos precisam de cavalos e espadas, senhorita Dororo. — Takashi se pronunciou. — Cada vez mais recebemos novos soldados e precisamos de mantimentos.

— Falarei com Tatsuo sobre os cavalos. Pedirei para ele ceder alguns até podermos trazer mais equinos à vila. Hayato fez as espadas de alguns de seus homens, então ele providenciará as que faltam. — Dororo assumia uma postura mais madura naquelas reuniões. Era de se admirar, pois tinha somente dezessete anos. — Mais alguma pauta?

— Recebemos algumas reclamações da senhora Tsubaki. Algumas crianças estão perturbando a paz, afugentando os gatos que ela cria. — Kagemitsu disse. — O representante da colheita de trigo, Seiji, da vila ao leste, não pôde vir por conta da chuva que alagou a estrada, mas nos mandou uma carta falando sobre a falta de materiais. Disse que as enxadas estão enferrujadas.

— Certo, resolveremos isso também. — Dororo, às vezes, sentia a cabeça doer. Ela queria cuidar bem de Ishikawa, mas era mais trabalhoso do que pensava.


X X X


A reunião durou algum tempo. Dororo se despediu de Takashi e Akemi, e finalmente pôde se espreguiçar. Ela precisava de um longo banho. Estava fedendo.

— Dororo. — Kagemitsu a chamou antes de cumprir o plano. — Venha aqui.

— Algum problema? — Ela perguntou, impaciente.

— Nós já conversamos sobre esse desleixo. É muito importante, sim, aprender a manusear uma espada. Eu mesmo acho essencial. Entretanto, é necessário que você se comporte como uma líder, não como uma criança.

— Eu entendo, Daigo. — Dororo bufou.

— Mas... — Ele sorriu. — Você está evoluindo. Vejo que segue meus conselhos.

— É muita responsabilidade. Estou dando meu melhor para cumprir com minhas obrigações.

— Quanto mais o tempo passa, a responsabilidade aumenta. Lembra-se de quando você era criança e precisei cuidar da maioria dos assuntos? Daqui um tempo serei realmente só seu conselheiro. Você tomará todas as decisões.

— Sim. — Dororo suspirou. — Nunca pensei que cresceria tão rápido.

— Sabe, você me lembra Tahomaru. — Kagemitsu, novamente, sorriu, mas dessa vez, triste. — Ele adorava treinar.

— Sinto muito. — Ela tocou nas mãos do conselheiro.

— Já faz tempo. Hoje ele seria um grande homem. — Ele se controlou para não chorar. — Enfim, vou deixá-la em paz. Por enquanto.

Dororo revirou os olhos, porém não estava irritada. Aprendeu várias coisas com Kagemitsu, e gostaria de aprender ainda mais. Ela foi até o quarto pegar roupas limpas e uma toalha, para se banhar. Acabou se lembrando de Hyakkimaru, que por meses ficara fora de sua mente. Uma sensação estranha veio à tona. Algo misturado com saudade e uma vontade de saber por onde ele poderia estar. Hyakkimaru ainda era vivo? Será que estava bem? Dororo não tinha como saber, pois, o ‘mano’ nem sequer havia dito o que faria.

Terminou o banho. O sentimento queassolou no peito a fez ficar pensativa. Até mesmo distraída. Foi à padaria comprar alguns pães. A fome atingiu em cheio seu estômago. Lembrou-se que não tomara café por ter acordado muito cedo. Harumi era filha do dono da padaria, e ela estava sempre lá para atender às pessoas. Dororo e ela se tornaram amigas, já que possuíam a mesma idade e interesses parecidos. Falavam sobre problemas da vila, lugares por onde Dororo passou, problemas familiares e garotos. Harumi gostava muito de garotos. Contava os mínimos detalhes à amiga, que por sua vez não sabia quase nada sobre eles, pois nunca namorou.

— Oi, Harumi.— Dororo acenou ao entrar no estabelecimento.

— Dororo!— Harumi sorriu largamente.— Pensei que estivesse ocupada hoje.

— Estava, mas já desocupei.— Ela se sentou em um banco.— O meu dia começou agitado. Quase cortei o velho no meio.

— Sério?!— Amava ouvir à amiga. Prestava muita atenção em cada palavra. — Coitado! Nem acredito que ele consegue segurar uma espada. Está tão velho.

— Ele é mais habilidoso do que você pensa. Não se deixe enganar só porque ele é velho e cego.— Dororo riu.— Agora, pode me dar alguns pães e chá verde? Estou morrendo de fome. Nem tive tempo de comer hoje.

— Pode deixar!— Harumi assentiu e correu à cozinha. Não tardou em levar o pedido de Dororo, cuja boca salivou pelo cheiro da massa fresquinha.— Aqui está! Não se preocupe em pagar, é por conta da casa.

— Você sabe que eu faço questão de pagar, mesmo sendo sua amiga.— Dororo coçou a nuca.

— Ah, você que sabe, então.— Harumi se sentou num banco, do outro lado do balcão.— Ontem Fuyuki disse que entrará para o exército. Fiquei muito orgulhosa, mas também fiquei preocupada. No momento estamos em paz, mas e quando ele for para uma batalha? Tantas coisas podem acontecer. Eu quero me casar com Fuyuki. Quero ter filhos com ele. Mas, e se...

— Não pense assim, Harumi.— Dororo deu uma pausa na comida.— Nada de ruim acontecerá com ele. Não podemos perder as esperanças. Essa terra passou por momentos difíceis e mesmo assim o povo não desistiu. Veja só como as coisas estão agora!Fuyuki é valente e sabe se cuidar. Vocês terão uma vida belíssima juntos.

— Obrigada...— Harumi enxugou algumas lágrimas que insistiam em escorrer.— Mas, me fala de você. Nenhum garoto te interessa aqui na vila ou em outro lugar?

— O-o que?— Dororo corou.— Claro que não! Eu tenho assuntos mais importantes para tratar. Não posso pensar nisso.

— Vamos lá, Dororo.— Cutucou a amiga. Harumi sorria de modo malicioso.— Um dia você vai ter que se casar.

— Exatamente, um dia.— Ela franziu as sobrancelhas e voltou a comer.— Esse dia não é hoje. Nem amanhã.

— Eu quero sobrinhos!— Harumi exclamou.

— E eu também!— Elas começaram a rir.


X X X


De barriga cheia, Dororo descansava deitada sobre a grama, no campo perto do rio Abukuma. Ia lá quando precisava esfriar a cabeça. Estava cercada de tranquilidade, tudo o que queria naquele dia. Tateou o próprio rosto, massageando as têmporas. O vento fresco deu de encontro com a pele quente de Dororo. Ela sentiu um arrepio e fechou os olhos para aproveitar a sensação. Entretanto, a paz não durou muito. Tendo os sentidos apurados, ouviu passos na estrada que levava à vila. Avistou um homem trajando um kimono escuro, com emblemas estranhos que ela desconhecia. Tinha longos cabelos negros, presos num rabo de cavalo. Percebeu a espada na bainha. Parecia um samurai. Rapidamente, Dororo se levantou e caminhou com cuidado na direção do homem. Ele acabou notando a aproximação da menina e parou de andar. Dororo não recuou.

— Bom dia, senhorita.— Ele a cumprimentou. As feições eram gentis.— Por acaso este é o caminho para Ishikawa?

— Você já está em Ishikawa.— Dororocontinuava desconfiada. — Este é o caminho para a vila ao sul.

— Muito obrigado, senhorita.— O forasteiro sorriu.— Onde encontro um lugar para passar a noite?

— Posso te mostrar a direção. Vá na frente.— Dororo também sorriu, entretanto, mantinha a cautela. A vila já foi alvo de saqueadores anos atrás, o que resultou em pertences roubados e um homem ferido. Infelizmente, ela não levara a espada consigo caso o estranho demonstrasse ameaça.— De onde você vem?

— De muitos lugares. — Respondeu vagamente.— Estou em uma longa jornada que ainda não terminou.

— Você é um andarilho?

— Talvez esse termo sirva.— Ele riu brando.— Você mora aqui há muito tempo?

— Não muito. Eu me mudei para cá. Antes disso não tinha um lugar fixo.— Dororo estava confusa. Aquela voz, aquele rosto... aquele homem era muito familiar.— Como você se chama?

— Desculpe, eu nem me apresentei.— Parou de andar e curvou-se diante à menina.— Sou Hyakkimaru, prazer em conhecê-la.

O coração de Dororo parou.

— Você está bem?— Hyakkimarufranziu o cenho.— Está pálida.

— Hyakkimaru...— Dororo murmurou.— É você mesmo?

— Perdão, nos conhecemos?

— Sou eu, seu tonto!— Ela exclamou.— Dororo!

— Dororo?— Ele arregalou os olhos.

Ela não se controlou e o abraçou com força, praticamente pulando em cima dele. Hyakkimaru se desiquilibrou e ambos acabaram caindo na grama. Um largo sorriso estampava o rosto de Dororo e havia lágrimas em seus olhos.

— Dororo...— Hyakkimaru pôs a mão sobre a bochecha da garota.— Você é linda.

— Seu tolo!— Dororo se levantou.— Por que se foi sem me avisar?

— Sinto muito.— Ele também se levantou.— Era algo que eu precisava fazer sozinho.

— Mas podia, pelo menos, ter me avisado!— As lágrimas caíram.

— Você iria querer vir comigo.— Hyakkimaru a abraçou. Teve o gesto retribuído.— Sinto muito, Dororo.

— Não acredito que voltou.— Mesmo chorando, ela sorria.— Eu te esperei tanto!

— Eu não duvido que tenha esperado.— Ele suspirou.— Você é diferente do que eu me lembrava.

— Claro que sou!— Ela riu.— Você me viu criança! Sabe quantos anos se passaram?

— Seis anos.— Hyakkimaru afirmou.— Você tem razão. Usou seu dinheiro para ajudar as terras?

— Como sabe disso?!

— Ouvi rumores por onde passei. Além do mais, você não disse que um dia o usaria para algo grande?

— Sim...— Dororo respirou fundo.— Venha. Eu faço questão de te receber.

Assim, Dororo e Hyakkimaru começaram a andar pela estrada, lado a lado. O destino, que os uniu no passado, o mesmo que os separou, estava os unindo novamente. Iniciava-se uma nova jornada em suas vidas.


8 de Novembro de 2019 às 17:51 0 Denunciar Insira Seguir história
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