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O homem que perdeu tudo

Parado, olhando para céu. Marcos podia ver as nuvens em formato de borboletas se dissiparem no ar. Seus pensamentos flutuavam como aquelas borboletas. Tudo o que tinha vivido, até aquele momento, não significava nada, além de tubulentos pensamentos.

A mera lembrança dos acontecimentos, somado a uma vida cheia de sonhos virtuosos, o estagnava por completo. Pensar no amor, sem ter uma opinião contundente era o mesmo que o impossível.

Carla fora a única mulher quem um dia já amara. E a memória desse amor se tornou a sua dor mais profunda. Onde estava Deus, agora? Para onde levara o seu bem mais precioso? A morte é uma injustiça que perpetua a dor e ignora a alma; o choro é seu único consolo.

Estava sozinho e sofria de um mal que remédio algum no mundo inteiro poderia remediar. Hoje, vivia a decadência e, simplesmente, preferia estar morto. Desceu ao degrau mais baixo da escala da vida, livre de qualquer vaidade ou sentimento apelativo, descobrindo na dor, o significado do fútil.

Aquela mulher, de vestido florido, que outrora, vivia sorrindo,estimando planos e sonhos para o futuro, já não existia mais; aquela mulher, que não aceitava a realidade imposta, enfrentedando de frente as divergências, sem ter medo das conseqüências, já não existia mais.

Ele tinha escolhido uma vida inteira ao lado dela, foi a primeira vez em sua vida desrraidaga, que ansiava a felicidade dos verdadeiros apaixonados. Porque na sua antiga concepção, esses desejos ilusórios, não passavam de um mero conto de fadas contado por uma criança que sonha; um sonho de garota perdida, nos seus devaneios juvenis.

Contudo, sentia a dor da perda do que não podia mais voltar. As pontadas no seu consciente, junto com a queimação no estomago, forçavam o vômito involuntária; está sensação era a conseqüência física que maltratava o seu corpo.
Na noite, daquele dia tortuoso, seus olhos não podiam se fechar; na cama, se mexia de um lado para o outro, levantara inúmeras vezes, para ir ao banheiro; e toda ás vezes, não saia nada. Era uma tortura constante e seus pensamentos não davam trégua. A melhor coisa para se fazer era a fuga. Decidirá então, sair, respirar um pouco de ar fresco; aquela casa lhe trazia lembranças, e em tudo sentia o cheiro dela.

A noite estava fria lá fora, podia ver o vapor quente saindo da sua boca. O clima de melancolia, estimulava gotas involuntárias de lágrimas que sutilmente escoavam pelo seu rosto; esse era o efeito provocado pela sinfonia da noite, junto com o sentimento da perda, uma mescla tão natural quanto a certeza da vida. E, estar irradiado desse fenômeno, o colocava numa posição estreita.

Escolheu a ponte como ponto de parada. A vista era deslumbrante, as luzes da cidade brilhavam com todo seu esplendor. Clara amava aquele lugar. Ela dizia sempre, que queria que seus filhos fossem criados naquela cidade; a cidade que nascerá. Começou a subir o pilar, chegando ao topo; soltando uma mãe de cada vez, indo, em passos vagarosos até a ponta. Olhou pro céu e viu a noite mais estrelada da sua vida. Fecho os olhos. Penso em Clara. Sorriu de satisfação, e pulou.

26 de Outubro de 2022 às 07:46 0 Denunciar Insira Seguir história
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