kpopperatrevida Diu Cardoso

[JACKGYEOM] E fora naquele final da Rollet 67, naquele parque abandonado que todos os dias dávamos um jeito de nos ver. Meus pais não o aceitariam. Meus "amigos" nem todos andariam ao meu lado se descobrissem sobre nós dois. Eu amava Jackson mais do que qualquer outra coisa e todos os dias ele me mostrava que me amava mais ainda.


Fanfiction Impróprio para crianças menores de 13 anos.

#jackson #yugyeom #got7 #jackyug
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Intense

Paris, meados de 1976…

Havia um parque de diversões no final da estrada, Rollet 67. Os jovens da capital costumavam ir para lá quando ele ainda era um parque decente e contava com brinquedos e tantas outras coisas a nos fazer, por algum tempo, esquecer a confusão que se difundia pelo mundo. Isso era até uns dez anos atrás e naquela época meus pais me proibiram de ir ao local, porque era repleto de garotos anarquistas e zoneiros. Era estranho aquele tempo, porque eu queria acima de tudo ser bem visto e eu tinha apenas uns 9 anos de idade.

Com o tempo, fui aprendendo a não me importar tanto com o que os outros diziam por aí. Que, ser a “sombra” dos demais, como mamãe gostava de dizer, não era assim, um caminho legal de se seguir. O fato era que eu aprendi sozinho a me virar e de todo modo, não foi fácil aprender tudo de primeira. Aqui, onde moramos, é um lugar sossegado, apesar de ser a capital, mesmo assim, o silêncio que invade as paredes desta casa me faz arder em pensamentos sem pé e nem cabeça, tudo porque, eu odeio esse lugar. Não o odeio ao todo, mas parte dele. As vezes pego-me pensando como seria viver fora dessa cidade, onde os turistas veem para passar suas férias e deixam suas marcas com o lixo acumulado que os hotéis adoram jogar nos riachos das rotas que só os motoqueiros as fazem.

Particularmente, eu me tornei um apaixonado por natureza e motos, coisas bem distintas e querendo ou não, uma prejudica a outra. Alguém precisa ser a vítima dessa história.

Eu lembro perfeitamente do dia em que subi em uma moto pela primeira vez. Não tinha experiência com aquilo, muito menos sabia como se dava partida em uma, só sei que quando dei por mim, estava sentindo a brisa fresca de liberdade em meu rosto e por um momento me deixei levar pela emoção. Abri meus braços, sentindo algo bom dentro de mim. Acabei permitindo-me gritar intensamente, grito este, que expressava meu contentamento com o momento. Eu ouvi o piloto rir alto, me fazendo rir também. Eu voltei a segurar firme na cintura do homem que pilotava a moto, não me importando em deitar minha cabeça nas costas dele.

Aquela noite, eu dormi com o cheiro daquele homem impregnado em mim. Eu tinha apenas dezessete anos e nunca tinha tido um contato com alguém da forma que eu tive com ele.

Jackson Wang costumava despertar coisas estranhas em mim e era raro os momentos em que ele não me deixava envergonhado ou excitado, completamente, extasiado com seu jeito bom de me envolver.

Eu voltava de um dos meus milhares passeios, no qual costumava fazer quando cabulava a aula. Eu o avistei, parado na rota que costuma ser lotada há verões passados. Não era como se eu fosse um adolescente tarado e desesperado por visões belas, mas também, não tinha como não reparar no físico do homem no meio da estrada abandonada.

Jackson encontrava-se agachado ao lado da moto, arrumando algum escapamento no qual, na época, eu não fazia ideia do que era. Ele estava com a camisa jogada no ombro, deixando seu tronco à mostra para qualquer um ver e foi inevitável não o olhar sem malícia, era demais para meus hormônios de adolescente.

— Você quer ajuda?

Havia tirado forças do além para perguntar aquilo. Ganhei a atenção do moreno, que sorriu ladino, levantando-se e limpando as mãos sujas de graxa na camisa.

— Ah, se você quiser…

Eu sabia que aquele sorriso iria me levar a beira de um precipício em algum momento. Porém, não era como se estivesse sob o meu controle. Era a primeira vez que eu via alguém aparentemente legal — sim, eu o achei legal em apenas poucas palavras ditas. Na realidade, eu já o “conhecia” de vista. Ajudava meu tio em seu bar todas as noites de sexta-feira e o local era o encontro dos motoqueiros.

Jackson sempre estava ali, vestindo a sua costumeira jaqueta de couro e sorrindo para seus amigos. O via na mesa de sinuca, inclinado e totalmente concentrado naquele jogo. Aprendi em minhas observações que ele odiava perder e aquilo era algo engraçado, porque ele não saía daquele bar, enquanto não tivesse, pelo menos, o triplo de dinheiro que havia chegado.

Aquele dia que o encontrei na rota, arrumando sua moto, fora o nosso primeiro momento de troca de palavras. Nunca tivemos a chance de conversar, na real, não tinha nem como. Eu era só um adolescente sem graça, que ficava enfurnado atrás do balcão, anotando pedidos de bêbados e infelizes que achavam a bebida sua melhor saída.

De fato, observar Jackson nas noites de sexta me fez perceber inúmeras coisas e se você acha mesmo que eu me apaixonei por ele à primeira vista… oh, você está correto, caro leitor. Mas convenhamos, era impossível para mim não me deixar levar por tudo o que ele aparentava ser e, sorte ou azar meu, eu era só um adolescente recém me descobrindo. Sabe, Jackson contagiava onde quer que ele fosse com aquela maldita presença de macho alfa que ele apresentava. Tinha algo nele que me cativava mais do que seu corpo. Talvez seus olhos totalmente misteriosos. Oh, sim, aquele olhar era incrível. Jackson tinha uma coisa sutil em si. Ele sempre gostava de brincar com os momentos no qual vivia. Não perdia uma oportunidade de ser um real galanteador.

E aquilo só ferrou muito com minha pobre consciência, meu coração e com minhas noites.

Ajudar Jackson naquela rota, até hoje, me vem à cabeça como uma dúvida gritante de saber se foi um erro ou o meu melhor acerto já feito. Desde aquele dia, minha vida de chata e monótono, virou apenas velocidade e vento na cara. Eu não sei como, mas ele acabou curtindo minha conversa de adolescente carente e de alguma forma, nos tornamos próximos. E levamos aquilo por um bom tempo, até que eu completasse minha maioridade. Jackson costumava me levar para inúmeros lugares daquela cidadezinha minúscula de interior. Eu apenas o acompanhava sem nem ao menos perguntar onde íamos, porque eu era tolo o bastante para confiar nele de olhos fechados e ele esperto em alto nível para se aproveitar de minha tolice.

Quando eu fiz dezoito anos, Jackson me levou a um bar na fronteira, depois da Rollet 67, eu nunca havia saída daquela faixa e quando fiz aquilo me senti a pessoa mais livre do mundo, mesmo que aquele ato significasse uns três ou quatro quilômetros de distância.

Eu não tinha muita expectativa do que Jackson iria fazer comigo, era meu aniversário e ele havia me prometido meses atrás que queria comemorar de um modo especial, porém eu não sabia o que era o real significado do “especial” dele.

E por todos os deuses, Wang era surpreendente. Ele me fazia sentir coisas estranhas e eu juro que tentava a todo custo não demonstrar meu estado a ele, mas era complicado, principalmente, quando ele decidia ficar me olhando por um bom tempo, tempo este, que era uma verdadeira tortura para mim. Eu era só um garoto, como um clichê normal de filme americano, conhecendo um bad boy qualquer que eu queria muito me envolver. Só que Jackson Wang não era apenas um bad boy qualquer. Ele era um maldito homem que gostava de ferrar com a minha vida e minhas noites, no qual eu perdia inúmeras horas pensando nele e tendo que me virar por ficar imaginando mil e uma cenas onde eu podia tocar seu corpo e ele fazendo o mesmo em mim, devolvendo cada toque e sensação, sem medo de demonstrar quem eu e ele realmente éramos.

Ah, e eu jurei que ele só queria brincar comigo. Que eu era uma diversão no qual em uma tarde qualquer ele se juntava com os amigos e ficava contando de suas experiências com o garoto do bar da rota 67. E eu estava enganado e como estava.

Naquele dia, Jackson quis a todo custo comemorar meu aniversário. Fomos para a capital e além do bar temático e de algumas cervejas ruins que ele me fez beber, ele me levou em um local dedicado à dança e fotografias, lugar este que eu havia lhe dito ser o meu sonho conhecer. A pequena visita a capital, me possibilitou conhecer todos os lugares que eu havia lhe mencionado. Jackson havia lembrado de tudo que eu mencionei a ele em alguma de nossas infinitas conversas atrás daquele bar.

Eu não sei o que havia me feito mais feliz, se era o fato de eu realizar meus sonhos e ter minha primeira câmera dada pelo cara que fazia meu coração balançar de modo estranho e agitado, ou se era ter simplesmente aquele homem sorrindo para mim e me dizendo que estava feliz por me ter por perto.

Em um dado momento, tínhamos que voltar, afinal, eu havia mentido para meus pais dizendo que passaria o dia na casa de um amigo que abrigou minha mentira. Então, nisso tudo, paramos naquele parque velho e abandonado, no qual meus pais nunca permitiram eu ir. Quando pus meus pés lá, não entendi porque me proibiram de ir até ele. Era apenas um lugar silencioso, velho aos olhos de todos e sem sentido, mas de alguma forma eu conseguia ver algo belo nele.

Tirei minha primeira fotografia com Jackson fazendo parte dela. Ele reclamou, pedindo para que eu não o fotografasse, mas não era como se eu fosse obedecê-lo. Aos resmungos do mais velho, adentramos o parque, caminhando por toda aquela extensão. Eu estava maravilhado com o local. Havia uma roda gigante abandonada no fim do percurso, imóvel pelas raízes que se espalharam por entre os ferros que a compunham. Era uma bela imagem e mais uma vez foi ouvido o clique naquele lugar.

Jackson apenas riu, perguntando-me se eu não largaria aquela câmera nunca mais.

— Eu gosto de fotografar você. Quero guardar cada detalhe seu. — Mais um clique e outro e, tantos mais.

Jackson ria e aquilo balançava-me por inteiro de uma forma que eu não podia controlar.

— Você não precisa fotografar cada detalhe meu, basta apenas tocar… sentir e você os terá para sempre. — Seu tom era baixo e tão suave. Era como uma confissão de um amante apaixonado e louco.

E eu gostava de pensar que ele era louco por mim, tão louco a ponto de me tirar do chão com aquele beijo ganho.

Nem ao menos sabia reagir. Era como receber uma corrente elétrica e o corpo inteiro entrar em alerta de sensibilidade. Sua mão estava em minha cintura e logo subiu, me deixando nervoso e arrepiado ao sentir a ponta dos seus dedos em minha pele. Sua boca movia-se sobre a minha e eu sem total experiência naquilo.

Nunca tinha sido beijado e olhado com tanto desejo. Os olhos negros faiscavam uma luxúria que eu nunca imaginei existir e ser dirigida a mim. Eu me sentia estranhamente contente com aquelas novas sensações.

— Jackie… — Era patético um cara de dezoito anos soar tão manhoso, mas não era como se eu conseguisse evitar.

— Relaxa… — Sua respiração colidiu em meu rosto.

Meus olhos estavam fechados, eu queria apenas aproveitar qualquer coisa que ele fosse me dar. Suspirei sôfrego ao sentir sua mão adentrar minha calça, enquanto seus lábios encontravam-se em meu pescoço, maltratando minha pele.

— Você quer isso tanto quanto eu, não é? — Sussurrou, deixando-me mais louco com os movimentos. — Eu não aguentava mais ter que esperar para ter você, sabia? Quero tanto sentir tua pele… teu cheiro…

Suas confissões me deixavam mais excitado e com vontade de o ter. Eu precisava dele, precisava da sua boca, dos seus toques. Eu precisava do corpo dele, dos seus chamados por mim e tudo mais que ele viria a me dar.

Jackson beijou-me, deixando-me extasiado com sua ação. Ele tinha pressa nas mãos que logo livravam-me da minha jaqueta.

— O que você está pensando em fazer? — Soei um tanto desesperado.

Estávamos em um lugar abandonado, mas mesmo assim, corríamos o risco de certos uns e outros aparecem por ali.

— Nos divertir. — Sorriu, aquele sorriso que poderia simplesmente tirar tudo de mim em pouco tempo.

Senti seus lábios de volta sobre os meus e logo meu corpo ser empurrado com calma para baixo. Jackson me fez sentar sobre seu colo. Suas mãos pareciam gostar de invadir minha roupa e arranhar minha pele sem nenhuma cerimônia.

Levei minhas mãos até seus ombros, apertando-os levemente. Não sabia o quanto poderia usar de força, todavia, o moreno estava disposto a me ensinar o que eu deveria fazer.

— Jackie… — Falei manhoso.

Sentia minha pele ferver com seus toques. Era algo novo e extremamente bom. Mesmo com todas sensações e seu jeito carinhoso de levar as coisas foi inevitável não me sentir um pouco inseguro.

Jackson sabia o que fazer e conhecendo-o como conhecia, era nítido que já tive outros mais experientes que um pobre adolescente cheio de hormônios.

— Relaxa, baby. Você está tão tenso. — Senti sua mão apertar minha cintura, fazendo-me ofegar baixinho.

— E-eu não sei o que fazer. — Confessei, olhando-o nos olhos.

Senti a ponta dos seus dedos dedilhar minha bochecha quente, meu rosto fervia em pura vergonha.

— A gente não precisa fazer nada, só ficar aqui. — Alegou baixo.

Eu via o desejo escorrer dos seus olhos e causar arrepios em minha pele. Não queria o negar nada, nem o decepcionar, no entanto, para mim era algo mais especial.

— Desculpa.

— Ei, não precisa pedir desculpa. 'Tá tudo bem. — Garantiu, dando-me um selinho carinhoso.

— Eu queria tentar… — Mordi o lábio, ficando nervoso com seu olhar atencioso site mim. — É ridículo isso, mas eu… eu queria que fosse especial, porque… porque eu gosto muito de você.

— Gyeomie…

— Desculpa, eu não deveria ter dito isso. — Falei um tanto rápido e atrapalhado, tentando me levantar.

Jackson puxou-me para si mais ainda, segurando com mais firmeza minha cintura.

— Para quieto. — Falou mais sério. — Eu também gosto de você. Não me importo em esperar, se é isso que você quer.

— Vo-você o quê?

— Não me importo de esperar. — Seu sorriso era doce, contudo, apesar de ficar feliz com a espera dele, não era aquilo que queria ouvir novamente.

— Nã-não é isso. É o que você di-disse antes…

— Eu disse… — Pareceu pensar minimamente. — Eu disse que também gosto de você, Gyeomie. Gosto muito. Você ainda não se deu conta disso?

— E-eu acho que não. — Sorri nervoso, sentindo meu coração acelerar mais que o normal.

— Pois acredite, eu gosto de você. Mais do que você possa imaginar.

— Isso é… é estranho…

— Estranho por quê?

— Ah, um cara como você gostar de mim…

— Ei, você é incrível. — Segurou meu queixo, fazendo-me olhar firmemente. — Você é a pessoa mais especial e incrível que eu já conheci, a mais doce. E olha que eu já percorri tanta estrada por aí… você é único Gyeomie e eu sou grato todos os dias por ter te encontrado.

— Você não sabe o quão bom é ouvir isso.

— Eu acho que eu sei como é sim. — Sussurrou baixinho, sorrindo e ficando mais próximo.

Senti seus lábios moldagem os meus em um beijo calmo, diferente dos anteriores.

Envolvi meus braços ao redor dos seu pescoço, ficando mais junto dele. Eu amava o cheiro que o Wang tinha. Ele cheirava a liberdade e proteção, algo que eu sempre quis sentir e viver.

Beijá-lo era como sair da órbita. Viajar a lugares desconhecidos e vastos. Era nosso.

— Quer namorar comigo? — Perguntou-me baixinho, num sussurro risonho ao pé do meu ouvido.

— É tudo que eu mais quero.

E realmente, não havia nada e nem ninguém para contestar meu querer. Ele era tudo o que eu queria e precisava.

Jackson veio como um sopro de vida a mim. Um ar novo para reviver os pulmões e viciante ao ponto de eu não querer mais parar de o sentir.

E fora naquele final da Rollet 67, naquele parque abandonado que todos os dias dávamos um jeito de nos ver. Meus pais não o aceitariam. Meus "amigos" nem todos andariam ao meu lado se descobrissem sobre nós dois. Então era ali que ficávamos. Perdidos na estrada, acelerando entre trocas de beijos roubados e juras de um amor que nós dois sabíamos que jamais iríamos viver em paz.

Eu amava Jackson mais do que qualquer outra coisa e todos os dias ele me mostrava que me amava mais ainda.

Completávamos uma certa loucura um do outro, vivendo em um tempo que nosso amor era escondido para ser tolerado.

Eu o amaria eternamente, todos os dias da minha vida.

30 de Outubro de 2019 às 08:16 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Diu Cardoso Uma aspirante a escritora que vive oscilando entre as linhas e que se perde fácil no amontoado de palavras quase desconexas. @kpopperatrevida no spirit

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