melindaclemente Melinda Clemente

kim namjoon | CEO!UA | hétero “Kim Namjoon é simplesmente a perfeição em pessoa: rico, bonito, um dos caras mais poderoso do mundo financeiro, o CEO mais sistemático e perfeccionista quer qualquer acionista poderia desejar para uma multinacional, porém, isso não excluía o fato dele ser um verdadeiro carrasco com seus funcionários, e o pior chefe que você poderia desejar. ” imagine bts | imagine kim namjoon | CEO | universo alternativo | chefe e secretária | imagine sem s/n | | saga "sete por um" 05/07 |


Fanfiction Bandas/Cantores Impróprio para crianças menores de 13 anos.

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Capítulo Único

"Chefe" - Fanfic Trailer

N/A:antes da leitura veja alguns avisos importantes sobre a história:

❤ Este imagine não contém pronomes referencias de S/N, pois o intuito desta narração é fazer com que a/o leitor/a se sinta como protagonista verdadeira desta história

❤ Este imagine é o 05/07 de 07 contos, que serão publicados separadamente, e espero que possam acompanhar a continuação deste, já que estarão 100% interligados

❤ Se preparem para os clichês, pois terão muitos, mas tentei aproveitá-los e introduzi-los da melhor forma possível


❤ aproveitem a leitura❤


(***)

Esperava de forma impaciente o sinal para pedestres acender, para que segundos depois eu pudesse me equilibrar o melhor possível nos scarpim negros enquanto andava apressadamente na tumultuada faixa de pedestres; nunca imaginei que os dois dias de feriado seriam suficiente para me desacostumar da rotina tão facilmente e me fizesse acordar atrasada para o trabalho justo num dia tão importante como aquele.

Suspirei aliviada quando avistei o grande edifício do qual trabalhava, empurrei com um pouco de esforço o cotovelo contra a porta envidraçada de entrada, para que assim eu não me desequilibrasse com toda a pilha de pastas e documentos que carregava.

Depois de sair da ala de identificação de funcionários, corri em direção ao elevado, aliviada por entrar a tempo, e fazendo o máximo para controlar minha respiração antes de chegar ao andar principal, para que assim tivesse menos chance de ser chamada atenção pelo carrasco que estava à minha espera.

(...)

Corri para fora do elevador, indo em direção a ala central da recepção do escritório. E enquanto eu colocava a montanha de materiais em minha mesa, pude ouvir a gerente Boom me advertir que estava quase dez minutos atrasada, eu apenas maneie positivamente com a cabeça ao continuar a organizar minha mesa o mais rápido que podia.

“ O que aconteceu? ” A gerente voltou a falar aproximando-se de minha mesa. “ Você nunca se atrasa ou se quer deixa seu penteado desalinhado, por acaso está doente e não conseguiu um atestado a tempo? ” Indagou parecendo estar realmente preocupada comigo.

“ Oh, não é nada disso... ” Tentei sorrir despreocupada enquanto folheava rapidamente alguns papeis deixados ao lado de meu computador. “ Talvez eu só não esteja acostumada a ter tantos dias de folga. ” Desconversei, tentando parecer o mais tranquila possível.

Entretanto, mal pode concluir minha fala quando notei que a pequena luz do interfone foi acesa, avisando que estava sendo chamada para o escritório.

(...)

Fechei a porta as minhas costas ainda um pouco temerosa de olhar diretamente para frente, inspirei profundamente, e de modo silencioso fui a passos lentos até o centro daquele escritório, onde o único som audível era o tintilar de meus saltos sobre o piso lustrado.

“ O senhor me chamou? ” Questionei ao chegar rente a enorme mesa daquela sala, expos meu sorriso mais cordial enquanto esperava a resposta do homem a minha frente.

“ Você não estaria aqui se eu não tivesse. ” Ditou com sua voz neutra, mas naturalmente grave, e eu anotei mentalmente para evitar perguntas retóricas na presença dele. “ Espero que não tenha vindo de mão vazias, eu suponho. ” Kim Namjoon mantinha sua fala sem se dar ao trabalho de tirar os olhos da papelada em sua mesa, não voltando sua atenção para mim uma vez se quer desde que eu entrara.

“ Claro que não, sr. Kim. ” Respondi um pouco mais rápido que o necessário, já estendendo em sua mesa a pilha de documentos que iria apresentar. “ Aqui estão os relatórios da última semana, como o resumo da ata das vendas deste mês. ” Completei a fala sinalizando cada um dos documentos à mesa.

“ Muito bem... ” Do mesmo modo que eu, ele não perdeu tempo para logo analisar os papeis que o entreguei, os folheou rapidamente, e assim que notou que tudo estava nos conformes, se afastou de sua carteira e finalmente pode levantou seus olhos em minha direção. “ Está tudo certo. ” Ditou por fim. “ Realmente não devo subestimar suas capacidades. ” Não pude esconder meu suspiro de alivio quando ouvi suas palavras, mesmo que fosse algo comum, não podia diminuir suas expectativas. “ Porém, gostaria de saber o porquê de uma funcionária como você se atrasar em plena segunda-feira, a senhorita pode justificar seu atraso? ” E meu sútil sorriso, que mal havia começado a aparecer, morreu instantaneamente assim que a expressão séria voltou ao rosto daquele homem.

Eu mesma não conseguia acreditar que tinha cometido uma falha tão estúpida depois de uma rotina exemplar ao longo desses quatro anos trabalhando na empresa, e logo quando estava justamente há uma semana de receber a possível resposta sobre uma promoção, isto acontece.

Fitei o chão, na tentativa de desviar do olhar acusador de meu chefe, imaginando como poderia me justificar decentemente sem parecer uma completa amadora, porém, quando mais eu pensava, mais eu me dava conta que nenhuma desculpa, por mais arquitetada que fosse, seria convincente o suficiente, e se eu falasse algo que minimamente se afastasse da verdade, em qualquer hipótese, ele poderia descobrir e só de imaginar que isso implicaria em perder sua confiança – que eu lutei mais do que tudo para obter – eu preferia lhe contar a verdade, por mais idiota que ela fosse.

“O despertador... ” comecei a falar receosamente, o ficando com cuidado, tentando perceber algum tipo de sinal negativo em seu rosto. “ ... do meu celular, não funcionou. ” Conclui em um risco de voz, pelo tamanho constrangimento, iria fazer menção de me inclinar em um pedido de desculpas formal, já imaginando o quanto de meu salário seria descontado por esta falha quase inadmissível por aquele empresário meticuloso, quando acabo vendo o mesmo voltar a falar indiferente – ainda de olho nos seus documentos – como se o que eu tivesse dito, não fosse nada demais.

“ Compre outro celular. ” Ditou simplista enquanto rabiscava de qualquer maneira em um dos papeis. “ Vá em alguma de nossas filiais e compre algo melhor. ” E quando me encarou naquele instante pude ver a frieza – e um resquício de descaso – em seu olhar. “ Caso queira garantir, recomendo que compre um despertador manual também. ” Por minha falta de resposta em sua curta pausa, continuou. “ Não se preocupe com o preço ” Enfatizou ao lubrificar os lábios com sua saliva, desviei minha atenção momentaneamente, não tendo muita compostura para aquele seu tipo de hábito lascivo. “Lhe dou permissão para comprar com o cartão da impressa, caso tenha algum problema, só peça para me contatem. ”

Meus olhos se arregalaram minimamente, o CEO Kim Namjoon era muito bem conhecido por ser profissional extremamente diligente – tanto com seu próprio trabalho quanto em relação aos seus funcionários – então nada mais comum do que receber este tipo de tratamento no final das contas.

“O senhor não precisa... ” comecei a me justificar, porém ele foi ainda mais rápido ao me cortar.

“ Acredito que, é melhor um gasto necessário do que um valioso tempo perdido que não possa ser recuperado. ” Pausou. “ E você, senhorita, é muito valiosa para ser desperdiçada. ” Seu sorriso enigmático fora o suficiente para me deixar sem fala, sendo que o máximo que pude fazer no momento foi acenar para ele positivamente. “Principalmente seu tempo gasto comigo, não é mesmo? ”

“ Mas... Mas é claro, senhor. ” Não tive opção a não ser concordar.

“Ótimo! ” Ouvi o click de sua caneta batendo contra a mesa. “Pode voltar ao trabalho agora, e esteja pronta para me acompanhar na visita ao workshop da empresa ainda está manhã. ” E assim ele concluiu nossa conversa, me deixando finalmente sair daquela sala ainda mais estabanada de como tinha entrado.

(...)

Com o relógio marcando um pouco mais que 10hs da manhã, entrei novamente no escritório principal, logo me deparei com meu chefe vestido disciplinadamente seu paletó, mostrando que estava pronto para a rotina de compromissos marcados para o dia. Troquei um breve aceno quando ele olhou para mim, porém, voltei rapidamente minha atenção para a agenda em minhas mãos.

“Seus pais ligaram novamente, sr. Kim. ” Pude ouvir um baixo suspiro enfadado ao meu lado, enquanto eu continuava indo em direção a sua mesa. “ Eles querem que o senhor confirme sua presença no blind date¹ este mês. ” Anunciei ao recolher algumas pastas de sua mesa, já voltando em direção ao homem que não conseguia mais disfarçar a irritação que sentia de seu rosto. “ E pediram para enfatizar que...” Parei bem a sua frente, checando se tudo estava devidamente apresentável. “ Nas palavras deles: ‘não invente desculpas, e, realmente apareça desta vez. ’” Conclui no mesmo momento que terminava de alinhar sua gravata em seu pescoço, e sorrir polidamente esperando sua resposta.

“Se não me falhe a memória...” Começou. “.... Creio que lhe conferi a tarefa de me livrar deste tipo de compromisso. ” Sibilou meu nome de forma aborrecida, enquanto tentava folgar o aperto exagerado que dei em sua gravata.

“ Sim... E o senhor está certo... ” Voltei a argumentar, sorrindo um pouco embaraçada. “ Mas há limites a serem seguidos, senhor... ” Estabilizei mais minha voz, mas ainda mantinha meus olhos longe dos seus. “ E este limite acaba quando a própria sra. Kim ameaça meu emprego caso eu não encaixe esse compromisso à sua agenda. ”

“Eu vou pensar no caso. ” Disse depois de um longo suspiro afadigado após sua pequena pausa, e quase não pude acreditar que, depois de tanto tempo, ele finalmente resolveu dar uma confirmação – ou algo semelhante a isso.

“Sua mãe ficará tão feliz ao saber disso, senhor! ” Não pude evitar em sorrir satisfeita – como aliviada – com a resposta.

“ Eu não disse que iria. ” Esclareceu firmemente assim que viu meu estado animado por sua resposta anterior. E para que não o contrariasse logo tratei de tirar o sorriso de meu rosto enquanto o seguia em silêncio sala a fora em direção ao elevador.

(...)

“Primeiramente, iremos ao workshop, que começará daqui a uma hora, logo depois há uma reunião privada com um de nossos associados, o sr. Choi... ” Comecei a ditar as notas da agenda assim que a porta do elevador foi fechada. “... O senhor deseja que eu chame um motorista ou prefere que eu mesma dirija? ” Indaguei ao terminar de anotar lembretes das outras pendências do dia, para direcionar novamente minha atenção ao sr. Kim.

“Prefiro que a srta. dirija, por favor. ” Confirmou enquanto provavelmente ainda previa como deveria agir em todos estes eventos. “Levar um motorista somente mostraria que sou muito indiferente...” O que não era uma mentira na maioria das vezes. “... e que apenas compareço por razões profissionais. ” Ainda sim, isto seria longe de ser uma calúnia. “Levar você, por outro lado, mostraria que confio na competência de meus funcionários e consequentemente o sr. Choi concluirá que serei assim ele e com nossos negócios. ” Pude ver algo perto de um sorriso satisfeito em seu rosto. “ Isso com certeza, será mais conveniente. ”

“O senhor está completamente certo, sr. Kim. ” Usei meu melhor sorriso, mesmo que não fosse de forma genuína – como na maioria das vezes que ele faz esse tipo de discurso – para respondê-lo, já que eu não poderia responder de outra forma enquanto seus olhos quase gritavam para que concordasse com ele.

“ Eu sei que estou. ” Reforçou, não escondendo seu sorriso orgulhosamente prepotente. Preferir me silenciar e tentar ignorar aquela atitude, porque afinal, ele não estava errado de qualquer forma.

(...)

Fiquei observando o monitor eletrônico do elevador enquanto tentava me manter indiferente aquela áurea prepotente do homem ao meu lado, o monitor indicava que ainda estávamos no quinto andar, coisa que acabei estranhando, já que normalmente o elevador central era bem mais rápido do que o de funcionários, foi neste momento que subitamente surte um forte banque entre as paredes do pequeno cubículo. O elevador tinha parado.

Quase caí no chão pelo rápido tremor sob meus pés, olhei confusa para Namjoon que mostrava uma expressão de nítido espanto, mas, assim que pude me apoiar em uma das laterais, tratei logo de buscar meu telefone, não demorando para ligar diretamente para a portaria comunicando o problema.

“ Sim, isso mesmo. ” Desta vez não pude evitar em elevar meu tom de voz. “ Eu e o sr. Kim Namjoon estamos presos no elevador principal. ” Revirei os olhos ao ouvir a senhor do outro lado da linha gastar o seu tempo pedindo desculpas ao invés de se apressar em seu trabalho. “ Sim, claro... Agora, por favor, envie logo a manutenção, o sr. Kim não pode perder mais tempo preso nesse lugar! ” Inspirei fundo ao ter de ouvir novamente aquele amontoado de pedidos de desculpas, demorou mais alguns segundos, mas finalmente pude terminar a ligação. “Pronto senhor, pelo que foi informando, a equipe de manutenção resolverá este imprevisto em no máximo vinte minutos, e por favor, não se preocupe, pois ainda estamos bem adiantados, mas para evitar qualquer transtorno irei informar ao sr. Choi sobre um possível atraso e que... ” Falava enquanto digitava rapidamente uma mensagem para a equipe de nosso afiliado, entretanto quando enfim pude voltar-me ao rosto de Namjoon, não via mais o mesmo homem que emanava prepotência como a instantes atrás, qual foi minha surpresa ao ver o grande Kim Namjoon mais pálido que um algodão e mais ofegante que um corredor que acabara de terminar uma maratona.

“Sr. Kim! O que aconteceu? ” Corri alarmada em direção ao homem que acabara de desabar no chão, já recostado no canto oposto do cubículo que estávamos.

Todavia, ele ficou em silêncio, parecendo mais concentrado em manter sua respiração constante do que ter o trabalho de me responder, via que uma de suas mãos tentava em vão afrouxar o nó de sua gravata e logo resolvi ajudá-lo antes que seu quadro piorasse.

“Não me diga que o senhor sofre de claustrofobia? ” Retorqui surpresa, pois por todo este tempo trabalhando para ele, nunca o vi dar se quer um indício de qualquer incômodo em ambientes fechados, no máximo sua evidente pressa para que o elevador fosse mais rápido que o fisicamente possível – como em tudo e todos ao seu redor. Em resposta a minha pergunta, ele apenas meneou positivamente sua cabeça. “ Minha nossa... E o que eu devo... ” Me enrolava com as palavras, depois de anos tentando me aperfeiçoar, este momento, com certeza, me fez sentir desprevenida. “ ... O que eu posso fazer para ajudar? ”

“ Minha... Minha camisa. ” Pode responder entre uma longa pausa entre sua respiração exasperada.

“ Ah! Sim, sim, claro! ” Consenti, obviamente aquele terno amarrotado deve ser extremamente desconfortável para ele em um momento como aquele. Comecei então a desabotoar o mais rápido que podia aquela caríssima camisa de linho fino, e estava tão centrada naquele serviço, que até mesmo consegui ignorar o constrangimento em tocar, tão deliberadamente, o enorme peitoral daquele homem. Porém, quando dei de cara com aquele abdômen definido meu senso pudico voltou com força total, me deixando quase tão ar quanto o chefe a minha frente. “ O senhor... ” Repentinamente parecia tão difícil respirar naquele lugar. “.... Tem algum tipo de calmante ou analgésico para usar neste tipo de situação? ” Indaguei esperançosa já retirando também aquele grosso paletó de seus braços tentando parecer o mais indiferente possível naquele ato e não uma pervertida que poderia estar prestes a molestar um homem – aparentemente – indefeso.

“Eu... Não os trouxe. ” Respondeu ofegante me fazendo sentir desesperada por dois motivos diferentes.

Naquele momento eu paralisei, buscando de alguma maneira que meu cérebro me desse alguma solução que ajudasse o mínimo possível, pois estes minutos – mesmo que não parecessem muito tempo – poderiam dar um desgaste enorme aquele homem, e eu faria de tudo – entre as coisas mais estúpidas como irrealista, para que o socorresse de alguma maneira – e foi assim que me impus a fazer uma das coisas mais constrangedoras e desnecessárias da minha vida.

“Por favor, olhe para mim. ” Pedi em um tom que variava entre autoritário e assustado com o que iria fazer em seguida. “ Foque em respirar lentamente, e ignore o que irei faz em seguida, se possível. ” Engoli em seco somente por imaginar. “ Saiba que desejo somente distraí-lo e na melhor das opções, tranquilizá-lo até que tudo passe. ” Praticamente me justificava, pois já duvidava se teria chance disso nos minutos seguintes.

“ A srta. acha que eu estava fazendo... o que... nesse tempo todo? ” Mesmo mal conseguindo respirar devidamente, Namjoon ainda tinha disposição suficiente para abusar de seus deboches, se não fosse seu estado crítico, talvez até daria uma resposta à altura.

“Claro, o senhor está certo. ” Sorri o melhor que podia no momento, murmurando um pedido de desculpas, afinal, não era a melhor hora de discutir com meu chefe a beira de um colapso. “ Mas o senhor, por favor, tem de me entender que o que penso em fazer, não é algo normalmente aceito, e caso o senhor aceite... ” Pausei desconcertada. “ .... Deve prometer não me aplicar nenhuma penalidade. ”

“ Mas que diabos mulher! ” E essa foi a primeira vez que ouvi um palavrão saindo daquela boca. “ Será que você não pode se calar e fazer, o que merda isso for, logo?! ” Sua irritação latente com meu falatório parecia até mesmo ultrapassar sua crise respiratória. “ Eu estou começando a repensar sua eficiência profissional. ” E isso foi o pivô para que eu realmente tivesse coragem de fazer aquela besteira.

“ O senhor está completamente certo... ” Respirei fundo ao encará-lo. “ .... Eu não serei nem um pouco profissional. ”

“ O que? Do que você está... ” E antes que ele terminasse de falar o que quer que fosse, eu quebro o pequeno espaço que ainda havia entre nós e o beijo.

Eu tinha plena convicção que isso seria a última coisa que uma mera secretária como eu deveria fazer com seu chefe, e me lembro muito bem quando prometi a mim mesma nunca fazer tamanha burrice – de me envolver assim – em meu precioso trabalho – mesmo sendo tentada várias e várias vezes por aquele corpo bonito que Kim Namjoon arrogantemente ostentava –, nunca se quer me permiti ter a menor das intimidades com ele ou qualquer outro que gritava o nome “trabalho” bem na sua testa. Mas aqui estou eu, colada a esses lábios fartos e macios, que sempre me neguei à até mesmo olhá-los mais que o necessário. Não que eu morresse de amores por aquele homem ou algo semelhante – eu simplesmente não era cega – pois não sou masoquista ao ponto de me permitir sofrer por alguém inalcançável.

Mas a situação nesse momento era outra, eu havia passado dos limites – não por meu bel prazer – e sem dúvida isso não seria classificado como um “ato desesperado para salva – ou relaxar – o homem que estava à beira de uma sincope ” e mesmo que fosse, tenho certeza que seus advogados não teriam muitas dificuldades em provar ao contrário e tirar até minha última calcinha por esse ato “altamente hediondo”.

Era isso que eu pensava de maneira desesperadamente paranoica ao beijar aqueles lábios – que já não pareciam tão consoladores assim – já dando adeus ao meu emprego e minha tão sonhada promoção, mas foi quando eu senti: aqueles braços fortes rodearem a minha cintura – e segurá-la tão firme que mal parecia ser a mesma pessoa que tinha desabado no chão por fraqueza –, aquele peitoral firme ficar tão justo aos meus seios que eu podia inclusive sentir quanta divisões havia em seu abdômen, e para meu maior desespero, quando aqueles lábios começaram a se movimentar sobre os meus e se transformar em um beijo tão obsceno que passei a ter medo de como meu corpo poderia reagir aquele estímulo.

Foi naquele exato momento que eu tinha a absoluta certeza que estava ferrada.

(...)

Felizmente, logo após que nos separamos – ou melhor, eu pode me afastar de Namjoon – a porta do elevador foi aberta, e, obviamente, ninguém da equipe da manutenção seria burro o suficiente para comentar sobre o porquê o grande CEO estava com o peito desnudo e completamente ofegante ao lado de uma secretária ruborizada toda desalinhada. Alguns paramédicos estavam presentes, e logo me dispus a explicar o estado de Namjoon para eles, enquanto o mesmo se preocupava em somente se mostrar apresentável para a suposta equipe que deveria socorrê-lo, porém, minutos depois fui enfim dispensada pelo CEO – obviamente só após dispensar a pobre equipe paramédica e solicitar uma consulta com o médico particular da empresa, pois o grande Kim Namjoon não se prestaria o “risco de ser avaliado por simples enfermeiros”.

Aceitei todas as ordens e exigências de forma silenciosa, já me preparando mentalmente para organizar uma enorme pilha de currículos e começar a procurar um novo emprego o quanto antes.

“Espere um instante... ” E antes que eu pudesse por fim sair daquele prédio, ouço a voz de meu chefe atrás de mim, viro meu rosto para dar atenção a ele novamente. “ Espero que a srta. não esqueça de chegar no horário amanhã de manhã. ” E talvez fosse meu cérebro pregando uma peça por passar tanto tempo num lugar fechado com aquele homem, mas juro que vi um sorriso genuíno se formar em seus lábios.

(...)

E aqui estou eu, na manhã seguinte, alguns bons minutos adiantada do meu horário habitual, minhas mãos suavam desde que passei pela recepção e percebi os olhares questionáveis em minha direção – com certeza algum fofoqueiro deve ter espalhado besteira e piorado a história por toda a empresa.

Inspirava e expirava lentamente para manter a calma – mesmo não sabendo de onde vinha todo esse nervosismo – e contava os segundos para ser chamada – talvez para uma possível demissão ou na melhor das hipóteses rebaixamento de cargo – para assim acabar com essa agonia.

Foi quando finalmente ouvi o “bip” e que passei a caminha lentamente para aquela grande sala.

(...)

Se eu já estava hiperventilado por conta do nervosismo antes mesmo de entrar naquela sala, imagine agora, quando estou literalmente cara a cara com o dito cujo – que beijei deliberadamente sem nenhum aviso prévio ou se quer permissão – que me avaliava meticulosamente desde os pés à cabeça, como se eu fosse um tipo de inseto gigante! O silêncio era extremamente desconfortável – diferente da maioria das vezes, onde era uma verdadeira benção ver Namjoon sem abrir a boca – e meu constrangimento era tão palpável que tinha receio de até respirar naquela enorme sala.

“ Sr. Kim Namjoon... ” Mas como ele realmente não fazia menção em dizer uma só palavra, ousei em tentar – ao menos – me desculpar primeiro. “ Minhas mais sinceras desculpas, eu não deveria... ” Estava pensando até na possibilidade de suplicar – afinal, aquele salario não era brincadeira – mas ele resolveu me interromper antes disso.

“ Silêncio. ” E foi aquele olhar severo que me fez calar de vez. “ Não há necessidade de se explicar. ” E por mais estranho que fosse, também havia receio em sua voz. “ Espero que não esteja duvidando do meu intelecto para poder entender porque...” E fiquei mais confusa ao vê-lo desviar os olhos de minha direção. “... fez o que fez. ”

“ Claro...Claro que não, senhor. ” Por essa eu realmente não esperava, como também não esperava um homem tão poderoso como aquele parecer tão distraído ao tocar seus próprios lábios ao falar tão diplomaticamente.

“Devo admitir que, nunca esperaria que fizesse esse... Tipo de conduta. ” Ele pausou para limpar sua garganta, não parecia muito confortável – mas não posso julgá-lo, pois eu estou muito menos. “Mas não lhe chamei para ficar detalhando todo o ocorrido, obviamente. ” Sua pele morena dificultava em distinguir se ele estava realmente rubro ao falar aquilo ou não. “ Porém, antes de tudo, sinto que devo esclarecer... ” E a volta daquele olhar sério não me dava boas expectativas. “ Que seu emprego não corre perigo. ” E mesmo não querendo demonstrar meu alívio, foi evidente o quanto meu corpo relaxou em somente ouvir aquela afirmação. “ Sabe, não sou uma pessoa que se surpreende muito fácil...” E meu corpo ficou tenso no instante que vi aquele sorriso sorrateiro em seu rosto. “... E você, srta., sem dúvida me surpreendeu. ” Aquele sorriso e a forma como ele olhava para mim era realmente duvidosa. “ A srta. tem uma inteligência notável, até em situações bem inusuais como pude ver, é eficiente em seu trabalho, apresentando alto grau de empatia...” Realmente não era algo comum Kim Namjoon começar a elogiar pessoas aleatoriamente, e tenho certeza que ele vai querer algo por isso. “... tem uma personalidade polida, mas sabe ser firme quando deve, e é assertiva na maioria das vezes, é agradável e simpática, sem contar que sua beleza é até mesmo acima da média, e realmente... não sei como não pensei nisso antes... ” sua última frase acabou me deixando ainda mais atordoada do que todo aquele bombardeio de elogios. “ Porque você é exatamente o tipo de pessoa que eu procuro. ”

“Senhor... Eu não estou entendendo... ” Murmurei temerosa do que poderia vim disso tudo. Mas, Namjoon parecia extremamente despreocupado enquanto voltava a se sentar em sua poltrona acolchoada.

“ Tenho uma proposta a lhe fazer. ” Ditou confiante, e arregalei os olhos – tanto por medo como por expectativa – e seus olhos pareciam mais ferinos do que nunca. “ Uma proposta irrecusável, diga-se de passagem. ” Mas seu sorriso sinistro não era tão animador.

“E o que seria...? ” Tinha receio de até arriscar um palpite, pois nada parecia grande demais para Kim Namjoon àquele ponto. Inspirei fundo, sentindo uma enorme ansiedade assim que vi os lábios daquele homem abrindo novamente.

“ Quero que se case comigo. ”

(...)

Demorou alguns segundos até que eu me convencesse que meus ouvidos não estavam pregando uma peça comigo, e que eu não estava simplesmente alucinando pelo medo de perder o emprego e começar a fantasiar com algum clichê estúpido. Mas felizmente, logo pude voltar aos meus sentidos e realmente tentar digerir aquelas palavras – e principalmente, o seu porquê.

Mesmo se eu não conhecesse aquele homem a minha frente pela mesma quantidade de anos que passei na faculdade – o que eu poderia dizer ser graduada em conhecer a aquele ser humano chamado Kim Namjoon também, caso isso valesse de algo – era só olhar nos olhos dele que eu poderia dizer que não havia sentimento romântico algum na sua declaração. O que graças a Deus, não me decepcionava de nenhuma maneira, pois sua indiferença amorosa comigo era reciproca. Claro que, como disse antes, eu não era cega. Kim Namjoon era a baita de um pedaço de mal caminho, como sua conta bancária era o sonho inalcançável de qualquer sociality.

Entretanto, eu ainda tinha um coração – o que eu duvidava muito que aquele CEO ainda tivesse – e, por mais gananciosa eu fosse – ou quem sabe uma ninfomaníaca, na pior das opções –, eu nunca poderia ser idiota o suficiente para abrir mão de um relacionamento verdadeiro, por um simples acordo de negócios com o meu chefe.

Afinal, era só olhar para ele. Era apenas “negócios”. Nada o resumiria mais, e denego completamente a chance que justamente eu seria a pessoa capaz de mudar isto nele. Com isso em mente, decido respondê-lo de imediato, pois não queria dar-lhe expectativa de uma positiva.

“ Lamento senhor, mas tenho de recusar sua proposta. ” Fiz questão de manter meu tom de voz o mais polido possível enquanto mantinha minha posição disciplinadamente ereta a sua frente.

“Claro, Claro. ” E a parte mais confusa naquele momento foi vê-lo começar a sorrir em descrédito. “Eu sei que pode um choque, para uma pobre secretária como você... ” Ele soltou uma risadinha. “... acreditar n’uma oportunidade dessa magnitude. ” Pausou fingindo recuperar o fôlego. “Posso lhe garantir que não está sonhando...” E aquela risada presunçosa estava passando a me irritar. “...E é a absoluta verdade que esta magnifica edição limitada de homem a sua frente, realmente está lhe pedido em casamento. ” Mordo o interior da minha bochecha para controlar minha gana de não responder como merece, pela segunda vez naquela semana. “ A srta. não ouviu errado, pode confiar. ” Ele definitivamente nunca deve ter levado um fora em toda a sua vida.

“Creio que...” Respiro fundo, para medir minhas palavras. “... É o senhor que não está ouvindo muito bem. ” Fico até orgulhosa de como pude conter minha irritação ao falar aquilo. “ Mas de qualquer forma irei repetir: eu não vou me casar com o senhor. ” Sibilei com gosto aquela última frase. “ Fui clara? ”

Eu sabia muito bem de onde vinha essa assistência – mesmo que ele nunca admitisse tal ato – não era simplesmente o fato de se vangloriar por ter alguém decente ao seu lado – afinal, aceito e admito todos os elogios que me foram dados – ou alguma forma exagerada de me agradecer pelo meu ato ousado e heroico de o salvar – o que de longe seria o verdadeiro motivo, nem sei porque o citei – se eu não o conhecesse tão bem, como eu conhecia, diria que não teria nada a ver com os encontros arranjados que seus pais magnatas o arrastava todo o santo mês, e tenho até um pouco de empatia por todo seu desespero em se livrar logo daquele incômodo. Mas isso, nem de longe seria uma justificativa para ceder e sofrer ao seu lado. Por mais que ele não soubesse ainda, sei que deve haver uma pessoa que ele de fato possa amar – e que não vai trocá-la por acordo nenhum desse mundo – como para mim também.

Mesmo que eu o entendesse tão bem, eu não poderia brincar assim com o amor, muito menos com o dele, que ainda nem sabe a existência genuína deste sentimento.

O assistia em completo silêncio, ao sentir aquela áurea enfurecida em minha direção.

“Essa é realmente a sua resposta? ” Sua voz chegava a ser sombria em meus ouvidos.

“Sim, senhor. ”

“Você sabe que eu não vou desistir apenas com isto, certo? ” Percebi seu intuito de me intimidar, mas continuei impassível.

“ E o senhor sabe que não irei ceder, não é mesmo? ” Sorri afrontosamente. E em resposta, um sorriso quase que cúmplice veio acompanhado de um aceno.

“A srta. está dispensada. ” E por fim, ele desviou seus olhos dos meus.

Caminhei lentamente em direção a saída daquela imensa sala, podendo enfim respirar aliviada mais uma vez, todavia, mesmo sem nenhum de nós perceber, fora naquele exato momento que o coração de meu chefe começou a bater.


(***)


¹ : é um termo usado para se referir à encontros arranjados, ato muito comum na cultura asiática, e é usado frequentemente para que famílias ricas possam juntas alianças com outras famílias de grande poder e status.

N/A: vocês devem estar pensando “já é o quinto conto e a melinda não deixa a prota ficar com ninguém?”, “por que não faz uma história mais longa?” ou “ ela fica deixando esses pontos em aberto só pra nos deixar cheia de esperança, essa sem coração!” (se bem que essa última chega perto da verdade) mas, se acalmem que não assim, você devem ter notado que tudo tem um propósito nessa bagunça (que eu não estava muito certa, mas agora posso confirmar) e bom, para saciar ao menos um pouco (mesmo que bem futuramente) a sua curiosidade... vocês terão: nada mais nada menos que... *rufem os tambores* UMA FANFIC (romance e novela) (isso mesmo não uma é uma one-shot!) BASEADA NESSA SAGA (com todos os membros juntos)! Não faço ideia de como ou quando a farei (porém, claramente será depois da saga) mas estou a produzindo aos poucos e espero muito que me acompanhem até lá.

Mas com essa novidade e com esse conto, o que vocês podem me dizer o que pode acontecer a seguir? Quem vocês acham que será o próximo membro a aparecer na saga? O que acharam dessa Namjoon? Será que irão me perdoar por entrar em hiatus logo depois desse conto? Quantas perguntas não é mesmo?

E claro, para que vocês possam continuar tendo um gostinho pelos chefes lindos e carrasquentos, achei ser uma boa ideia recomendar ao menos um drama (dorama) antes de me despedir, e qual poderia lembrar mais a história do que o kdrama “What’s Wrong With Secretary Kim?” que aliás, foi muito popular nos tempos que estava desenvolvendo o enredo da saga. Para quem tiver interesse em assistir o drama está disponível na plataforma VIKI e no KINGDOM FANSUB. (Ainda não acredito que não tive essa ideia antes, para fazer com os outros contos)

Para os novos leitores, não se esqueçam se acompanhar os contos anteriores dessa saga.

até sei lá mais quando amores, não desistam de mim antes de eu desistir da faculdade

~MelindaClemente

3 de Agosto de 2019 às 22:43 0 Denunciar Insira Seguir história
5
Fim

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Melinda Clemente | multifandom| |pt / eng| "escrevendo coisas aleatórias, mas tentando fazer o melhor possível mesmo que seja perda de tempo." /+/ twitter ; wattpad ; spiritfanfics ; picsart

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